quarta-feira, janeiro 26, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

ADITAMENTO: PROCESSO CASA PIA

E agora?

Começa-se a sentir nervosismo e desorientação.

FOTO JUMENTO

Libelinha, Praia do Cabeço, Algarve

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Janela em Bragança [A. Cabral]

JUMENTO DO DIA

O colaborador anónimo do Palácio de Belém

Mal Cavaco ganhou as eleições e já regressaram os colaboradores anónimos de Belém para promoveram e intriga a instabilidade política. Isto promete.

«Ao PÚBLICO um colaborador de Cavaco é claro: "Não será nem a abstenção, nem a perda de votos que menorizam a acção futura do Presidente da República." E a expectativa, em Belém, é que seja mesmo mais interventivo, ainda que, na noite da vitória, tenha dito que não vai mudar a sua conduta. Quem pensa assim deve "perder desde já todas as ilusões". Foi o que disse aos jornalistas, quando também se recusou falar sobre as suas futuras relações com o Governo, por ser "noite de festa". » [Público]

FALTA DE EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA

É uma regra básica da democracia, os vencedores devem mostrar respeito pelos vencidos abandonando o estatuto de adversários no momento do voto, sem esta regra os governos e os presidentes nunca o serão de todos, serão apenas daqueles que o elegeram.

Ao não fazê-lo Cavaco Silva só provou que não tem a estatura e educação democráticas necessárias à dignificação do cargo para que se candidatou. Faz lembrar o ditador Franco que depois de vencida a guerra civil continuou a tratar os adversários como inimigos de guerra e manteve os campos de concentração até aos anos 60. Francisco Franco era um homem pequenino de fracos recursos intelectuais e essa imagem perseguiu-o até à morte.

CELEBRAÇÃO AOS QUATRO SENTIDOS

CAVACO GANHA ELEIÇÕES E ZANGA-SE, PORQUÊ?

«Cavaco Silva é capaz de ser o político mais bem sucedido em Portugal depois do 25 de Abril de 1974. Se o êxito na política se medir pelo número de eleições ganhas, esse seria um facto indesmentível. Acontece que o Presidente da República sofre de uma persistente vertigem que o atrai para o abismo da menoridade. É uma pena. Tira-lhe brilho e, inevitavelmente, lugar no ranking da memória colectiva da História, que se arrisca, assim, à condição da insignificância que o ridículo atrai.

No momento da declaração de vitória estava ao alcance de Cavaco Silva mostrar grandeza e visão de Estado, como o País manifestamente necessita. Mas em vez da comemoração de um grande líder saiu-nos a lamúria de um baronete (semelhante à de Fernando Nobre, o que só piora a coisa) contra as calúnias dos adversários e da comunicação social.

Cavaco Silva perdeu, das anteriores eleições para estas, 526 mil votos. Manuel Alegre perdeu 295 mil votos e Francisco Lopes, comparado a Jerónimo de Sousa, 166 mil. Se admitirmos que Nobre fazia as vezes de Mário Soares, essa faixa de eleitorado diminuiu 187 mil votos. José Manuel Coelho, que não é comparável a ninguém, ganhou 189 mil votos e Defensor Moura obteve 66 mil, quase o triplo do lanterna vermelha de 2006, Garcia Pereira.

Concluindo a aritmética: de uma eleição para a outra, os candidatos "do sistema" perderam um milhão e 231 mil votos e Cavaco, sozinho, foi responsável pela perda de quase metade desse valor.

Seria essa a razão para a sua amargura na noite que devia ser de alegria? Eis algo que todos compreenderíamos. Sentir-se-ia ele, afinal, culpado por um fracasso do regime que lidera? Não. Cavaco, que quando era primeiro-ministro nunca se enganava, agora nunca se responsabiliza. Durante a campanha fartou-se de tirar água do capote em assuntos tão diversos como a crise financeira ou a compra e venda de acções do BPN. Ele não admite, portanto, que a fuga de votos também é culpa sua.

