sexta-feira, novembro 30, 2012

Os Rapanui, Gungunhana e os portugueses

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Quando observo a política do gasparismo adoptada pelo Passos Coelho, um sério candidato ao estatuto de Carmona dos tempos modernos, recordo-me dos Rapanui, os polinésios que deram o nome à “Ilha Grande” (Rapa Nui), a que os espanhóis chamaram depois Ilha de Páscoa. Quem visitar Portugal daqui a alguns anos vai estranhar que num país de um povo de analfabetos existam tantas escolas com ar de terem sido modernas escolas públicas.
 
Tudo o que se entendeu como progresso em mais de duas décadas está a ser transformado em regime acelerado em monos. Um país onde os licenciados são forçados a emigrar não precisa de universidade, numa economia onde a aposta é em trabalho escravo não aposta na ciência e em cientistas ou investigação, se a prioridade é criar um exército de andrajosos dispostos a trabalhar por um ordenado abaixo do mínimo de subsistência tudo o que era progresso se transforma em despesa inútil. Até a despesa em saúde deixa de fazer sentido, com tantos desempregados pouco importa se alguns morrem ou ficam doentes.
 
É óbvio que ao fim de duas ou três décadas de gasparismo os portugueses enfrentariam um problema de extinção, tal como sucedeu com os Rapanui, escolas públicas, pontes ou mosteiros como os de Mafra seriam as nossas estátuas para que viesse cá depois se apercebesse de que aqui até existiu uma civilização, um povo de navegadores como os Rapanui, mas que vítima da imbecilidade dos seus líderes acabaram por se extinguir.
 
Isso só não vai suceder porque estamos no século XXI e Portugal não é uma pequena ilha perdida no meio da imensidão do Pacífico, pode ser um país perdido na imensidão da incompetência do Passos Coelho mas ainda aterram aviões, quanto mais não seja para que a senhora Merkel venha fazer fotografar ao lado dos nosso líderes amestrados, enfim, poderia ter ido tirar fotografias para o Zoo de Bona mas deve ter achado que os indígenas lusos davam mais votos, como a Alemanha nunca teve um império colonial dá jeito que os nossos governantes sejam exibidos como os seus Gungunhanas.

É essa a grande diferença entre nós e os Rapanui, enquanto os polinésios quase desapareceram admiramos as suas estátuas que passam a imagem de um povo orgulhoso e digno. Os portugueses não chegaram à extinção mas são exibido como um povo guerreiro que um dia ousou sonar com progresso mas que devido a líderes oportunistas e ambiciosos foram entregues sem resistência. Ao menos o Gungunhana lutou, cá conspiraram contra o país para chegarem ao poder e entregarem o país sem resistência ao ocupante estrangeiro.

Umas no cravo e outras na ferradura

 
 
   Foto Jumento
 
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Baixo-relevo do Cinema Eden, Praça dos Restauradores, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
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Tempo invernoso na aldeia de Monsanto [A. Cabral]
 
Jumento do dia
   
Alberto da Ponte
 
O nosso amigo Alberto da Ponte deve ter levado um grande stock de cerveja para a RTP, só assim se entende que esteja a garantir sigili num inquérito conduzido por gente da RTP, escolhida e a mando da administração da RTP. Sò mesmo um doido fala na certeza do respeito desse sigilo.
 
«O presidente do conselho de administração da RTP, Alberto da Ponte, afirmou hoje que o inquérito sobre o caso das imagens visionadas pela PSP na empresa é interno e que as pessoas responderam "sob sigilo".» [DN]
 

  
 A nossa falta de jeito para o crime
   
«Se bem percebi, uma inspetora da PJ, tendo programado um crime de morte, deixou o telemóvel em casa, para que as antenas não lhe seguissem o percurso, e do Porto para Coimbra não foi pela A1, para as portagens não a denunciarem. Tudo bem, serviu-se dos saberes profissionais. Depois, meteu 13 balázios na avó do marido com uma 9mm que roubara a uma colega, pistola de calibre das distribuídas aos inspetores da PJ, e deixou no local do crime as cápsulas, de um lote que, seguido, foi dar à PJ-Porto. Para mais, nem arrombou a porta da morta nem a casa ficou desfeita simulando um roubo. Enfim, tudo mal, a inspetora apontou para si o crime. A confirmar-se tudo isto, atazana-me esta dúvida: o que tramou a inspetora foi ela conhecer truques que um bom polícia conhece ou ela foi traída por mostrar tanta tolice que só podia ser de um polícia português? Digo isto porque a tolice à portuguesa começa a ser uma marca do nosso ADN. Por isso saúdo as minhas duas colegas do Público que acabaram o seu texto de ontem sobre o caso da inspetora com uma autoironia soberba. Sobre os repórteres que dão de barato os bitaites de vizinhos de crimes, escrevem elas dessas testemunhas: "Aos jornalistas dizem que se quiserem que passem outra vez à noite, depois dos telejornais. Nessa altura já saberão mais do caso." O jornalismo português, sobretudo a reportagem, precisa mais de profissionais assim, que saibam desmontar a realidade do reality show.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.   
   
