terça-feira, janeiro 18, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Cogumelos da Quinta das Conchas, Lisboa

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Estendal [A. Cabral]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Depois de ter tornado público o estado de pobreza da sua esposa e ao contrário do que sucedeu noutros casos o candidato decidiu apresentar provas públicas da situação de pobreza da primeira dama e convidou O Jumento para assistir ao momento em que Maria Cavaco Silva preenchia o formulário electrónico de solicitação do rendimento social de inserção.

O candidato informou-nos ainda que se vier a ser reeleito (cruzes canhoto!) vai dedicar um dos roteiros da pobreza aos seus familiares e amigos, espera-se que o Palácio de Belém, a Quinta da Coelha e a Praia dos Tomates sejam três pontos obrigatórios desse roteiro. Só não confirmou se incluirá Cabo Verde no roteiro a fim de manifestar a sua solidariedade a um dos pobres mais simbólicos do cavaquismo, o seu amigo Dias Loureiro.

JUMENTO DO DIA


Manuel Alegre

A regionalização é um tema muito querido dos políticos locais desejosos de partilhar decisões que envolvam dinheiros públicos, mesmo quando o país já está sem dinheiro. Como não podia deixar de ser Manuel Alegre não resistiu à tentação de lhes dar um bombom, prometendo um debate.

Num país tão pequeno e com centenas de municípios e milhares de juntas de freguesia o que há por regionalizar? Só se forem as Berlengas e a Ilha do Pessegueiro. Não faz sentido este país discutir a regionalização, da qual apenas resultará uma multiplicação de personagens como o Alberto João, e muito menos é aceitável que ao modelo municipalista se cole o modelo regionalista. O tempo é de poupar e de racionalizar e não de aumentar os políticos com acesso ao dinheiro do Estado, mesmo que sob a capa de regionalistas.

«O candidato presidencial Manuel Alegre afirmou hoje que pretende lançar um amplo debate nacional sobre a questão da regionalização em Portugal, num discurso em que lamentou a crescente desigualdade territorial e desertificação do interior do país. » [Expresso]

MAS LEU O ARTIGO? NÃO, NÃO LI


(via "Câmara Corporativa")

CAVACO PASSOU-SE?

Até o Camilo já veio tentar metê-lo no bom rumo, tal é a desorientação de Cavaco Silva:

«O que significa esta mudança? É o Presidente a falar para a sua base tradicional de apoio, que se sente traída por não ter sido mais interventivo no primeiro mandato? É o Presidente a sinalizar que, se reeleito, não vai ser tão tolerante com o Governo? É o Presidente a introduzir outros temas na campanha, tentando sacudir a colagem ao BPN? Talvez seja um pouco de tudo: Cavaco precisa de recuperar a iniciativa e mostrar que tem uma agenda que responde às preocupações de um largo espectro do eleitorado. Até para evitar uma segunda volta… Mas isso é uma coisa; não largar o pé do Governo é outra. Os eleitores não são estúpidos e podem perguntar: mas se não está de acordo porque não falou mais cedo?

Acresce que ao exagerar na crítica Cavaco pode ser acusado de querer dar o poder ao PSD, juntando maioria presidencial e parlamentar. Um tema já glosado por Manuel Alegre, que associou a coincidência entre maioria presidencial e parlamentar a riscos para a Democracia. Uma estupidez (afinal Jorge Sampaio e PS já coincidiram no Poder)? Sem dúvida. Só que sociologicamente mais de 50% do eleitorado português continua a ser de Esquerda.» [Jornal de Negócios]

O FIM DE UM MITO

A uma semana das eleições presidenciais já há um derrotado independentemente do resultado que se venha apurar, Cavaco Silva. Até poderá vir a ser presidente mas não o será com a representatividade que pretendia e, pior do que isso, mitos como o da competência, do defensor da estabilidade e da honestidade esfumaram-se em poucos dias.

Cavaco não percebeu que os muitos negócios em que o seu nome aparece e, pior do que isso, os quarenta ladrões que andaram à sua volta suscitam muitas dúvidas, mesmo entre os seus eleitores, em vez de demonstrar a sua honestidade optou por estratégias agressivas e em endurecer o discurso político fazendo desconfiar que com ele em Presidente não haverá estabilidade política, até porque todos sabemos que ele detesta tanto o José Sócrates como despreza Passos Coelho.

