sábado, janeiro 29, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Pato-mandarim, Quinta das Conchas

JUMENTO DO DIA

Carlos Tavares, presidente da CMVM

Ainda que a CMVM justifique um estatuto próprio não deixa de ser tão Estado quanto o são todos os outros serviços público pelo que os truques para evitar aplicar as medidas previstas no OE são inaceitáveis e um abuso por parte do seu presidente.

Todos pos responsáveis por serviços que recorreram a truques para discriminar positivamente funcionários públicos deveriam ser demitidos imediatamente. Esperemos agora que o PSD e Cavaco Silva, que tanto protestaram em relação ao que se fez nos Açores, tomem agora idêntica posição a um dos seus.

«O OE obriga as entidades de regulação e supervisão a seguir a tabela da função pública nas reduções salariais. Foi o que fizeram, por exemplo, a Autoridade da Concorrência (AdC) e a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). No entanto, a CMVM vai seguir outro modelo. Tendo em conta que, nos seus estatutos, é equiparada a uma entidade pública empresarial, vai optar por fazer uma adaptação dos cortes à sua estrutura, tal como foi permitido para as empresas públicas, como a CGD e a TAP.

Ontem, depois de questionada pelo PÚBLICO, a CMVM respondeu e, posteriormente, emitiu um comunicado às redacções, explicando que vai "proceder à redução média de cinco por cento da despesa em remunerações" - o tecto imposto às empresas públicas que decidissem não seguir a tabela da função pública. Além disso, vai "reduzir em dez por cento as remunerações" do conselho directivo e da comissão de fiscalização e não irá distribuir prémios de desempenho.» [Público]

O NAMORO ENTRE PORTAS E PASSOS COELHO

Portas, um jovem conservador e temente a Deus, acha que não se deve ir para a cama sem mais nem menos e propôs namoro a Pedro Passos Coelho com vista a uma relação mais séria depois de um casamento eleitoral. Lobo Xavier concordou, na Quadratura do Círculo recordou que da última vez que CDS e PSD foram para a cama deram-se mal, não namoraram e começaram sem quaisquer preliminares, o resultado foi o que viu, um aborto de governo que não chegou a netos, por isso acha que faz todo o sentido que antes do casamento haja um namoro prolongado, porque isso de formar um governo implica ter projectos, o mesmo é dizer que quem vai casar deve começar pelo enxoval.

Só que Pedro Passos Coelho receia que Paulo Portas apenas queira o dote e como espera um enriquecimento brusco prefere um acordo matrimonial pós eleitoral, evitando as consequências da comunhão de bens pretendida por Paulo Portas. Ao contrário de Portas que parece ter mais a ganhar com o namoro, Passos Coelho prefere ir primeiro a eleições e depois logo se vê se casa ou se opta por se limitar a deitar Portas na mesma cama, até porque se Portas está danadinho por se deitar na cama do poder, Passos Coelho não precisa de dividir o dote antes do matrimónio.

A OPINIÃO DOS VISITANTES D'O JUMENTO

«Fico muito surpreendido, quando apresentadores de telejornais (jornalistas ?),perdem cerca de 10 a 15 minutos a falarem sobre os ordenados dos gestores de grandes empresas de Portugal, comparando inclusive com os ordenados do Presidente dos E.U.A. da Primeira-Ministra da Alemanha, do Sr. Sarkosi, do Presidente Cavaco Silva do 1º Ministro José Sócrates, etc.

Também acho que deveriam falar dos ordenados milionários que são pagos pelas televisões, a certas pessoas que vão trabalhar para esses canais, para aumentarem as suas audiências.

Não seria bom também fazerem comparações ?Neste momento há apresentadores a ganharem ordenados fabulosos, que nunca será possível a qualquer cidadão deste País.»

