FOTO JUMENTO
Parque Mayer, Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Stefano Rellandini - Reuters]
«A model displays a Giorgio Armani creation during a fashion show in San Vittore prison in Milan, Italy. A group of fashion designers have created a local cooperative called "Sartoria San Vittore" to help prisoners learn job skills. Female inmates have learned tailoring skills from cooperative members and have made costumes for theatre and television.» [Washington Post]
A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO
A SIC vai reeditar o programa "Perdoa-me" conduzido por Fátima Lopes, estando já assegurada a presença de José Sócrates na primeira edição. O primeiro-ministro vai aproveitar para pedir perdão aos portugueses por não respeitar as leis que adopta e por mais alguns pecados que cometeu desde que tomou posse no cargo.
Ao que parece Fátima Lopes não tem mãos a medir, desde que a SIC decidiu relançar o programa que lhe chegam apelos, o mais desesperado foi o de Manuela Ferreira Leite que lhe pediu por tudo que lhe fosse permitido ir ao programa para pedir a Santana Lopes por não ter votado nele nas últimas eleições.
Henrique Chaves, um velho amigo e membro do governo de Santana Lopes, vem pedir desculpa ao ex-primeiro-ministro, que anda por aí a ver se consegue sobreviver por aqui, pela forma como se demitiu do cargo de ministro adjunto e por lhe ter lembrado dos tempos em que teve de o ajudar, dando-lhe emprego.
Cavaco Silva quer pedir desculpa a José Sócrates por não lhe o ter apoiado com os seus vastos conhecimentos e experiência de economia, argumento que usou para conseguir o arrendamento gratuito de um palácio que fica para os lados de Belém. De caminho aproveita para pedir desculpa a Santana Lopes por lhe ter chamado má moeda.
JUMENTO DO DIA
O director do Público não fuma?
Entre os vários jornalistas a bordo do avião só o do Público deu pelo cigarro? O referido jornalista nunca viu fumar nos aviões onde viaja Cavaco Silva já que é o próprio Público a admitir tal facto?
É evidente que Sócrates cometeu um erro de palmatória, que tendo chegado ao conhecimento público o gesto deve ser reprovado. Mas esta questão suscita um segundo problema, o comportamento do jornalista e do director do jornal. Porquê só desta vez denunciaram a situação? Poderão dizer que lei anti-tabaco foi aprovada há pouco tempo, mas isso é uma desculpa esfarrapada pois a proibição do fumo nos aviões é anterior à lei.
O jornalista em causa viajou à borla no avião, partilhou da intimidade de todos os que lá estava, tal como todos os jornalistas que viajavam no avião viram e ouviram coisas que não contam, não por não poderem ser notícias, mas porque não seria elegante transformar a intimidade partilhada em notícia para vender jornais. Então porque o jornalista do Público noticiou o que para os seus colegas não seria notícias?
Basta analisar a relação do Público com o governo ao longo do tempo, há um antes e um depois de dois factos, a decisão de construir o aeroporto longe de Tróia e o não apoio da Caixa Geral de Depósitos. Antes o Público desfazia-se em editoriais simpáticos, depois têm sido ataques sistemáticos ao governo e a Sócrates, desde editoriais sucessivos às histórias das casas e do canudo.
O comportamento de Sócrates é politicamente condenável, o comportamento do jornal Público é humanamente execrável. É bem menos grave cigarrinho para o primeiro-ministro do que o comportamento do Público para um jornal que deve informar com isenção.
Não sei se o director do Público fuma, mas preferia que ele queimasse tabaco, mesmo atrás da cortina de um avião, do que queimar aquele que considerava um bom jornal.
A GALP É UM TOMADOR DE PREÇOS E NÃO UM FORMADOR
Foi esta a explicação dada pelo presidente da GALP para ilibar a empresa na escalada aparentemente oportunista dos combustíveis. Há uma forma de ver se o presidente da GALP fala verdade, boicotar as bombas da empresa como sugeriu o presidente da ACP e ver qual a reacção da empresa.
FALTA DE MEMÓRIA
Muitos dos que hoje criticam o governo por não baixar o ISP são os mesmos que em tempos criticaram Pina Moura por ter feito o inverso.
