sábado, janeiro 15, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Sanlúcar de Guadiana (frente a Alcoutim)

IMAGEM DO DIA

Panelas de ferro [A. Cabral]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva

Talvez por já não ter ideias novas Cavaco Silva teve uma recaída santanista e sugere a criação do ministério do Mar e até fala de criação de emprego. Não sei muito bem de que recuros de exploração imediacta está a falar Cavaco Silva e a não ser que esteja a pensar em nanadores-salvadores não consigo perceber a que empregos se refere.

É verdade que o mar tem recursos imensos, o problema é que para além da pesca, da produção de energia, do turismo e da exploração pterolíferea teremos de esperar pelo desenvolvimento tecnológico para se poder falar da exploração desses recursos. Falar do mar nestes termos e criar um ministério inútil como se viu no passado é pura demagogia de um velho político que só diz babuseiras.

«Cavaco Silva defendeu esta sexta-feira que deve ser novamente criado um Ministério do Mar. O candidato presidencial considera que é preciso eliminar burocracia para aproveitar esse recurso que «tanta riqueza e tantos empregos podia gerar».

Durante um almoço-comício em Viana do Castelo, Cavaco Silva lembrou que quando foi primeiro-ministro criou «o Ministério do Mar, que teve como responsável o saudoso comandante Azevedo Soares, e depois uma pessoa aqui presente, engenheiro Duarte Silva».» [Portugal Diário]

PORQUÊ VOTAR CAVACO?

(Via 'O pior e o melhor de Matosinhos')

ESTOU A GOSTAR TANTO DA CAMPANHA DE CAVACO SILVA

Que vou votar com esperança de o ver numa segunda volta.

O QUE SERÁ NECESSÁRIO PARA SE PODER QUESTIONAR A HONESTIDADE DE CAVACO SILVA?

Roubar o ouro do Banco de Portugal, fugir para junto de Dias Loureiro em Cabo Verde, mudar as direcções do Sol, do Público, da RTP, da SIC, da TVI e do Correio da Manhã e eleger um novo presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público.

Cavaco tem razão ao dizer que temos de nascer duas vezes para sermos mais honestos do que ele, até diria que o candidato só errou por defeito.

AS ALDEIAA DA COELHA E DA ROUPA BRANCA

CAVACO BIPOLAR

«Num dos debates da pré-campanha, o candidato-presidente afirmou que para alguém ser tão honesto como ele teria de nascer duas vezes. A expressão, sinónimo de uma mudança radical de vida, usa-se para designar crentes que se atribuem uma vida de pecado e se convertem com virulenta convicção. Tem pois a ver com a passagem para o oposto, em discurso e acção, do que se defendeu e praticou.

Ora quem acompanhe o percurso público de Cavaco não pode deixar de reparar que se há alguém que parece renascer todos os dias, e até várias vezes ao dia, é o candidato-presidente. Ao ponto de nos fazer temer um distúrbio psíquico. Temos pois um candidato-presidente que na mesma frase se congratula por o leilão da dívida pública estar a correr bem e agoira a existência próxima de uma crise económica, social e, sublinha, política; que avisa ser fundamental ter cuidado com o que se diz "por causa dos mercados" mas se promove como sendo o homem providencial para a borrasca que anuncia - e previsivelmente quer desencadear.

Um candidato que num dia diz que só ele fala verdade sobre a situação do País, insinuando que o Executivo mente, para no seguinte aconselhar: "Não devemos atrapalhar o trabalho que o Governo está a fazer." Um presidente que promulga as novas regras de contratualização do Estado com o ensino privado e na campanha acolhe os protestos dos colégios privados contra essas regras; que, para justificar o não veto do casamento das pessoas do mesmo sexo, afirma num fórum radiofónico não poder, de acordo com o seu entendimento da função, exarar vetos ideológicos, quando mais não fez que proclamar, em vetos e notas a promulgações, a sua particular ideologia. Um candidato que se garante "acima dos partidos" e que apadrinhou a mais canalha manobra de derrisão das instituições já vista em democracia, permitindo, sem um ai, que, a um mês das legislativas de 2009, se afirmasse que temia estar a ser vigiado/escutado pelo Governo, tendo de seguida promovido o seu assessor comprovadamente envolvido no caso; um candidato que se arroga "da verdade" mas recusa prestar quaisquer esclarecimentos sobre um negócio chorudo feito com um banqueiro acusado de desviar criminosamente dinheiro alheio para beneficiar "pessoas importantes". Um candidato que diz não responder a perguntas que reputa de insultuosas enquanto chama louco a quem pergunta.

