O país ficou a saber que o brilhante Gaspar não sabe muito
bem quais devem ser as funções do Estado e que o Passos Coelho não tem a mais
pequena ideia do que será essa coisa de refundação do Estado que o Gaspar lhe
terá soprado ao ouvido. O que o país ficou a saber ao porta-voz oficioso do
governo, o Ganda Nóia, é que temos um governo ao nível das tribos de canibais
da Nova Guines que não fazem a mais pequena ideia do que quem e por isso pedem
ajuda ao FMI. Um país que tem universidades há séculos, que tem gente que se
forma e ensina nas melhores universidades do mundo, que exporta cientistas com
a mesma facilidade que elege imbecis para o governo, precisa que a Lagarde mande
para cá uns fedelhos contratados à hora às consultoras. Isto é demais para o
dito cujo de qualquer povo que ainda tenha orgulho de si próprio.
Mas enquanto o Ganda Nóia mudava o discurso do do assalto ao
bolso dos portugueses para o da refundação do país os governantes quase
desapareceram, terão ido brincar ao Holloween. A única presença no palco político
foi a da ministra da Justiça, mas essa parece estar disfarçada para o dia das
Bruxas durante todo o ano. Há ministros que já ninguém vê à semanas u mesmo
meses o que até é uma vantagem, cada vez que um ministro aparece para abrir a
boca as gargalhadas são tanta que um dia destes ainda provocam um furacão na
costa dos EUA.
Quem anda, anda e ainda provoca um furacão aos balcões do
BPI é um tal Ulrich, banqueiro de origem alemã que parece ter uma especial paixão
pelas ideias da germanofilia e sugere que o povo português ainda pode aguentra
com muita mais austeridade. O banqueiro que se esqueceu de acabar o curso de
finanças deve achar que os seus clientes são tão angolanos como os últimos a
entrar no capital do banco, esquece que muitos dos seus clientes são bem
capazes de não aceitar as ideias do fanfarrão e mudarem-se de banco. Aliás,
começa a ser um risco para os accionistas manterem o senhor Ulrich na presidência
do BPI, é que os clientes deste banco começam a não aguentar as alarvidades do
fanfarrão. Boicotar o BPI começa a ser um gesto anti-fascista.
O parlamento votou um orçamento que para todos os técnicos é
uma merda. Só um deputado da direita os teve no sítio e votou contra e nem
sequer é do PSD, esses preferem continuar na esperança de virem a ganhar algum
bajulando Passos Coelho.