IMPUNIDADES
«Três anos depois de o Governo ter tomado posse, o PÚBLICO "descobriu" que o primeiro-ministro fumava nos aviões fretados para as suas viagens oficiais. Numa feliz coincidência, o PÚBLICO "descobriu" também, no mesmo dia, que, nesta sensível matéria, nem o Presidente da República estava isento de responsabilidades: embora não seja um miserável viciado, incapaz de resistir às garras da dependência, o prof. Cavaco Silva parece não se importar com o cigarro alheio, permitindo que este circule impunemente à sua volta, durante os voos oficiais em que participa. Infelizmente, o PÚBLICO não revela o nome nem a actividade dos prevaricadores que poluem esses voos oficiais. Em contrapartida, ao denunciar a permissividade de um Presidente que gosta de se distinguir pelo rigor, deixa no ar a ideia de que este, a bem da integridade das leis e de uma maior elevação dos costumes, se devia portar como um fiscal da ASAE, vigiando atentamente os maus hábitos dos seus companheiros de viagem. A nossa esplendorosa sociedade civil, que tanto grita contra o peso do Estado, não passa, como se vê, sem um "polícia" que lhe refreie a irresponsabilidade dos seus próprios instintos.
Confesso que, num primeiro momento, me escapa a oportunidade desta última e decisiva "descoberta". Se os jornalistas do PÚBLICO, contactados pelo PÚBLICO, tinham conhecimento do que se passava - e, pelos vistos, tinham -, não se percebe por que é que só agora resolveram denunciar os factos que, desde há dois anos, poluem as viagens presidenciais. Seria de esperar que, dada a sua importância, estes tivessem sido revelados, na altura própria, com o devido destaque - e não que aparecessem, esta semana, em diferido, a reboque dos cigarros do eng. Sócrates e da fatídica cortina atrás da qual ele supostamente se escondeu.
De qualquer forma, apesar da permissividade do Presidente, o que sobressaiu foi o "escandaloso" atentado à legalidade cometido pelo primeiro-ministro. De um momento para o outro, a visita oficial à Venezuela ficou reduzida a um maço de tabaco: os interesses petrolíferos, os insultos do sr. Chávez, a conivência do Estado português ou as sempre radiosas oportunidades de negócio desapareceram instantaneamente de cena, dando lugar a uma polémica doméstica, bastante mais sumarenta, sobre a impunidade dos governantes (o dr. Pinho também teve direito às suas passas), a falta de respeito pela legalidade (um conceito vaguíssimo, entre nós), o incómodo da tripulação (tomada por um respeitável embaraço), o estatuto jurídico dos aviões fretados (excepcionalíssimo, segundo a TAP) e a opinião dos constitucionalistas (unânime, para infelicidade do eng. Sócrates).
No meio de uma iniciativa de carácter internacional o que surgiu foi o retrato mesquinho de um país que, entre outras coisas, ficou a saber que o homem que faz jogging no Kremlin e gosta de se exibir nas maratonas é o mesmo que desafia as leis em vigor porque não consegue passar umas horas sem fumar um cigarro. São as contradições do marketing que fazem com que um político saudável, que gosta de aparecer em calções e de exibir a sua forma física, se transforme, de um momento para o outro, num desprezível viciado que, não contente com o mal que faz a si próprio, ainda se atreve a pôr em causa a saúde dos outros, comprometendo irremediavelmente o único valor que as sociedades respeitam e que o Estado zelosamente nos quer impor por decreto.
Se a Lei do Tabaco, aprovada por este Governo, é um sinal disso mesmo, dessa intolerância cega que se sobrepõe à liberdade de escolha e ao direito à propriedade, o comportamento do eng. Sócrates e o alarido que o rodeou revelam, com uma inquietante clareza, um Portugal pequenino e hipócrita que oscila entre a superior autoridade do chefe e a "relassa fraqueza" que, como dizia Eça, "nos enche de culpada indulgência uns para os outros, e irremediavelmente estraga entre nós toda a disciplina e toda a ordem". O que transparece deste episódio é a nossa subserviência por quem manda, o desprezo pela lei que nos caracteriza, os habilidosos artifícios que inventamos e a terna cumplicidade em que vivemos. Às "explicações" da TAP e ao mal-estar anónimo dos empresários junta-se a conivência dos jornalistas que, durante três anos, conviveram amenamente com este tipo de expedientes - ao contrário do que tem sido dito, o eng. Sócrates não ignorou apenas a sua própria lei: a proibição de fumar nos aviões já existia antes do zelo persecutório da ASAE e da cruzada contra o tabaco em que este Governo entusiasticamente se lançou.
