Ainda a campanha não começou e já é rica em conclusões e mesmo em esclarecimento de dúvidas para quem ainda não decidiu o seu voto, ou tendo-o decidido ainda não consolidou a opção que fez.
A primeira grande conclusão desta campanha é que quanto à honestidade há dois grupos de portugueses, os que são tão honestos que devem estar dispensados de o demonstrar e os que para provarem que são honestos terão que nascer duas vezes. No primeiro grupo temos um único cidadão um tal messias nascido na bomba de gasolina de Boliqueime, no segundo grupo estão todos os outros portugueses cuja honestidade ficará por provar até que nasçam pela segunda vez.
Como não sou crente budista não tenho a esperança de vir a nascer pela segunda vez, nem que fosse sob a forma de sapo, para provar a minha honestidade e juntar-me aos puros do cavaquismo. Nem posso provar a minha honestidade nem acredito que Cavaco Silva venha a usar as vestes presidenciais para a declarar, pelo que sob este ponto de vista serei sempre um suspeito, porque agora há os que não precisam de provar que são honestos e os que só poderão fazer essa prova depois de nasceram pela segunda vez.
Nestas condições nem eu sei se Cavaco é honesto pois ele acha-se acima de todos os portugueses e basta-lhe mandar os outros fazerem figura de parvos a procurar as preciosas provas no site da presidência, nem posso provar que o sou pois não há site que me valha, pelo menos enquanto os serviços do registo civil não tiverem as informação sobre nascimentos online e por lá apareça o meu nome pela segunda vez.
Como não quero conspurcar a candidatura de Cavaco Silva e muito menos os homens do BPN que constam na sua comissão de honra e muito menos o super honesto Dias Loureiro, o único português que na história de Portugal não precisou de nascer duas vezes para Cavaco certificar a sua honestidade, não votarei Cavaco Silva. Aliás, não votaria nele nem que nascesse duas vezes.
Os honestos como Dias Loureiro que votem nele.