quinta-feira, junho 30, 2016

O traste de Berlim

Seria ingenuidade pensar que o ministro das Finanças não sabe o que diz, Wolfgang Schäuble sabia muito bem o que queria dizer e nem a declaração inicial, nem a correcção foram discursos espontâneos, passou a mensagem que pretendia e depois fez a correcção da praxe. No ar ficou uma ameaça, a dúvida nos mercados e a ajuda à direita portuguesa por parte de um político que, como se sabe tem um ódio de morte a tudo o que cheire a esquerda.

É bom recordar que não é a primeira vez que esta estratégia é ensaiada, foi assim que a direita chegou ao poder e é assim que Wolfgang Schäuble tenta ajudar de novo a direita. Quanto mais subirem as taxas de juro maiores serão os custos da gestão da dívida e mais difícil será cumprir metas orçamentais. Wolfgang Schäuble não está preocupado com o défice, ates pelo contrário, quer que Portugal desrespeite os seus limites.

Esta é a direita europeia, uma direita que não está preocupada com atentados, com o Brexit ou com as vagas de refugiados, mais importante do que isso é devolver o traste de Massamá a São Bento.

Umas no cravo e outras na ferradura



  
 Jumento do dia
    
Wolfgang Schäuble, canalha alemão

Este senhor sabe muito bem o que diz quando abre a boca, sabe o que diz, o que pretende e as consequências do que diz e no dia ao Conselho Europeu que discutiu o Brexit o ministro das Finanças alemão é tudo menos um descuidado, A Alemanha quer responder ao Brexit com mais extremismo económico e com o saneamento do Euro e da UE, este senhor é um canalha e usa Portugal para fazeer pressão sobre um governo alemão de coligação e sobre a chanceler Merkel.

«A agência Bloomberg citou esta quarta-feira declarações de Wolfgang Schäuble que diziam que Portugal iria “pedir novo programa” e que iria tê-lo. Mas, minutos depois, o ministro alemão voltou atrás e esclareceu. Afinal, “Portugal não quer um novo programa e não vai precisar dele se cumprir as regras europeias que obrigam à consolidação orçamental e à redução do défice. Mas “Portugal tem de cumprir as regras ou corre o risco de entrar em dificuldades” e precisar de um novo programa de ajuda.

O ministro alemão estava a falar sobre receios em torno do Deutsche Bank e indicou que está mais preocupado com Portugal do que com o Deutsche Bank. Isto porque Portugal não tem “resiliência” suficiente nos mercados” e, por isso, “tem de fazer tudo para anular a incerteza nos mercados financeiros”.» [Observador]

      
 A queda de um anjo
   
«Em causa estão quatro crimes de prevaricação de titular de cargo público. Os crimes aconteceram na altura em que Macário foi autarca em Tavira (1998-2009). Foi condenado por ter autorizado o licenciamento de três vivendas e duas piscinas em zonas rurais de Tavira. Estas construções violaram o Plano Diretor Municipal do concelho e o Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve, por terem sido feitas numa zona de paisagem protegida, local considerado Reserva Ecológica Nacional.

O acórdão foi lido hoje no Tribunal de Faro, e dos cinco crimes de que era acusado, Macário Correia foi condenado por quatro.

Depois de sair da câmara de Tavira, Macário foi eleito presidente da Câmara de Faro. Em 2012, contudo, perdeu o mandato devido a este processo judicial.

A defesa de Macário Correia, conduzida pelo advogado Artur Cansado, pediu a absolvição do antigo autarca, e refutou a ideia de que as decisões de licenciamento dos projetos em causa, relativos a duas piscinas e habitações na serra de Tavira, tenham sido tomadas para “beneficiar alguém”.» [Observador]
   
Parecer:

Tenho dúvidas em relação ao que se passa na serra do Algarve, um dia destes aquilo é uma reserva para coelhos bravos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamentes-se.»
  

quarta-feira, junho 29, 2016

Quem quer sanções?

Se as sanções fossem aplicadas com o argumento de que resultavam do programa económico da geringonça alguém acredita que Passos Coelho protestaria indignado como o fez no encontro paralelo ao Conselho Europeu?

Quando a questão das sanções a direita não mostrou muito incómodo, a notícia da sua eventual aplicação coincidiu com a adopção de medidas económicas a que se designou por reversão das medidas extremistas de Passos Coelho e essa coincidência foi aproveitada para sugerir que as sanções resultaram das decisões do actual governo e não do anterior.

Aqueles que tentaram impor que as normas do Pacto de Estabilidade fossem inscrita na nossa Constituição parece terem-se esquecido delas, esqueceram-se de que nos tempos da dureza eram contra qualquer folga ou concessão, dava-lhes jeito prender o país ao seu extremismo. Não defenderam que o limite do défice poderia ser ultrapassado em 0,01% ou em 0,1%, o limite era 1%.

Só que na hora de garantir que ficariam no poder esqueceram-se do rigor orçamental e durante 2015 e sem recuar em nenhuma das suas sacanices económicas deixaram de controlar o défice e permitiram o aumento das gorduras do Estado. A reversão dos cortes de pensões e de vencimentos não eram  uma desgraça e até se apropriaram das consequências de acórdãos constitucionais, chamando a si a autoria política das medidas que foram obrigados a aplicar.

Contando com o apoio maioritário da direita na Comissão, incluindo o comissário português que está lá para servir o PSD, Passos Coelho estava convencido de que as sanções seriam atribuídas à política deste governo. Agora que percebeu que é o Pacto de Estabilidade que ele tanto apoiou que determina a aplicação de sanções em consequência do seu próprio falhanço eis que teve um ataque de histeria em Bruxelas.

Este não é o Passos Coelho que sorria perante a aplicação de sanções ou que o que boicotou um voto unânime do parlamento contra as sanções, este é o Passos Coelho que percebeu que vai ter de ser ele a assumir as responsabilidades e agora que é ele o prejudicado e não apenas o país é que se manifesta preocupado e indignado.

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Passos Coelho

Ao ouvir Passos Coelho, em Bruxelas, pedindo batatinhas para o Reino Unido no divórcio entre este país e a UE veio-me à memória como este traste tinha voz grossa em relação ao governo grego, nesse tempo o homem estava prenhe de bons princípios e assumia-se como graxista das posições mais
duras da Europa.

Ao ouvir Passos Coelho berrar contra eventuais sanções vieram-me à memórioa as suas primeiras posições sobre essa hipótese, nesse tempo o traste de Massamá não se indignava tanto com a aplicação de sanções, justificava-as com a política do actual governo, esperava que a Comissão Europeia as fundamentasse no programa da geringonça e, nesse caso, as sanções eram bem-vindas. Agora que já toda a .gente estabelece uma relação entre as sanções e os resultados do seu Governo este traste já se indigna.
 
