sábado, novembro 24, 2012

¿Por qué no te callas?

A partir de agora quando Cavaco Silva decidir desvaloriza o exercício do direito à greve por parte dos seus cidadãos dizendo que ele está trabalhando ninguém será perseguido por ofensas a Sua Excelência se o mandar calar-se usando a fórmula que o rei de Espanha ficou famoso, ¿Por qué no te callas? Até porque no caso de Cavaco as suas intervenções públicas podem mesmo valer ouro, aliás, o homem onde toca tudo se transforma em ouro, veja-se o que sucedeu às suas acções na SLN. Se Cavaco tivesse estado calado não só teria desempenhado os seus mandatos com mais competência ou, pelo menos, com menos incompetência e o portugueses e Portugal estariam bem mais ricos.
 
É uma pena que o representante do FMI na troika que por cá anda não dê grande importância às palavras do presidente, talvez porque não perceba patavina de português ou por não ser português não se acha obrigado a ter de ouvir as banalidades de Cavaco. E é uma pena porque mesmo sabendo-se que a sua intervenção vale mesmo ouro, o facto é que as banalidades que o rapaz diz não valem mesmo nada. Ainda por cima acha que está num país de idiotas e que é por ele elogiar o Gaspar que os portugueses vão correr ao Vaticano para pedirem a canonização do ministro das Finanças.
 
Mas se o Abebe Salassie não anda a par das cotações do silêncio em Portugal o mesmo não se pode dizer de quase todo o governo, Passos Coelho incluído, não só andam fugidos e calados como deixaram o pobre Miguel, a cigarra governamental, a falar sozinho. O chefe da bordoada parece seguir outro ditado e em vez de concordar com Cavaco no ditado chinês que ensina que "a palavra é prata e o silêncio é ouro" optou por outro que se adequasse melhor às suas responsabilidades, assim parece defender que "a balança quando trabalha não conhece ouro nem chumbo".
 
Se por mais que Cavaco ande calado não ganha mais do que ganhou com as acções do BPN, a verdade é que o pobre Miguel se aparece é para dar chumbo e quando se cala é ele que dá chumbo. Mais sorte do que ele têm os seus colegas no governo, andam desaparecidos e são seguidores militantes das máximas cavaquistas, andam desaparecidos e calados, até dá para pensar que estão todos acampados no Palácio Belém num workshop onde Cavaco lhes ensina alquimia, transformando silêncio em barras de ouro.
 
A assunção Cristas foi vista pela última vez na feira da agricultura, o Porta quando assegurou que o CDS ia votar no parlamento o OE que tinha aprovado no governo, do Macedo ninguém sabe e até o Álvaro parece ter-se dedicado à mineração do silêncio o que, nele até faz sentido, depois de ter descoberto a mina do pastel de nata anda a prometer ao país que haveemos de descobrir ouro negro e dourado no subsolo.