FOTO JUMENTO
Caloiros de Psicologia no Terreiro do Paço
IMAGEM DO DIA
[Natalia Kolesnikova/Agence France-Presse ]
«In Moscow, a Russian officer displayed a new military uniform created by the fashion designer Valentin Yudashkin for the Russian Army. » [The New York Times]
JUMENTO DO DIA
Manuela Ferreira Leite
Depois de uma ausência de uma semana Manuela Ferreira Leite decidiu reaparecer em Braga para fazer uma importante declaração política, que o comício do PS foi demasiado ostensivo para a pobreza que circunda a região.
Numa semana em que o mundo aguarda a solução para a crise financeira, em que sobre este tema Cavaco Silva produziu importantes declarações, em que se discutiu o papel dos reguladores, em que se fala de um boicote ao abastecimento de combustível, em que houve um debate parlamentar, em que Sócrates teve várias declarações públicas, Manuela Ferreira Leite preocupou-se com o acessório, exigiu que da próxima o comício fosse na Quinta da Atalaia, gentilmente emprestada pelo PCP, e que Sócrates se apresente vestido com roupa doada pela Santa Casa da Misericórdia.
Para Manuela Ferreira Leite este foi o tema que mais a preocupou durante a semana e como solução defendeu que as instituições adoptem as regras fransciscanas, os pobres continuam pobres mas, ao menos, ficam com a sensação e a tranquilidade de saber que todos são pobres.
Discurso político demasiado miserável para que Manuela Ferreira Leite seja solução para o governo.
NÃO TEM NADA A DIZER SOBRE A DÚVIDA DO CAVAC IV...
A brilhante pergunta de uma jornalista (da TVI?) a José Sócrates. Enfim, para se ser jornalista não basta ter bom corpo e meio palmo de cara para passar nas televisões.
UMA PERGUNTA A LOUÇÃ
Se o BE sempre foi a favor do casamento gay porque razão esperou pelo último ano da legislatura para agendar o debate? Porque estava preocupado com as desigualdades ou porque aproveitou estas para conquistar votos com a proximidade das eleições?
A DRAMÁTICA FALÊNCIA DE UM MODELO
«Tudo indica que o modelo económico vigente está em fim de ciclo. Não será o capitalismo que se extingue. Mas também não será a "renovação" do capitalismo como o pretendem alguns preopinantes. De um e de outro lado (à Esquerda e à Direita) toma-se como evidência o que é, somente, desejo. A necessidade de se reformular, com urgência, as grandes categorias económicas nasceu da crise financeira nos Estados Unidos.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Por Baptista Bastos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE, NEM MAL QUE NUNCA ACABE
«Desaparecidas estas instituições na sua forma original, regressa-se a modelos mais tradicionais, menos alavancados, mais conservadores e menos inovadores. Muito embora os bancos europeus não se defrontem com as dificuldades dos seus congéneres americanos, enfrentam igualmente uma insidiosa desconfiança instalada no sistema desde Agosto de 2008. O mercado monetário interbancário não funciona normalmente e os bancos centrais estão a substituir-se-lhe. Têm actuado de modo a assegurar fundos às instituições financeiras, mas os bancos permanecem renitentes em emprestar entre si. Diariamente, assiste-se à subida paulatina das taxas Euribor. E, até final do ano, deverão continuar a aumentar. Contudo, existe liquidez, pois as taxas de juro de curto prazo de dívida pública continuam a cair, chegando a atingir, pontualmente, no caso dos EUA, valores negativos.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Por Cristina Casalinho.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
WALL STREET, MAIN STREET
«O espírito de contradição está instalado de modo indelével na alma portuguesa. A semana negra da finança mundial permitiu que alguns prestigiados comentadores pudessem revelar uma acrisolada paixão pelo liberalismo económico no preciso momento em que menos pareceriam fazer sentido os panegíricos. É claro que os amigos são para as ocasiões e, além disso, deve ser nos momentos mais críticos - em que se corre o risco de deitar fora o bebé com a água do banho - que se deve cautelarmente separar águas ou separar o bebé da água suja. Por isso louvo - entre outros - Pacheco Pereira e Vasco Pulido Valente pelas palavras que escreveram e que demonstram coragem e consistência ideológica. Como, pelo menos num caso (com V.P.V.), o que escrevi na passada semana serviu de pretexto para esse tipo de defesa, justifica-se o direito de revisitar o tema.
Sou favorável ao sistema capitalista como enquadramento global para a actividade económica. Nunca fui (excepto de algum modo antes do 25 de Abril quando defendia soluções próximas da autogestão jugoslava com um certo grau de direcção central) defensor de soluções do universo do socialismo. Nada do que se está a passar me faz converter serodiamente a paixões que no tempo da minha juventude muitos outros tiveram. Não acredito excessivamente nos reguladores e no seu sucesso. Se acreditasse, pensaria que a existência da Polícia Judiciária evitaria crimes e abusos. Não creio, aliás, que a culpa do que estamos a viver seja sobretudo de falta de regulação (como recordava lucidamente um colunista, no Herald Tribune, os bancos de investimento são muitíssimo regulados nos EUA) e, ainda que estivesse, também não acho que burocratas em fraco número e mal pagos sejam capazes de vigiar os mais brilhantes e mais motivados dos criadores de loucos produtos financeiros.