Ainda no passo mês de Maio o traste de Massamá associava as sanções ao actual governo perguntando “Por que é que, no meio de tanto enleio, se fala então de sanções contra Portugal”? Aliás, num gesto de puro cinismo Passos e Maria Luís apelaram à não aplicação de sanções apenas para as associar ao actual governo.
 
O cinismo de Maria Luís ia ao ponto de não se incomodar muito com as sanções, desde que a culpa não lhe pudesse ser atribuída e dizia que  “é extremamente importante clarificar o que poderia ser a base da discussão sobre se deve ou não aplicar sanções a Portugal ao abrigo do Procedimento de Défices Excessivos. Se o racional é o resultado de 2015, já expliquei porque não deveriam ser consideradas”. O problema não eram as sanções, era a identificação da culpa. Na mesma carta que escrevia ao comissário Valdis Dombrovskis o cinismo desta senhora ia ainda mais longe e acrescentava que “é a expectativa de que os desvios [meta do défice e PIB] não serão corrigidos de 2016 para a frente, como patente na previsão da Primavera da Comissão Europeia, então não me caberá apresentar qualquer argumento”. No fundo a senhora dizia "apliquem as sanções, mas digam que a culpa é da geringonça".


 O silêncio do Estado Islâmico

Catarina Martins deve ter ficado muito desiludida. até ao momento nem a senhor Le Pen nem o ISIS veio apoiar a sua ideia de um referendo do Tugaxit.

 Obama e a integração europeia

Quando Obama diz que o processo de integração europeia está interrompido mostra que desconhece que o Reino Unido foi sempre um obstáculo dentro da UE à própria integração europeia. Desde a primeira hora que para o Reino Unido a sua presença na UE foi avaliada em função dos lucros que obtinha. Daqui a cinco anos a UE já esqueceu o Reino Unido, enquanto este vai lembrar-se do Brexit durante muitos anos e a prova é que já o estão a adiar o mais possível.

      
 Governante a caminho da demissão
   
«O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, admitiu, ontem ao DN, residir habitualmente em Cascais e não em Tavira, apesar de receber um subsídio de alojamento. O governante afirmou não pretender prescindir desta verba, que lhe foi concedido pelo primeiro-ministro, António Costa, até porque o valor líquido do mesmo, 360 euros, "corresponde ao valor aproximado" dos encargos que tem com o apartamento no Algarve, comprado semanas antes de ter tomado posse a 26 de novembro.

De acordo com a lei, os governantes têm direito a um subsídio de alojamento extra-ordenado, caso tenham residência permanente a mais de 150 quilómetros de Lisboa. Carlos Martins foi, segundo adiantou o semanário Expresso este fim de semana, um dos contemplados com subsídio de alojamento, num despacho de 1 de março de 2015 assinado pelo primeiro-ministro, António Costa.
Porém, o governante está, de facto, a residir na freguesia de Murches, em Cascais, e não em Tavira, morada que indicou para efeitos de atribuição do subsídio. Segundo dados recolhidos pelo semanário, trata-se de uma vivenda com 300 metros quadrados, no condomínio Vila Poente, em Murches, no concelho de Cascais.» [DN]
   
Parecer:

Viver numa vivenda de luxo e pedir aos contribuintes que lhe paguem mais 300 € por mês com base numa mentira é ridículo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o governante por não ter a noção do ridículo.»
  
 Mas que "grande" ansiedade
   
«Ao longo de três anos, Sara Moreira, de 19 anos, natural de Recarei, Paredes, deu entrada 11 vezes nas urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel. Segundo o Jornal de Notícias, de todas as vezes o diagnóstico foi o mesmo: estado de ansiedade. No entanto, Sara viria a morrer dois dias depois da última passagem pelo hospital, em 2013, e a autópsia revelou que tinha alojado na cabeça um tumor com 1,670 quilogramas. Nunca, nas suas idas ao hospital, foi submetida a uma TAC (tomografia axial computorizada) ou uma ressonância magnética, que poderiam ter sido fundamentais para um diagnóstico correto.» [DN]
   
Parecer:

É incrível como tantos médicos de um serviço de urgência despacharam um doente sem fazer qualquer exame, isto quando se tratava de alguém com fortes dores de cabeça e situações de perda de consciência. Estaremos perante negligência, desprezo ou incompetência?
 
Mas não deveria ser apenas o hospital a ser investigado, analisar em 2016 uma morte ocorrida em 2013 significa que algumas entidades andaram três anos a arrastar os pés e essas entidades também deveriam ser responsabilizadas por este atraso inadmissível e revelador de um grande desprezo pelos cidadãos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

 Mulheres simpáticas
   
«Entre cozinhar, passar a ferro e cuidar dos filhos, as mulheres portuguesas afectam todos os dias mais de 1h30m ao trabalho doméstico do que os homens. Isto, mesmo nos casais em que ambos trabalham fora de casa e partilham as despesas. As desigualdades na distribuição das tarefas tornam-se ainda mais vincadas quando consideramos as diferenças do tempo que homens e mulheres despendem no emprego pago: em média, eles trabalham apenas mais 27 minutos por dia.

“Enquanto as assimetrias ao nível do trabalho pago são cada vez menores, no trabalho não pago subsistem, mesmo entre os casais mais jovens, onde continuam a ser as mulheres a orquestrar a vida doméstica, enquanto eles ficam num papel de retaguarda”, aponta Heloísa Perista, coordenadora do estudo Os Usos do Tempo de Homens e de Mulheres em Portugal, desenvolvido, desde Outubro de 2014, pelo Centro de Estudos para a Intervenção Social, em parceria com a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, e que é apresentado nesta terça-feira, em Lisboa.

Feita a soma, e quando marido e mulher exercem uma actividade profissional fora de casa, as tarefas domésticas e com os filhos exigem em média às mulheres quatro horas e 17 minutos por dia, enquanto para os homens implicam apenas 2h37m. No grupo etário mais jovem (15-24 anos), a assimetria diminui ligeiramente, mas subsiste, com as jovens a registar mais 1h21m por dia do que os homens nas tarefas de casa e com os filhos.» [Público]
   
Parecer:

Enfim,. se assim o desejam...
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

terça-feira, junho 28, 2016

Brexit, a saída pedagógica

As teorias das relações económicas internacionais ignoram o estudo das consequências económicas do abandono de uma união aduaneira, todos os estudos se centram nas consequências, vantagens e desvantagens da construção de zonas de comercio livre. A hipótese com que o mundo se confronta, o abandono de uma união aduaneira por parte de uma grande economia, é uma novidade, até para os pensadores criativos que integram aquilo a que alguém se lembrou de designar por especialistas em ciência política se dedicaram muito tempo a esta hipótese.
  
