sábado, maio 31, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Pormenor do Quiosque Tivoli, Av. da Liberdade, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
António José (in)Seguro

Desde o primeiro momento que a equipa de Seguro considera a moção de censura apresentada pelo PCP como um frete ao governo, mas mesmo assim o PS decidiu logo pela sua aprovação, mesmo sem ler o seu conteúdo, seguindo um critério oposto ao seguido em anteriores moções de censura.

Mas Seguro não assume com frontalidade o combate à provocação que o PCP fez ao PS e em vez de estar no debate para enfrentar o governo e o PCP, opta por se ausentar do debate, aparecendo apenas na votação. Seguro é o líder a oposição a quê?

Aprova sem ler, vota a favor do que discorda, desaparece na hora de defender a posição que decidiu, é caso para perguntar "você entregaria os destinos de Portugal nas mãos deste homem?»

Como se tudo isto não bastasse o dia acabou com um Seguro que mais parecia um galo-da-Índia, percebendo o dia desastroso Seguro preparou com muita antecedência um discurso agressivo de aproveitamento do eventual chumbo constitucional das medidas orçamentais. Mal o presidente do TC acabou o esclarecimento já discurso estava a ler uma extensa intervenção que só poderia ter sido preparada com muita antecedência, evidenciando uma manobra oportunista.
 
O Seguro que nada dizia quanto a impostos parecia o Jerónimo de Sousa a recusar aumentos de impostos, o mesmo Seguro que não garantiu a reposição dos vencimentos dos funcionários públicos apareceu a vociferar contra os cortes do orçamento. Só se esqueceu de comentar a aceitação pelo TC dos cortes dos complementos de reforma nas empresas do Estado, sobre esses cortes não teve qualquer opinião ou, o que pareceu mais evidente, a intervenção estava preparada para o que era mais óbvio.
 
O mesmo Seguro que durante três anos dada fez contra este governo apareceu agora armado em Arnaldo de Matos a liderar a oposição ao governo, agora já só falta imitar o banho de Mao no Rio Yangtse e ir a nado até Cacilhas!

«António José Seguro considera a moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP "um frete ao Governo", motivo pelo qual não marcará presença no debate desta sexta-feira que decorre no Parlamento. Fonte da direção socialista diz que a ausência "tem esse sentido político" e que o líder do partido "rosa" comparecerá no hemiciclo para votar a moção "por coerência", isto é, "para censurar o Executivo".» [DN]
 
 Seguro ou Abono de Família?

Nos seus momentos de humor o Tozé gosta muito de brincar com o seu apelido apresentando-se como um seguro para o país. Depois das últimas eleições Seguro pode voltar a brincar dizendo que vai mudar de apelido para António José Abono de Família, teve uma grandiosa vitória e os eleitores do PS ainda sobraram para o PCP aumentar a sua representação e o MPT eleger dois deputados, isto para não dizer que a única vitória da direita na noite do passado domingo foi, precisamente, a grande vitória de Seguro. EM português a isto se chama o abono de família e o Tozé podia muito bem ter previsto uma medida a acrescentar às sessenta que apresentou, a criação do abono de família eleitoral para todos os partidos menos o PS.
 
 A vitória eleitoral de Seguro e Assis

Com vitórias destas não há que temer as grandes derrotas.
 
  Coisa estranha

No meu circulo de amigos ainda não ouvi nenhum simpatizante ou eleitor do PS ser partidário e defensor da continuidade de Seguro na liderança do PS.
 
 Porta-te com juízo Paulinho!

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Já começa a ser um hábito sempre que Paulo Portas tem uma posição divergente ou quando existem condições que o podem levar a fazer tremer o governo surgem notícias ameaçadoras na comunicação social. Será chantagem ou mera coincidência?
 
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 Alta traição
   
«Se for ao Google e colocar a expressão do título, a segunda entrada, a seguir a um filme com Steven Seagal, é relativa ao PS e a António Costa. O emissor da qualificação é um Pedro Coimbra, presidente da Federação socialista da cidade do mesmo nome. E que alega ele para a justificar? Que "há pouco mais de um ano Costa e Seguro assinaram em Coimbra um documento de linhas programáticas para o PS nos próximos anos".

Para o coimbrão Pedro, ter assinado com um líder um documento genérico para um partido e um ano e duas eleições nacionais depois considerar que esse líder pode não ser a melhor opção para a liderança, propondo um confronto de ideias e votos, é equivalente a uma ação criminosa contra o Estado - definição comum de "alta traição", associada a tentativa de assassinato de um soberano, espionagem a favor de nações inimigas e "venda de segredos" - perpetrada por alguém com uma obrigação de lealdade para com o mesmo. Apunhalar "o nosso lado" e favorecer o inimigo, resumindo - ato desprezível historicamente punido com a morte.