     
 Quem não chora não mama
   
«O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, revelou hoje no Congresso que o juro do empréstimo de 40 mil milhões concedido por Bruxelas ao sector financeiro espanhol será inferior a 1%.
    
Em junho, quando anunciou o pedido de resgate à banca, Bruxelas tinha dito que o empréstimo teria um juro entre 3% e 4%. Nessa altura, o porta-voz dos Assuntos Económicos da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj, indicou que o crédito poderia ser alvo de uma taxa de juro entre 3% e 4%, valores que qualificou de "razoáveis".» [Dinheiro Vivo]
   
Parecer:
 
E como o Passos nem chora, nem mama, nem protesta leva pela medida grossa, ele é que é mais troikista do que a troika, ele é que anda a lamber a senhora Merkel e os portugueses é que pagam.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Passos se está cheio de dinheiro para pagar quatro vezes mais e ainda perdoar os juros à banca.»
      
 Um bombom
   
«Esta decisão foi anunciada pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, na conferência de imprensa sobre as conclusões da reunião semanal do executivo.
   
Marques Guedes afirmou que os trabalhadores da função pública terão dispensa de comparência ao serviço nos dois dias: "Não é em alternativa, é cumulativa, no dia 24 e no dia 31, e é o dia inteiro."
   
O secretário de Estado da Presidência justificou esta decisão com o facto de o Natal e o ano novo este ano calharem em terças-feiras.» [CM]
   
Parecer:
 
O governo esqueceu o discurso do ano passado e deu uma gorjeta aos pobres.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Agradeça-se ao senhor primeiro-ministro.»
   
  
 Quem mente?
   
«Nuno Santos acusa a administração da RTP de ter condicionado o resultado do inquérito sobre os factos ocorridos há duas semanas, na sequência da greve geral do dia 14. Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o ex-diretor, que apresentou a sua demissão na semana passada, diz que o inquérito não reflete "a verdade dos factos" e apresenta "lamentáveis juízos de valor".
   
"Os inquiridores da RTP dependem do Conselho de Administração, o que torna evidente a necessidade de uma entidade imparcial para apurar a verdade", lê-se no comunicado. No mesmo documento, o jornalista exorta uma "entidade imparcial, seja a ERC, o Sindicato dos Jornalistas ou a Comissão da Carteira Profissional do Jornalista" a conduzir um inquérito que apure a verdade. Para isso, Nuno Santos manifesta a sua "total disponibilidade" para prestar as declarações julgadas necessárias.» [DN]
   
Parecer:
 
Aceitam-se apostas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aposte-se no pessoal do Relvas como sendo os mentirosos.»
   
 UGT ameaça governo
   
«O secretário-geral da UGT ameaçou hoje cortar relações com o Governo se o Executivo alterar o modelo contributivo da Segurança Social, descendo unilateralmente as pensões, ou recorrer ao fundo de estabilização financeira como garantia para empréstimos do Estado.
   
"Dadas as nossas responsabilidades perante os trabalhadores e perante o país, se o Governo não respeitar a autonomia do regime contributivo da Segurança Social e o quadro constitucional e legal que o rege, a UGT assumirá a rutura das relações com o Governo", afirmou João Proença em conferência de imprensa.» [DN]
   
Parecer:
 
Parece que a UGT já começa a perceber este governo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Proença se ainda não o tinha percebido quando assinou o acordo.»
   
 Abaixo assinado para demitir Passos
   
«Com a acusação de estar a "fazer caminhar o País para o abismo", 78 personalidades exigem ao primeiro-ministro que se demita. Entre as razões está a "aprovação de um Orçamento de Estado iníquo, injusto, socialmente condenável", que consideram que "não será cumprido e que aprofundará em 2013 a recessão".
   
A acrescentar, diz o manifesto, o Orçamento é de "duvidosa constitucionalidade", para além de agravar de forma "incomportável da situação social, económica, financeira e política". Daí que os signatários exijam "pelo interesse nacional" ser dever de Passos Coelho "retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Senhor Presidente da República, poupando assim o País e os Portugueses ainda a mais graves e imprevisíveis consequências".» [DN]
   
Parecer:
 
A verdade é que faria todo o sentido pedir também a demissão de Cavaco.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se mais um abaixo-assinado.»
   
 Até tu ZÉ?
   
«“Há limites ao nível daquilo que é politicamente aceitável em certos esforços que estão a decorrer na Europa”, afirmou em Bruxelas, perante uma plateia de empresários europeus e asiáticos.
  
“Por vezes olhamos para a política económica, esquecendo outro importante elemento da decisão económica racional, que é manter aceitáveis a condições políticas e sociais para a implementação de qualquer programa”, acrescentou.
   
“Sabemos em certos Estados-Membros há problemas graves ao nível da aceitação dos programas que estão a ser desenvolvidos nos países”, como é o caso de Portugal, “ao nível das reformas”, reconheceu Barroso.» [DN]
   
Parecer:
 
Ó Zé, essas preocupações sociais são cenas que não assistem ao Gaspar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Zé se ainda está interessado no lugar de "Carmona" do Gasparismo.»
   