A maioria dos portugueses votantes foi indiferente ou recusou as suspeitas sobre a conduta pessoal de Cavaco Silva. A maioria não acha que ele tenha responsabilidades políticas sérias no percurso ruinoso do País. Confiou nele e reelegeu-o para Presidente.

Incompreensivelmente, Cavaco Silva não ficou satisfeito. Esperava, do povo, que citou cinco vezes no seu discurso de vitória, que lhe desse muito mais. Esperava uma consagração. Não se sente culpado, sente-se injustiçado. E, quando se dirigiu ao povo, para ser aclamado por uma grande vitória, gritou a sua ira... Que pena, que pena!»[DN]

Autor:

Pedro Tadeu.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UM PAÍS FEITO EM FORMA DE NÃO

«Apesar da concordata com a Santa Sé, um país de protestantes. 1,93% protestaram por se dançar pouco coladera - concentrando-se esses indivíduos de bom gosto sobretudo em Viana do Castelo, antes mais conhecida pelo vira minhoto. 4,5% protestaram para se vingarem por não valer de nada, há décadas, protestar na Madeira. 7,14% protestaram contra as injustiças sociais e o empobrecimento dos portugueses em consequência da política de direita do PS, do PSD e do CDS. 14,1% protestaram contra os que nunca viram uma criança, uma galinha, um bico e um pedacito de pão, pelo menos por esta ordem. 19,75% protestaram com voz grossa do alto de um pedestal de um milhão de votos. 52,94% protestaram contra calúnias, mentiras e insinuações sobre sisas e mais-valias. Tudo junto faz 100% de protestantes, o que em circunstâncias normais faria o pleno. Analistas de pouca fé! É não contar com a ânsia de protesto do povo português, tanta que o leva para lá da aritmética. Ainda houve 46,63% que protestaram tão radicalmente que nem apareceram, 4,26% protestaram, indo, mas com tal desprezo nada escrevendo, e 1,93%, indo, mas com o desprezo dando-lhes para frase revolucionária ou o desenho indecente. É muito protesto, é muito não. É uma palavra importante, o não, deveria ser ensinada nas escolas primárias como muito cívica. Com um senão, o não: não vale nada sem um sim por alternativa.» [DN]

Parecer:

Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

«1. As eleições presidenciais decorreram sem chama e perante um certo desinteresse dos portugueses. A enorme abstenção de 52,4% aí está para o demonstrar. Os resultados foram os esperados, embora com algumas surpresas. Os debates não trouxeram ideias novas quanto aos problemas que mais interessam os portugueses: como viver a crise global que nos afecta - que está a provocar o desespero em milhares de famílias - e, principalmente, como sair dela.

Como se sabe, estive, voluntariamente, silencioso durante todo o processo eleitoral. Quando o PS resolveu apoiar o candidato que já tinha sido escolhido pelo Bloco de Esquerda, disse - e escrevi - que considerava isso um erro de Sócrates, grave, sobretudo, para o futuro do PS, visto que ia dividi-lo, como aconteceu. Não o disse por ressentimento, como alguns comentadores afirmaram. Mas tão-só em defesa do partido de que fui um dos fundadores. Por essa mesma razão, fiquei calado e não apoiei nenhum candidato.

Estimo pessoalmente Fernando Nobre, que conheço há muitos anos, e aprecio-o pelo seu carácter e pela obra que realizou. Mas não fui eu que o empurrei para candidato. O seu a seu dono. Como ele próprio disse - e quem o conhece sabe que não podia ser de outro modo -, "decidiu pela sua própria cabeça". Limitou-se a consultar alguns amigos, depois de estar determinado, e eu fui um deles, entre vários. Com muita honra.

