quarta-feira, novembro 21, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura

 
 
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Presa ao caixote
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
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A propósito de violência policial, Buenos Aires, 2009 [A. Moura]   

Jumento do dia
   
Vítor Gaspar
 
Vítor Gaspar defende a redução do Estado à dimensão para  a qual existem recursos financeiros, só não esclareceu como determina o montante desses recursos e se são determinados tendo em consideração as suas brilhantes previsões.

O país vai cortar no Estado social porquê? Segundo o ministro porque não terá dinheiro para o pagar, mas sucede que o corte de 4 mil milhões corresponde exactamente ao desvio colossal entre a receita esperada e a efectivamente cobrada em 2012, isto é, os cortes no Estado social defendidos pelo ministro das Finanças servem apenas para pagar a sua incpaciadade técnica.
      
 Madito José Sócrates!

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É caso para dizer que só alguns gandulos tirara o curso sem estudar. Mas compensou, o Sócrates é o culpado de tudo e os gandulos chegaram ao poder. Enfim, como diria o Miguel neste governo são mais as cigarras do que as formigas.

 Crise é ...


Desde que não sejam as esposas dos Gaspares tudo bem, já basta de emigração!
   

  
 Lindos serviços
   
«Uma boa parte do crescimento do terciário consiste simplesmente na externalização de actividades que passam a ser adquiridas fora em vez de executadas dentro de casa.
Citadinos que jamais põem os pés no campo projectam na agricultura imagens bucólicas de alegres passarinhos, prados verdejantes e abençoada comunhão com a mãe natureza. Já a indústria, compensa a intrínseca falta de poesia com prosaicos valores de disciplina, método, diligência e trabalho esforçado.
   
Em comparação, pouco de bom parecem evocar as actividades de serviços. Serviço conota servidão, servilismo, sujeição – tudo traços negativos numa era que tanto preza a autonomia individual. Não admira, por isso, que a marcha triunfal da economia dos serviços desencadeie reacções de desconforto perante o rumo que o ocidente está a tomar.
   
O alarme cresce ainda mais quando as pessoas tomam consciência de que os serviços não só ocupam hoje para cima de 70% dos trabalhadores activos nas economias mais desenvolvidas (cerca de 80% nos EUA, no Reino Unido, na França, na Alemanha e na Holanda) como quase todo o novo emprego líquido é criado por eles. Os serviços são considerados pela opinião dominante culpados de infindáveis malfeitorias: não criam valor, inibem o crescimento da produtividade, pagam baixos salários, contribuem pouco para as exportações. Ora, essas percepções assentam em parte ou na totalidade em equívocos.
   
Durante muito tempo, os serviços foram encarados como uma categoria residual da economia, ou seja, como tudo aquilo que não era agricultura ou indústria. Até ao princípio do século XX, abrangiam principalmente criados domésticos e trabalhadores do comércio, mas a realidade é hoje muito distinta.
   
Para começar, uma boa parte das pessoas que oficialmente trabalham na indústria não fabrica coisas: ocupa-se, por exemplo, na investigação e desenvolvimento de novos produtos, na sua comercialização e distribuição, na gestão dos recursos humanos e na gestão financeira. Isso significa que a tradicional repartição da economia em sectores primário, secundário e terciário subestima largamente a contribuição dos serviços para o emprego e o valor acrescentado das economias contemporâneas.
   
Veja-se o caso da Inditex, o maior grupo mundial de moda, baseado na Galiza e detentor de marcas como Zara, Zara Home, Massimo Dutti, Pull & Bear e Uterque. A força do grupo reside numa combinação de design imitativo das últimas tendências da moda e gestão eficiente e ágil de cadeias logísticas de produção e distribuição integradas à escala global. A sua competência singular consiste na selecção, gestão e controlo de uma rede de fornecedores espalhados pelo mundo em estreita articulação com a dinâmica de pontos de venda localizados nos mercados mais promissores. A sua força reside nas actividades de serviço, não nas de produção, que são triviais.
   
Note-se, por outro lado, a estrutura de custos do iPhone. Os componentes que integra importam em 200 dólares e o custo total de montagem na China queda-se pelos 20 dólares por unidade. Todavia, o preço de venda ao público chega aos 700 dólares. A diferença entre custos de produção e preço final remunera no essencial o trabalho de concepção, software, design e marketing do produto. Como se vê, todas essas actividades de serviço são tributárias e complementares da indústria, não alternativas a ela.
   
Uma boa parte do crescimento do terciário consiste simplesmente na externalização de actividades que passam a ser adquiridas fora em vez de executadas dentro de casa. A crescente divisão do trabalho estimula desse modo o surgimento de empresas especializadas na prestação de serviços às empresas industriais. É assim que têm crescido os serviços financeiros, a advocacia de negócios, os serviços informáticos, a consultoria, a contabilidade, a auditoria, o design, a arquitectura e a publicidade, entre outros. 
   
O angustiado apelo à reindustrialização que hoje escutamos decorre de um deficiente entendimento do que são e como funcionam as economias contemporâneas. O sector terciário não é uma alternativa ao secundário nem implica a sua extinção, antes ajuda a torná-lo mais sólido. Os serviços fortalecem a indústria qualificando a força de trabalho, cuidando da sua saúde, facilitando as comunicações e movimentando mercadorias, mas também ajudando-a directamente a tornar-se mais produtiva e a solidificar factores de diferenciação competitiva assentes, por exemplo, na inovação, no design e no marketing.
   
