sexta-feira, maio 23, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura -

FOTO JUMENTO

Évora

IMAGEM DO DIA

[BBC/Reuters]

«Tibetan spiritual leader the Dalai Lama looks at his glasses before an interview with the BBC in London.» [Washington Post]

JUMENTO DO DIA

Hipocrisia política

Paulo Porta continua a tentar salvar o CDS da extinção assumindo o papel de peixe limpa-fundos da sociedade portuguesa, onde surge caca lá aparece Porta a deliciar-se com os problemas insolúveis, da mesma forma que os limpa-fundos dos aquários se alimentam dos dejectos dos outros. Agora descobriu que a melhor forma de compensar os males dos aumentos dos preços do crude e dos alimentos se resolve com redução dos impostos e consequente crise financeira.

Se aos aumentos dos preços se juntasse mais uma crise financeira do Estado seria desastroso para o futuro do país, mas isso pouco importa para Paulo Portas mais interessado na meia dúzia de votos que lhe poderiam salvar a carreira.

O AVANTE NÃO DEFENDE OS DITADORES BIRMANESES, MAS

Seria demais para a credibilidade do PCP defender os ditadores birmaneses, mas o Avante descobriu uma forma de justificar a recusa da ajuda externa, o receio de uma invasão americana. Pois, mas todo o mundo sabe que os "amigos" birmaneses recusaram qualquer ajuda, deixaram o seu povo entregue à sorte e as primeira preocupação dos ditadores a seguir à catástrofe foi limpar s seus bairros residenciais.

Isto de ter que defender ditadores estimula a imaginação:

«Se dúvidas houvesse, elas dissipam-se quando se lê um artigo com o título: «As razões para invadir Myanmar» (Asia Times, 10.5.08). Lá se escreve: «com os navios de guerra e a força aérea dos Estados Unidos em alerta, [...] o desastre natural apresenta uma oportunidade de crise para os EUA. Uma intervenção militar unilateral – e talvez aprovada pela ONU – em nome do humanitarismo, poderia facilmente [...] reabilitar o legado das controversas políticas militares pre-emptivas do enfraquecido Presidente George W. Bush». Descobre-se que a resistência da Junta Militar birmanesa não é à entrega de ajuda em si, mas à sua distribuição «utilizando a Força Aérea dos EUA e meios navais». Porque «se uma intervenção militar dos EUA em nome do humanitarismo pode ou não transformar-se numa tentativa armada de mudança de regime [...] dependerá provavelmente da resposta da população e dos militares de Myanmar aos primeiros desembarques de tropas dos EUA». Afinal, as «preocupações humanitárias» visam a ingerência, dominação e guerra. Querem acrescentar à tragédia natural uma tragédia artificial. Como as de anteriores guerras «humanitárias» e «libertadoras». » [Avante]

GALP? NÃO OBRIGADO

Bastou algum nervosismo para que a GALP tivesse metido os pés pelas mãos e recuado num aumento de preços, num processo rocambolesco em que veio informar que houve um erro de comunicação. Alguém acredita que na petrolífera há erros de comunicação que dão lugar a aumentos de preços, e a toda uma operação de alteração das bombas?

Este processo só mostrou a forma como os preços estão a ser aumentados, cada vez que o preço do crude aumenta nas bolsas as petrolíferas encaixam milhões actualizando o valor dos seus stocks. Isto é, as petrolíferas antecipam os aumentos dos preços das matérias-primas que ainda não adquiriram obtendo lucros adicionais. As petrolíferas financiam-se à custa dos consumidores, quando compram o crude mais caro já têm o dinheiro pois os consumidores já lhes pagaram os combustíveis tendo em conta os novos preços.

Da Barbearia do Senhor Luís veio o desafio ao boicote aos combustíveis da GALP solução que tem o meu apoio. Está na hora de dizer ao presidente da GALP e aos seus accionistas que os portugueses estão fartos, que está na hora de a empresa ganhar quando os preços descem e voltar a ganhar quando os preços sobem.

Não esperamos pelo relatório da Autoridade da Concorrência que desde que existe nada fez, nem neste nem em nenhum sector, está na hora de reagir aos abusos.

