FOTO JUMENTO
Igreja de São Vicente de Fora, Lisboa
JUMENTO DO DIA
Manuel Alegre
A ideia de suspender a campanha para que Cavaco possa ir ajudar Portugal é uma ideia peregrina que só podia mesmo vir de Manuel Alegre, nem Cavaco tem qualquer influência sobre os jornais ou sobre a comunicação social, nem se percebe porque razão só o faria agora. Depois de ter usado o estatuto de Presidente da República para fazer pré-campanha seria ridículo parar uma campanha eleitoral para se armar em Presidente da República muito influente.
Ao fazer esta proposta Manuel Alegre acaba por assumir que Cavaco Silva pode ajudar o país, indo de encontro à imagem que o candidato da direita pretende fazer passar. Estamos perante uma proposta suicida que bem aproveitada destrói a candidatura de Manuel Alegre.
«Manuel Alegre sugeriu uma "interrupção da campanha", que teria o seu "apoio", para Cavaco Silva, enquanto Presidente da República, desencadear "diligências" que travem o aumento dos juros da dívida. "Se o PR quiser interromper a campanhapara fazer diligências junto de chefes de Estado estrangeiros ou junto de entidades da UE para explicar que o que se está a passar com esta subida dos juros é artificial e não corresponde à situação do nosso País, terá o meu apoio. Trata-se de defender a soberania nacional", afirmou. Cavaco recusou-se a comentar a sugestão.» [DN]
«O candidato socialista apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda não deixou Cavaco Silva sem resposta mais do que poucas horas. O recandidato ao cargo acusou Alegre de "ignorância" pela sugestão deixada ontem de interrupção da campanha eleitoral para que, enquanto Presidente, fizesse "diligências" a explicar a situação de Portugal e evitar a entrada do FMI em Portugal. Hoje, "perto da terra onde nasceu o outro candidato", Alegre retribuiu as críticas e defendeu-se dizendo que fez "a sugestão não por ignorância, mas por patriotismo".» [i]
"EU ERA UM MÍSERO PROFESSOR, MINHA SENHORA" !?
Esta frase que escapa da boca de Cavaco Silva numa entrevista a uma jornalista amiga diz tudo sobre o pensamento político de Cavaco Silva, o seu carácter e o desprezo que nutre por uma importante classe profissional.
Era um mísero professor catedrático que se baldava às aulas na Universidade Nova enquanto as dava na Católica, beneficiando assim de dois ordenados enquanto alguns alunos ficavam sem aulas e prejudicavam a sua licenciatura.
Era um mísero professor catedrático de economia que nada sabia de aplicações de poupanças e desse negócio sabia tanto como um qualquer trolha.
Era um mísero professor que além de vencimento de topo na carreira dos professores ainda acumulava com pensões do governo e do Banco de Portugal.
É um mísero político que tem dos professores uma visão ofensiva para toda a classe e que não hesita em ofender milhares de portugueses só para se armar em ignorante num domínio em que não pode invocar ignorância.
É um mísero político que depois de exercer os mais altos cargos durante mais de quinze anos diz que não é político para não carregar com o estigma de uma classe de políticos corruptos, muitos dos quais foram invenção dele.
É um mísero professor que tem uma luxuosa casa de férias no Algarve.
É um mísero professor que não tem a mais pequena consideração pelos professores deste país, não hesitando em promovê-los a ignorantes para invocar ignorância economia, ele que foi doutorado em York, professor universitário, técnico do Banco de Portugal, primeiro-ministro e Presidente da República.
É um mísero professor que nem tem consideração pela sua profissão e condição de professor doutorado, imagine-se em que conta deverá ter todos os outros portugueses.
É um mísero político que para conquistar a Presidência da República exibe os seus conhecimentos de economia e na hora de esconder a forma como obteve dinheiro fácil disfarça-se de mísero professor que nada sabe de acções.
Resta-nos esperar que os portugueses não escolham um mísero Presidente da República.
