FOTO JUMENTO
IMAGEM DO DIA
[Rebecca Blackwell-AP]
«Girls hold hands to keep balanced while walking the rails of flooded train tracks in Thiaroye Sur Mer, Senegal. Heavy rains have caused flooding across West Africa, displacing families and leading to outbreaks of water-borne diseases such as cholera.» [Washington Post]
JUMENTO DO DIA
Cavaco Silva
Já toda a gente percebeu o empenho de Cavaco Silva e dos seus assessores na sobrevivência eleitoral de Manuela Ferreira Leite, é evidente que a líder do PSD tem intimidades suficientes em Belém para antecipar as posições oficiais de Cavaco Silva. Só assim se entende a rapidez com que o Presidente da República respondeu a uma suposta crítica de um ministro, procedimento pouco adequado, o melhor teria sido o Presidente pedir esclarecimentos a Sócrates e só depois tomaria uma posição.
Mas Cavaco preferiu responder taco a taco abrindo as hostilidades. Talvez o ministro da Administração Interna não tivesse a intenção mas é um facto que Cavaco e os seus brilhantes assessore caíram na casca de banana. Lá se foram os bons princípios de Cavaco, a sua disponibilidade para ajudar e a famosa cooperação estratégica.
O REAPARECIMENTO REPENTINO DE FERREIRA LEITE
Em dia de aparente conflito institucional entre Governo e Presidente, que até motivou um comunicado da Presidência da República, Manuela Ferreira Leite agenda uma conferência de imprensa, mantendo o segedo quanto ao tema.
Desiludiram-se os que pensavam que Ferreira Leite iria falar do incidente motivado pelo ministro da Administração Interna, afinal a líder do PSD veio falar de uma suposta intenção do PS de acabar com os votos dos emigrantes por correspondência. Um tema importante? Não, o que, afinal, Ferreira Leite tentou foi dar ares de que a sua agenda não depende da Presidência da República. Mas os jornalistas não perceberam e lá fizeram o frete de ir a uma conferência de imprensa sem qualquer conteúdo.
QUANTO CUSTA O LITRO DE DEMOCRACIA
«O petróleo está outra vez mais barato. E já nos sentimos menos angustiados quando vamos a uma área de serviço. Mais barata, a gasolina é mais democrática - independentemente do número de octanas. Mas a democracia, hoje em dia, está a ficar parecida com uma bomba de gasolina. Se o preço do combustível subir muito, os camionistas bloqueiam estradas, a economia mete a marcha-atrás, o consumidor fica aflito - e os governos entram em pânico. Felizmente para todos, o século XXI trouxe uma grande invenção, que é a democracia a gasóleo. Angola ou Rússia são bons exemplos desse tipo de democracia. Tal como a gasolina pode ser medida em octanas, essas "democracias" são medidas através da incidência do partido no poder. Nas primeiras eleições em 16 anos, verificou-se que a democracia angolana tem agora 82 por cento de índice de partido no poder. Na Rússia, esse índice anda à volta dos 70 por cento. O ponto comum aos dois regimes é, evidentemente, serem movidos a petróleo.
Por isso é interessante perguntar quanto custa o litro de democracia nos dias que correm. Em Angola, os observadores da União Europeia declararam que as eleições não foram livres nem justas, mas decorreram num clima de serenidade, apesar de tudo. Já o nosso Presidente, o nosso primeiro e o nosso presidente da Comissão Europeia foram mais entusiásticos. Em particular o nosso primeiro, que se declarou "satisfeito" com um processo que considerou "transparente, livre e democrático". E se fosse ali no Beato (onde em tempos se imaginou que havia petróleo) valeria aquela coisa de não haver cadernos eleitorais ou boletins de voto suficientes? É tudo uma questão de critério. As eleições angolanas foram consideradas um exemplo para África porque, ao contrário do Quénia e do Zimbabwe, lá não dão pancada na oposição. Mas, ao contrário do Quénia e do Zimbabwe, a oposição não estava em posição para ganhar.
O preço da democracia em África, portanto, é barato. Num certo sentido, é possível pensar que o preço da democracia estará cada vez mais indexado ao preço do crude. Se não dependesse tanto do petróleo e do gás russos, a UE estaria a usar outro tom com Moscovo. Mas que capacidade de resistência teriam as democracias europeias se a Rússia cortasse a torneira do combustível este Inverno?
A crise actual é o resultado de um processo que está virado do avesso há muito tempo - basta lembrar o Kosovo. Só se ouve falar na importância da adesão da Geórgia e da Ucrânia à NATO. No entanto, como muitos analistas têm defendido, o importante é alargar mais para leste a União Europeia e não a NATO. Mas a Europa não dará um passo em relação a Kiev, por causa dos russos. E isso mesmo com Moscovo isolada - até agora só a Nicarágua reconheceu a independência da Abkházia e da Ossétia do Sul. Enquanto os EUA falam cada vez mais na expansão da NATO na Europa, os europeus falam cada vez menos no alargamento da UE.
Há dias, o colunista do Financial Times Gideon Rachamn escreveu que defender a democracia na Ucrânia e na Geórgia "é uma forma de manter a esperança que a Rússia, um dia, vire as costas ao autoritarismo". Aproximar a Ucrânia da UE permite manter viva a expectativa, de que a Rússia deixe um dia de ser imune ao contágio democrático. No longo prazo, o que conta é a forma como a Rússia evoluirá, mas isso deixou de ser uma preocupação.
A nossa convicção na democracia parece estar a desaparecer. E isso enfraquece o peso da UE a nível global. Estamos menos dispostos a dar o litro pela democracia, em nome do realismo do litro de gasolina. E o que acontecerá quando o litro de democracia ficar demasiado caro?» [Público assinantes]
Parecer:
Por Miguel Gaspar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
CAVACO E OS SEUS ASSESSORES ESTÃO MUITO SENSÍVEIS
«O Presidente da República emitiu ontem um comunicado dizendo que o exercício dos seus poderes constitucionais "não pode, em caso algum, ser entendido como um factor de atraso na entrada em vigor de diplomas legais, nem pode justificar o retardamento da concretização de medidas de governo". Em causa estão declarações, anteontem, na Assembleia da República, do ministro da Administração Interna.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Nem leram bem as declarações do ministro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Cavaco que se informe melhor.
VALENTIM LOUREIRO PEDE QUE LHE CORTEM O PESCOÇO
«Valentim Loureiro disse esta quinta-feira que lhe podem cortar o pescoço se se provar «um cêntimo de prejuízo» para a Câmara de Gondomar no caso do complexo desportivo em Rio Tinto, que deu origem a mais uma acusação contra o autarca, noticia a Lusa.
«Cortem-me o pescoço se um dia se provar que houve um cêntimo de prejuízo para a câmara neste processo. Podem-me cortar o pescoço, que eu faço uma carta a dizer que o autorizei», afirmou o presidente da Câmara de Gondomar, em conferência de imprensa. » [Portugal Diário]
Parecer:
Uma excelente ideia.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Compre-se a faca.»
O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES
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