Como as sondagens apontavam para a permanência do Reino Unido na EU ninguém se interrogou sore as consequências económicas de uma saída. Agora, andam todos a avaliar o impacto e é a própria EU que sugere ao Reino Unido que se despache pois esta fase em que “nem o pai morre, nem a gente almoça” só agrava as consequências que ainda hoje ninguém sabe quais serão. 

Mas estamos perante uma saída pedagógica, a teoria económica vai ter de prestar atenção a um fenómeno novo, o perfume do eurocepticismo pode azedar, as senhora Le Pen e Catarina Martins vão poder avaliar as consequências das suas teses, os povos poderão faze a contabilidade cínica do que poderão ganhar ou perder com uma saída da EU. Até a rainha dos ingleses, que mandou contar que era pela saída vai poder perceber se o seu reino encolhe ou se vai ter de fazer uma vénia ao funeral da grandeza da Grande Albion, como o fez no funeral da nora.

Uma coisa é certa, os economistas, os políticos e os monarcas ruralistas, e as senhoras da extrema-direita ou da extrema-esquerda vão ter muito a aprender e uma oportunidade rara de avaliarem as suas teses. O Brexixt é uma saída inesperadamente pedagógica.

Umas no cravo e outras na ferradura


      
 O mau professor quer lixar o bom aluno
   
«A Comissão Europeia está inclinada para recomendar ao Conselho da União Europeia a aplicação de sanções a Portugal e Espanha, de acordo com o jornal francês Le Monde. Uma decisão que será conhecida a 5 de julho (data que tem sido apontada) e que deve passar por uma multa aos dois países que pode ir até 0,2% do PIB, bem como pela suspensão temporária de fundos comunitários.

Até aqui falava-se numa multa que seria aplicada através do congelamento dos fundos comunitários (e não das duas de forma cumulativa, como adianta a publicação francesa). O Governo não comenta, para já, mas o sentimento interno é de “cautela”, de acordo com fonte do executivo contactada pelo Observador. A questão tem estado a ser debatida nas instituições europeias.

As sanções dizem respeito ao incumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento em 2015, o que no caso português significou um défice de 4,4% em vez dos 2,7% previstos junto da Comissão. Ainda não há confirmação oficial e a decisão só deve chegar no início de julho, mas o jornal francês escreve esta segunda-feira que a Comissão vai mesmo “respeitar a legislação europeia”.» [Observador]
   
Parecer:

Com esta direita trauliteira dificilmente a UE sobreviverá.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  

segunda-feira, junho 27, 2016

28-1=29

“A zona do euro são 19 países, eu espero que a Grécia não saia, mas se sair ficam 18 países. Quanto a isso eu não tenho dúvidas, mas é bom não especular” (Cavaco Silva)

Cavaco é uma personagem de um passado sombrio e muitos já se esqueceram do seu comentário a propósito de uma eventual saída da Grécia da zona Euro. Dizia essa pobre alma que se a Grécia saísse da zona euro esta deixaria de ter 19 membros para passar a ter 17.

Era assim a aritmética fria, calculista e provinciana de uma direita que transformou este país num país graxista que me envergonhou, um país que tentou beneficiar da desgraça alheia e que levou alguns dos nossos governantes a tudo fazerem para que a Grécia fosse tramada na negociações europeias.

Quis os destino que estes germanófilos em part-time estejam agora a ver sair o Reino Unido da União Europeia, conduzida por um partido pertencente à internacional europeia da direita. Agora já não fazem exercícios de aritmética e é pena pois com a muito provável independência da Escócia e uma eventual saída da Irlanda do Norte há uma grande probabilidade de termos um problema de aritmética para resolver, neste caso quem de 28 tira um fica com 29.


Imagino o professor Cavaco nas sua xanatas a caminho da Praia dos Tomates a meditar com a sua D. Maria que os tempos já não são outros e nem na aritmética podemos confiar.

sábado, junho 25, 2016

O Reino que deixou de ser Unido

Quando ouvi o Nigel Farage apelar à desunião na Europa e a festejar o fim da EU e dei comigo a pensar que o homem devia estar bêbado. Ainda por cima é a extrema-direita Europeia, o Trump e o ISIS que festejaram o Brexit e não é difícil de imaginar que no dia daquilo a que ele chamou de independência é bem provável que seja ele próprio a ser pendurado na Torre de Londres.
  
A Comunidade Britânica e, em particular, os países mais pobres estão demasiado habituados às ajudas europeias e aos regimes pautais preferenciais para abandonarem tudo isto e irem a correr ajudar os pensionistas britânicos, tanto mais que a xenofobia e o racismo implícito em muitos dos votos no Brexit não deve ser muito do agrado do pessoal dessas bandas.
  
Em poucos dias os irlandeses poderão conseguir o que não conseguiram com tantos atentados e manifestações, o Brexit é um convite à reunificação da Irlanda. É mais do que evidente que a Escócia e o seu crude do Mar do Norte vão dizer Bye aos bifes ingleses e muitas das empresas que ameaçaram abandonar aquele país se saísse do Reino Unido vão agora dizer que abandonam Londres no dia em que a Escócia for independente.

Resta uma Inglaterra e um país de Gales dividido, uma rainha que não confia no filho e um filho que casou com a égua mais feia da cavalariça. Contou e isso significa que alguém fez constar que a rainha pediu três muito boas razões para o Reino Unido ficar na União. Pobre senhor, vai dedicar uma boa parte do seu reinado a contar essas razões e pode começar pela queda da Libra.
  
A rainha dificilmente vai conseguir unir a população de Londre que votou por in com os rurais que votaram out, os trabalhadores qualificados que não têm medo dos emigrantes com os trabalhadores não qualificados que querem sair, os jovens que queriam horizontes com os velhos sem esperança, sem horizontes e egoístas. Não estarei muito longe da verdade se disser que os republicanos queriam ficar e que os monárquicos mais conservadores queriam sair.