Mas por isso mesmo é que me indignei com o que se passou. Quando a Wall Street abusa, a Main Street sofre sempre mais, para usar a habitual dicotomia da sociedade americana. Defender o liberalismo económico, como atenuante para o que se está a passar, apesar ou por causa dos seus defeitos e dos seus excessos, parece-me ser um mau serviço a prestar à causa do mencionado liberalismo.
O liberalismo económico permitiu o excepcional progresso e a melhoria profunda do nível de vida das populações. Favoreceu a inovação e a criatividade, gerou energias novas e trouxe em cada geração para a linha da frente pessoas que num sistema diferente nunca teriam as mesmas oportunidades. Não há bela sem senão, dizia-se antigamente. E dizia-se bem. O liberalismo económico gera subprodutos que o contradizem e que o prejudicam. Esse o inevitável custo ou preço de qualquer sistema social.
O problema - em termos macrossociais - não está no facto de tais custos ou preços existirem. O problema, como num organismo humano, está no facto de por vezes e a partir de certo momento os tecidos vivos começarem a gerar células cancerosas que acabam por destruir o sistema. A minha tese é que estamos a assistir, em Wall Street, a uma evolução que tem aspectos semelhantes ao processo de desenvolvimento de um cancro e que pode acabar por matar o que, sem ele, seria um organismo cheio de energia. Mais, essa energia infelizmente ajuda a que o cancro se desenvolva e expanda. Mais, ainda, certas terapêuticas que são aplicadas podem ter o efeito perverso de contribuir para o processo cancerígeno. Por isso o título do meu texto na passada semana era "qualquer dia a casa vai abaixo", assumindo-se como um alerta e um apelo.
Como há dias, bem melhor do que eu seria capaz, escrevia um amigo meu (cujo nome não menciono apenas porque o texto era privado), "o papel do analista não é necessariamente o de apresentar soluções. Esse é o papel dos policy makers. E se cada um - analistas e policy makers - cumprirem os respectivos papéis, todos teremos a ganhar. Os analistas apresentam os cenários prováveis, justificando-os. E os policy makers, tendo essa informação em conta, aplicam-se a pôr em prática as medidas necessárias para evitar ou suavizar as consequências previstas. O que acontece frequentemente é que os analistas - sobretudo quando trazem notícias de que se não gosta - são desvalorizados e são rejeitados os seus alertas e depois temos todos que nos confrontar com consequências piores do que seria necessário se tivesse sido dada atempada atenção aos avisos. Ou seja, nesses casos, os analistas cumprem o seu papel, mas os policy makers não, e no fim somos nós todos que pagamos o preço desse incumprimento."
Apesar disso, procuro muitas vezes arriscar passar do plano analítico para o das propostas de policy. Foi por isso que avancei com a tese de que uma das formas de lutar no futuro contra este tipo de evoluções cancerosas passa pelo plano fiscal que, de um modo geral, favorece a riqueza criada em Wall Street sobre a gerada em Main Street. Como é óbvio, isto não pode ser uma espécie de radioterapia ou hormonoterapia para atacar a doença, mas deve ser visto como um dos instrumentos de profilaxia e de prevenção. E a proposta não pode ser vista como uma panaceia nem como uma solução que por si só resolva a questão.
A questão da regulação é evidentemente importante. Mas é errado pensar que seja o factor essencial, porque isso significaria continuar com a ilusão de que se a regulação fosse mais forte e presente os problemas teriam sido evitados. Investir nessa errada convicção é meio caminho andado para errar nas terapêuticas.Até porque falhou a decência e a moral. E não há regime que precise mais desses valores do que o regime capitalista.» [Público assinantes]
Parecer:
Por José Miguel Júdice.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
VIVEMOS NAS NUVENS
«Pela primeira vez na história americana recente, a campanha presidencial é interrompida por causa de uma crise económica. Claro que John McCain, que tomou a iniciativa (com o acordo parcial de Obama), também tenta ganhar votos com um gesto dramático. O eleitorado considera o Partido Republicano, e sobretudo Bush, há oito anos no poder, culpados do desastre e Obama está à frente nas sondagens. Nada melhor do que uma exibição de patriotismo - a América acima da política - para reequilibrar as coisas. Mas não se trata só disso, tanto McCain como Obama querem proclamar e acentuar a gravidade da situação e não permitir que o Presidente, a três meses de se ir embora, fabrique, como de costume, outra catástrofe, de que um deles seria com certeza a vítima.
