quinta-feira, julho 10, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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 "Fado - património imaterial da humanidade", Estação do Rossio, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Paulo Macedo

De um dia para o outro o ministro da Saúde abandonou a postura de gestor para se assumir como um ideólogo do governo, parece que parra ele o sector privado tem a vantagem de nele não se fazerem greves. Já ouvi melhores argumentos em favor das empresas privadas.

Ontem disse que a greve era política, hoje aponta para os males laborais do sector pública, o que dirá Macedo amanhã?

«Ainda sobre a greve dos médicos, que cumpre hoje o segundo dia, Paulo Macedo disse que “o Ministério não a minimiza, não pretende que se repita, porque quem saiu prejudicado foram os utentes do SNS. As pessoas que foram ao privado e ao social foram todas atendidas e todas servidas”.» [i]
 
 A nova estratégia de Seguro

Depois da fase suja o ainda líder do PS deu início a uma fase mais limpa da sua campanha, agora quer passar a imagem de grande líder do PS. Para o fazer desdobra-se em pedidos de audiências e o estranho é que quer Passos Coelho, quer o governador do BdP têm sido simpáticos acedendo rapidamente aos seus pedidos.

Desta forma Seguro tem audiência, o problema é que não tem nada a dizer pois as suas audiências não passam de fretes e perdas de tempo para as personalidades que on estão ajudando nesta estratégia.
 
 Com o Sclorari toda a gente chora

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2010

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2014
 
      
 A PT sempre foi a “vaca leiteira” do BES
   
«silêncio é um pano cru onde cada pessoa pode bordar as especulações mais imaginárias. Assim é a forma como a Portugal Telecom está a gerir a crise da dívida do Grupo Espírito Santo: com silêncio. Gerando especulação. Deixando afundar as cotações. É estranho. E gera um círculo vicioso que prejudica o próprio GES, que no fundo sempre foi feliz na PT, uma “vaca leiteira”(“cash cow”) de dividendos durante mais de uma década.

Desde que, há 15 dias, o Expresso Diário revelou que a PT tinha €900 milhões do papel comercial tóxico do Grupo Espírito Santo, a administração da empresa falou uma vez, em comunicado, para clarificar o que chamou de mera aplicação de tesouraria. Entretanto, as ações desvalorizaram-se 30%. Em parte, assumindo que a PT vai perder os €900 milhões. Mas também por causa de danos reputacionais e das consequências com a justiça e na fusão com a Oi. Tanto que as ações estão a ser violentamente “shortadas” (já lá vamos).

Este silêncio é completamente atípico na PT, cuja reputação nos mercados sempre foi excelente, com inúmeros prémios internacionais de relações com os investidores. Confirma que o desfecho ainda está em aberto. E revela que quem está a gerir o processo já não são só os gestores, são os advogados. Tudo o que disserem poderá e será usado contra eles - assim preveem os chamados Direitos de Miranda, lidos nos Estados Unidos a suspeitos. E é dos Estados Unidos que se espera o pior.

Sobre o escandaloso financiamento da PT ao seu maior acionista já não é preciso dizer mais. Mas ainda é surpreendente como foi possível começar uma história que vai acabar mal. A PT desvaloriza-se por causa do GES, que se desvaloriza também por causa da PT. É uma ironia triste, de uma relação que sempre foi umbilical e lucrativa.

A Portugal Telecom foi durante uma década uma “vaca leiteira” de dividendos. Começou com Miguel Horta e Costa, com os programas de “share buyback” (recompra de ações). Acelerou com Zeinal Bava e Henrique Granadeiro após a OPA da Sonae, derrotada em 2007. E teve um brinde especial com a venda da Vivo.

Durante estes anos, a PT entregou aos seus acionistas mais de oito mil milhões de euros em dividendos: quatro vezes o que ela vale hoje em Bolsa.

Os acionistas foram muito felizes na PT. Todos. Mas o Grupo Espírito Santo mais do que qualquer outro - incluindo a sua invenção chamada Ongoing, que sempre viveu das ações na PT para se endividar e dos dividendos para pagar essa dívida. A influência do BES na PT estava consagrada num acordo de parceria de 2000 e alargava-se ainda às comissões do BES Investimento em todas as Fusões & Aquisições feitas. Quando a Vivo foi vendida, mais de quatro mil milhões de euros foram depositados durante meses no BES e na Caixa, também acionista, como em tempos o foi o BPI. Quando Fernando Ulrich e Jorge Bleck saíram da administração da PT, a notícia era de que o haviam feito em reação ao poder hegemónico do GES.

Esse poder alargava-se agora com a Oi: depois da fusão, a concluir em Setembro, o BES ficaria com mais de 5% da PT/Oi, tornando-se o maior acionista individual e tendo peso na administração. É agora isto que está em causa. O GES deixou de receber dividendos chorudos da PT desde 2012, que só sendo desmamada poderia continuar a pagá-los; e já não vai ter a preponderância almejada na fusão. Henrique Granadeiro, que seria vice-chairman, dificilmente poderá sê-lo. Foi na prática “despedido” ontem pelo acionista estatal BNDES.

É preciso estancar esta sangria, que tem efeitos devastadores. A PT estará a tentar ter garantias para o papel comercial, mas não há muito mais no GES a dar como garantia além das ações do próprio BES: o resto do grupo está quase tudo ou insolvente ou à venda. E é também por isso que há ataques de “short selling”.

