Aquilo que se está passando no GES/BES serve para mostrar que o Sr. Carlos Costa ainda deve ser parente próximo, talvez primo em primeiro grau, da Dona Inércia, aliás, a crise a que assistimos é típico de grupos familiares, esta crise só assumiu as dimensões que aparenta ter porque é o resultado de um longo noivado e consequente casamento entre a sagrada família e a família dos Inércia.
É muito provável que entre os apelidos do Sr. Costa conste o Inércia, o próprio Passos Coelho é primo dos Inércia, sucedendo o mesmo com a ministra Maria Luís. Todos eles sabiam dos pecados da sagrada famílias e limitaram-se a esperar que tudo fosse superado, todos optaram por pelo menos um ano de inércia.
O Sr. Carlos Costa esperava que o grupo conseguisse superar a crise, até porque todos prometiam a recuperação económica da Europa e um futuro radiante da economia portuguesa. A Maria Luís esperava que tudo rebentasse já depois da saída da troika e com o país presente nos mercados. Passos Coelho esperava que tudo estoirasse depois das legislativas ou num momento em que já não tivesses consequências económicas antes das eleições.
Agora voltam todos a mostrar que são dignos de pertencerem à família da Dona Inércia. O Sr. Carlos Costa ignora a Rio Forte e o GES e arma-se em porta-voz dos accionistas do BES assegurando que estão ansiosos por aumentarem o capital do banco. A ministra continua em silêncio e Passos Coelho armaa-se em castigador mas não esclarece se está negando ajuda ao GES e ao BES ou apenas ao GES, já que o banco já não pertence à sagrada família.
A verdade é que a situação do grupo da divina família é bem pior do que aquilo que se conta e é muito pouco provável que fique algum património nas suas mãos. A verdade é que é muito pouco provável que a PT consiga reaver o empréstimo ou que a CGD não seja forçada a criar provisões para cobrir o risco que assumiu. Mesmo que Passos Coelho castigue os Espírito Santo, recusando-lhes ajuda as consequências dos erros da família dos Inércia serão graves.
Nos próximos anos o país terá o impacto financeira da perda de muitos milhões correspondentes aos impostos que deixarão de ser pagos pelas empresas do GES, pela PT ou pela CGD em consequência da quebra de lucros, a que se somarão as perdas de receitas fiscais em consequência do impacto negativo no crescimento económico. Mas Passos Coelho não está preocupado, tem uma almofada financeira para fins eleitorais graças à extorsão dos rendimentos dos funcionários públicos e pensionistas e se o Tribunal Constitucional apoiar esta fraude poderá continuar a alimentar os seus projectos à custas dos mesmos.
Onde a Dona Inércia deverá também ter alguns primos é no Ministério Público pois apesar de tanto roubo e vigarice e depois da Operação Furacão e de outras acções publicitárias continua tranquilo como se nada sucedesse. Se alguém roubar uma pasta de dentes no Lidl ou no Pingo Doce vai a tribunal, mas se o Granadeiro roubar uma parte substância do valor do património dos accionistas ao transformá-lo num empréstimo a um amigo que sabe não estar em condições de o pagar nada lhe sucede.
Isto já não é um país digno desse nome e da sua história, é a quintarola da Dona Inércia.