O problema imediato é garantir a autorização do Congresso para o "empréstimo" de 700 mil milhões de dólares, com que Bush aparentemente resolveu "salvar" o mercado financeiro. Ao contrário do que por aí insinua, com grande gozo ideológico, uma certa esquerda, o Congresso não está inclinado para a "nacionalização dos prejuízos" da banca e dos seguros. Fazer o contribuinte pagar a irresponsabilidade dos "privados" não é uma ideia popular. Obama pôs quatro condições. Primeira: que o Congresso decida quem recebe quanto. Segunda: que os beneficiários terão de pagar o que lhes derem até ao último tostão. Terceiro: que nenhum dinheiro, sob forma alguma (indemnizações, pensões, gratificações), irá parar às mãos do pessoal dirigente, responsável pela catástrofe. E quarto: que uma nova lei de habitação compense, ou alivie, os milhões de americanos prejudicados pelo subprime. McCain, pelo menos no essencial, concorda com isto.
A crise não é "o fim do mundo como o conhecemos". Mas causou estragos e, provavelmente, causará mais. Não justifica a complacência da direita, nem o entusiasmo da esquerda. Obama e McCain pararam a campanha para procurar uma posição comum. Em Portugal, esta quarta-feira, no debate da Assembleia da República, o eng. Sócrates não achou necessário explicar os riscos que o país corre e que medidas se tomaram (ou não tomaram) para os diminuir ou eliminar. A Assembleia discutiu a criminalidade e, à saída, o eng. Sócrates lamentou brevemente a falta de "supervisão dos mercados" e falou no horrível pecado da "ganância". O PSD e o PP não disseram nada. Vivemos nas nuvens.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Por Vasco Pulido Valente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
QUEM NÃO SABE O QUE FAZER FAZ COLHERES DE PAU
«A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, considerou quinta-feira o comício do PS, realizado no fim-de-semana em Guimarães, como "uma "manifestação de opulência", considerando a iniciativa como "lastimável". » [Correio da Manhã]
Parecer:
Ridículo demais para ser verdade.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se se vai fazer os seus comícios num convento franciscano.»
A ANEDOTA DO DIA
«A nova versão do polémico Estatuto Político-Administrativo dos Açores foi ontem aprovada por unanimidade na Assembleia da República. Mas o braço-de-ferro vai continuar. Apesar de ter votado a favor do diploma, o PSD já informou que irá pedir a fiscalização sucessiva do documento, por considerar que há uma norma inconstitucional. Posição que mereceu o apoio do PCP.» [Correio da Manhã]
Parecer:
O PSD vota mas está contra.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuela Ferreira Leite se aprovou o voto do grupo parlamentar.»
HÁ UM BOY CANDIDATO A PRESIDENTE DA TAP?
«Não se sabe bem porquê, mas a verdade é que já anda por aí um putativo sucessor a preparar o caminho para a presidência da companhia aérea. Trata-se de José Mourato, que actualmente é assessor do ministro da Defesa para assuntos imobiliários. Isto depois de ter sido presidente da Empordef, a holding das indústrias de Defesa, e de ter abandonado o cargo antes do fim do mandato para ir para uma empresa imobiliária do conhecido empresário Stanley Ho. » [Correio da Manhã]
Parecer:
Não me admiraria nada.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
CHEQUE ESTRANHO DE SANTANA LOPES
«A Câmara de Lisboa (CML) reteve um cheque de cinco mil euros de Santana Lopes durante quatro anos. O valor diz respeito a gastos que o ex-presidente da autarquia fez, nessa qualidade, numa deslocação a Paris. Durante a viagem, Santana Lopes efectuou pagamentos com o cartão de crédito da Câmara, cujas operações os serviços camarários não terão considerado despesas de representação, segundo apurou o CM.» [Correio da Manhã]
Parecer:
Já na Figueira da Foz aconteceu um incidente do género.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investiguem-se os serviços camarários.»
LUÍS FILIPE MENEZES COMEÇA A TER RAZÃO
«O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, considera que as sondagens mostram que "não chega uma equipa de salamaleques e pessoas profissionalizadas no cocktail" para dirigir o PSD.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Por este andar o PSD ainda vai ter outro líder antes das próximas legislativas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
SARAH PALIN TEM MEDO DO DIABO
«La candidata republicana a la vicepresidencia de EE UU, Sarah Palin, tiene miedo de Satán. Al menos eso es lo que se deduce de un vídeo colgado en Youtube, en el que puede verse como un sacerdote bendice a la que número dos de John McCain para protegerla de la "brujería".
"Habla con Dios sobre esta mujer, sálvala de Satán", dice el obispo kenyata Thomas Muthee en una iglesia de Alaska, mientras sujeta las manos de Palin y le pide a Jesucristo que la proteja de la "brujería". » [20 Minutos]
O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES
- O "À Sombra do Convento" destaca o post dedicado ao último debate parlamentar.
- O "Politikae" gostou da escolha de João Salgueiro para Jumento do Dia.
- Para o "Cu-Cu" era uma obrigação ir ao concurso "Top Culos 2008".
- O "Direito de Opinião" sugere o post "a queda de uma ponte vinha mesmo a calhar".
NOVA NOTA DE UM DÓLAR
SASHA COEN (BORAT) INVADIU UM DESFILE DE MODA
DOCE DE MORANGO 100% NATURAL
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