quarta-feira, maio 21, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura --

FOTO JUMENTO

"Lisboa Downtown 2008 - Alfama" (imagens enviadas por A.C.)

IMAGEM DO DIA

[Luke MacGregor / Reuters]

«El Dalai Lama, tras recibir el doctorado honoris causa en la Universidad Metropolitana de Londres.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

A tasca parlamentar da Madeira

Alberto João Jardim mostrou mais uma vez que tem tanta consideração pelo parlamento regional por uma qualquer tasca onde possa ir beber uma poncha, respondeu à moção de censura apresentada pelo PCP com uma quase total ausência. Foi este senhor que levou mais de duas semanas a pensar se iria concorrer a líder do PSD, para depois se candidatar a primeiro-ministro de um país democrático.

ALGUÉM FALOU EM CRISE?

Agora que tanto se fala em crise é bom recordar o que é crise e fome a sério, enquanto por cá nos lamentamos do aumento dos preços dos combustíveis sem que nada se faça para poupar, mais a sul, no Uganda, mais de um milhão luta contra a fome causada por uma seca prolongada.

AS PROVAS DE AFERIÇÃO NO 1.º CICLO

Pela primeira vez desde há muitos anos realizam-se provas de aferição no primeiro ciclo do ensino básico e por aquilo que tenho visto as crianças reagiram bem melhor do que muitos ideólogos da educação. Entrevistados pelas televisões a generalidade dos alunos reage com naturalidade e apoia a realização das provas.

Afinal os exames não são assim tão dramáticos, a não ser para aqueles que querem construir paraísos ideológicos à custa dos outros.

A DESPEDIDA DE LUÍS FILIPE MENEZES

Aprecie-se ou não o desempenho de Luís Filipe Menezes enquanto líder do PSD, temos que reconhecer-lhe uma grande dignidade na forma como abandona a liderança do partido. Depois de se ter despedido de Cavaco Silva, despede-se de Sócrates mantendo nas duas ocasiões uma postura de estado que nem sempre vimos. Provavelmente já dispensou os serviços do senhor Cunha Vaz.

SEIS DÉCADAS DE CONFLITO

«Comemoram-se agora os sessenta anos de Israel, que o país justamente celebra. Infelizmente, para além de uma história de sucesso de soberania e de state building, os festejos israelitas têm como contrapartida a amarga memória e experiência da tragédia palestiniana.

Criado com a bênção das Nações Unidas pouco após a Segunda Grande Guerra, não se pode contestar a legitimidade do Estado de Israel, quer no plano do Direito Internacional, quer no plano dos factos políticos. Apesar da compreensível oposição árabe ao seu nascimento, Israel tem um direito inatacável à existência e à sua segurança, incluindo a sua defesa por meios militares, como ocorreu mais de uma vez. Contudo, nem a soberania nem a defesa do Estado judaico podem justificar, nem muito menos fazer esquecer, seis décadas de expansionismo territorial e de opressão sobre os palestinianos, expropriados das suas casas, das suas terras, da sua liberdade e do seu direito a construir o seu próprio Estado nas fronteiras internacionalmente reconhecidas.

A construção de Israel como Estado étnico e religioso foi logo no começo feita à custa da população árabe do território, vítima de violência oficiosa e oficial e de expulsão maciça das suas terras, forçada a uma diáspora sem muitos paralelos na História, reduzida na maior parte ao estatuto de refugiados nos territórios vizinhos (desde logo na Cisjordânia), muitas vezes em condições infra-humanas. Tudo piorou a partir da guerra de 1967, na sequência da qual Israel ocupou toda a Palestina, incluindo a faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, situação que tem permanecido até agora, apesar da sua patente ilegalidade à luz do Direito Internacional e da sua reiterada condenação pela mesma comunidade internacional à qual Israel deve a sua legitimidade como Estado.