Cavaco devia desistir da sua candidatura e recolher na Quinta da Coelha a acompanhar os seus investimentos financeiros, longe da comunicação e da desconfiança dos eleitores, porque mesmo que venha a ser presidente as dúvidas persegui-lo-ão e a sua presença em Belém será um peso para democracia portuguesa.

UMA SUGESTÃO A CAVACO

Que mostre a carreira contributiva para todos percebermos porque razão a coitada recebe apenas 800 euros de pensão. Provavelmente Cavaco, que colecciona pensões, queria que fossem os outros portugueses a pagar uma pensão a quem não descontou.

OS GUARDIÕES DO TEMPLO

«No domínio da liberdade de expressão, a sociedade portuguesa é, hoje, atravessada por pulsões liberticidas que ameaçam os alicerces da democracia e do estado de direito.

Essas pulsões são provenientes dos mais variados sectores sociais, mas confluem nas tentativas de calar ou limitar aqueles que ousam denunciar factos ou situações anormais ou simplesmente exprimir a sua opinião sobre acontecimentos relevantes da vida pública.

Tentar compreender as causas ou as consequências de certas situações com evidente interesse público ou apenas divulgar esses factos, torna-se uma tarefa arriscada desde que tal seja susceptível de pôr em causa interesses ou pessoas que se julguem acima do escrutínio democrático. Parece que o paradigma autoritário da ditadura cristalizou no subconsciente colectivo de onde irrompe sempre que alguém ousa cometer a audácia de exprimir o seu pensamento com liberdade.

Estabeleceu-se que há coisas que não se podem dizer, não porque sejam falsas, mas, justamente, porque são verdadeiras. Ou seja, quer-se proibir a verdade em nome de aparências, de moralismos ou de conveniências, por vezes as mais mesquinhas.

Já se chegou mesmo ao ponto de querer impor o silêncio a certas categorias de pessoas unicamente para salvar a face de certos poderes. Pretende-se que cidadãos acusados por factos cuja autoria sempre negaram sejam impedidas de rebater esses factos na mesma instância onde foram feitas as acusações. Tudo em nome da infalibilidade de quem os acusou ou condenou, mesmo quando, as acusações começaram por serem feitas na comunicação social, através de cirúrgicas violações do segredo de justiça, destinadas, precisamente, a criar artificialmente as condições necessárias à condenação. O último direito que se pode negar a um condenado é o de poder afirmar publicamente a sua inocência.

A liberdade de expressão do pensamento é o mais sagrado direito de todo o ser humano. Ele abrange três faculdades fundamentais: a liberdade de estar calado, a liberdade de elogiar e a liberdade de criticar. Numa outra perspectiva, ele desdobra-se em duas dimensões igualmente relevantes: o direito de divulgar factos (informar) e o direito de exprimir as opiniões.

Num estado de direito democrático, o que verdadeiramente constitui a essência da liberdade de expressão é, obviamente, a liberdade de criticar o que se julga errado ou de divulgar factos que se consideram de interesse público.

Aqueles que no exercício da liberdade de expressão optam por ficar calados ou apenas por elogiar o que consideram certo, reduzem esse direito fundamental a um mero instrumento de conveniências. A liberdade de elogiar ou de ficar calado existe em qualquer ditadura, pois envolve sempre um sentido obsequioso ou tolerante que não perturba nenhum poder.

Os ditadores nunca se preocuparam com os opositores que se remetem ao silêncio ou com os que optam pelo elogio. Eles sentem-se ameaçados é com os que escolhem o caminho da crítica ou da denúncia dos factos que os poderes gostariam de ver afastados do conhecimento público. Muitas vezes, nem são as opiniões que perturbam os ditadores, mas sim, a verdade dura e crua dos factos. Na realidade, certos factos, desde que verdadeiros, são mais demolidores do que todas as opiniões do mundo. É que, uma vez trazidos ao conhecimento público, ninguém mais pode continuar a fingir que os não conhece e, pior do que isso, o silêncio perante eles pode tornar-se socialmente insuportável. Ficar calado perante certos factos constitui, por vezes, uma forma qualificada de mentir.