O que sobre do Brexit é um Reino que deixou de ser Unido, pior ainda um reino que vai entrar numa profunda crise interna com as forças mais dinâmicas e democráticas a sujeitarem-se à extrema-direita e aos iletrados e é deste reino que Isabel II reina. Razão tinha o filho quando queria ser o penso higiénico da Camilla, neste caso seria uma forma muito original de meter a cabeça no buraco como faz a avestruz.
 

sexta-feira, junho 24, 2016

O muro de Berlim reemergiu para dividir o Reino que era Unido

A história prega-nos destas partidas, a queda do mudo de Berlim alterou tanto a Europa que acaba por conduzir à saída do Reino Unido e o muro que divida a Alemanha parece ter reemergido para dividir novamente a Europa e o Reino Unido. A Europa não volta a ser a mesma, enquanto a gloriosa Grã-Bretanha dá mais um passo no sentido de uma decadência iniciada com a Grande Guerra, perdido o império, perde a influência na Europa e acaba por se dividir.

Se na França o PCF perdeu muitos dos seus eleitores para a extrema-direita, no Reino Unido os sindicatos que servem e suporte ao Labour aproximaram-se das teses xenófobas e proteccionistas da extrema direita escondida atrás do eurocepticismo. Não admira que Nigel Farage tenha aproveitado a sua proclamação como líder dos ingleses para apelar à destruição da União Europeia e ao apoio aos partidos da extrema-direita.

Os processos negociais não vão ser fáceis e com a extrema-direita a transformar o Labour e o Partido Conservador em fanicos avizinham-se roturas não só internas, mas principalmente nos processos negociais, quer os da separação, quer os do TTIP. O discurso de vitória de Nigel Farage, hoje de manhã, lembrou o discurso de Yeltsin em cima de um tanque, junto à Duma. Por lá a Rússia desmoronou-se com um líder bêbado, no Reino Unido vamos ter um primeiro-ministro que fala como se fosse um treinador de futebol.
  
Nem mesmo a Commonwealth ficará unida em torno da velha e Grande Albion, países como a Austrália, o Canadá ou a Nova Zelândia beneficiaram muito com as negociações da adesão do Reino Unido à CEE pois muitas das relações comerciais privilegiadas que mantinham com o Reino Unido passaram a ter com a CEE. Por outro lado, uma boa parte da Commonwealth beneficia de vantagens concedidos no quadro dos vários acordos preferenciais, como é o caso dos SPG e principalmente dos ACP. 

É quase certo que o muro que desapareceu em Berlim vai separar a Escócia da Inglaterra e Gales e não seria de admirar se um dia destes acordarmos com a Irlanda reunificada. Os ingleses sonham com as velhas glórias e um dia destes vão acabar reduzidos a Inglaterra e Gales, mais pobres e, depois de terem corrido com os emigrantes, a terem de limpar a caca que fazem e liderados por um rei que em tempos tinha por desejo ser o penso higiénico da Camilla Parker Boyles.

Na Europa veremos se a Alemanha declara Berlim como a capital do IV Reich ou se volta a ter a posição mais humilde dos tempos em que precisava dos que a defendiam no Atlântico e no Mediterrâneo e volta a apostar no eixo franco-alemão. Veremos quais as consequências políticas e militares de uma separação com uma Inglaterra que parece não estar a resistir ao perfume da extrema-direita.

Por cá será interessante ver como reage a direita e, principalmente, a extrema-direita fina dos Portas, Passos, Luísas, Cristas e Morgados. É uma direita com um grave problema de bipolarismo, de dia são machos e à noite anda a passear pelo Parque, de dia são social-democratas e à noite confessam-se admiradores de Salazar. No passado foram gemanófilos quando Hitler estava em vantagem e transformaram-se em atlantistas quando os aliados ganharam a guerra. Recentemente lamberam os pés ao Wolfgang Schäuble, veremos como se posicionam agora que estão divididos entre o dinheiro alemão (dantes a gula era o ouro dos judeus) e o tal atlantismo de que tanto falam. Veremos até quando esta direita que é europeísta de dia e eurocéptica à noite assume o seu projecto político em vez de se esconder atrás de siglas como o “social-democracia sempre”. 
 

Umas no cravo e outras na ferradura



  
 Jumento do dia
    
Paulo Portas, Apreciador da marca Jaguar

Depois de uma vida a viver do dinheiro dos contribuintes Portas diz que não farão dele funcionário público à força, como se ser funcionário fosse algum castigo ou a redução de alguém a uma pouca de merda. Portas que fique descansado, ser funcionário público não é andar por aí à noite a escolher palácios, comprar submarinos com negócios que dão lugar a suspeitas de corrupção, ajudar a internacionalizar empresas em mercados em que a regra é a corrupção.

Aproveito para dizer que ainda bem que não o vou ter como colega, se assim fosse diria como gosta de dizer os militares que "colegas são as putas".

«No final, Portas aceitou dar a primeira entrevista depois de ter deixado a política e falou à SÁBADO sobre o balanço do trabalho realizado no país de Fidel e Raúl Castro, das oportunidades em perspectiva para as empresas portuguesas, da opção de ter aceite ir trabalhar para a Mota Engil e das críticas que sofreu por isso.

"Por mais que quisessem, não vão fazer de mim funcionário público à força", reage Paulo Portas.» [Sábado]

      
 É o ver se te avias nos portos
   
«Há concessionárias dos portos portugueses que estão a ganhar muito mais do que seria aceitável para o interesse público. A conclusão resulta de uma auditoria do Tribunal de Contas à gestão dos contratos de concessão assinados entre as administrações portuárias e as respetivas empresas concessionárias, divulgada esta quinta-feira.

(…) Os contratos de concessão examinados não apresentam mecanismos de partilha de benefícios financeiros com o concedente, registando-se, em algumas concessões, rendimentos excessivos, em termos de rentabilidade acionista, o que não se afigura razoável à luz do interesse público”, lê-se no documento.
A única exceção feita pelos juízes é o contrato de concessão do Terminal de Contentores de Alcântara, onde estas falhas não foram identificadas.

No relatório, o Tribunal de Contas destaca a concessão do Terminal Multiusos Zona 1, da Administração dos Portos de Setúbal e de Sesimbra. Em 2013, este contrato permitiu à concessionária uma taxa interna de rentabilidade efetiva de 38%, “percentagem que não é aceitável à luz do atual quadro económico e financeiro do país”, defendem os juízes.» [Observador]
   
Parecer:

É óbvio que nada disto sucedeu por engano.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Corrija-se.»
  
 Auditoria independente à CGD?
   
«O Governo incumbiu hoje a nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de fazer uma "auditoria independente" aos atos de gestão do banco "praticados a partir de 2000".

