sábado, novembro 03, 2012

Ajudar incompetentes e gandulos?


Seguindo o mais puro raciocínio do liberalismo económico tão do agrado dos imbecis que nos governam e de alguns empresários mais oportunistas que o apoiam tudo o que é feito em prol da competitividade apenas se justifica porque se pretende ajudar empresários, incompetentes, corruptos, gandulos ou oportunistas.
 
Veja-se o caso do grande Ulrich, que tanto se desdobra em declarações de poio a tudo o que sejam sacanices que se possam fazer ao povo, porque motivo está tão enrascado? Não lhe faltou quem investisse no BPI, o país foi um paraíso para o crédito ao consumo ou imobiliários, cobrou juros muito acima da média europeia e pagou salários bem inferiores, fartou-se de se encher com comissões e ainda se socorreu da zona franca da Madeira para ajeitar os impostos. Se com todas estas benesses o BPI está quase sem lucros e a precisar de ser recapitalizado isso só pode justificar-se pela má gestão do banco, pela incapacidade dos seus gestores terem lucro em condições de maior competitividade. Se o senhor Ulrich precisa da ajuda do Estado é porque como banqueiro não vale grande coisa.
Quem ouve a nossa direita falar fica com a sensação de que todas as empresas portuguesas estão falidas ou à beira da falência, que carecem dos negócios corruptos do Estado ou que só sobrevivem se em vez de assalariados puderem contar com escravos. Mas não é assim, há muitas empresas de formação que nunca precisaram nem precisam da ajuda dos Miguel Relvas da política para fazem negócios, que não metem os Catrogas nas administrações, nem vão ao Ulrich pedir dinheiro para os seus negócios.
 
Aliás, o próprio governo destes liberais tem um discurso contraditório, num dia elogia o desempenho dos exportadores e chama a si o louro do trabalho alheiro atribuindo à sua política o aumento das exportações. No dia seguinte propõe-se roubar um vencimento a cada trabalhador para o entregar ao patrão para que este seja competitivo. Se os que exportam e os muitos que apesar da crise e dos disparates governamentais ainda são competitivos começa a ser evidente que o que este governo pretende não é estimular a competitividade, promover a multiplicação de empresários competentes e competitivos.
 
A política deste governo de liberais da treta nada tem que ver com os empresários competitivos, as suas políticas visam ajudar os enrascados e entre estes em especial os velhos amigos, os que deixaram de ter negócios corruptos com o Estado, os que só são capazes de ter lucros com escravos, os que esgotaram os seus recursos usando o cartão visa nas casas de putas.
 
Não admira que quando muitos empresários rejeitaram a ajuda da TSU porque a sua consciência o impedia de roubar os seus próprios trabalhadores, os nossos governantes não tenham esquecido a raiva em relação aos empresários cuja competitividade não depende de políticos corruptos. O primeiro-ministro atirou-se ao Belmiro de Azevedo em plena conferência de imprensa e o Moedas ameaçou-os com a concorrência dos empresários que não pagam salários e que iriam sobreviver com a ajuda das políticas governamentais selectivas.