 Greve dos estivadores custou 1.200 milhões
   
«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, afirmou hoje que cada mês de greve nos portos tem um custo de 400 milhões de euros, o que significa que os últimos três meses causaram prejuízos de 1.200 milhões de euros.
   
Questionado sobre o custo das greves dos estivadores, que se sucedem há três meses nos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro, o governante disse que "segundo as estimativas, 400 milhões de euros são os custos por mês de greve".» [i]
   
Parecer:
 
É uma pena que os estudiosos que agora calculam os custos de uma greve tenha sido incapazes de perceber que esta greve iria suceder.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se tanta incompetência»
   
 Portugueses continuam a cortar no combustível
   
«O consumo de gasolina diminuiu 9%, em Setembro, uma queda que ainda assim é inferior à verificada nos meses anteriores, quando as quedas superaram os 9%, de acordo com os dados divulgados pela Direcção de Energia e Geologia (DGE).
   
No caso do gasóleo, a queda foi de 9,6%, no mês em análise, o que representa um acentuar da tendência, já que em Agosto a descida tinha sido de 9%, segundo a mesma fonte.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
MAs que belo ajustamento, ainda vamos andar de alpargatas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Gaspar qual é a perda em receitas fiscais, IVA e ISP.»
   

   
   
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quinta-feira, novembro 29, 2012

Não vi a entrevista do homem de Massamá


Lamentavelmente não me posso pronunciar sobre a entrevista de Pedro passos Coelho, mas mais preciosos do que os euros dos subsídios são os meus neurónios e decidi aplicar-lhe um ajustamento, poupando-os. É que para conseguir acompanhar o brilhante raciocínio de Pedro Passos Coelho é mais ou menos como andar na IP5, temos que passar a vida a queimar neurónios para travarmos o nosso raciocínio.
  
Se a entrevista correu bem isso quer dizer que Passos Coelho não tentou dizer o que quer que fosse, entreteve a TVI com banalidades ideológicas dignas de uma conversa de discoteca depois de meia dúzia de shots. Se Pedro Passos Coelho tentou dizer algo mais inteligível do que o rótulo de uma garrafa de vodka então é que não se perdeu mesmo nada, muito em breve o ministro das Finanças convocará uma conferência de imprensa para explicar melhor o que Passos Coelho tentou dizer.
  
Do que terá falado Passos Coelho? Imagino que falou da refundação, um conceito introduzido por Passos Coelho numa tentativa de intelectualizar o que o seu ministro das Finanças já tinha dito anteriormente, o que se pretende é redesenhar as funções sociais do Estado redimensionando-as. O ministro Gaspar tem razão, se não precisamos de licenciados, se queremos ser um país de mão-de-obra barata não há vantagens em continuar a investir em escolas ou em saúde, as funções sociais do Estado devem corresponder ao que os pobres podem pagar.
  
Terá falado em pedir um segundo resgate? É claro que não, Passos é mais troikista do que a troika e quer exigir à parada europeia que acerte o passo com ele pois o seu Gaspar é o único economista europeu que tem o passo certo. É verdade que ele também não queria mais tempo, a troika é que deverá ter exigido a Portugal o alargamento do prazo, até porque é um excelente argumento para eternizar medidas inconstitucionais e manter este povo na linha. Quando as eleições legislativas estiverem mais perto a troika vai exigir um segundo resgate e o homem do FMI vai sugerir aos portugueses que votem no Gaspar, se votaram no Passos mais facilmente votarão no ministro das Finanças.
 
Imagino que não terei pedido nada em não ter assistido à entrevista do Gaspar, aliás, não perdi nada em não ter acompanhado o debate do Orçamento e não perco nada quando o Cavaco Silva abre a boca, se o homem diz alguma coisa que deva ser ouvida o tema é exaustivamente tratado nos programas de humor e as suas brilhantes ideias são repetidas até à exaustão na net.

Umas no cravo e outras na ferradura

 
 
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Estátua na Rua Augusta, Lisboa
   
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Aldeia de Monsanto [A. Cabral]   
   
Jumento do dia
  
Alberto da Ponte, o "Relvas" da RTP
 
Como cidadão fico muito tranquilo ao saber que a RTP fez um inquérito em que concluiu que o ex-director de informação da estação pública de televisão tinha permitido à polícia visionar imagens, fico a saber que temos um grande defensor dos direitos civis que não permite que os jornalistas sejam polícias em part-rime. É louvável.
 
Mas é uma pena que o senhor Alberto da Ponte primeiro tenha acuado e depois tenha feito o inquérito, muito provavelmente por gente temerosa de deus e dos seus apóstolos. Por este andar e como sugere a ministra da Justiça, ainda se vai acabar mesmo com a impunidade, julga-se o pessoal e depois manda-se um funcionário fazer um inquérito.
 
Começa a sentir-se um certo mau cheiro nas ruas do meu país, um cheiro que se sentiu durante mais de quatro décadas.