BPN: NÃO IA CUSTAR UM EURO AOS CONTRIBUINTES, DIZIA TEIXEIRA DOS SANTOS
Ou a situação do BPN era de equilíbrio ou o ministro das Finanças mentiu sempre que disse que a nacionalização do banco dos amigos de Cavaco Silva não ia ter custos para os contribuintes. Fê-lo em Fevereiro de 2009, três meses depois de ter informado que o buraco no banco era de 700 milhões, voltou a fazê-lo em Junho de 2009 e veio agora dizer que o custo da nacionalização foi de 2.000 milhões.
Independentemente de ser um pouco difícil de acreditar nos números do ministro, a não ser na sapataria onde vai comprar sapatos, é evidente que as declarações do ministro sempre ludibriaram os portugueses. É verdade que o OE não contempla nenhuma despesa relativa à nacionalização do BPN, mas isso só sucede porque o Estado usou a CGD.
Mas ao usar a CGD o OE é penalizado com a redução das transferências financeiras resultantes das perdas de lucros por parte da CGD a que se deve acrescer a redução de receitas de IRC em consequência da quebra nos lucros, isto para não contar com os custos de um eventual aumento do capital da CGD e, como tem sido notícia, do próprio BPN.
De facto, Teixeira dos Santos não teve de inscrever nenhuma verba no OE e isso serviu para sustentar a mentira que usou ao longo de meses para tranquilizar os portugueses, os mesmos que agora pagam a borla BPN com aumento de impostos e cortes nos vencimentos. E o pior de tudo é que enquanto os submarinos foram pagos de uma vez as perdas do BPN vão ser suportadas pelos contribuintes durante dez anos.
Mas que grande borla!
SE NÃO HÁ BOM SENSO, QUE HAJA LEI!
«É contra os meus princípios falar duas vezes da mesma coisa, mas acho que é altura de chamar a atenção à TVI para a falta de pudor com que se serve da miséria para fazer caridade a troco de publicidade. Cheguei a julgar que a história a que me referi de exibir um casal pobre e de lhe oferecer uns carrinhos de hipermercado e uns electrodomésticos era caso único, desculpável pela época natalícia - mas afinal o degradante espectáculo veio para ficar. E só volto a ele porque passou das marcas. Uma coisa é mostrar adultos que choram em público a troco de umas prendas, outra coisa é exibir menores lavados em lágrimas depois de contar como haviam escrito à TVI a pedir esmola. Não há uma Comissão de Protecção de Menores encarregada de defender isso mesmo, justamente os menores, de todo o tipo de agressão, nomeadamente a agressão à imagem? Os jornais, quando incluem fotografias em notícias de matéria delicada, têm o cuidado de borrar o rosto das crianças, para não serem identificadas. Não terá a TVI pensado que a menina que apareceu no tal programa verá, na escola, os colegas apontá-la a dedo e a dizer «Olha, lá está a desgraçadinha com os ténis de básquete que a TVI lhe deu de esmola!». Se naquele canal não há quem conheça a lei, bom seria que a Lei o ensinasse...
Com a crise que aí está e mais virá, porém, o que menos falta nos programas televisivos são telefonemas de pessoas a chorar que ganham uma pensão ou rendimento social de miséria e têm de pagar tanta coisa que ficam sem dinheiro para remédios ou mesmo para comer. E vejo os apresentadores dos programas mostrar o conveniente ar compungido. Todos eles ganham largos milhares de euros (dezenas de milhar num caso ou outro, é o que consta. Mas decerto que todos eles, quando as luzes se apagam, já não pensam nos lamentos que ouviram... Mas eu penso!» [JN]
Autor:
Por Sérgio Andrade.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
CATALINA PESTANA É VEDETA DA CAMPANHA DE FERNANDO NOBRE
«Catalina Pestana foi o trunfo de Fernando Nobre na manhã de campanha em Lisboa, marcada pelo bulício dos que vão trabalhar e pelo desalento de um mercado sem fregueses e cheio de bancas vazias.