Numa entrevista em que me interrogaram sobre se, desta vez, iria votar Cavaco Silva, afirmei, discretamente, para desfazer equívocos, que "nunca votaria em Cavaco Silva". E agora acrescento: por razões político-ideológicas e não pessoais.

Terminado o acto eleitoral, devo felicitar o candidato, como fiz, aliás, há cinco anos, como candidato derrotado. Trata-se de um ritual democrático, que deve ser respeitado, porque em democracia, os políticos, dos diversos partidos e os independentes, não se consideram inimigos, mas tão-só adversários ocasionais.

Estranho e lamento que o candidato Cavaco Silva não o tenha feito, no passado domingo, em relação aos seus adversários. Como aliás lamento os dois discursos que proferiu no momento da vitória. Em lugar de ser generoso e magnânimo para com os vencidos, foi rancoroso. O que, além de lhe ficar mal, quanto a mim, representa um erro político grave que divide Portugal precisamente quando mais o devia unir.

A verdade é que as últimas eleições mostram que o nosso país está mais dividido do que nunca. E, além disso, desorientado. Por isso, o Presidente ora reeleito deveria ter feito um discurso positivo, voltado para o futuro, e não um discurso que divide mais os portugueses, com a agravante de que, feitas bem as contas ao volume da abstenção, a metade que votou nele está longe de ser maioritária...

Nesse aspecto, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, marcou um contraste com o candidato Presidente, tendo proferido um discurso politicamente responsável, muito equilibrado e inteligente.

A história faz-se com pessoas

2. Há tempos chamei aos nossos economistas, que todos os dias nos arrasam nas televisões, com o seu pessimismo irremediável, "vencidos da vida". Alguns não gostaram. Sem razão. Os "vencidos da vida" foram um grupo snob de finais do século XIX de enorme prestígio intelectual, social e até político. Eram, contudo, muito pessimistas, porque anteviam a agonia da monarquia e eram quase todos aristocratas, com a excepção única, julgo, de Guerra Junqueiro.
Os de hoje são diferentes. O seu pessimismo baseia-se principalmente em números, que são realmente assustadores, devo reconhecer.

No entanto, julgo que talvez se enganem, apesar de as contas que fazem e dos números com que nos massacram, através das televisões, estarem certos e serem - em si mesmos - muito negativos. Contudo, como se sabe, a História não se escreve apenas com números, mas, principalmente, com as inovações e os imprevistos com que os homens mudam a realidade, criando fases diferentes da nossa vida colectiva.

Quem diria - por exemplo - que após a Revolução dos Cravos, da terrível herança do fascismo, das dificuldades económicas e financeiras que encontrámos, da inevitável perda das colónias, nas piores circunstâncias, do regresso de quase um milhão de "retornados" - que regressaram à Pátria, sem casa, sem trabalho, sem dinheiro e com grande desespero na alma -, apesar disso tudo, Portugal ressurgisse com tanta facilidade, quebrasse o isolamento internacional, reganhasse o prestígio que lhe é devido e, depois da adesão à Comunidade Europeia, como um direito incontestável, entrasse no Primeiro Mundo, o mundo do desenvolvimento, do bem-estar e da justiça social?!

É certo que, passados 25 anos, Portugal, como a Europa da Zona Euro, enfrentam uma crise global (importada), talvez a pior e a mais complexa crise do capitalismo, agora ainda na sua fase neoliberal e especulativa. Vistos os números do nosso endividamento público e privado, a dimensão do deficit, os hábitos de despesismo insuportável do Estado, das parcerias público-privadas e dos portugueses em geral, é verdade que o nosso futuro colectivo se apresenta muito negro, de novo.

Simplesmente, a realidade não é estática: é dinâmica, como se sabe. Depende das pessoas e não dos números. São as pessoas que mudam a realidade, por vezes de modo totalmente imprevisível e rápido. E no caso em questão - Portugal -, a crise global que nos bateu à porta depende mais da Europa do euro do que da nossa própria vontade e esforço.