  
 Notícia das servidões
   
«O sr. Selassié, cujos patronímicos lembram os do antigo imperador da Etiópia, deu uma entrevista a jornalistas solícitos e zelosos, como se fosse o procônsul destoutro império. Se calhar é, e nós não queremos acreditar. Há, neste triste assunto, a absurda qualificação atribuída a um funcionário europeu, e a subserviência exasperante de quem devia respeitar, seriamente, as funções de jornalista, escalonando as prioridades de noticiário. Mas as coisas, neste país, estão como estão. A expressão da mediocridade coincide dramaticamente com as características de quem a promove. E o servilismo tomou carta de alforria. É um espectáculo deplorável assistir-se ao cortejo de subserviências quando os escriturários da troika vão ao Parlamento ou aos ministérios.
  
Somos tratados com displicente condescendência. Afinal, numa interpretação lisa e, acaso, aceitável, somos os pedintes e eles os curadores dessa nossa triste condição. A ela temos de nos sujeitar. Selassié produz afirmações tão extraordinárias quanto ignaras acerca do que somos, de quem somos e de como havemos de ser. O pessoal do Governo demonstra uma felicidade esfuziante com o convívio, e até Paulo Portas o admite, embora pouco à vontade. Aliás, não se percebe muito bem até onde o presidente do CDS vai suportar, com frustrados sorrisos, os permanentes vexames a que o submetem.
   
As declarações do sr. Selassié, que, na normalidade de situações políticas, nem sequer devia ser ouvido, só não são injuriosas porque imbecis. Já a senhora Merkel, num despudor acarinhado pelo reverente Passos Coelho, afirmara o íntimo e estremecido desejo de ver os portugueses muito felizes. Os comentadores do óbvio, emocionados, calaram fundo este auspício.
   
O povo, a nação, o próprio conceito de pátria estão subalternizados pelo comportamento desprezível de uma casta de emblema republicano na lapela, que passa ao lado das indignações, dos protestos, da miséria e da fome dos outros. A frase famosa de Passos Coelho, "custe o que custar", para justificar os desmandos da sua política, configura uma ideia de confronto, absolutamente detestável. A violência do discurso do poder e a prática governamental reenviam, na ordem da democracia política, para algo que excede o funcionamento processual. Parece que Pedro Passos Coelho incita à cólera e estimula o conflito, acaso para "fundamentar" e "legitimar" ulteriores acções repressivas. A indiferença da sua conduta não se harmoniza nem combina com o ideário democrático, sobre o qual tripudia com desprezo e arrogância. Este homem não nos serve, não serve o País, nada tem a ver com algo que nos diga respeito, é incompetente e sobranceiro.
   
Quando estrangeiros como Angela Merkel e Abebe Selassié dizem o que dizem, com a aquiescência de um Governo mudo, há qualquer coisa de podre na sociedade.» [DN]
   
Autor:
 
Baptista-Bastos.   

 A crise pode ser boa oportunidade
   
«Apanha-se com este Orçamento no lombo, espera-se em janeiro pelo encolhido recibo de ordenado (quem ainda o tiver) e dá-nos inevitavelmente para o queixume. É por isso que manchetes como a de ontem do Jornal de Notícias são um bálsamo: "Manifestações safam negócio de autocarros." O texto explica: no sector rodoviário, as empresas de aluguer ocasional de autocarros são as únicas a sorrir com a crise. Esta leva a manifestações, que vão até Lisboa protestar e os autocarros alugados andam numa roda-viva... Sorte a delas, das empresas, mas a lição a tirar da coisa é mais vasta. Um leitor na caixa de comentários do jornal topou: "Enquanto uns choram, outros vendem lenços." O Governo aperta, as manifestações desatam-se e, upa!, os donos da camionagem faturam. É uma forma de sair da crise, certamente melhor do que o marasmo. E há um lado, digamos, dialético desta história que me encanta. As manifestações são feitas para mostrar o lado perverso das políticas mas, ao mesmo tempo, alugando autocarros, tiram do sufoco um sector económico. Vítor Gaspar, graças ao empenho de Arménio Carlos, pode ficar na História como o político que mais fez pelas empresas de aluguer dos autocarros. Não se veja nisto nenhuma cumplicidade, que não há, mas tão só ironias da vida. Quanto ao mais, aquela manchete tem razão em ser esperançosa. Há improváveis nichos de mercado que a crise destapou: vender máquinas para fazer furos nos cintos é outro.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
      
 A Grécia é o nosso anjo da guarda
   
«Educam-nos a olhar para a Grécia como um doente leproso mas Atenas tem sido o anjo da guarda do resgate português. Se não fossem os negociadores deste país e sobretudo a ameaça que o seu colapso representa para a zona euro, Portugal teria hoje um perfil de dívida pública ainda mais insustentável.
   
Sem que o Governo português tenha levantado um só dedo, a Grécia acaba de entregar de novo a Portugal um naipe de vantagens apreciáveis ao seu resgate, que vê reduzido o fardo com a sua dívida esta década. É o chamado bom contágio. Para dar uma aparência de sustentabilidade à Grécia, o Eurogrupo teve de facilitar as condições de crédito para todos. Isto não é, nem pouco mais ou menos, um ‘game-changer', mas no actual quadro é uma ajuda que cai do céu.
   