Não, não desconsideremos já Pedro e a sua asserção como produtos de uma ridícula dramatização da normalidade democrática. Investiguemos. Para começar, que faz "o inimigo"? É Nuno Melo, o eurodeputado que sobra ao CDS/PP após a histórica derrota da coligação, a dar o tiro de partida da reação da direita. Logo após o anúncio da disponibilidade de Costa, acusa-o no seu Facebook de ter "feito o que podia para a vida correr mal a Seguro nas europeias e agora (...) apresenta-se como o salvador disponível para juntar os cacos" - ou seja, de deslealdade e traição (lembra alguma coisa?). Ontem à noite, Menezes, reputada autoridade em boas contas autárquicas que a direção do PSD apoiou na candidatura (falhada) à Câmara do Porto, acusava Costa de - custa a crer mas sucedeu - ter "uma grande dívida na CML". Sem qualquer dúvida, PSD e CDS estão encantados com a ideia de Costa assumir a liderança do PS: os ataques são uma sofisticada estratégia de disfarce.

Quanto ao líder tão cruelmente atraiçoado, que faz? Decreta o voto do partido numa moção de censura do PCP que diz o que seria expectável, e dizia já a que o PCP apresentou em 2012 - que os últimos 37 anos em Portugal (desde que há eleições livres) foram "um retrocesso económico e social" devido "à política de direita executada por sucessivos governos". Um líder de um partido democrático a decretar o apoio a uma moção que insulta a democracia e o seu partido: eis algo que a ninguém passaria pela cabeça chamar traição, muito menos alta. Como a ninguém ocorrerá qualificar como usurpação que esse mesmo líder invoque o voto de "mais de um milhão de portugueses" no PS, nas europeias, como votos em si. Porque é só desespero. E estupidez. Baixa.» [DN]
   
Autor:
 
Fernanda Câncio.
      
 Os ucranianos mortos são todos eurocépticos
   
«A Europa procura com contas de merceeiro quem será o seu próximo presidente, que será quem quer que seja, mas pouco. E, entretanto, em noticiário só de pequenas linhas, a guerra civil instala-se na Ucrânia. É a Jugoslávia Parte II. Ainda não tão emocionante mas lá chegaremos, as imagens da anarquia em Donetsk, homens musculados e loiras de camuflado, confirmarão que as guerras civis mais populares no prime-time são das terras com gente bonita. Espetáculo que deveria envergonhar-nos porque a tragédia, a poucas semanas da magna tragédia que vai ser, é também culpa nossa. Dessa, dita em cima, falta de Europa. Se nos tivéssemos ocupado menos com as medidas das sanitas e mais com o tamanho e a profundidade da Europa, não tínhamos chegado aqui. Era claro que não devíamos ter acirrado a Ucrânia contra a Rússia. Devíamos, se fôssemos europeus, ter pensado Ucrânia e Rússia. E porque éramos os menos envolvidos deveríamos ter sido os que agiram de cabeça fria. Chama-se política, que é coisa que devia ser entregue só a grandes, não a amanuenses de geoestratégia. Em 1959, ainda a URSS tinha 30 anos para viver, De Gaulle definiu o nosso espaço numa frase: "Do Atlântico aos Urais." Ele percebeu, quando ainda só se podia adivinhar, que a Rússia é nossa ou somos pouco. Hoje, com ela aí, a Europa tratou-a como inimiga e, cobardemente, por interposto e fraco país. Ucrânia, mais um dano colateral da falta de Europa.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.
   
   
 É preciso coerência, diz o incoerente Seguro
   
«Foi um António José Seguro cáustico e particularmente crítico para com o PCP que falou hoje aos jornalistas à chegada ao parlamento para a votação da moção de censura. Seguro não marcou presença no debate optando apenas por participar na votação.

Aos jornalistas, Seguro afirmou que “é preciso haver coerência na vida pública do nosso país”, adiantando que foi precisamente por uma questão de coerência que falhou o debate embora vote a favor da moção de censura. Seguro defende a ‘queda’ do Executivo mas discordou do facto de o PCP ter escolhido este dia para o debate da moção de censura. Na perspetiva do líder do PS, o “primeiro-ministro quer transformar esta moção de censura em moção de confiança”.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Coerência é umas vezes não tomar posição ante de ler a moção de censura e depois aprová-la sem a ler? Coerência é pedir eleições antecipadas e depois falar da legitimidade democrática da sua liderança?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se um dicionário a Seguro, está precisando de estudar o significado da palavra coerência.»
  
 Os disparates que Clinton diz
   
«"Se querem que as companhias estrangeiras invistam em Portugal, agora que saíram do colete-de-forças financeiro, têm que arranjar forma de reestruturar toda a vossa dívida", afirmou Bill Clinton, antigo Presidente norte-americano, na conferência sobre economia global que proferiu esta tarde na Universidade Europeia, em Lisboa.

"Portugal tem que arranjar forma de reestruturar a dívida para conseguir que o crescimento económico passe de 1% para os 3%", acrescentou.» [DE]
   
Parecer:

Mais um que não percebe o brilhantismo intelectual de Passos Coelho.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
     

   
   
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