Além de violar repetidamente as suas obrigações como "potência ocupante", Israel tem procedido a um extenso programa de colonização judaica dos territórios ocupados, em especial da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, culminando o desprezo pelo Direito Internacional com a incorporação oficial de Jerusalém no seu território e com a construção de um muro bem dentro dos territórios ocupados, separando as áreas colonizadas do demais territórios da Cisjordânia. Apesar de condenado pelo Tribunal Internacional de Justiça, Israel ignorou o veredicto com toda a displicência e arrogância.

Desde então, a história da ocupação israelita dos territórios palestinianos é uma lamentável crónica de resistência à ocupação e de retaliações militares, de terrorismo palestiniano e de contraterrorismo israelita, com muita sangueira e perda de vidas humanas, sem honra nem glória para Israel, sem libertação nem dignidade para os palestinianos.

Não podendo estar em causa a soberania de Israel, a solução para o conflito israelo-palestiniano só pode consistir na coexistência de dois Estados, criando um Estado palestiniano nos territórios ocupados, na base das instituições da Autoridade Nacional Palestiniana. Contudo, mesmo quando essa solução pareceu próxima, acabaram por prevalecer as posições mais radicais, que recusam qualquer compromisso, designadamente as que em Israel continuam a combater pela ideia do Grande Israel e pela limpeza étnica de toda a Palestina e as que do lado palestiniano continuam a recusar em absoluto o reconhecimento da existência do Estado judaico.

A verdade, porém, é que existe uma enorme desigualdade de armas nesta contenda. Sem ter a força da razão, Israel não hesita em recorrer à razão da força; por sua vez, tendo a seu favor o direito ao fim da ocupação e o direito à soberania sobre as suas próprias terras, os palestinianos não têm nenhuns meios de fazer valer esses direitos.

É por isso que é especialmente censurável a má-fé negocial de Israel e a parcialidade pró-israelita das grandes potências, especialmente os Estados Unidos e a União Europeia. Quanto a Israel, embora declare estar disponível para aceitar um Estado palestiniano, faz tudo descaradamente para inviabilizar um tal Estado, através da contínua colonização de mais territórios ocupados, sem falar na construção do muro de divisão da Cisjordânia. Do lado das grandes potências, embora apadrinhem a solução dos dois Estados, adoptam uma flagrante política de dois pesos e duas medidas, uma de apoio incondicional a Israel no campo político e material e outra de sistemática complacência com a opressão nos territórios ocupados e com a inviabilização prática de qualquer Estado palestiniano.

Não se pode, por um lado, impor aos palestinianos uma prévia declaração unilateral de reconhecimento de Israel - seu único trunfo nas negociações - sem que Israel declare simultaneamente um compromisso de libertação dos territórios ocupados e de reconhecimento do Estado da Palestina. Não se pode exigir sistematicamente aos palestinianos que abdiquem em bloco de todos os seus agravos e direitos históricos (refugiados, Jerusalém, fronteiras) sem exigir a Israel o sacrifício de nenhum dos seus interesses, mesmo os mais ilegítimos, como os ganhos territoriais e a incorporação de Jerusalém Oriental.

O único e reiterado argumento legítimo de Israel é a sua segurança. Mas independentemente de saber que perigo real é que poderia significar um Estado palestiniano pobre e altamente vigiado para uma potência militar como Israel, é evidente que a experiência internacional, mesmo na região, mostra como é possível encontrar soluções suficientemente fiáveis para tranquilizar Telavive, como a interposição de uma zona-tampão a cargo de forças internacionais, como sucede actualmente na fronteira israelo-libanesa. Os Estados Unidos e a UE dariam bem melhor emprego ao dinheiro dos seus contribuintes na manutenção de uma tal força de paz e no fim do conflito, do que no sustento directo e indirecto da interminável, e opressiva, ocupação israelita.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Vital Moreira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CASO FELGUEIRAS É UM PROBLEMA DE SAIAS

«O juiz conselheiro Almeida Lopes foi a tribunal dizer que o processo do ‘saco azul’ é um problema passional e sexual. Acusou os investigadores da Polícia Judiciária de Braga de terem "arrancado folhas dos autos para meterem outras não validadas".