O serviço anual da dívida será menor. O País vê cancelados os custos operacionais que paga de juros ao fundo de resgate, numa poupança de centenas de milhões de euros. Vai ficar mais dez anos sem ter de pagar juros. Além disso, fica isento do mini-perdão de dívida à Grécia, continuando a cobrar uma margem de 1,5% pelo seu crédito de 1,1 mil milhões a Atenas. Por outro lado, o país pode usar o exemplo grego para reclamar os lucros com a compra da sua própria dívida pelo BCE nos mercados (calculada entre 15 e 20 mil milhões).
  
É certo que nada disto resolve o problema de fundo de Portugal e muito menos da Grécia. Só um perdão oficial da dívida poderia servir de oxigénio perante as derrapagens galopantes dos últimos anos. Aqui, a zona euro parece refém do calendário eleitoral alemão (legislativas daqui a um ano) e, até lá, ninguém levanta ondas. Mas também aqui será a Grécia a abrir portas: o ministro alemão já admite rever a sua posição no futuro.
   
Foi assim desde o início do resgate: o governo garante as tranches, passando a limpo as aulas da ‘troika', e a Grécia encarrega-se de melhorar os créditos. É o chamado free-riding. Por alguma razão, o ranking do Financial Times coloca Vítor Gaspar no terceiro lugar no Eurogrupo na categoria de habilidade política.
   
O ministro tem, aliás, sido coerente. Não se interessa por benesses, distancia-se delas porque são uma variável exógena do seu modelo. Em 2011, quando obteve o primeiro corte de juros - a reboque da Grécia - falou disso como se fosse irrelevante. Quando, depois da Grécia, Espanha obteve mais um ano para derrapar o défice, remeteu para os credores qualquer decisão de "favorecimento" do programa português. Vê o governo como entidade meramente executiva, sem direito de voto, muito menos de veto.
   
Pior que não se bater pelo interesse nacional, ou não agradecer a boleia da Grécia, é aproveitá-la para fins políticos. Fazer de conta que é tudo mérito do Governo. Foi o que fez, há dias, Passos Coelho, apresentando uma poupança de 800 milhões em juros como produto da habilidade negocial do governo. Se fosse verdade, era de facto extraordinário: o Governo tinha acabado de tomar posse e, no espaço de dias, arrancava em Bruxelas uma descida de juros de Portugal, Grécia e Irlanda, duplicava as maturidades e ainda conseguia flexibilizar o resgate. Não há decoro.
   
Se Portugal ganha tanto sem pedir nada não é por simpatia dos nossos credores, é porque estes sabem que o País precisa disso para deixar de ser a Grécia. O pior é que não está a dar grande resultado.» [DN]
   
Autor:
 
Luis Rego.
     
 Presidir
   
«O Presidente da República não conseguirá evitar presidir. Este orçamento tem de ser analisado como merece. O desastre é certo.
   
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acaba de prever que a economia portuguesa se contraia 1,8% em 2013. Trata-se de quase o dobro do que esperam o Governo e a ‘troika' (1%). A OCDE, tal como outras organizações internacionais (leia-se, o FMI), tem sistematicamente falhado as previsões desde que a actual crise começou (note-se, já falhava passou a falhar muito mais). Ou seja, a queda não vai apenas ser de 1,8% e o orçamento será impraticável.
  
Mais grave, aliás: a OCDE, o FMI, o BCE e a Comissão Europeia têm errado no diagnóstico e na receita. Claro, isso não interessa: Portugal tem de obedecer e calar, aprender a empobrecer.
  
Portugal é "país soberano" mas tem de se submeter, Portugal tem de "crescer" mas para isso tem de contrair. E com isto metem Portugal no clube de países "feios, porcos e maus" quando antes a Europa dizia que Portugal era um caso de sucesso e de democratização saudável e quando ainda há uns meros cinco anos (antes da crise internacional) a própria OCDE elogiava Portugal por corrigir as contas públicas e por tornar o Estado mais eficiente.
   
Cá dentro o Governo faz um Orçamento de Estado que agrava a recessão e agrava a desigualdade. Ganhou eleições zurzindo contra uma crise induzida pelo governo anterior e contra o agravamento de impostos.
   
E depois piorou a crise e o desemprego, bateu recordes de impostos e delapidou os serviços públicos, tenta vender activos ao desbarato (TAP, Águas de Portugal, RTP, etc.) e sucede em que colocar os seus ‘brokers' de influência nas grandes empresas de grande lastro nacional (Catroga na EDP, Nogueira Leite na CGD, Borges na Galp). Esta coligação fez exactamente o oposto do que prometeu: pessoalizou cargos, confundiu interesses políticos com nacionais, substituiu os interesses do país pelos da Europa central.
   
E no meio de tudo isto lembramo-nos dos homens da luta: "E o Presidente, pá?!"
   