Infelizmente, mais de 35 anos depois de instaurada a democracia em Portugal, o exercício efectivo da liberdade de expressão continua a debater-se com enormes dificuldades. Sempre que alguém ousa ir um pouco mais para lá do silêncio ou do elogio de circunstância, logo emergem, um pouco por todo o lado, pequenos censores cuja função é reprimir moralmente essa audácia. Execrar publicamente quem pratica a liberdade tornou-se hoje em Portugal o desporto favorito de alguns opinion makers ou até de jornalistas encartados. Só eles se julgam com o direito criticar. Aos outros restaria apenas o direito ao silêncio obsequioso ou o elogio reverencial.

São os novos guardiães dos velhos templos da hipocrisia institucionalizada. São os sátrapas da moralidade autoritária. São, enfim, fariseus amestrados nas artes do cinismo. Sentados nos cadeirões da sua soberba intelectual, eles lançam permanentemente fatwas contra quem não pactuam com a paz podre dos impérios que servem. » [JN]

Parecer:

Por A. Marinho e Pinto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O QUE DISSE AMADO?

«Domingo de manhã, no âmbito da visita oficial de três dias que Governo e empresários estão a fazer àquele país e ao Abu Dhabi, no Médio Oriente, Sócrates declarou que "isso [falar de dívida pública com o Qatar] não está na minha cabeça". "A nossa dívida soberana está no mercado. A nossa presença aqui [no Qatar] tem unica e exclusivamente a ver com a afirmação da economia portuguesa e com as exportações". O chefe do Governo reiterou que a questão da dívida não foi discutida. O Governo "não precisa" desses expedientes pois "continuará a financiar-se normalmente nos mercados", acredita o primeiro-ministro.

Luís Amado revelou uma posição diferente. "Acredito que os ministros das Finanças tenham falado sobre isso. É uma área que é objecto de conversações entre os respectivos ministros das Finanças. Concerteza que também será um sector que estará no centro das atenções", disse o responsável máximo da diplomacia portuguesa à televisão.» [DN]

Parecer:

Não me parece que Luís Amado tenha dito o contrário de Sócrates, procurar vender dívida é uma coisa, falar sobre o assunto é outra.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao jornalista que leia bem as palavras de Luís Amado.»

O REGRESSO DO HOMEM DO LEME

«O candidato foi igualmente veemente ao sublinhar que é fundamental para o setor privado conhecer "a linha de rumo do país". "É esta a função do Presidente da República, apontar caminhos estratégicos, linhas de orientação de futuro. Não lhe cabe governar, legislar, tomar as medidas concretas", afirmou Cavaco Silva, prometendo, uma vez mais, que exercerá "uma magistratura ativa para que o país encontre o rumo certo".» [Expresso]

Parecer:

Que se saiba durante o primeiro mandato andou perdido em alto mar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

UMANIFESTAÇÃO DESCONTROLADA COMPLICA CAMPANHA DE CAVACO

«Os manifestantes ocuparam a rua em frente ao Banco de Portugal, na Praça da República de Braga, e quase não deixaram passar a comitiva. Mal Cavaco e a sua mulher saíram do carro foram engolidos pela massa humana, com os seguranças aflitos a tentarem controlar os manifestantes, que envergavam camisolas com palavras de ordem. "SOS" foi o grito de guerra, que abafou a voz dos apoiantes que chamavam por "Cavaco". No ar, cartazes de protesto. "Queremos trabalhar, porque é que promulgaste", gritou um professor que, garantiu, tinha o seu emprego em risco devido aos cortes aprovados pelo executivo. O candidato não conseguiu andar mais de cem metros, entre as pessoas, e, amparando Maria Cavaco Silva que se mostrava assustada, acabou por encurtar a visita à cidade. Cavaco Silva tinha sido avisado ao almoço, em Famalicão, que iria ser recebido por uma manifestação em Braga. As diferentes escolas representadas no protesto tiveram o cuidado de informar a distrital de Braga do PSD que iriam marcar presença. Porém, alguma má coordenação no local precipitou a confusão.» [i]

Parecer:

Até aqui parecia que estas manifestações eram organizadas para ajudar Cavaco.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se aos responsáveis pela campanha de Cavaco que controlem mehor as manifestações.»