OBAMA E O PROFESSOR TUGA

«No discurso sobre o estado da União, Barack Obama disse 18 vezes a palavra "impostos" e uma só "Sputnik". Vai ser sobre esta que se falará daqui a dez anos, caso venha a recorde-se o discurso de Obama de 2011. Sputnik é uma palavra do passado e, no entanto, foi nela que Obama se apoiou para concluir: "Vamos investir o nosso dinheiro no futuro e não no passado." Que não vai investir no passado ficou a saber-se ao dizer que a América não vai mais subsidiar a indústria petrolífera. Então, como foi que Sputnik, palavra velhinha de 54 anos, ficou relacionada com futuro naquele discurso? Em 4 de Outubro de 1957, os noticiários mundiais abriram assim: a União Soviética mandou o primeiro satélite artificial para o espaço. A notícia provocou duas reacções extremas. A portuguesa, através de um professor do Instituto Superior Técnico, especialista em Aerodinâmica, que veio explicar na novíssima RTP que tudo não passava de propaganda comunista. A outra atitude foi à americana, que mais tarde Maria Bethânia tão bem cantou: "Levanta, sacode a poeira/ dá a volta por cima..." Foi o que Washington fez em 1957. Admitiu que estava atrasado, atirou-se ao programa espacial e, em 1969, Armstrong foi o primeiro homem a pôr os pés na Lua. Foi esse exemplo, apostar na ciência, que Obama exigiu à América ("a nação de Edison e dos irmãos Wrigth"). Eis uma hegemonia americana que o mundo agradece.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

NÚMEROS QUE ENGANAM DUAS VEZES

«Faz hoje uma semana, a 48 horas das eleições, Cavaco Silva disse à nação que se não fosse reeleito os mercados não nos iriam perdoar a ousadia: os juros iriam subir. Ora bem, o que aconteceu desde segunda-feira, cumprida a ambição de Cavaco? Pois é, os malditos juros voltaram a subir acima dos 7%, um valor mortal para qualquer economia com o nosso crescimento. É verdade que os economistas - como Cavaco - anteciparam nove das cinco recessões que tivemos (não é erro: nove em cinco!), mas de qualquer maneira não seria de esperar um número destes vindo de uma pessoa que até já nasceu duas vezes. » [DN]

Autor:

André Macedo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

BERLUSCONI: MAIS UMA PROSTISTUTA MENOR

«As pressões para a demissão de Silvio Berlusconi aumentaram ontem, depois de chegarem aos jornais novos documentos provando que o primeiro-ministro italiano manteve relações sexuais com uma segunda prostituta menor. Além da marroquina Ruby R., o processo contra o chefe de governo refere uma brasileira, de nome Iris Berardi, que, como Ruby, participou nas festas de Berlusconi, quando tinha apenas 17 anos. » [CM]

Parecer:

Este Berlusconi ainda vai ficar azul.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se a Berlusconi que troque o AC Milan pelo Belenenses para ficar a condizer.»

TÍTUEMPRESA PÚBLICA RECORRE AO CONSTITUCIONAL PARA RECUSAR DOCUMENTOS

«A Estamo, do grupo Parpública, tentou impedir no Constitucional a consulta de documentos de uma transacção imobiliária do Estado por um jornalista do semanário Sol. Esta terá sido a primeira vez que uma empresa pública invocou a inconstitucionalidade da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (LADA) em Tribunal, de acordo com a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos. Esta é a Lei que garante acesso de todos os cidadãos a documentos do Estado. O Tribunal Constitucional recusou o pedido de recurso, considerando que a solicitação da consulta feita pelo jornalista, é um direito que lhe acresce como cidadão e por isso consagrado também nos princípios constitucionais. Este Tribunal confirmou a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, em primeira instância, e do Tribunal Central Administrativo do Sul e do Supremo Tribunal Administrativo já em fase de recurso. A Estamo tem agora de dar todos os documentos pedidos pelo jornalista em 2008.» [i]

Parecer:

De que terá medo a empresa?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver o que está escondendo.»

ESCOLAS PRIVADAS CONCORREM COM AS PÚBLICAS

«As escolas privadas com contratos de associação fazem concorrência às públicas? As primeiras dizem que não, as segundas argumentam que sim. Mais: dizem mesmo que os colégios escolhem os melhores alunos. No entanto, reconhecem que são os pais os primeiros a procurar as privadas.

O PÚBLICO falou com quatro escolas públicas e com quatro com contrato de associação, que são vizinhas, para perceber se estes contratos - que permitem a qualquer aluno frequentar um destes colégios, financiados pelo Estado, por não haver oferta pública na região - continuam a fazer sentido. Mais uma vez, as opiniões divergem: as públicas dizem que há escolas vazias que podem receber os alunos dos colégios; estes lembram que têm mais procura. E são também estes que, por regra, surgem melhor classificados nos rankings dos exames nacionais do ensino secundário, quando comparados directamente com as escolas públicas vizinhas com as quais partilham o mesmo território educativo.» [Público]

Parecer:

É evidente que recorrendo a selecção as escolas privadas conseguem melhores resultados e desta forma alimentam o negócio à custa do Estado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Eliminem-se estas situações.»

PROTEST SPREADS IN THE MIDDLE EAST [Boston.com]

ALEKSANDR DOODKO