O Presidende da República não conseguirá evitar presidir. Este Orçamento tem de ser analisado como merece. O desastre é certo se ele passar.» [DE]
   
Autor:
 
Sando Mendonça.
   
 V´tor Gaspar, o radical
   
«O Ministro das Finanças, Vitor Gaspar, é um homem inteligente e qualificado, mas também obcecado e, por isso mesmo, perigoso. Tem uma agenda de desvalorização interna e privatização do Estado Social. É um técnico, politicamente muito hábil, que procurou no encerramento do debate orçamental transferir para os seus adversários políticos as características que melhor o definem a si próprio: radical e aventureiro.

Só alguém assim pode pretender impor ao país, pela segunda vez consecutiva e numa dose reforçada, uma receita que já falhou. Só um radical se dispõe a retirar 5,3 mil milhões de euros à economia portuguesa em 2013, em cima dos mais de 10 mil milhões que retirará durante o ano de 2012. Só um aventureiro se predispõe a fazer experiências numa economia complexa com base em cenários delirantes que nenhum economista subscreve. É exemplo disso a tentativa frustrada de, através de alterações na TSU, transferir rendimento diretamente de trabalhadores para patrões. Só um conservador radical aproveita a crise presente para transformar o Estado Social português numa versão minimalista e assistencialista.

No entanto, não demonstrou qualquer vergonha quando acusou de radicalismo e aventureirismo aqueles que, no PS, defendem o financiamento da dívida pública pelo BCE. Não há nada de mais bom senso que defender que o BCE tenha os mesmos instrumentos dos Bancos Centrais dos Estados Unidos da América, Inglaterra ou Japão. Basta para isso ler o seu “amigo” e conselheiro económico de Durão Barroso, Paul De Grauwe, na defesa de que não pode existir uma moeda única sem este mecanismo. Se há lição a tirar desta crise europeia é a de que o euro não pode sobreviver sem um Estado europeu digno desse nome. Pelo contrário, de Vitor Gaspar nunca ouvimos uma ideia, uma proposta que vise solucionar o carácter europeu desta crise.

Radical é um Ministro das Finanças que tenta excluir, pela via da retórica, todos os que querem participar no debate político com propostas praticadas no mundo real. São homens assim que perigam a nossa democracia.» [i]
   
Autor:
 
Pedro Nuno Santos.
   
     
 De certeza que não querem ser como os gregos?
   
«A renegociação das condições de pagamento da dívida grega podem fazer que os encargos anuais com o resgate português aliviem aproximadamente mil milhões de euros anuais, ao longo de uma década. O próprio Vítor Gaspar confirmou que Portugal também irá beneficiar de juros mais baixos e prazos mais longos no empréstimo da troika, à semelhança da Grécia. A garantia do ministro das Finanças foi dada, ontem, durante a votação final no Parlamento do Orçamento do Estado para 2013.
   
O ministro das Finanças regressou a Lisboa, vindo de Bruxelas, no primeiro avião do dia de ontem. Após uma maratona negocial de mais de 13 horas na reunião do Eurogrupo, Vítor Gaspar saiu satisfeito com a revisão das condições aplicadas à Grécia e que serão aplicadas de forma "idêntica" a Portugal. Ainda em Bruxelas, acompanhou as declarações públicas do presidente do Eurogrupo e telefonou ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para o pôr a par das últimas decisões tomadas em Bruxelas.» [Dinheiro Vivo]
   
Parecer:
 
De repente calaram-se, deixaram de fazer comparações com a Grécia. A verdade é que é graças aos gregos que as condições do empréstimos têm vindo a melhorar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Gaspar se vai dizer que o melhor povo do mundo é o grego.»
      
 Mas que coligação!
   
«A declaração de voto de João Almeida sobre o Orçamento do Estado (OE) é um arraso às contas do Estado aprovadas hoje no Parlamento. No texto, a que o Expresso teve acesso, o porta-voz do CDS escreve que o documento "não é um bom Orçamento" e explica que o seu voto favorável "não se justifica pelo conteúdo do Orçamento, mas antes pelas implicações que teria a sua não aprovação".
   
"Na sua versão final, este Orçamento mesmo que funcione como exercício académico, terá graves problemas de aplicação prática, em resultado das enormes dificuldades que vai criar às pessoas", escreve o dirigente centrista, que, no entanto, não chumbou o documento. E explica porquê: "Se há coisa que o passado recente nos mostra claramente, é que a uma má solução, ainda que rejeitada, sucede uma pior. (...) Tenho a profunda convicção que a rejeição do Orçamento apenas agravaria a situação dos portugueses, principalmente dos que atravessam maiores dificuldades. Mais cedo ou mais tarde, com estes ou outros protagonistas, viria uma nova proposta com medidas idênticas em dose reforçada."» [Expresso]
   
Parecer:
 
Se este rapazola tivesse coragem em vez de uma declaração de voto teria votado contra ou, pelo menos, fazia-se substituir..
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se tanta cobardia.»
   