OS ABUTRES À VOLTA DA FOGUEIRA

Imagine que tem uma ação, que está cotada hoje em Bolsa por €10. Eu peço-lhe a ação emprestada durante dois dias, pago-lhe €0,1 pelo empréstimo, e vendo já a ação que me emprestou em Bolsa pelos €10. Daqui a dois dias, as ações caem e valem €9. Eu compro então uma ação por €9 e entrego-lha, liquidando o empréstimo. Resultado: você continua a ter uma ação e ganhou €0,1 pelo empréstimo; e eu ganhei €0,9 (porque vendi por €10 o que comprei depois por €9, pagando-lhe uma comissão de €0,1). Confuso? Leia outra vez porque isto acontece todos os dias. Chama-se “short selling”, vendas de ações a descoberto. Se feitas em parcimónia, são uma estratégia de diluição de risco na carteira de investidores profissionais. Se feitas como “ataque” para beneficiar do aniquilamento de uma empresa, são práticas de fundos abutres. É o que está a acontecer na PT.

Na semana passada, a Gotham City Research, uma casa americana de análise, descreveu como “uma farsa” a espanhola Gowex, que era a menina dos olhos da Bolsa espanhola. A Gowex foi ao charco quase de uma dia para o outro. E a Gotham City recebeu muito mais do que um agradecimento: antes de denunciar o caso, terá “shortado” as ações da Gowex e assim lucrado com a sua desvalorização.

Como o Negócios revelou há dias, a Elliot Management, de Paul Singer (o famoso “fundo abutre” que está a empurrar a Argentina para um novo default), tem mais de 5% de capital da PT em posições curtas - e outros quatro investidores têm posições curtas de pelo menos 0,5% do capital da PT. Isto confirma que muita gente não só espera como deseja que a PT afunde em Bolsa. Na verdade, a PT já perdeu em Bolsa quase os €700 milhões e a Oi ainda mais do que isso, por causa do receio de atraso da fusão. O jogo dos “short-sellers” passa por saber qual das duas empresas vai ficar com a perda, sendo a perceção de que ela ficará na PT. Infelizmente, está a ser possível satisfazer este apetite necrófago. E só quando a empresa divulgar o saldo final das perdas e confirmar o desfecho da fusão, os seus termos e poderes, é que as ações acalmarão. Ontem já era tarde.» [Expresso]
   
Autor:
 
Pedro Santos Guerreiro.
   
   
 Agarrem-me ou vou-me embora
   
«"Se as coisas no país evoluírem de uma tal forma que um dia seja absolutamente claro que há muita gente que desejava mesmo e deposita muita confiança em mim, e por um conjunto de circunstâncias quer que eu vá, se eu sentir que isso é movimento muito grande, é evidente que dificilmente uma pessoa pode defraudar as pessoas e fugir", afirmou Rio em entrevista ao programa "Terça à Noite", da Rádio Renascença.

Na última entrevista que deu à RTP enquanto presidente da Câmara do Porto, em outubro, o antigo autarca tinha já admitido voltar à política se uma situação de emergência o exigisse.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Rui Rio está seguindo as pisadas de Cavaco e tece o seu próprio tabu.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Este banco escapou ao PSD
   
«De Franssu, de 51 anos, vai dirigir, a partir de agora, o conselho de fiscalização do IOR, conhecido como banco do Vaticano, em substituição do advogado alemão Ernst von Freyberg, nomeado por Bento XVI em fevereiro de 2013.

O empresário, que até aqui dirigia em Bruxelas uma empresa de aconselhamento em fusões e aquisições, "Incipit" (do latim começar), "vai assumir hoje o cargo de novo presidente do IOR. Von Freyberg aceitou efetuar um período de transição para permitir uma transmissão adequada de recomendações", indicou o Vaticano.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Parece que não queriam licenciados de Castelo de Vide.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Bla, bla, bla
   
«Numa hora e meia de reunião, Passos Coelho e António José Seguro não falaram de nomes, "nem sequer de um perfil" daquele que será o próximo comissário europeu indicado por Portugal.

O encontro decorreu esta quarta-feira em São Bento e no final só o líder socialista prestou declarações aos jornalistas, mas apenas para dizer que o que tinha sido discutido fora o que estava na agenda. "Só falámos da importância da pasta que o futuro comissário europeu deve ter". Seguro não disse sequer quais são as áreas, admitindo apenas haver "convergência" entre PS e governo.

"Não falámos de nenhum nome. Falámos da União Europeia, da importância de termos uma pasta na Comissão Europeia que fosse e seja importante, mas a nossa conversa não chegou à abordagem de nenhum nome, nem sequer de um perfil". O líder socialista frisou que esta é a primeira reunião sobre este assunto e que aguarda voltar a ser chamado pelo primeiro-ministro. Nesta matéria Seguro tem defendido ser o PS a escolher o representante português no futuro governo da União Europeia, embora a tradição seja que essa escolha recaia sobre quem está à frente do governo.» [i]
   
Parecer:

Seguro foi a Sã Bento para meter um amigo na Comissão ou apenas para aparecer na televisão com a ajuda e ao lado do seu ídolo Passos Coelho? Depois de uma hora e meia para discutir o insanável voltaram a perder mais uma hora e meia para nem falarem de nomes ou de perfis, falaram da Europa...
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao dito.»
   
   
 O síndrome de negação chega às estatísticas
   
«Na apresentação do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a consolidação da reforma estrutural em Portugal, encomendado pelo Governo e entregue ontem, terça-feira, Pedro Passos Coelho elogiou o trabalho dos últimos anos, sublinhando a diminuição da desigualdade dos rendimentos e da taxa de pobreza relativa. Contudo, as conclusões baseiam-se em números centrados no período entre 2007 e 2011, apresentados no relatório. » [Expresso]
   
Parecer:

Só falta aldrabarem as próximas eleições legislativas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se»
     

   
   
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