No artigo que publiquei aqui, na semana passada, falei-vos da quarta-feira que devia ser previsivelmente negra e não foi. Felizmente. Graças à persistência do primeiro-ministro, Sócrates, e do seu ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, encontrou-se forma de moderar os mercados especulativos e de Portugal não ser associado à Grécia e à Irlanda. Do mesmo passo, impediu-se que o mecanismo de dominó funcionasse, beneficiando não só Portugal como a nossa vizinha Espanha. O que deu um impulso novo à Europa do euro, que começa a estar em ebulição, mesmo a Alemanha, e que pode mudar - assim espero e desejo - a política europeia, para que continue a contar, no mundo multilateral, em que vivemos, com o peso político, económico, financeiro, social e cultural a que tem direito.

Trata-se, por enquanto, de uma mera hipótese, de que aliás depende a sobrevivência, no seu conjunto, da União Europeia, como o mais original projecto político de paz e de desenvolvimento político-económico que a história conhece. Uma hipótese - repare-se - que, a verificar-se, modificaria os dados do nosso problema nacional.

Ganhar tempo, portanto, pode não ser uma pequena coisa. Pode ser algo de decisivo. Haverá outras ofensivas dos mercados especulativos? Não duvido. Mas também julgo que continuaremos a ter condições de as vencer, durante o ano em curso, até à apresentação, em Outubro próximo, do novo Orçamento. Assim, a União Europeia do euro acorde, quanto antes, da sua longa letargia, para que possa sobreviver - e Portugal com ela - como grande potência, neste mundo multilateral de colossos...

Será que estamos a entrar num mundo pós-americano?

3. Não creio. A hiperpotência não manda como anteriormente. É evidente. Há agora as potências emergentes, cada uma com o seu peso específico. Mas a verdade é que a política de Obama não tem, como no tempo de Bush, a vontade de mandar pela força do seu poderoso complexo industrial-militar. Obama, se julgo bem, quer convencer e não comandar, lutando por um mundo de paz, como bom racionalista kantiano, ideólogo da paz universal, que parece ser. Quer trabalhar com as Nações Unidas e não marginalizá-las, como Bush. Quer retirar as tropas do Iraque - e talvez o faça mais cedo do que se pensa - e também do Afeganistão, como no momento próprio anunciará. Quer encontrar uma solução de paz para o conflito Israel-Palestina e salvar Israel de um colapso anunciado, se continuar com a sua política agressiva. Quer ter boas relações com a República Popular da China, sem esquecer as debilidades políticas do grande colosso asiático. Como no recente encontro de Washington, o Presidente Hu Jintao não deixou de sublinhar a um jornalista que lhe falou de direitos humanos, pela primeira vez, de uma forma não agressiva, falando mesmo da concordância da China, em fazer progressos nesse domínio. Quer, enfim, lutar, com inteligência, contra o terrorismo islâmico, separando o respeito pela religião islâmica do fanatismo da violência.

Finalmente, omitindo muitos outros aspectos da política americana, julgo ser cada vez mais oportuno que a União Europeia, apesar de ser hoje governada quase exclusivamente por políticos conservadores retrógrados (e a culpa cabe à subserviência e à incapacidade da família socialista, finalmente em mudança), perceba a necessidade de retomar as relações com a América de Barack Obama, que é a América (estou convencido) dos próximos seis anos, os dois que faltam para o seu primeiro mandato e o segundo de quatro. Só se os americanos fossem, na sua maioria, completamente destituídos de bom senso é que Obama não seria reeleito. Não só por ser o melhor Presidente que os Estados Unidos tiveram desde Franklin Roosevelt como por ser o único que, nos próximos anos, pode salvar a América de entrar em decadência. O que seria trágico para a União Europeia e para o Ocidente, em geral, incluindo aí a Ibero-América, onde se esperam mudanças, que ainda trarão mais importância ao seu papel no mundo.