O anúncio foi feito no comunicado que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros de hoje. O ministro das Finanças, Mário Centeno, explicou esta opção em conferência de imprensa. "A Caixa não pode ser um instrumento partidário", justificou o ministro explicando que o período abrangido pela auditoria é aquele que parece ter interesse político. Uma referência feita à imposição feita pelo PSD e pelo CDS para a criação da comissão de inquérito.» [DN]
   
Parecer:

Estando em causa a sob revivência de um banco público e recursos dos cidadãos faria mais sentido uma auditoria forense.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

quinta-feira, junho 23, 2016

Banqueiros

Estes senhores usaram as poupanças e os créditos concedidos aos seus clientes de menores recursos para iludir os rácios e esconder os créditos duvidosos que estavam a conceder a amigos ou o financiamento dos seus grupos empresariais mal geridos.
  
Estes senhores usaram os recursos financeiros resultantes das poupanças do país e a sua capacidade financeira para financiar empresas menos competitivas e dedicadas a negócios oportunistas, penalizando os empresários mais competitivos, impedindo a renovação da classe empresarial.

Estes senhores promoveram o lado escuro da economia asfixiando financeiramente os projetos que poderiam tornar a economia competitiva, promoveram o lado escuroi da economia favorecendo os grupos empresariais menos competitivos e que se dedicavam aos negócios mais oportunistas.
  
Estes senhores usaram o poder que tinham para fazer favores a políticos, jornalistas e a todos os que lhe podiam ser úteis, financiaram-lhes a boa vida, deram-lhes dinheiro para as suas campanhas, viagens e igreja, empregaram-lhes a família, decidiram muitas nomeações no Estado e a escolha de muitos políticos, transformaram as instituições portuguesas em poderosas máquinas corruptas ao serviço dos seus interesses.

Estes senhores usaram os recursos financeiros que tiveram ao seu dispor para conseguir lucros fáceis, preferiram o consumo ao capital de risco, os amigos aos novos empresários, distorceram a economia e os seus mercados em seu benefício, transformaram uma economia que produzia numa economia que passou a consumir a crédito.

Na hora das dificuldades estes senhores recorreram a uma jornalista e a políticos amigos para que a troika os ajudasse a promover a maior trasfega de riqueza de que há memória em Portugal, em nome da competitividade e do ajustamento os recursos de quem trabalha foram desviados, sob a forma de cortes ou de impostos, para refinanciar a banca.
  
Estes senhores são os grandes responsáveis pelo drama que este país atravessa e deviam ser banidos da vida pública portuguesa e estão com muita sorte, noutras circunstâncias teriam respondido pelos seus crimes e, muito provavelmente, nem tão cedo veriam a luz do dia, nem eles, nem os e as jornalistas que estiveram ao seu serviço ou os políticos de que se serviram.

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Maria Luís, boateira profissional

Agoira temos uma ex-ministra especializada em dar conta de rumores sobre o futuro dos bancos portugueses, o que diz muito sobre o nível desta senhora. É uma vergonha ver uma ex-ministra a lançar boatos num domínio tão sensível como a banca. Enfim, mas é o que temos, a senhora é pequenina e nada podemos fazer.

«A vice-presidente do PSD, Maria Luís Alquerque, fala, num artigo de opinião publicado no Jornal de Negócios, nos “rumores” que existem, em Portugal e em Bruxelas, de que o Governo pretende integrar o Novo Banco na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e lança algumas questões, sugerindo que esta integração poderá estar na origem da necessidade de recapitalização da CGD, no valor de quatro mil milhões de euros.

Por cá e em Bruxelas comenta-se que o Governo tenciona integrar o Novo Banco na CGD. E há rumores de que uma recusa de Bruxelas poderia fazer cair o Executivo”, refere a ex-ministra das finanças, acrescentando que “normalmente não há fumo sem fogo…”
E a propósito do “fumo”, lança algumas questões:”O Novo Banco não é público, não pertence ao mesmo dono que a CGD. Seria comprado? A que preço? Seria nacionalizado? Com ou sem indemnização? Será que é intenção do Governo fazer recair o custo da resolução do BES sobre os contribuintes, quando a forma como o processo foi conduzido se destinou precisamente a protegê-los?”.» [Jornal de Negócios]

 Uma vergonha para quem é de VRSA

Na minha terra o xixi parece que continua a ir para o Rio Guadiana e por isso  Tribunal de Justiça da UE condena Portugal, além do pagamento da quantia fixa de três milhões de euros, a uma sanção pecuniária compulsória de 8.000 euros por dia de atraso no cumprimento da directiva relativa ao tratamento das águas residuais urbanas.

Agora começo a perceber o motivo da instalação de parquímetros em Vila Real de Santo António, depois de gastar o dinheiro dos contribuintes com tratamento das cataratas de velhinhos em Cuba o estacionamento deve ser para pagar a multa decida pelo acórdão do Tribunal.
  

quarta-feira, junho 22, 2016

CGD (4)

Quando se defende a importância dos bancos pensa-se no contributo que devem dar para o progresso económico, pressupõe-se que os bancos financiam a economia e, em especial, as empresas mais competitivas, estimulando a competitividade entre empresas e a própria competitividade da economia. O lado mais perverso das crises no BCP, BES e BANIF foi terem resultado de políticas de crédito orientadas para o favorecimento de empresas que estão no mercado de forma oportunista, estes bancos acumularam prejuízos favorecendo empresas pouco competitivas e que não se dão bem com as regras do mercado. Isso significa que os portugueses não suportam apenas os custos financeiros das intervenções, suportarão durante muitos anos o impacto económico sob a forma de subdesenvolvimento.
  
Agora somos confrontados com a situação na CGD e começa a ser óbvio que este banco público foi acometido por doenças que considerávamos um exclusivo do sector privado. São muitos os sintomas de gestão do crédito segundo critérios que nada têm que ver com a competitividade da economia ou a fiabilidade das empresas que beneficiaram dos milhares de milhões que deram lugar ao buraco que hoje conhecemos. Só que na CGD não haviam interesses empresariais a condicionar a gestão dos bancos e isso faz recear que a causa esteve noutros vícios.

Todos os pequenos empresários sabem as dificuldades em aceder a créditos da CGD e os seus clientes mais antigos já conheceram as muitas exigências colocadas no crédito à habitação. Todos os portugueses sabem como actua a CGD perante situações de incumprimento e é por isso que ficamos estupefactos com algumas situações que vamos conhecendo.

Anteontem dei um exemplo de um processo de concessão de  crédito muito duvidoso, que receio estar muito longe de ser único. Mas o mais grave é que nesse caso a CGD não se limitou a financiar um negócios com motivações duvidosas e que resultou numa falência. Graças aos famosos PER a Caixa continua a iludir a realidade mantendo activo um crédito sem garantias, pouco lhe importando que com isso ajude a prejudicar terceiros.
  