"Mas que grande mulher", abraçava-se uma peixeira a quem tomou as rédeas da Casa Pia de Lisboa depois do escândalo.
"Fui uma mulher, apenas", desculpava-se Catalina Pestana, que, no mercado de Campo de Ourique, como já havia sucedido no Cais do Sodré (uma acção menos conseguida), mostrou ter grande pedalada nestas andanças, transmitindo a mensagem do candidato que apoia a todas as que a queriam saudar, quebra na rotina de um mundo virado do avesso.» [DN]
Parecer:
Até sinto náuseas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
WIKILEAKS TAMBÉM ERA UM GRANDE NEGÓCIO ?
«O "site" WikiLeaks, confrontado com dificuldades financeiras "poderá não sobreviver pelo caminho que as coisas levam", disse hoje o seu fundador, Julian Assange, numa entrevista à rádio Europe 1, citada pela AFP.
"Temos dificuldade em receber dinheiro dos doadores, porque as nossas contas estão bloqueadas. Calculo que estamos a perder 500.000 euros por semana", esclareceu Assange, adiantando que ele e os seus colaboradores "tentarão ripostar".» [DN]
Parecer:
Convenhamos que 500 mil euros por semana é muito dinheiro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Assange quanto ganha por mês.»
CAVACO APOSTA NA VINDA DO FMI?
«O Presidente da República reforçou hoje que se o Fundo Monetário Internacional entrar em Portugal, é porque "o Governo falhou".
Durante uma entrevista à RTP, Cavaco Silva disse recear uma entrada do FMI ou do Mecanismo de Estabilização Europeu no País. O candidato a Belém e actual presidente da República teme que "os analistas internacionais não tenham um conhecimento profundo da realidade social do País", e que a entrada dos organismos em Portugal contribua para a deterioração do ambiente económico e político.» [DE]
Parecer:
E ele que ganhou as presidenciais com o argumento de que com os seus conhecimentos de economia não falhou?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva.»
RESTAURANTE ACEITA LENHA COMO MEIO DE PAGAMENTO
«Um restaurante de Felgueiras, conhecido pela venda de leitão assado, está a aceitar lenha e géneros alimentares como meio de pagamento, confirmou hoje, terça-feira, o proprietário.
Segundo Carlos Fernandes, foi esta a forma encontrada pelo estabelecimento para combater a crise.
"Já me pagaram um leitão assado com uma tonelada de lenha", revelou, à Agência Lusa, o proprietário do restaurante "Segredo dos Leitões", com instalações na vila da Longra.» [JN]
Parecer:
Uma boa ideia, pode ser que os credores de Portugal aceitem eucaliptos ou os pinheiros do pinhal de Leiria.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Cavaco, que de mercado financeiro diz saber muito pouco por ser um mísero professor, que faça a proposta.»
CAVACO JÁ APELA À MOBILIZAÇÃO DOS SEUS ELEITORES
«"A vossa responsabilidade é mobilizar aqueles que puderem, amigos, familiares, colegas de trabalho, quem encontrarem na rua", apelou, hoje, terça-feira, Cavaco Silva, explorando a ideia de que não consegue garantir sozinho a mobilização necessária para que seja reeleito.» [JN]
Parecer:
Sente-se o nervosismo na candidatura da direita, a campanha está mais agitada do que desejavam.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelos resultados eleitorais.»
PARA EANES AS ELEIÇÕES SÃO PERDA DE TEMPO
«O antigo Presidente da República Ramalho Eanes, que preside à comissão de honra da candidatura presidencial de Cavaco Silva, pediu hoje a sua vitória à primeira volta, defendendo que "não se deve perder tempo". António Ramalho Eanes esteve hoje, com a sua mulher, Manuela Eanes, num jantar-comício da campanha de Cavaco Silva para as presidenciais de 23 de Janeiro, em Pombal. » [Jornal de Negócios]
Parecer:
Lamentável.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Eanes que proponha um processo mais expedito e seguro de eleger Cavaco.»
A HISTORIC VOTE IN SUDAN [Boston.com]