   
   
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quarta-feira, novembro 28, 2012

Eugenia empresarial


Já se percebeu que este governo sabe de quem gosta e de quem não gosta e que tem feito da sua política uma arma para favorecer os que considera úteis e para fazer desaparecer os que entende estarem a mais. Percebe-se que adora banqueiros, que tem um fraquinho pela CIP que sente uma paixão assolapada pelo Soares dos Santos mas anda irritado com o Belmiro.
 
Percebe-se igualmente que jovens qualificados estão a mais, que os funcionários públicos são detestáveis, que os professores não fazem falta, que os pedreiros estão abaixo de cão, que os trabalhadores valem menos do que couves no MARL. Percebe-se que o país é a Farmville com que o Gaspar brinca, há os que são porcos e ele detesta por causa do colesterol, as ervas daninhas, ele tira daqui e põe ali, manda os animais para abate, transforma o que não gosta em estrume para que cresça aquilo de que ele gosta.
 
Como era de esperar esta postura levou tempo mas chegou ao parlamento, é que os mais inteligentes foram para presidentes de bancos e de institutos, os medianos ficaram para o governo e os menos dotados foram ocupar as cadeiras do parlamento. Mas a teoria da eugenia lá chegou ao pessoal parlamentar e já é usado pelos digníssimos parlamentares que sabem que se não aprovarem tudo o que o Gaspar manda acabam por descobrir que os seus preciosos pescocinhos não servem apenas para pendurar gravatas e embrulhar em sedosos colarinhos feitos por encomenda.
 
O IVA vai matar cinquenta mil restaurantes? Não faz mal, é mais ou menos esse número de restaurantes que estão a mais e portanto podem ser eliminados pela nova teoria da eugenia económica, se o Gaspar ontem à noite decidiu que na sua Farmville não há restaurantes pois a esposa leva-lhe a marmita para junto do computador, então o país não precisa de restaurantes, essa gente que fez das necessidades alimentares dos outros profissão estão a mais neste país higienizado por esta maioria.
 
Pouco importa que mais de cem mil acabem no desemprego que qualquer qualificação profissional, isso é problema deles, os problemas do governo são indicados pelo Gaspar e as dificuldades do povo soa uma cena que não assiste ao Gaspar. Para o Gaspar o que conta é o bem-estar do ministro das Finanças alemão. Saber se os portugueses passam fome é coisa de somenos importância, entre empurrar a cadeirinha do ministro alemão e ajudar os portugueses famintos ninguém tem dúvidas sobre qual a opção do governo.

  
Há restaurantes a mais? Há sim senhor, mas também há quem diga que temos deputados a mais e ninguém se lembra de aumentar um imposto para os matar, não é que as suas decisões não ajudem a matar muitos portugueses, mas por agora os nossos deputados ainda podem goza com o povo e ganhar para isso.

Umas no cravo e outras na ferradura

 
 
   Foto Jumento
 
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MArco de correio grafitado, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
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Campanário da igreja de Castro Marim [A. Moura]   
 
Jumento do dia
  
Vítor Gaspar
 
Vítor Gaspar é o único economista que em todo o mundo acredita nas suas próprias previsões, mais ninguém aceita os valores que ele indica para a recessão em 2013 e com base nos quais foi feito o OE de 2013. Isso significa que ou Gaspar é bruxo ou as previsões não passam de um exercício de mentira para sustentar uma política irrealistas, desastrosa e incompetente.
 
«A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que a economia portuguesa se contraia 1,8% em 2013, quase o dobro do que esperam o Governo e a 'troika' (1%).» [DN]
    
 As visitas da tia Merkel ficam-nos caras

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Pagamos os empréstimos da "ajuda" com juros de agiotas e ainda ajudamos a enriquecer os empresários alemães, os tais que são muito trabalhadores e competentes. mas parece que são dados à corrupção. Primeiro empobrecem-nos roubando, depois emprestam-nos a juros elevados e no fim ainda temos de lamber o rabo à senhora.

Os beijinhos da Merkel ao adoptado e os seminários do Gaspar em Berlim são pagos com língua de palmo pelos mais pobres.

 Obrigado Grécia
 
Os gregos são do pior que há, exigem muito, discutem ainda mais, o nosso governo tudo faz para se distanciar do comportamento do governo grego. Mas a verdade é que as únicas benesses negociais que até hoje a troika concedeu a portugal fê-lo por arrastamento, aplicaram-se a Portugal depois de os gregos as terem exigido e negociado. A única de que Portugal não beneficiou foi a reestruturação da dívida, mas nesse caso estava em causa o mais poderoso dos "interesses nacionais" uma boa parte da dívida estava detida por banqueiros preguiçosos que em vez de investirem na economia apostam na dívida soberana  e nos cartões de crédito, são os ilustres banqueiros de bancos da treta como os do BCP e do BPI.
 

  
 O que vai na alma dos deputados do PSD
   
«Quando ontem 18 deputados do PSD anunciaram uma declaração de voto a vergastar o aumento de impostos e a estagnação da economia para acompanhar, contraditoriamente, o seu voto favorável à proposta do Governo para o Orçamento do Estado, assistimos a algo mais do que um episódio caricato.
  