Neste caso não foi a CGD que solicitou o Programa Especial de Revitalização, imaginem que foi a contabilista da devedora que graças a uma dívida de 200 € solicitou um PER que a CGD se apressou a aprovar. Antes disso a devedora tinha violado a lei pagando uma pequena parte da dívida à CGD, favorecendo ilegalmente este credor. Não é difícil imaginar que este pequeno pagamento foi um poderoso argumento em favor de tal decisão.
  
Estamos perante uma situação pontual ou perante o resultado de um circuito que gerou muitos créditos iguais a estes? Não quero acreditar nesta hipótese, isso significaria que toda a cadeia hierárquica teria de estar doente e daí até que as nomeações fossem condicionadas à obediência a este tipo de processos seria um pequeno passo para a generalização da doença. Mas é estranho que o buraco na CGD tenha crescido apesar de todos os mecanismo de auditoria que deverão existir no banco.
 
Há quem agora se preocupe com a imagem da CGD, mas a verdade é que era aos seus administradores, aos directores de créditos, aos chefes das agências e aos sesu serviços de auditoria que cabia defender a imagem e a boa gestão da instituição e a verdade começa a ser óbvia, há muita gente que não o fez. Não estamos perante um caso político, mas há situações que parecem sugerir que estamos perante casos de polícia.

Umas no cravo e outras na ferradura


   
 Jumento do dia
    
Abreu Amorim

O truculento deputado do PSD de Passos Coelho está na Comissão Parlamentar de Inquérito para tirar conclusões diárias no Facebook. É o parlamentarismo no seu melhor.

«Após a última audição do ministro das Finanças na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banif, que hoje se realizou, Carlos Abreu Amorim analisou as declarações de Mário Centeno, tecendo-lhe várias acusações.

Num texto publicado na sua página do Facebook, o deputado do PSD garante que o seu partido concluiu que “Centeno entra em contradição com as informações que a comissária europeia Vesttaguer deu aos deputados europeus do PSD e, hoje mesmo, à CPI do Banif”.» [Notícias ao Minuto]

 Europeu de futebol

Não importa que sejamos eliminados, mesmo assim estaremos melhor do que a Grécia e isso significa apenas que o seleccionador Fernando Santos é como o JJ, faz uma grande aposta nas competições nacionais.

      
 Dona Dolores dá a tática (certa) ao filho Ronaldo
   
«Estava eu a lamentar ser sempre o Cristiano Ronaldo a marcar os livres na seleção - ou melhor, batê-los e não marcar - quando a SIC me anunciou um exclusivo com Dolores Aveiro. A mãe de Ronaldo disse: "O meu filho vai fazer um bom jogo." Às vezes pergunto-me onde vão as pessoas simples buscar as palavras certas. Tivesse ela prometido que o filho marcava e eu ficava furioso. É que Ronaldo marcar, em si mesmo, só me dá por garantido um facto: ele passaria a ser o único homem da Terra a marcar em quatro fases finais do Europeu. E daí?! É só mais um recorde. O mais isto e aquilo, indicia, sem dúvida, que ele é grande. Mas a febre da recordização não alimenta os meus apetites egoístas. De que me serviu, ao fim dos dois primeiros jogos, ele, sozinho, ter chutado 20 vezes à baliza? Nenhum golo. E, no entanto, é uma espécie de recorde: com dois jogos, a equipa de Itália, toda junta, chutou menos (19). Mas meteu três golos e já está apurada. Eu não gostaria também que Ronaldo batesse o recorde de Király, guarda-redes húngaro - o de mais mal vestido deste Euro, com calças cinzentas de pijama. Prefiro, de longe, que se cumpra a promessa de Dona Dolores e o filho faça "um bom jogo". O que só pode significar que ganhamos. Mesmo que isso implique que Ronaldo não aumente o seu recorde pessoal de, em grandes torneios, bater 36 livres sem conseguir marcar. Ronaldo perde esse recorde, outro chuta o livre, faz golo (o que não é recorde nenhum), mas ganhamos todos.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

      
 GNR artista
   
«O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar da Unidade de Intervenção por este participar como ator em vários filmes pornográficos. Segundo o estatuto da instituição, qualquer atividade fora da Guarda deve ser autorizada pelo Comandante-Geral e há regras de conduta que quem veste a farda deve respeitar.

A informação foi avançada esta terça-feira pelo jornal Correio da Manhã e confirmada junto do Comando Geral da GNR pelo Observador. Segundo aquele diário, Alexandre trabalhava como ator em filmes pornográficos há já dois anos, e só um pequeno grupo de militares teria conhecimento.

Quando a informação chegou aos ouvidos do comandante da Unidade de Intervenção da GNR, aquartelada na Pontinha, este instaurou-lhe um processo disciplinar. Quando notificado, o soldado apresentou um atestado médico. E encontra-se de baixa desde então.» [Observador]
   
Parecer:

Mas que grande escândalo, pior só mesmo a pontaria do Ronaldo. Ao que parece os soldados da GNR não o podem fazer em filmes, só o podem fazer ao cidadão comum.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

terça-feira, junho 21, 2016

Ronaldomania

Esta fixação colectiva naquele a que alguns jornalistas insistem em designar como “o melhor do mundo” começa a ser crença religiosa e se houvesse tempo não seria de admirar que aparecesse algum padre a promover uma procissão para rezar para que no próximo jogo ocorresse o desejado orgasmo de ketchup que parece vir a ser a salvação nacional, lembrando as famosas procissões promovidas para interceder em favor de chuva quando a seca é extrema.
  
A verdade é que no futebol estamos também a viver tempos de seca extrema, para uns a seca de ter de ouvir falar de São Ronaldo de manhã à noite, para outros uma seca de golos que ao fim de dois jogos começam a lembrar as famosas pragas do Egipto. A bola não entra de forma nenhuma, quanto não é o poste que se mete no meio é o guarda-redes que aparece e quando nem o guarda-redes nem a barra a defendem parece que é a baliza que foge para o lado.
  
A situação e de tal forma grave que até a mãe do suposto deus menino já vem apelar a que não deixemos de crer em Deus, criticando a blasfémia e apelando a uma reza comum, por de um momento para o outro ocorrerá o milagre e o ketchup jorrará em golfadas, saciando os que acreditaram e afogando os que blasfemaram, por estes dias Portugal é um califado ronaldico em que todos devemos ser crentes.

Até o treinador já desistiu de estratégias e tácticas, o sucesso ou insucesso da equipa já não depende da possibilidade dos pés de chumbo do Moutinho ficarem leves, do Éder fazer um golo em dez minutos ou do Rafa fazer um milagre em dois. O que prejudica a equipa não é a mialgia de esforço na nádega do Quaresma, a ausência do Renato ou a presença virtual do João Mário. Os golos do Ronaldo vão aparecer e isso é tão certo que meio Portugal já telefonou para o Ritz de Paris para reservar quarto desde amanhã até ao dia dez do próximo mês.
  
