segunda-feira, setembro 08, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura -

FOTO JUMENTO: FLAMINGOS NO RIO TEJO [2008-09-08]

Foi a minha primeira incursão fotográfica pelo domínio da ornitologia, aquela que poderia ser uma das minhas paixões se o tempo e o dinheiro ajudassem. Mesmo sem o equipamento adequado lá fui carregado para a margem do Tejo, junto à margem sul do Rio Trancão.

Rede camuflada, tripé equipado com rótula de gatilho, objectiva de 100-400, duplicador de focal e uma cadeira de caçador lá me fui instalar ainda com a preia-mar. A hora não era a mais adequada e sem o reconhecimento prévio do local comecei por espantar a passarada que aguardava a vazante precisamente no local onde, através do Google Earth, escolhi para me instalar.

Ao fim de quase uma hora os flamingos começaram a anunciar-se como os seu grasnar típico, semelhante a cornetas, pouco depois foram aparecendo e passando na minha frente. Infelizmente estava contra a luz e como o declive do lodaçal é mínimo uma hora de maré foi o bastante para afastar os flamingos da margem umas dezenas de metros. O resto da passarada não regressou, aliás, mantiveram-se cuidadosamente afastados, as garças-reais desapareceram e os maçaricos ficaram a vigiar-me ao longe.

IMAGEM DO DIA

[China Photos/Getty Images]

«Fireworks explode over the National Stadium during the Opening Ceremony of the Beijing 2008 Paralympic Games on September 6, 2008 in Beijing, China. » [ target="_blank"Tiscali]

JUMENTO DO DIA

Manuela ferreira Leite

Fustigada pelas críticas ao silêncio e obrigada a encontrar uma boa desculpa para a sua ausência na festa do Pontal Manuela ferreira Leite foi obrigada a inventar uma aparição agendada para o ATL da JSD, criando uma grande expectativa em relação ao que iria dizer, durante duas semanas a comunicação social e os comentadores não falaram de outra coisa, a véspera Pacheco Pereira ainda antecipou a sua intervenção tentando aumentar as expectativas.

É sabido que Manuela Ferreira Leite é má oradora e analisando os seus artigos no Expresso tem mais jeito para escrever telegramas do que para preparar discursos. Ainda assim as suas debilidades poderiam ser facilmente superadas, muitos políticos limitam-se a encomendar discursos, o que também deve ter acontecido desta vez, enquanto a ouvia discursar através da televisão dei comigo a imaginá-la com as barbas do Pacheco Pereira, uma boa parte do seu discurso pareceu uma sínteses dos artigos que o guro publica no Público e que nas últimas semanas quase chegam a ser histéricos.

Mas mesmo com a ajuda do guru Manuela Ferreira Leite foi a Castelo de Vide dizer evidências e banalidades, não fez qualquer proposta credível, limitou-se a agitar os fantasmas que pululam na imaginação de Pacheco Pereira. Apoiar as pequenas empresas? Apoiar os exportadores? Investir na criatividade? Qualquer candidato a uma junta de freguesia diz destas coisas.

Manuela Ferreira Leite limitou-se atentar aproveitar os últimos acontecimentos e nem conseguiu esconder a raiva por ter amainado a vaga de crimes, precisamente quando ela ia falar
Manuela Ferreira Leite não só não disse quase nada como já esqueceu do que disse recentemente, durante dois meses, desde o congresso do PSD, tentou questionar a política de obras públicas, mudou duas vezes de posição e acabou por usar informação de Belém para ganhar protagonismo. Afinal o tema nem era importantes, ficou esquecido e arrumado em Castelo de Vide, Pacheco Pereira aconselhou-a a falar de medos.

O PCP E A INSEGURANÇA

Jerónimo de Sousa começou por aproveitar a vaga de crimes atribuindo a culpa à política económica de Sócrates, estabelecendo uma relação entre desemprego e criminalidade, uma posição que para além de oportunista e ridícula era ofensiva para todos os portugueses desempregados que o PCP considerou potenciais criminosos. Percebido o erro o PCP optou por aproveitar a vaga criminosa usando a argumentação da direita, agora quer medidas repressivas e até se dispõe a fazer propostas.

OS PORTUGUESES E AS ELEIÇÕES AMERICANAS

«As eleições americanas despertam na opinião pública portuguesa um interesse que, por vezes, ultrapassa o interesse pela política interna. Os portugueses não se limitam a seguir e a analisar as eleições americanas. Tomam partido. São militantes. Tentam convencer e ganhar votos. Difamam os candidatos adversários. Repetem a propaganda dos partidos americanos. Temos casos que oscilam entre o paroquial e o cómico, como o caso do jornal A Capital, que em 2004 declarou o seu apoio a John Kerry (sem grande impacto no resultado final), ou o caso do especialista em assuntos americanos de um canal de televisão que, em vez de fazer reportagens, faz tempos de antena de Barack Obama.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por João Miranda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TÍTULO 11

«Em 2007, Luís Nobre Guedes resolveu, com razão ou sem ela, abandonar qualquer espécie de actividade política: uma escolha perfeitamente compreensível. Comunicou logo o que tinha decidido a Paulo Portas - numa carta oficial ou particular, ou simplesmente em conversa. Paulo Portas não informou ninguém. Esperava que Nobre Guedes mudasse ou se arrependesse e achou melhor não criar numa situação irreversível. Uma estragema habitual: "Por enquanto, espere, vá para casa e pense; depois falamos." Só que o tempo passou sem resultado e que não se tratava de um militante comum, mas do 1.º vice-presidente do partido. Ao fim de um tempo, Paulo Portas não podia deixar de reagir, embora não houvesse - caso estranho - qualquer pergunta ou qualquer protesto da direcção do CDS.