Mesmo depois de aquela posição crítica ter sido embrulhada num texto mais ameno, subscrito no final por toda a bancada social-democrata, restou a ilustração radical de como as consciências estão a pesar nos 108 cérebros que, no hemiciclo de São Bento, têm de garantir a perenidade de Passos Coelho na chefia do Governo.
  
Esta gente, há um ano, exultou, achou mesmo inevitável e patriótico submeter o país a doses irracionais de austeridade, a cortes de subsídios, a aumentos de impostos. Essas medidas eram "uma inevitabilidade" quando atingiam apenas os funcionários públicos, os pensionistas, os reformados, os pequenos empresários, os que trabalham por conta de outrem a troco de salários medianos.
  
Agora, por força do falhanço do plano da troika, o aumento brutal do mesmo remédio fiscal daí resultante adoenta estes senhores.
  
Porquê? Porque até os amigos destes deputados do PSD vão pagar: os companheiros, os apoios políticos, os empresários do sistema, os seus advogados, até a família. Lê-se-lhes na cara: "Não foi para isto que chegámos aqui!..." Ainda corremos o risco de os vermos, lenço palestiniano na cara, a atirar pedras ao Parlamento.
  
Até poderia o Governo argumentar que está finalmente atingida a tão reclamada equidade de sacrifícios - o que infelizmente não é verdade -, mas também não é assim que os convencem. Agora, que lhes dói, acham também que a economia não aguenta tamanha sangria. Agora, que lhes vão ao bolso, não acham bem.
  
Esta indignação tardia pode sofrer, portanto, de uma boa dose de hipocrisia, mas não é inconsequente. Este rombo no seio ideológico do Governo, que teve um prelúdio nos figurantes do Partido Popular e num enorme rol de comentadores do regime, vai resultar, mais tarde ou mais cedo, em actos políticos sérios.
   
Significa isto que, a prazo, as medidas que têm sido aplicadas acabarão por ser abandonadas? Não. Significa, como tantas vezes o passado nos ensinou, que se nada de mais substancial se alterar estas políticas, no essencial, perdurarão. As vítimas é que voltarão a ser, exclusivamente, as do costume: os cidadãos que nada têm a ver com os interesses, as relações e as dependências dos que, no círculo do poder, momentaneamente, foram apanhados de surpresa.» [DN]
   
     
 Obrigado Grécia
   
«O presidente do Eurogrupo garante que o novo modelo decidido em torno do empréstimo para a Grécia também podem ser aplicadas a Portugal e Irlanda, ambos sob programa de assistência financeira.
   
"As mesma regras" também serão aplicadas aos aos dois países, assegurou Jean-Claude Juncker, no final da reunião em que os ministros das Finanças da zona euro decidiram alongar em 15 anos o período de maturidade dos empréstimos do FEEF à Grécia e em 10 anos para os empréstimos bilaterais.» [DN]
   
Parecer:
 
O que nos vai safando é a coragem e a luta dos políticos e do povo grego.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Agradeça-se aos gregos pela sua tenacidade na defesa do seu país, Portugal, um país onde os políticos estão mais proecupados com as suas contas no estrangeiro agradece.»
      
 O quê?
   
«O ministro das Finanças disse que "tudo se torna mais difícil se o sistema político não souber resistir". Antes, Vítor Gaspar tinha defendido que o PS deve envolver-se na discussão das funções do Estado, já que esta é uma matéria que condicionará a organização do Estado nos próximos anos, um assunto que importa a um partido do arco governativo.
   
"As hesitações e ambiguidades do PS são fruto de uma divisão interna", disse Vítor Gaspar, acrescentando que de um lado estão os que defendem propostas "radicais e aventureiras" e do outro estão os moderados e europeístas. » [DN]
   
Parecer:
 
O Gaspar já opina sobre o funcionamento interno do PS?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Seguro se permite.»
   
 SEAF simpático
   
«A decisão de Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, em Outubro de 2011, sobre a forma de calcular o rendimento das empresas passível de dedução para evitar a dupla tributação está a custar “largas dezenas de milhões de euros” ao Estado, segundo o relatório da “Auditoria ao sistema de controlo das deduções por dupla tributação económica dos lucros distribuídos”, da Inspecção-Geral de Finanças de Julho de 2011 e só agora tornado público.
   
Segundo o relatório, caso o Estado tivesse optado pela solução defendida pela IGF para apurar de forma mais detalhada os lucros que já foram efectivamente tributados, haveria um “aumento das receitas de largas dezenas de milhões de euros, em virtude do fim, ou pelo menos da minimização da erosão das receitas fiscais”. A sugestão da IGF, aliás, chegou meses antes da decisão do governo, que veio “no sentido oposto ao [...] que os grupos económicos mais temiam”, segundo comentavam os fiscalistas da sociedade PLMJ em Novembro de 2011.» [i]
   
Parecer:
 
Não faz mal, aumenta-se o IRS sobre os mais pobres, são muitos e nem dão por isso.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Protestes-se.»
   

   
   
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