É tudo política, dir-se-á, como quem diz que a política é contradição, mentira e pulhice, e que quanto mais escorregadio e falso se for mais eficaz e mais bem sucedido se será nessa área. Faz sentido, então, que quem tem da política essa noção torpe e faz dela a sua vida há 30 anos, propondo-se para mais cinco, se esmere em renegar o que é e faz - como quem renasce. Mas não: Cavaco só há um, o presidente que quer governar. E que para isso fará - já o provou - o que for preciso.» [DN]

Parecer:

Fernanda Câncio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

NEM MAIS UMA PALAVRA. OU QUANDO A CRISE SERVE PARA LAVAR TOLOS

«O mestre do ilusionismo voltou a armar fantasia. De repente, a direita, uma direita, viu o poder ao virar da esquina. Não chegam ao essencial: antes está Cavaco. Sempre assim foi e é assim que eles alimentam o engodo.

Cavaco viu-se apertado, como nunca. Ele sabe que nós sabemos - nós, povo - que a dúvida fez mossa. Fez e faz. Faria enquanto não surgisse um outro alinhamento. O BPP caiu na sopa, o FMI temperou o caldo. E, como prometido, nem mais uma palavra.

Cavaco tem dito que vem aí o fim do mundo. Começou a dizer. Porque antes, ai de quem falasse em crise nacional e, muito menos, em turbulência política! Quem o fizesse estava a aguçar o apetite dos mercados e, sobretudo, a desconsiderar os nossos financiadores. Os pregadores deste mal eram cobertos de irresponsabilidade e despojados de qualquer sentido patriótico. Eis o que o BPN fez a Cavaco.

Com esforço, podemos admitir que o homem acordou para a realidade - num processo de contágio que chega, finalmente, ao sítio do fim. É uma interpretação possível e sustentada em contabilidade própria sobre as suas intervenções de emergência: vai em doze, número redondo e indicado para a crise passar de crescente a aguda.

Esperemos que não chegue a terminal. Mas admitindo que a política acabe por contaminar a crise económica e social, não se deve confiar excessivamente no tom e no verbo de um candidato acossado que persegue a conservação do poder. O reforço desse poder.

Se assim acontecer, como é previsível, espera-se um outro Cavaco? Dificilmente. Ele esperará que Angela Merkel, o mensageiro do FMI, Jean Claude Trichet, Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, o cardeal Patriarca, José Mourinho, Eduardo Catroga e, quem sabe(?), o próprio José Sócrates lhe batam à porta do Possolo. Dizendo-lhe a coisa simples: você consta da política e, portanto, da crise. Da solução mas também do problema. A propósito: o caso BPN não conta num confronto eleitoral? Só num país de tolos» [DE]

Parecer:

Por Raul Vaz.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

COELHO DIZ QUE SÓ CHEGARÁ AO GOVERNO COM ELEIÇÕES

«O líder do PSD esteve ontem ao lado de Cavaco Silva para "tranquilizar os espíritos intranquilos". Em Vila Real, Passos Coelho declarou que "só através de eleições" chegará ao Governo. "Apoiamos o professor Cavaco Silva, mas não é para que nos dê o Governo de Portugal", afirmou.

Logo de seguida, no mesmo comício, Cavaco abordava o tema dos "problemas complexos" no plano político, económico e social que podem acorrer "no futuro". Num tom bastante mais ligeiro, não voltou a conjugar a palavra "crise" com a de "política", como fez no dia anterior na Guarda. » [DN]

Parecer:

Pois, se recusou um acordo de governo é natural que tenha que ser por eleições, esperemos agora que compreenda que as legislaturas têm o seu prazo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso amarelo.»

RISCO DE PORTUGAL É DOS QUE MAIS CAI

«O preço dos ‘credit default swaps' (CDS) sobre obrigações nacionais a cinco anos recuava 2,4 pontos para 495,83 pontos base, e era um dos que mais caía no mundo, segundo o monitor da Bloomberg. Este instrumento funciona como um seguro no caso de incumprimento de um Estado ou de uma empresa e é por isso uma forma de avaliar o risco de Portugal.