Atenção ao Magrebe

4. A Revolução do Jasmim foi uma daquelas viragens imprevistas que a história nos revela, que mudam as coisas profundamente. Não só o Estado em que ocorreu mas também porque está a repercutir fortemente na região a que pertence.

Foi uma revolução espontânea, popular, desencadeada não por militares nem por fanáticos islâmicos mas sim por uma juventude cultivada, de estudantes e jovens licenciados, sem trabalho nem horizonte de futuro, salvo a emigração. Veio para a rua protestar e acabou com a ditadura corrupta de 23 anos, de Ben Ali, sua mulher, Leila, e da sua ávida família.

Como a nossa Revolução dos Cravos, está a ter um efeito dominó, influenciando outros países do Magrebe (Argélia, Marrocos, Mauritânia) e também o Oriente islâmico, em países como: a Líbia, o Egipto, o Iémen e a Jordânia. São países que se caracterizam por ser mais ou menos ditaduras, a Ocidente menos islamizados - e mais próximos da Europa Mediterrânica - e a Oriente mais islamizados, mas sempre ditaduras pessoais - e familiares - e quase todas de grande corrupção. O interessante é que as populações dos Estados próximos, quer a Ocidente quer a Oriente da Tunísia, vieram para a rua manifestar-se, contentes pelo que se passou na Tunísia, seguramente com os olhos postos nos seus países...

Não quer isto dizer que se repita o fenómeno tunisino nos países seus vizinhos. Mas a semente foi lançada e, mais tarde ou mais cedo, poderá dar frutos... O terrorismo islâmico poderá tentar aproveitar a maré, mas não creio que seja provável que isso aconteça. Está em manifesto recuo. De resto, a Tunísia foi sempre um Estado laico, desde a sua independência, liderada pelo seu herói Habib Bourguiba, que tive a honra de conhecer. E, por isso, a sua cultura foi sempre laica, embora a religião islâmica tenha obviamente a sua força. Mas na Tunísia parece ser, nunca se sabe, bastante moderada.» [DN]

Autor:

Mário Soares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

IGREJA USA CRIANÇAS COMO TROPA DE CHOQUE?

«De diferentes formas e feitios, as tampas dos caixões estão identificadas com os nomes dos estabelecimentos de ensino e no interior de alguns há fotografias dos alunos que frequentam estas escolas. Pais e alunos de 80 escolas transportam cartazes onde se pode ler "A escola para o meu filho sou eu que escolho" e "Querem matar a nossa escola". Mais de 50 escolas, de um total de 93 estabelecimentos com contratos de associação com o Estado, já assinaram também o "compromisso de fecho" entre quarta e sexta-feira. Haverá escolas a fechar um, dois e três dias, segundo o SOS Movimento Educação.

"O objectivo desta manifestação é dar nota à ministra e ao secretário de Estado de que a recente alteração da legislação põe em causa a sobrevivência das escolas, leva à asfixia e pode condená-las ao encerramento", afirmou João Asseiro, porta-voz do SOS Movimento Educação, que convocou o protesto.

Em declarações aos jornalistas, João Asseiro exigiu a revogação da portaria que define um apoio anual por turma de 80 080 euros, menos cerca de 10 mil euros do que a verba reclamada pela Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP).» [DN]

Parecer:

O que a Igreja pretende, que o Estado lhe pague mais do que o que gasta com as escolas públicas, é inaceitável.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprovem-se as medidas e proteste-se contra a manipulação da opinião pública procurando-se fazer passar a imagem de que houve um corte total do financiamento.»