O CDS não é um grupo folclórico, é uma instituição da República: e, para o eleitorado e a direita, Nobre Guedes não é um velho amigo de Paulo Portas, com direito a alguma tolerância e alguma latitude, é um político importante (e um antigo ministro) que na altura fora eleito para um cargo de responsabilidade e publicamente o aceitara. Aquela situação, ao princípio justificável, não devia durar. Mas Paulo Portas deixou que ela durasse. Não com certeza para reforçar a sua autoridade, como por aí se pretende (nada impedia Nobre Guedes de reaparecer a qualquer momento). Mas para conservar consigo um aliado de confiança e, sobretudo, para não se afastar da gente que o acompanha desde a "fundação" do PP. Esta condescendência, tão portuguesa e tão estimada, levou como de costume a um grande sarilho.

Paulo Portas tomou, como lhe competia, a responsabilidade do incidente e o CDS irá hoje deliberar sobre assunto. Acabou a história? Não acabou. Num país pequeno como Portugal, onde as pessoas se cruzam e tornam a cruzar, a integridade intelectual e profissional desliza inevitavelmente para um "pessoalismo", que deforma o juízo mais claro e a vontade mais firme. As coisas não são o que são; são o que se vê pela simpatia ou pelo ódio, pela hostilidade ou pela tolerância. Se Paulo Portas, que se gaba de ser um "institucionalista", não conhecesse de parte alguma Luís Nobre Guedes (excepto, como é óbvio, do CDS) não existiria hoje o problema do vice-presidente secretamente "reformado". Existe porque Portugal inteiro se governa por uma lamentável mistura de sentimentalismo, de espírito de corporação e de espírito de partido. No fundo, pelo arbítrio.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Vasco Pulido Valente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

QUEM SERÁ O SORTUDO

«Um dia depois do anúncio de que mais um português se juntou ao clube dos euromilionários, ainda nada se sabe sobre a identidade do novo "excêntrico". O jackpot começou nos 114 milhões de euros, mas acabou em mais de 119 milhões de euros. Uma quantia que foi parar a casa de um português e de um espanhol. Depois de dividido o prémio desta semana do euromilhões, cada um vai receber, precisamente, 59 674 853 euros. Só em Portugal, o sorteio motivou mais de 13,4 milhões de apostas (cerca de 4,36 milhões de registos), equivalendo a um custo estimado superior a 26,8 milhões de euros.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Ainda não conferi o meu boletim.

PACHECO PEREIRA DIZ QUE O PSD VAI AVALIAR O GOVERNO EM TEMPO REAL

«Um dia antes de Manuela Ferreira Leite fazer o discurso de abertura do ano político, um dos seus principais conselheiros, Pacheco Pereira, anunciou que a nova direcção do partido vai aumentar o escrutínio da acção governativa, passando a reunir informação, a analisar e a questionar as medidas anunciadas pelo Governo "quase em tempo real", sobretudo no Parlamento, noticiou a Lusa.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Então o que andou a fazer até aqui? A verdade é que o deixou de fazer desde que Ferreira Leite chegou à liderança do PSD.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao JPP se acha que os portugueses são lerdos de raciocínio.»

MAIS UM SEGREDO DE PAULO PORTAS

«O líder do CDS tem programada uma grande mudança na bancada parlamentar, a ter efeito já no arranque da nova sessão legislativa: o actual chefe do grupo parlamentar centrista, Diogo Feyo, deverá ceder o lugar ao deputado Pedro Mota Soares.

Esta alteração, combinada entre os três desde que Portas voltou ao partido, tem sido mantida no maior dos secretismos. Mas está prevista desde há muito: Feyo faria metade da legislatura (os dois anos de Portas) e Mota Soares a outra metade. Esta semana, contactado pelo DN, Diogo Feyo apenas admitiu que não tinha ainda decidido se se recandidata ou não a novo mandato à frente dos deputados centristas. A crise no partido obriga todos os dirigentes às maiores cautelas. Até porque Portas pode sempre mudar de ideias para não agravar a contestação interna.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Este Paulo Portas está cheio de segredos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Paulo Portas se escondeu mais alguma coisa.»

JERÓNIMO DE SOUSA QUER SER O PAI NATAL

«O líder do PCP responsabilizou hoje o Governo do PS pela "crise económica" e "declínio" do país e anunciou que o partido vai propor medidas especiais, incluindo um suplemento ao subsídio de Natal, no Orçamento de Estado de 2009.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

O papel até lhe fica muito bem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Jerónimo de Sousa que deixe crescer as barbas, à falta de renas O Jumento empresta-lhe uns burros aqui da récua.»

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. O "Câmara Corporativa" sugere o post "A próxima aparição".
  2. "A minha T-shirt" leu o DN via Jumento e criou a t-shirt da semana.

O LARGO DAS ALTERAÇÕES TEM RAZÕES PARA PROTESTAR

Por Évora ficar a ver "passar os aviões":

«Está confirmado e parece difícil dar a volta, infelizmente, como muitos receavam, aconteceu o pior.

Já vão duas passagens de aviões por Évora, sem aterragem que não seja nos outdoors da campanha eleitoral do PS.

O que resta de credibilidade ao executivo municipal do PS? Não voa por certo, antes cai mais um pouco a cada dia.»

AURORA AUSTRAL SOBRE A ANTÁRTIDA [Link]

ANDAIMES DE BAMBOO NO FLICKR [Flickr]

SEXO ENTRE INSECTOS [Link]

MAX SAUCO

MICROLAMP