quarta-feira, julho 09, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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"Zé Povinho" à venda numa loja paquistanesa na Rua da Prata, Lisboa

     Fotos de visitantes d'O Jumento

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Armação de atum Arraial Ferreira Neto Tavira (E. Sancho)


 Jumento do dia
    
Paulo Macedo

O argumento de Paulo Macedo contra a greve dos médicos de que se trata de uma greve política para além do politicamente incorrecto que contém é um truque político para atirar a opinião pública contra os médicos. É mau que um ministro considere que há greves políticas como se a política fosse algo de mau ou reservado a determinadas pessoas e espaços, é ainda pior que um ministro use este argumento para manipular a opinião pública.

Mesmo que Paulo Macedo tivesse razão no seu argumento fca por explicar a razão porque escolheu o dia da greve para anunciar uma transferência de dinheiro para o SNS. O ridículo da notícia está no facto de ter sido dada a partir da madrugada referindo que a decisão já tinha meses, enfim há grandes coincidências.

Se a greve era política qual a razão desta transferência de dinheiro? Se os médicos usassem os mesmos critérios de avaliação de Paulo Macedo poderiam acusar o ministro de usar os dinheiros públicos ou escolher as datas das transferências para fazer política em vez de se preocupar com a saúde dos portugueses.
 
 Seguro vai ao BdP amanhã

Está-se mesmo a ver o que vai suceder, o sô Costa da-lhe um bailarico mas isso pouco importa, o que interessa é aparecer nas televisões. Não é difícil imaginar o que Seguro Vai dizer:

"Ó sô Costa, desculpe lá mas desde que o Tó Costa me quer tirar o lugar tenho que ser um pouco mais duro. Mas não se preocupe, eu só cá vim para aproveitar a presença da comunicação social e ganhar mais uns votitos nas primárias. Olhe se eu pudesse queimava o Tó Costa no madeiro de Penamacor, mas isso só é lá mais para o fim do ano e se não chuver muito para o madeiro estar seco. Tchau."
 
      
 Vítor Bento a caminho da centrifugação
   
«Há um mês, Vítor Bento, o putativo próximo líder do Banco Espírito Santo e, se assim acontecer, 15% meu patrão, disse-me: "Uma coisa que se viu ao longo do último boom económico é que o gestor que transgride tem mais sucesso do que o gestor que não transgride, porque tem melhor resultado. E como tem melhor resultado, é recompensado pelo seu resultado". 

Nessa entrevista para o Q. perguntei: "Portanto, aquele que foge aos impostos, aquele que engana o cliente, é o gestor que sai beneficiado?".

Ele: "Certo. Há uma centrifugação dos gestores que possam ter mais preocupações éticas porque, por terem essas preocupações, têm um resultado material pior. Como a sociedade não os valoriza por essa atitude, eles acabam por ser centrifugados e é criada uma seleção em que os melhores gestores são aqueles que têm os valores morais mais frágeis".

Vítor Bento chega ao BES com a reputação de um moralista. É um moralista que critica a sociedade por, na sua volátil diversidade moral, só partilhar um único valor: a riqueza e a posse de bens materiais.

Quem foge aos impostos não é visto como um criminoso mas como um esperto. Quem consegue ser um malabarista em contabilidade criativa arrisca-se a ser candidato a prémio Nobel. Quem domina um programa informático capaz de fazer milhões de transações em bolsa num único segundo, uma verdadeira batota tecnológica que qualquer casino proibiria, é declarado génio da finança. Quem tem lucros significativos mas despede magotes de trabalhadores em nome de uma desumana eficiência económica é medalhado como empresário exemplar. A ganância, o antigo pecado mortal, passou a ser dom de predestinados visionários.

Com os sustos que apanhámos nos últimos anos algumas coisas estão a mudar. A ganância está a ser moderada... mas só um bocadinho. Empurrado pela União Europeia (indiferente a dependências e conivências da paróquia portuguesa) o nosso sistema bancário está a fazer uma limpeza. Eu, que ao contrário de Vítor Bento, não acredito na bondade regenerativa do sistema que nos governa, acho que depois desta limpeza circunstancial o pó voltará a assentar e a sujidade que corrompeu os de antes irá corromper os de agora.

Vítor Bento, o moralista Vítor Bento, o homem que não é religioso mas que gostaria que a religião dominasse a moral do planeta será então, inevitavelmente, sujeito a tentação. Terá duas vias: pregar como Frei Tomás para nós fazermos o que ele diz mas não o que ele faz ou, placidamente, apresentar-se como um gestor candidato a ser centrifugado... Se escapar à sucção, será milagre. Boa sorte.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Tadeu.
   
   
 Coincidências
   
«O ministro da Saúde transfere hoje 300 milhões de euros para os hospitais. A transferência acontece num dia delicado, em que os médicos estão em greve para contestar as políticas do Governo, salienta o Diário Económico.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

E esta transferência não será política ou a escolha do dia da greve foi uma mera coincidência?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Opus Macedo.»
     
 Alô, alô Vidiguêra!
   
«O terreno foi revirado. Aqui já ninguém consegue montar um acampamento. No barracão ao centro, há pedaços de betão destruídos e, debaixo deles, roupa, brinquedos, grades de cerveja, malas, receitas médicas, um electrodoméstico que parece uma máquina de lavar, cobertores. Há escombros.

“Esta saia era nova, nem cheguei a estrear!”, diz Patrícia, ao tirar debaixo de um bloco de betão aquilo que se transformou num pedaço de tecido branco. Helena e Patrícia percorrem o enorme armazém pulando entre os blocos de cimento e juntando, em montes, aquilo que ficou para trás. É, dizem, a primeira vez que regressam ao local em mais de 20 dias.

A 13 de Junho houve uma rixa entre as duas famílias de etnia cigana, os Azul e os Cabeça, que viviam no chamado Parque de Estágio, à saída da Vidigueira (concelho de Beja). Vários ramos destas duas famílias com cerca de 70 pessoas, adultos e crianças, viviam aqui em “habitações” mandadas construir pela Câmara Municipal da Vidigueira.

Nesse mesmo 13 de Junho, as duas famílias abandonaram o local temporariamente com o objectivo de acalmar os ânimos depois de uma zanga violenta que envolveu tiros. A ideia era voltarem, mas quatro dias depois, dia 17, a autarquia já tinha contratado os serviços de uma empresa para demolir o armazém. Os tractores e caterpillars de José Alexandre chegaram de manhã cedo e pelas 13h o serviço estava terminado, diz ao PÚBLICO o empresário. Ordem? “Demolição.” Com carácter de urgência. “O presidente estava lá, a gente realizou o serviço na presença deles todos”, conta José Alexandre em sua casa, uma moradia que se avista da estrada do Parque de Estágio. “Foram eles [autarquia] que mandaram empurrar aquele lixo lá para dentro [do armazém]. Mandaram ripar a área à frente para criar instabilidade de terreno para que eles não pudessem voltar para ali.”» [Público]
   
Parecer:

Daqui fala um presidente de câmara CDU que quer correr com a ciganada da terra porque essa coisa dos todos iguais só se aplica ao nascer do sol.
   

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
 Até o divino ES já é a favor da renegociação da dívida
   
«Os clientes do Grupo Espírito Santo (GES) que investiram em papel comercial foram notificados para converter os títulos de dívida. Segundo o Expresso Diário, foram enviadas propostas para trocarem 85% do papel comercial por ações e 15% por dívida a longo prazo.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

A dívida do GES, claro porque a do Estado é para os funcionários públicos irem pagando em suaves prestações.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      

   
   
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