PS: Vale a pena prestar atenção ao plano de acção do movimento SOS Educação das escolas privadas ligadas à Igreja Católica divulgado no Câmara Corporativa:

Introdução do Plano:

‘Caros amigos Representantes [sic] de Pais

Enviamos este mail com o propósito de anunciar o calendário de actividades para a próxima semana

Notem que o 1º dia de fecho passou de 26 para 27 de Janeiro. São 4 as razões para essa mudança:

1º A acção dos caixões só pode ser feita a 25 Janeiro (motivos de ordem mediática, por causa das eleições e de natureza logística, pois algumas escolas ainda não os fizeram)

2º A acção dos caixões pretende ser um último aviso à Ministra e portanto há que dar mais algumas horas para receber feedback do ministério

3º Ganhamos mais um dia de aulas, a escola fechará 5ª e 6ªfeira (27 e 28) e não 26, 27 e 28

4º Algumas escolas ainda estão em fase de organização interna, pelo que assim ganham mais um dia para se preparem os fechos

Nota importante: a convocatória está lançada, mas o anúncio oficial só sairá no dia 24 após a nossa reunião de Rep. de Pais. Existem 3 cenários que possibilitam o aborto da operação, nomeadamente:

- Não haver escolas suficientes a aderir

- Resultado inesperado nas eleições presidenciais

- Evolução positiva do ponto de vista politico (ex: recuo do governo)

Podem no entanto, de forma individual, ir ventilando para a comunicação social que estão dispostos a fechar as vossas escolas.’

Plano:

BERLUSCONI TELEFONA PARA PROGRAMA DE TV PARA INSULTAR APRESENTADOR

«Berlusconi ligou na noite passada para o programa "Infiel", a decorrer em directo no canal italiano La7, acusando o seu apresentador de ser "desprezível, abjecto, repugnante" e de ter baseado a emissão sobre o "Rubygate" em "teorias falsas, longe da realidade e da verdade".

Sem deixar que o jornalista e apresentador Gad Lerner se defendesse, o chefe do governo italiano, acusado de prostituição de menores e abuso de funções no caso "Rubygate" disse: "eu sei o que digo e você não". Entre a enxurrada de acusações de que foi alvo, Lerner só conseguiu chamar "pulha" a Berlusconi, desafiando-o a defender-se na Justiça em vez de o fazer na televisão.» [DN]

FMI PREVÊ MAIS DIFICULDADES

«"As pressões financeiras deverão manter-se elevadas na periferia da zona euro, onde o mercado ainda está preocupado com o risco soberano e o risco das instituições bancárias, a viabilidade política das medidas de austeridade actuais e previstas e a falta de uma solução global", acrescenta. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê ainda que os diferenciais ('spreads') das dívida soberanas europeias e os custos de financiamento para os bancos do continente deverão, por isso, manter-se elevados na primeira metade do ano, com o "re-intensificar" da turbulência financeira na região, num cenário global em que "as condições de financiamento bancário na maioria das economias avançadas deverão ser mais fáceis".

Na lista de possíveis riscos que podem abalar a economia mundial em 2011, o FMI aponta à cabeça a possibilidade das tensões na periferia da zona euro - onde os analistas têm incluído, entre outros, países como a Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha ou Itália - e a eventual falta de progresso na consolidação orçamental das economias avançadas, para além da fraqueza do mercado imobiliário nos Estados Unidos. A organização acredita também que as dificuldades não se espalhem a todo o espaço da moeda única, ao mesmo tempo que prevê uma forte expansão das economias emergentes. » [DN]

Parecer:

A novidade do discurso está na presença da Itália na lista.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

RUI PEREIRA PEDE DESCULPA AOS ELEITORES

«O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, pediu desculpa aos eleitores que tiveram dificuldades em votar no domingo e anunciou a abertura de um inquérito a realizar pela Universidade do Minho, noticia a Lusa.

«Independentemente da dimensão do fenómeno é algo que nos penaliza e que consideramos extremamente grave. E por isso, na primeira oportunidade de me dirigir publicamente aos eleitores, quero pedir aqui desculpa pelo sucedido como responsável máximo pela administração eleitoral», afirmou Rui Pereira. » [Portugal Diário]

Parecer:

Era o seu dever.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

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