MULHER DO DITADOR TUNISINO ROUBOU 1,5 TONELADAS DE OURO

«Os serviços secretos franceses suspeitam que Leila Trabelsi, mulher do deposto Presidente tunisino, Zine El-Abidine Ben Ali, saiu do país com uma tonelada e meia de ouro, que terá levado do Banco Central, horas antes de o marido ser forçado a abandonar o poder, noticiou o "Le Monde".» [Público]

Parecer:

Isto sim que é roubar à grande e à francesa, por cá teria que fazer pela vida investindo no mercado financeiro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Devolva-se o ouro à Tunísia.»

WIKILEAKS PROMETE DIVULGAR SEGREDOS DA BANCA SUÍÇA

«A Wikileaks promete libertar dentro de semanas informação bancária secreta ilegal de dois mil clientes, recolhida por Rudolf Elmer, ex-funcionário de um banco suíço nas ilhas Caimão, afirma Julian Assenge.» [Público]

Parecer:

E da banca portuguesa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Assange se não sabe de nada acerca do BPN.»

LOUÇÃ QUERIA ANTES UM PEDITÓRIO

«Francisco Louçã, que hoje visitou a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), no Entroncamento, deu como exemplo o "negócio com a China, que comprou dívida de 18 meses a 4,75 por cento, o que é evidentemente excessivo e uma forma de destruir a economia nacional".

O líder bloquista referiu a "divergência" das declarações do primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, sobre a possibilidade de venda de dívida portuguesa ao Qatar, pedindo que "esclareçam se o Estado português está ou não a vender dívida" àquele país árabe: "Não sei se tem razão o primeiro-ministro quando diz que não foi ao Qatar vender dívida publica ou se tem razão o ministro dos Negócios Estrangeiros, que está a desmentir o primeiro-ministro".» [DN]

Parecer:

É fácil criticar sem soluções.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Louçã qual é a sua solução.»

BERLUSCONI COMPRA SILÊNCIO DE PROSTITUTRA MENOR POR 5 MILHÕES

«La probada habilidad para la supervivencia política de Silvio Berlusconi parece haber llegado a su hora decisiva. El auto de acusación de la Fiscalía de Milán que atribuye al primer ministro italiano sendos delitos de prostitución de menores y abuso de poder ha llegado el lunes al Parlamento, donde una comisión debe decidir el miércoles si autoriza a los investigadores a entrar en el despacho milanés del contable de Berlusconi en busca de nuevas pruebas.

La magnitud del escándalo acerca la posibilidad de dimisión de Berlusconi y las elecciones anticipadas. El portavoz del PDL (Pueblo de la Libertad, el partido de Berlusconi), ha visitado el Quirinal y al salir ha dicho que su grupo está valorando la convocatoria de elecciones para "recuperar la libertad". Pase lo que pase en la comisión, el caso ha alcanzado ya proporciones brutales; el juicio paralelo ha empezado en los medios, que comienzan a filtrar el contenido de los 389 folios de las actas y algunas escuchas telefónicas. Algunos diputados que han leído los documentos de la fiscalía afirman que se trata de un golpe devastador para la ya quebrantada imagen del magnate y político.» [El Pais]

Parecer:

É merda desta que está à frente dos destinos da Europa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se a sorte dos italianos que têm o ministro que merecem, foram eles que o escolheram.»

CAVACO JÁ FOGE A ENTREVISTAS?

«Estava marcada para hoje, dia 17, a entrevista do candidato Anibal Cavaco Silva à Antena 1, e esta seria a última entrevista de um candidato presidencial, ao “Jornal de Campanha” das manhãs da rádio pública. Mas ontem Cavaco Silva acabaria por desmarcar o encontro. Maria Flor Pedroso, editora do “Jornal de Campanha” lamentou em directo a ausência do candidato na rádio “que é paga por todos nós”.» [Público]

Parecer:

Num dia queixa-se da comunicação social, no outro foge a uma entrevista, talvez para escapar a perguntas incómodas. A imagem de Cavaco Silva está a desintegrar-se.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco porque receia

DAKAR 2011 [Boston.com]

MONALLI