Quer isto dizer que por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida lusitana, os investidores têm de pagar 495,83 mil euros anuais para se proteger com este seguro. É a terceira descida mais acentuada em todo o mundo, depois da Venezuela e da Grécia.» [DE]

Parecer:

Finalmente boas notícias.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

ESTADO COMPRA DÍVIDA DO ESTADO

«O Fundo de Regularização da Dívida Pública, instrumento que é o destinatário das receitas das privatizações, subscreveu bilhetes do tesouro no valor de 1500 milhões de euros. Esta operação, realizada em Dezembro do ano passado, foi a primeira do género e teve como objectivo o "fomento de liquidez em mercado secundário", segundo o boletim mensal do Instituto de Gestão da Dívida Pública (IGCP).

Este fundo tem como finalidade o abate de dívida pública através das receitas da venda das empresas do Estado. No entanto, uma norma introduzida no Orçamento do Estado de 2010 permitiu que pudesse ser usado para subscrever ou comprar valores mobiliários de dívida soberana. Para além de fomentar a liquidez, pretende-se que intervenha em operações de derivados financeiros em nome de uma eficiente gestão da dívida directa do Estado. A emissão de 1500 milhões de euros subscrita por este fundo não consta da lista de leilões de bilhetes de tesouro do IGCP, contudo, está incluída no saldo directo da dívida pública. Não foi possível obter quaisquer esclarecimentos junto das Finanças e do IGCP sobre esta operação até ao fecho da edição.» [i]

Parecer:

Supostamente é para pagar a dívida pública que serve o dinheiro das privatizações.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

SALÁRIOS BAIXOS NÃO

«De visita a Portugal, o comissário europeu da Concorrência, Joaquín Almunia, deixa alguns conselhos às autoridades do país: é preciso apostar na competitividade mas salários baixos não ajudam a esse objectivo. Indispensável é a consolidação orçamental, para reduzir o endividamento.

«Baixar salários é um tipo de competitividade que não é próprio de países europeus».» [Portugal Diário]

Parecer:

Os nossos empresários querem ser investidores europeus com escravos chineses.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

COELHO FOI VISITAR AS SUAS FUTURAS INSTALAÇÕES

«Às 10:30, hora marcada pela campanha, cerca de duas dezenas de jornalistas esperavam à porta do Palácio de Belém, a chegada de José Manuel Coelho. O candidato madeirense chegou depois, acompanhado pelo mandatário e por um amigo. Sem bandeiras, sem carros funerários... sem aparato nenhum.

«Venho ver as minhas futuras instalações», disse sorridente, depois de lembrar que «matematicamente ainda é possível» ganhar as eleições e vir mesmo a ocupar o palácio como residente habitual. «Mas eu sei que é um combate quase impossível, contra os pesos-pesados da política. É como uma equipa da terceira divisão que vem a Lisboa jogar com o Benfica. O mais certo é perder 10-0», brincou.» [Portugal Diário]

Parecer:

Ao menos diverte.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

BERLUSCONI INVESTIGADO POR ENVOLVIMENTO COM JOVENS PROSTITUTAS

«O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, está em risco de ser alvo de acusações criminais, por aliciamento a prostituição, no caso da jovem dançarina que participou em festas na sua casa em Milão, revelaram os investigadores do caso.

Em comunicado, a equipa de procuradores confirmou ter convocado Berlusconi assim como os seus advogados neste processo em que “Il Cavaliere” é suspeito de ter “interferido de forma inadequada” quando em Maio passado tentou libertar de uma esquadra a rapariga, então com 17 anos, que tinha sido detida em Milão por suspeitas de roubo.

Berlusconi, que foi ele mesmo buscar a rapariga à esquadra, admitiu publicamente conhecê-la, e até ter telefonado à polícia de Milão. Mas nega ter cometido qualquer crime ou agido de forma imprópria. Sustenta que se limitou a prestar ajuda a uma pessoa que precisava de ajuda e que não exerceu qualquer influência nem pressionou os agentes para que Karima fosse libertada.» [Público]

Parecer:

O que diria o senhor Palma se fosse em Portugal...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»

PETER DAM

GOOGLE SCIENCE FAIR

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