Eu não vou abastecer-me na GALP, nem que a rapariga da bilha me apareça.

A "MORTE" DO PSD

«Os três "politólogos", contactados, esta semana, pelo PÚBLICO, são unânimes quanto ao futuro do PSD: apesar da actual crise de liderança, o partido não corre o risco de se extinguir. Como diz André Freire, um dos "politólogos" ouvidos, "o PSD é um partido fundamental, tem sido o garante da alternativa e é expectável que assim continue a ser", seja qual for o candidato que vier a ganhar as próximas directas. O país agradece: é sempre bom saber que, nestes tempos difíceis, quando a gasolina sobe, o desemprego cresce, a inflação aumenta e o preço dos bens alimentares dispara, os portugueses podem continuar a distrair-se com as aventuras do PSD. Custa imaginar o que seria a actualidade política sem o sublime espectáculo a que o partido nos habituou. A campanha, em curso, para escolher o novo chefe que irá pastorear as eternas desavenças da trupe revela bem a capacidade criativa dos seus organizadores. É quase impossível resistir à sofisticação dos ingredientes. Entre os laboriosos jogos dos caciques locais, a descarada "compra" de apoios, os pequenos ódios à flor da pele, o regresso do "menino guerreiro", as divisões das hostes e as velhas intrigas da praxe, o PSD transformou-se numa ficção desenjoativa que ignora olimpicamente o que se passa na realidade.

Infelizmente, este animador prognóstico, recolhido pelo PÚBLICO, tropeça nalguns obstáculos. Antes de mais, a ideia (simpática) de que o PSD tem sido o "garante da alternativa" não corresponde bem à natureza dos factos. Longe de garantir qualquer alternativa viável, o maior partido da oposição, na sua gloriosa inconsistência, tem sido, pelo contrário, o grande trunfo do eng. Sócrates, contribuindo generosamente para a reedição de uma maioria absoluta do PS. Infelizmente e tendo em conta o circo que, entretanto, se montou, não é de esperar que a situação se inverta, por milagre, e que o PSD deixe de ser, de um dia para o outro, mais do que um permanente foco de intrigas e do que um mero aglomerado de interesses particulares.

Marina Costa Lobo, outra das "politólogas" contactadas, embora garanta, com optimismo, que "é exagerado pensar no fim do PSD", acaba por apontar um "problema" que pode vir a acontecer: o facto de "haver um líder que não atinja 50 por cento dos votos" e que, ficando assim com a "legitimidade questionada", transforme a sua eleição num acto "transitório", afundando ainda mais o partido no caos em que este já está afundado. Um "problema" sério, como se vê. No estado em que o PSD se encontra, uma eleição "transitória", que não resista aos ataques internos e às dissidências previstas, terá o condão de dividir ainda mais um partido que, de há uns tempos para cá, parece ter como único objectivo a sua própria destruição. Poderá ser "exagerado pensar no fim do PSD" mas não é com certeza exagerado pensar que um PSD, feito em cacos, reduzido aos objectivos pessoais de meia dúzia de caciques e aos pequenos ódios dos seus dirigentes, ficará muito próximo do "fim", enrodilhado na sua crescente insignificância.

Assim sendo, não se compreende bem como é que António Costa Pinto, o terceiro "politólogo" ouvido, pode garantir peremptoriamente que não há nenhum cenário que torne dispensável, dissolúvel, o PSD". Basta olhar um pouco para trás para se perceber que o PSD, no seu delírio populista, se transformou, de facto, num partido "dispensável". E, como a actual campanha está a ser o que é, não é necessário ter dotes de adivinhação para antever o que aí virá: o fogo cerrado de todas as outras candidaturas contra Manuela Ferreira Leite é apenas um sinal do que se prepara, nos bastidores, para a eventualidade de ela poder ganhar contra as "bases", com o apoio dessas mesmas "bases". Isto, que pode parecer estranho ao comum dos mortais, tornou-se normal num partido, tomado pelo ressentimento, que optou abertamente por uma política de terra queimada.

