Se as eleições presidenciais fossem uma corrida de cavalos os espectadores teriam dado por muito mal empregue o dinheiro que teriam gasto nos bilhetes, as duas grandes coudelarias apresentaram-se na corrida com duas pilecas. EM vez de estarem a apostar no melhor cavalo teriam que escolher entre a menos má das duas pilecas em concurso.
Nunca ouvimos em Cavaco uma ideia ou um projecto, limita-se à baboseira do bom aluno, a um discurso vazio que é preenchido com as supostas qualidades de um saloio que se julga iluminado e escolhido por Deus para ajudar o país, como se fosse uma mercearia sem contabilista. O pior em Cavaco Silva nem são os seus negócios ou ter instituído um grupo a que chamam cavaquistas, que enriqueceu descaradamente à custa do país, o pior deste candidato é o reduzir este país à sua falta de cultura, à ausência de visão, ao papel de espectadores imbecis de um espectáculo da Kátia Guerreiro.
É triste ver um candidato reduzir o país a uma república africana ao justificar a sua candidatura por ser um professor de economia, um professor de quem só conheço um livro de lições de economia que nunca me dei ao trabalho de estudar. Qualquer doutorado dos nossos dias sabe mais de economia do que Cavaco Silva e se seguisse a sua argumentação qualquer um deles mereceria ser presidente. Esta ideia de que os político são ditadores é a negação da democracia, trata-se de um conceito herdeiro do pensamento salazarista que justificou a ditadura com o seu desempenho nas Finanças. É uma vergonha para Portugal quem em pleno século XXI um candidato se justifique nestes termos, é uma ofensa para a inteligência dos portugueses.
Como alternativa a Cavaco temos um Alegre, que sendo mais higienizado de um ponto de vista de valores políticos do que o candidato da direita, revela um pensamento político que mais parece uma garrafa de vinho do Porto que ficou esquecido durante décadas no fundo do armário. O pior é que não sendo uma garrafa de vintage nada melhorou ao longo dos anos, em vez de envelhecer ficou com um pico a azedo.
O discurso de Alegre é um nó cego intelectual, anda há meses a tentar ser progenitor de um híbrido político a partir de Louçã e Sócrates. Em vez de ter ideias próprias para o país perde o seu tempo em cambalhotas ideológicas numa tentativa de captar a simpatia do bloco sem ofender o PS e vice-versa.