A "descoberta" do PÚBLICO não deixa de pôr em xeque os próprios jornalistas, nomeadamente aqueles que costumam acompanhar as visitas oficiais do primeiro-ministro. Há muito tempo que é sabido, nas redacções, que o eng. Sócrates costuma fumar durante os voos oficiais: quase sempre na parte de trás do avião, junto dos jornalistas que, em muitos casos, partilham o mesmo vício. Para que não haja qualquer equívoco, devo dizer que eu, embora nunca tenha viajado com o primeiro-ministro, sempre tive conhecimento deste hábito. Devia tê-lo denunciado? Admito que sim. Se calhar deixei-me "enlaçar" por essa "relassa fraqueza" que "nos enche de culpada indulgência uns para os outros". Mas confesso que tenho algumas dúvidas. Em qualquer caso e já que a história ganhou dimensão pública, penso que todos temos obrigação de nos confrontar com as nossas próprias responsabilidades.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Constança Cunha e Sá.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
PROCESSO BCP CHEGA AO MINISTÉRIO PÚBLICO
«O processo levantado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em torno dos indícios de manipulação de mercado, no âmbito do caso BCP, está praticamente concluído e deverá chegar ao Ministério Público na próxima semana, na sequência de uma deliberação do conselho directivo do regulador. Isto mesmo revelou o presidente da CMVM, Carlos Tavares, ontem, na comissão parlamentar do Orçamento e Finanças. "Este processo tem consequências criminais e as responsabilidades são individuais", disse Carlos Tavares, numa referência aos gestores do BCP que alegadamente beneficiaram da manipulação de mercado. "Caberá, depois, ao Ministério Público averiguar sobre as essas responsabilidades individuais", completou.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Esperemos para ver quem toma conta do processo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se se é a dra. Maria José Morgado, esposa do prof. Saldanha Sanches de quem o BCP foi cliente no tempo dos gestores em causa.»
MENEZES AO LADO DE PASSOS COELHO
«É o sinal de que todos estavam à espera. Luís Filipe Menezes vai jantar hoje à noite com Pedro Passos Coelho, levando consigo o seu filho mais velho, Luís Menezes, que é o mandatário da juventude no distrito do Porto. O jantar vai decorrer na Quinta da Boeira, em Gaia, onde vão estar todos os presidentes de Junta de Freguesia eleitos pelo PSD e que ganharam eleições com Menezes nas últimas autárquicas. Para além disso, marcam ainda presença ao lado de Passos Coelho e de Menezes todos os líderes de núcleo da concelhia de Gaia. » [Diário de Notícias]
Parecer:
As directas estão a aquecer.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes porque abandonou Santana Lopes.»
O BASTONÁRIO DOS ADVOGADOS DISSE ASNEIRA
«"A violência doméstica é um atentado aos direitos humanos e deve ser alvo de condenação social". Esta é a resposta de Manuela Tavares, presidente da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), às afirmações do Bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto, que na terça-feira defendeu que a violência doméstica não deveria ser crime público. A mesma organização, em comunicado, considera que as declarações do bastonário "primam pelo absurdo e constituem um retrocesso na lutas pelos direitos humanos e na evolução das mentalidades".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Talvez este tipo de crime não dê grande lucro aos advogados, mas o que o bastonário propõe é um absurdo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao bastonário que pese melhor o que diz.»
CAVACO NUNCA VIU FUMAR NAS SUAS VIAGENS
««Eu não fumo e nunca vi fumar, não sei se algum jornalista na parte detrás se possa ter escondido atrás de uma cortina e possa ter fumado alguma vez», respondeu Cavaco Silva aos jornalistas, confrontado com a polémica criado depois do primeiro-ministro ter fumado a bordo de um voo Lisboa-Caracas. » [Portugal Diário]
Parecer:
Não foi o que a TAP disse.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco se também não deu pelo cheiro a fumo.»
OBAMA CHAMA "DOCINHO" A JORNALISTA
«O senador Barack Obama, pré-candidato democrata à Presidência americana, pediu desculpas a uma repórter por tê-la chamado de “docinho”.
Segundo o jornal Detroit News, o incidente teria ocorrido durante uma visita de Obama a uma fábrica de automóveis em Detroit, no Estado de Michigan.» [BBC Brasil]
O JUMENTO NO GOOGLE BLOG SEARCH E NO TECHNORATI
- O "Largo das Alterações" considera o post dedicado ao negócio das dívidas fiscais perturbador para o governo.
- O "papa açordas" gostou de saber que Sócrates largou o vício.
- O "Nem Paz, Nem Guerra" foi incluído na lista de links.
AQUI PARA NÓS, QUE NINGUÉM NOS OUVE
O senhor Luís da Barbearia conta-nos uma história que nos faz lembrar outra mais recente:
«Uma vez dei uma boleia a um pacóvio que, quando chegou ao seu destino, foi ter com o guarda da Brigada de Trânsito e chamou-lhe a atenção para o selo da inspecção do meu carro que estava caducado.
Lembrei-me desta relevância devido à crise de credibilidade que se instalou no País por um convidado mal-criado ter resolvido trair a confiança de quem o convidou. »
NOTAS
WWF