Dito isto, não se está a dizer que o PSD corre o risco de vender a sede amanhã e de desaparecer de cena, de um dia para o outro, implodindo dramaticamente perante o olhar estupefacto dos seus militantes. Mas pode morrer. E pode morrer lentamente, afundando-se numa progressiva insignificância e num pequeno mundo de interesses, cada vez mais distanciado do poder e do dia-a-dia dos portugueses. O PSD que se passeia por aí, embrulhado nas suas miseráveis querelas, deixou de ser um partido que quer ganhar o país, para se transformar num partido que pretende apenas governar-se a si. É assim que se começa a morrer...» [Público assinantes]

Parecer:

Por Constança Cunha e Sá.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ALBERTO JOÃO PODERÁ NÃO VOTAR EM SANTANA

«É este o cenário que Santana Lopes vai encontrar na Madeira, por isso, segundo fontes próximas, irá sobretudo "assumir o apoio dele" [Alberto João Jardim] e alinhar estratégias entre a sua candidatura e aquele que é o líder do PSD/Madeira há três décadas. Uma tarefa que não se afigura fácil, não só pelos apoios, mas também porque Jardim poderá nem estar presente na fase crucial da campanha. O DN sabe que o líder regional tem uma viagem agendada à Venezuela a partir de dia 26 deste mês e até ao dia 1 de Junho. Sendo as eleições dia 31, a confirmar-se a viagem, significa que Jardim poderá nem sequer conseguir votar em Santana.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Ou estou muito enganado ou este apoio de Alberto João a Santana é para inglês ver.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela contagem dos votos na Madeira.»

ACORDO NA FUNÇÃO PÚBLICA

«O Governo, a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e o Sindicato dos Quadros de Estado (STE) chegaram ontem a acordo relativamente ao diploma de protecção social dos trabalhadores da Função Pública. "Daqui para o futuro, todos os trabalhadores que entrarem para a Administração Pública vão ser inscritos na Segurança Social para todas as eventualidades, e não apenas para aposentação, e terão os mesmos regimes da generalidade dos trabalhadores", disse o secretário de Estado João Figueiredo. » [Jornal de Notícias]

Parecer:

Como é costume a CGTP só esteve nas negociações para aproveitar o tempo de antena nas televisões para repetir as teses do PCP.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Carvalho da Silva se Jerónimo de Sousa o proibiu de assinar acordos.»

PORTUGAL É O PAÍS SOCIALMENTE MAIS INJUSTO DA EUROPA

«Portugal foi hoje apontado em Bruxelas como o Estado-membro com maior disparidade na repartição dos rendimentos, ultrapassando mesmo os Estados Unidos nos indicadores de desigualdade. O Relatório Sobre a Situação Social na União Europeia (UE) em 2007 conclui, no entanto, que os rendimentos se repartem mais uniformemente nos Estados-membros do que nos Estados Unidos, à excepção de Portugal.» [Público]

Parecer:

E a tendência é para que s desigualdades se agravem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Sócrates.»

VISITA DE ESTADO

«O candidato à liderança do PSD Pedro Passos Coelho foi ontem recebido pelos presidentes dos dois principais órgãos de governo próprio da Região Autónoma da Madeira. Hoje é dia da rápida visita de Pedro Santana Lopes a esta ilha, em cujo aeroporto será recebido, com tratamento VIP, pelo chefe do executivo madeirense, Alberto João Jardim. que lhe concede, de imediato, uma audiência na Quinta Vigia, residência oficial, antes de um almoço em privado.» [Público assinantes]

Parecer:

É assim o país do santanismo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo triste.»

O JUMENTO NA BLOGOSFERA

  1. O "Cu-Cu" gostou da fotografia de Marcus J. Ranun & Pavel Kisilev.
  2. O "Absorto" dá destaque ao post sobre o meu anti-comunismo primário.
  3. O "Comadres, Compadres & C.ª" gostou de saber quanto ganha a assessora de imagem do Ricardo Jorge.
  4. A "Barbearia do Senhor Luís" desafia-me para um boicote aos combustíveis da Galp. O "Colheita63" já aceitou o desafio.

JIMMY C

AMNISTIA INTERNACIONAL