Oremos ao senhor São Ronaldo e à sua Mãe porque vai haver ketchup para todos.


segunda-feira, junho 20, 2016

CGD (3)

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Uma das consequências da politização dos créditos concedidos de forma duvidosa na CGD, para além das consequências num momento em que se discute a sua recapitalização, é o risco de estamos perante casos de polícia que acabem por passar impunemente. A CGD é um banco público e os seus gestores sabiam que os prejuízos resultantes das suas decisões duvidosa seriam suportados pelos contribuintes e poderiam pôr em causa a sobrevivência do banco nos moldes actuais. 

Conheço um único caso de concessão de um crédito pela CGD e interrogo-me quantos casos iguais existirão. Vejo num PER que há um crédito de 2.000.000 de euros sem quaisquer garantias, repito, o mesmo banco que é de um grande rigor na concessão de crédito aos seus clientes dá um crédito de mais de 2 milhões e agora renova esse crédito sem garantias. 

Posso acrescentar que se trata de m crédito que serviu para a aquisição de uma farmácia, aquisição que a promitente compradora não concluiu, estando por isso a vender medicamentos sem alvará e numa farmácia cujo aluguer não paga. Isto é, o INFARMED permite que alguém venda medicamentos sem dispor de uma farmácia, enquanto a CGD alimentou este negócio com mais de 2 milhões sem garantia.

Pergunto a mim próprio quantos casos como este se acumularam na CGD, interrogo-me sobre quais os critérios que poderão ter levado toda uma cadeira hierárquica a conceder um crédito sem garantias e até sem se saber se quem dele beneficiava detinha a propriedade do negócio que o justificava. Como é possível que uma CDG aprove um Processo Especial de Revitalização (PER) sem quaisquer garantias, sabendo que com esse PER está impedindo o funcionamento da justiça, cujos processos ficam suspensos.

Que critérios de avaliação financeira foram usados? Que plano de recuperação permite à CGD acreditar num negócio em que o beneficiário do crédito nem sequer detém um alvará para manter uma farmácia aberta em conformidade com a legislação? Estamos perante um erro financeiro ou face a um acto merecedor de uma investigação.   
A Procuradoria-Geral da República prometeu que investigaria se encontrasse matéria para o fazer. Imagino que já esteja a auditar os créditos concedidos sem garantia e a analisar se estamos perante situações decorrentes do risco dos negócios ou fac e a situações de gestão danosa. De uma coisa estou certo, a CGD não é nem uma ONG nem uma instituição de caridade para andar a conceder créditos de milhões sem exigir garantias e qualquer cliente desta instituição que lhe tenha pedido um crédito sabe muito bem disso.
De nada serve recapitalizar uma instituição sem auditar os que foi feito em perante casos que suscitam muitas dúvidas, investigar até às últimas consequência. Seria como meter uma maça podre no frigorífico pensando que dessa forma ficará boa. Além disso, este tipo de créditos só ajuam a destruir  a parte saudável da economia, facilitando a vigarice e o incumprimento.
  
Em nome dos muitos que viram os pedidos de crédito recusados com o argumento de que não ofereciam garantias, em nome dos muitos dos muitos  portugueses com poucos recursos que serão chamados a suportar os prejuízos provocados pelos desvarios dos responsáveis da CGD, em nome do futuro desta instituição e em nome da legalidade estes processos devem ser investigados até às últimas consequências, promovendo não apenas o saneamento financeiro, mas também o saneamento humano de uma instituição que a todos deve beneficiar.

domingo, junho 19, 2016

Semanada

Não se por ter tirado uns dias ou porque os nossos políticos andam com tanta criatividade como o seleccionador nacional, o certo é eu foram dias de pasmaceira. Se não fosse mesmo o tradicional azar dos Távoras que dizem ser sina da nossa selecção candidata ao título europeu.

Dos colégios ninguém fala, os do senhor cardeal levaram as gorjetas desejadas e o movimento morreu, um sinal que deveria ser muito preocupante para a Igreja. Se tendo conseguido os seus objectivos a Igreja calou o movimento amarelo isso permite sugerir que foi a Igreja que oi instigou o manipulou em favor dos seus interesses financeiros. A verdade é que nada justifica que o cardeal que se manifestou tão indignado em defesa ao suposto direito à liberdade de escolha se tenha calado tão depressa quando esse direito foi assegurado na cidade de Fátima. Fica-se com a sensação de que Fátima é território libertado e agora resta-nos esperar que a Assunção Cristas em vez de se candidatar à autarquia de Lisboa se candidate a autarca de Fátima.

Na política a coisa não está melhor e quando o governo negoceia em Bruxelas uma solução para a capitalização da CGD, por cá a direita atira merda para a ventoinha, uma situação complexa na TAP, um despedimento colectivo ou mesmo um grande buraco vnha a calhar. A direita que pediu ajuda à Europa para impedir uma solução parlamentar democrática, é a mesma direita que tem rezado para que venham sanções e agora espera que seja a CGD a dar-lhe crédito para se salvar. Enfim, um nojo esta direita do Passos.

Quanto à selecção amos ver se a montra serviu para vender o João Mário por 80 milhões que não sejam de moeda chinesa, para que o William Carvalho volte ter mercado ou para que o Nani arranje quem o queira fora da Turquia. Quanto ao treinador parece ser como o JJ e tudo faz para apostar nas competições nacionais, depois deste torneio europeu é de esperar que se aproveite a sua experiência e se implemente o futebol sénior. O treinador gosta tanto de cotas que o melhor é ira treinar o INATEL.
  


quinta-feira, junho 16, 2016

CGD (2)

Ricardo Salgado tentou explicar a crise no BES com a crise financeira internacional e tinha  alguma razão, se não fosse a crise desencadeada a partir dos EUA a situação no BES ficaria oculta, pelo menos durante mais algum tempo. Mas o que sucedeu no BES foi o mesmo que assistimos noutros bancos, foi um caso de corrupção, de esquemas mafiosos, de negócios sujos. 

O BPN chegou a ser apresentado no jornal Expresso comop um caso de sucesso, Ricardo Salgado era um Deus na banca portuguesa e era bajulado por políticos e jornalistas, o BANIF era na Madeira o banco do regime, o BCP era apontado como um modelo de sucesso da b anca privada. Cavaco apontava a banca privada como um caso de sucesso.
  