Disse ainda ter recebido instruções do ex-vice-procurador-geral Agostinho Homem – que na altura decidiu arquivar um processo autónomo contra o magistrado, primo em sexto grau da arguida Fátima Felgueiras.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Gostos não se discutem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esclareça-se o assunto.»

VÃO FALTAR MÉDICOS EM PORTUGAL

«Mas, como têm alertado alguns especialistas, toda esta dinâmica da iniciativa privada vai fazer-se não com mais, senão mesmo com menos médicos dos que existiam há uma década. Existem actualmente cerca de 33 mil clínicos inscritos na Ordem dos Médicos, sendo que destes cerca de 24 mil exercem no quadro do Serviço Nacional de Saúde, se bem que não necessariamente em regime de exclusividade. As necessidades de recrutamento dos novos hospitais (só o Hospital dos Lusíadas contará com cerca de 200 médicos e 90 enfermeiros) ameaçam continuar a exercer uma pressão crescente para que muitos clínicos abandonem o sistema público de saúde.» [Diário de Notícias]

Parecer:

É a consequência da política criminosa promovida pela Ordem dos Médicos de reduzir ao mínimo o número de vagas em medicina.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aumentem-se as vagas nos cursos de medicina e restrinjam-se as competências da Ordem dos Médicos de forma a que não possa interferir neste capítulo.»

PAULO TEIXEIRA PINTO APOIA PASSOS COELHO

«É um apoio de peso. Paulo Teixeira Pinto vai anunciar, dentro de dias, o seu apoio à candidatura de Pedro Passos Coelho à liderança do PSD. O DN sabe que a divulgação do apoio do antigo presidente do Millennium BCP estará por dias e é uma lança no chamado núcleo duro cavaquista. Teixeira Pinto foi secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros nos governos de Aníbal Cavaco Silva e é considerado um dos mais influentes membros da tendência cavaquista.» [Diário de Notícias]

Parecer:

O Passos Coelho ainda prega uma partida a Manuela Ferreira Leite.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

PORTUGAL É O 7.º PAÍS MAIS PACÍFICO DO MUNDO

«Portugal é um dos 10 países mais pacíficos do mundo, segundo o último relatório do Índice Mundial da Paz divulgado esta terça-feira, em Londres, que coloca no primeiro lugar a Islândia e no último o Iraque, escreve a agência Lusa.

No índice, que avalia o pacifismo de 140 países e o seu nível de tranquilidade, Portugal aparece no sétimo lugar, a seguir à Irlanda e antecedendo a Finlândia. A lista dos 10 menos violentos por ordem decrescente é a seguinte: Islândia, Dinamarca, Noruega, Nova Zelândia, Japão, Irlanda, Portugal, Finlândia, Luxemburgo e Áustria. » [Portugal Diário]

Parecer:

Quem diria?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Veremos qem posição estaremos daqui a uns anos.»

FISCO VAI TER SUPER BASE DE DADOS

«O fisco está a montar uma gigantesca base de dados com a informação sobre o património e rendimentos dos contribuintes, "tendo por objectivo final" detectar "todas as manifestações de riqueza e rendimentos". Ao mesmo tempo, a máquina fiscal obriga-se este ano a acelerar as penhoras de contas e bens móveis e imóveis em hasta pública e a "encontrar em falta" 900 milhões de euros de impostos por correcções às bases tributáveis, estimadas estas em 3,5 mil milhões de euros.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Parece que o ministro reparou no que se estava a passar na sequência das intervenções desastrosas e desastradas do SEAF.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. O "manuelinhod'évora" sugere a leitura do post dedicado à economia portuguesa.
  2. O "Carlos Alberto" dá destaque ao post sobre o eleitoralismo cínico e sinistro do PCP.
  3. O "Cicuta" pescou uma imagem do terramoto ocorrido na China.

CONSTRUÇÃO DE UMA EÓLICA

CHINA: O CÉU TRINTA MINUTOS ANTES DO TERRAMOTO

TOMAS RUCKER

CANGURU NUM CAMPO DE BOLSO

EQUILIBRISMO CAPRINO

BANCO REAL