Precisamos urgentemente de melhor indústria, não necessariamente de mais indústria. Por isso, a nossa preocupação deveria antes centrar-se em fomentar o surgimento e consolidação tanto de indústrias como de serviços de alto valor acrescentado e alta tecnologia e em promover sinergias entre ambos. Tudo o resto não passa de crença supersticiosa na superioridade intrínseca das coisas e da sua manipulação sobre as ideias e o poder do espírito.» [Jornal de Negócios]
   
Autor:
 
João Pinto e Castro.   

 Vítor Gaspar está satisfeito porquê?
   
«Anunciou ontem o primeiro-ministro, perdão, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que o memorando da troika, assinado em maio de 2011, já tem cerca de 95% das suas medidas aplicadas ou em fase de execução. É muito.
   
Em resultado dessa política ressaltam uma taxa de desemprego a passar os 16%, um aumento de dívida pública para 122% do PIB, uma redução neurótica da atividade económica e uma ainda duvidosa diminuição do défice.
  
Que conclusão se deve tirar, à luz desta aplicação de 95% das medidas daquele programa? Que o plano que nos deveria salvar as finanças e a economia, afinal, é uma porcaria? Não. Segundo o primeiro-ministro, perdão, o ministro das Finanças, o que se fez é ótimo e o resultado que se queria era mesmo este. Continuemos, pois, apela, em frente, decididos, a aplicar os 5% que faltam.
   
Quando vejo o primeiro-ministro, perdão, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, responder pacientemente às pergunta dos jornalistas, a explicar detalhadamente os pormenores das suas opções, a dizer, com placidez, que vai poupar 250 milhões nas parcerias público-privadas, a deixar assim cair na imaginação dos funcionários públicos, professores, enfermeiros, médicos ou militares o cutelo do resto que falta para um corte de quatro mil milhões de euros, vejo um homem, talvez inocência minha, que acredita na obra que constrói.
  
95% desse trabalho, revela-nos o primeiro-ministro, perdão, o ministro das Finanças, está aplicado. Nas ruas, a obra de que ele tanto se orgulha é repudiada, vilipendiada, insultada e, até, apedrejada. Ninguém gosta dela, só Vítor Gaspar. Será sadismo? Será masoquismo? Como se explica esta cegueira?
   
Deixo, por momentos, as argumentações económicas, frias. Vou às minudências do dia a dia. Uma jornalista que me acompanhou na mesma redação durante cinco anos, uma jovem de reputação profissional impecável e que, nos bons tempos, era disputada entre duas ou três publicações, atravessou o período do subsídio de desemprego e trabalha agora a servir cafés num centro comercial. Ganha menos do que o salário mínimo e gere, com um filho, um horário louco. Imagino os palavrões que lhe devem sair da boca, como a milhares e milhares de outros profissionais que vivem situações semelhantes, quando o primeiro-ministro, perdão, o ministro das Finanças, proclama a sua satisfação com a aplicação destes 95% de medidas do memorando da troika.
   
Mas olho a cara de Vítor Gaspar e vejo, juro, honestidade. Só restam, portanto, infelizmente, duas hipóteses: autismo ou tolice.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Tadeu.
     
     
 15% dos portugueses têm um diploma
   
«Numa década os residentes em Portugal melhoraram as suas habilitações literárias, com a percentagem de diplomados a aumentar dos 9% para os 15% e o analfabetismo a recuar para os 5%, segundo os resultados definitivos dos Censos 2011.» [CM]
   
Parecer:
 
O título da notícia devia ser "15% dos portugueses têm um diploma honesto", isto para não os confundir com um conhecido dr que (ainda) está no governo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se a correcção ao CM.»
      
 Jardim está farto de ser bombo da festa
   
«O presidente do Governo da Madeira, Alberto João Jardim, afirmou hoje que "está farto de ser o bombo da festa", por ser responsabilizado pelos erros cometidos na administração pública, e anunciou que vai ser mais exigente com os funcionários.
   
"Estou farto de ser o bombo da festa e, como estou farto de ser o bombo da festa, vou ser cada vez mais exigente com aqueles que constituem as minhas equipas, quer de governo, quer autárquicas", disse Jardim na cerimónia de inauguração de uma melaria no concelho de S.Vicente, no norte da ilha da Madeira.
   
"Cada vez tenho menos pachorra de ser responsabilizado às vezes por erros da administração pública que eu nem sequer sabia que existiam (...) e a culpa é sempre do Alberto João", acrescentou o líder madeirense.» [DN]
   
Parecer:
 
E só se queixa ao fim de tantos anos?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se o Alberto que quem não quer ser urso não lhe deve vestir a pele.»
   
 Um com a mania que é alemão
   
«O administrador-delegado da Siemens Portugal, Carlos Melo Ribeiro, considerou hoje que Portugal só conseguirá sair da crise através da eliminação de postos de trabalho na Função Pública, apontando para uma redução de 100 a 200 mil trabalhadores.» [DN]
   
Parecer:
 
Isto de ser administrador de uma empresa alemã parece dar o direito de ser uma Merkelzinha.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se a Merkelzinha à fava.»
   
 O quê?
   
«O custo médio por turma dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico é actualmente menor nas escolas públicas do que nos colégios que têm um contrato de associação com o Estado. Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), o Estado paga em média 70.256 euros pelas turmas dos 2.º e 3.º ciclos das escolas públicas. A verba acordada para este ano com os colégios com contratos de associação é de 85.200 euros por turma.» [Público]
   
Parecer:
 
Boa despesa pública...
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aumentem-se os subsídios aos privados.»
   

   
   
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