A CGD era o patinho feio ao lado da gestão de excelência na banca privada, mas quando esta ruiu muitos portugueses transferiram as sua poupança para o banco do Estado, era o único porto seguro. A ideia que se tinha era a de que na CGD a gestão tinha em conta a defesa do interesse público, que os créditos eram concedidos com rigor, que os seus gestores defendiam o interesse público.

De repente percebe-se que a CGD perdeu a virgindade, que a ganância tinha atingido as suas chefias, de repente sabemos que há milhares de milhões de euros concedidos sem que tenham tido como contrapartidas garantias válidas. A CGD não foi vítima de qualquer bolha imobiliária, das desgraças de um grupo empresarial associado ao banco ou da crise financeira. A CGD parece ter sido vítima das decisões de concessão de crídito por parte dos seus responsáveis a todos os níveis.

A ideia que tinha era a de que na CGD era tudo mais rigoroso, as taxas de juro eram menos competitivas, os créditos eram concedidos com grandes exigências. Durante muito tempo fui cliente da CGD e nunca senti qualquer simpatia, a CGD não dava nada. Mas de repente sabemos que os administradores, directores de crédito e gestores das suas agências era gente muito generosa, gente que dava crédito primeiro e cuidava dos interesses do banco e do Estado depois, gente muito descuidada a exigir garantias.
  
E digo que são gente generosa porque não quero falar em ganância, em esquemas de prémios fáceis ou mesmo de corrupção. Fala-se muito de alguns administradores e de alguns negócios, mas a verdade é que o forrobodó na CGD pode ter tido uma extensão mais generalizada. Eu conheço um caso que envolve cerca de um milhão de euros e interrogo-me sobre quantos casos como este existirão em todo o país. Interrogo-me também sobre o que terá levado gestores do dinheiro de um banco público a serem tão generosos.
  
É um caso interessante que contarei num terceiro post que dedicarei à CDG, fica para a próxima segunda-feira.

quarta-feira, junho 15, 2016

CGD (1)

Há qualquer coisa de errado nisto do crédito malparado na CGD.

Se alguém rouba um papo-seco no supermercado tem o MP e uma catrefa de juízes e advogados à perna. Nem vale a pena falar da agora famosa carteirista Quina, de Ermesinde, que mal sai à rua é apanhada com as mãos na massa e condenada a prisão com pena suspensa.
  
Mas todos sabemos de alguns grandes credores da CGD, todos sabemos que há muitos outros beneficiários de créditos generosos do banco público e todos sabemos que uma boa parte desse dinheiro não será cobrado, a esta hora e por conta do bolso dos portugueses já o banco constituíu provisões, faz-se a recapitalização da Caixa, vendem-se os créditos à Arrows e o problema fica esquecido.

O dinheiro da Caixa é dinheiro dos contribuintes e o mesmo sucede com o dinheiro dos impostos, aliás, é com o dinheiro dos impostos que será financiada a Caixa para que os seus directores de credito possam voltar a financiar agentes económicos duvidosos. Se o dinheiro da Caixa e dos contribuintes porque motivo é cobrada de forma tão simpática.
  
A AT cobra cada tostão que um pobre contribuintes fique a dever, chegando quase ao ponto de lhe penhorar a alma. Não se compreende que em relação ao dinheiro dos credores que vigarizaram a CGD, muito provavelmente com a ajuda de gestores e funcionários do banco, haja tanta amabilidade. Pior ainda, são os gestores e funcionários generosos que deram os créditos em questão que estão incumbidos de proceder à cobrança. Quem nos garante que não vão ser tão generosos como o foram no momento em que fecharam os olhos à inexistências de garantias para os créditos que concederam?

Se a AT cobra desde as portagens às multas de quem é apanhado com um gato sem licença, porque não cobra as dívidas à CGD? Não haverá uma fora de atribuir a essas dívidas um estatuto equivalente a dívidas fiscais atribuindo à AT a responsabilidade pela sua cobrança?

Amanhã voltarei ao tema da CGD para vos dar a conhecer um caso que conheço e que mostra como não só os grandes tubarões que beneficiam da generosidade dos responsáveis da CGD. Há nos seus balcões gestores que são muito generosos a dar crédito sem garantias.

terça-feira, junho 14, 2016

Merdaxit

NãO entendo a indignação eu por aí vai com o Brexit, ao que parece mesmo depois da Europa os ter tentado comprar com cedências os britânicos dizem “não, obrigado”. Como de costume nestas situações nos poderes europeus reagem com as chantagens do costume e, pior ainda, com ameaças económicas sugerindo aos cidadãos britânicos que ou votam pela permanência ou estão tramados.

Esta Europa tão miserável em que se está tornando tem um único argumento para se manter unida, o dinheiro. Ou se fica ou se tem menos dinheiro, ou se faz oi que o Eurogrupo manda ou se fica sem dinheiro, ou se cumpre o défice ou se pagam multas em dinheiro. Esta Europa tem um único argumento para continuar a existir, ganhar dinheiro.
 
O problema é que são cada vez mais os que nada ganham com uma Europa onde a lei é a do mais forte, onde a competitividade se consegue com injustiça social e com a destruição dos calores que fizeram o que a Europa é hoje.

Os senhores do Eurgrupo inventaram o Grexit, a ideia era expulsar a Grécia, tudo foi feito para minimizar os custos de uma bancarrota grega e só o receio dos custos de uma saída controlada da Grécia aparou as unhas do Eurogrupo. A ideia era expulsar a Grécia e Portugal, dando-lhes o estatuto preferencial, talvez no quadro de um Mediterrâneo com Estados que já não o são.
 

Mas as coisas correram mal os comissários extremistas e em vez de um Grexit e talvez de um Tugaxit têm nas mãos um Brexit. Mas o mais grave é que sem o Reino Unido as saídas da União Europeia passam a designar-se genericamente por Merdaxit. 
  

segunda-feira, junho 13, 2016

Pobres amarelinhos, foram abandonados

Ques coisa tão estranha, os amarelinhos desapareceram! O cardeal esqueceu-se da sua evangelização da liberdade de escolha, a Cristas parece ter metido férias e os seus deputados jé nem se vestem de amarelo, até o traste de Massamá, que foi o primeiro a abandoná-los, anda a pular de causa em causa, a esperança de o país escorregar nalgum buraco.
  
O que é feito da preocupação pelos novos projectos educativos, com os professores que iam ficar desempregados, com o futuro das criancinhas, com os direitos contratuais? De um dia para o outro desapareceram, ainda apareceram disfarçados de branco armados em fascistas à porta de um congresso partidário, mas bastou uma sondagem da Aximage para que tivessem desaparecido.
  
Como a causa não rende votos os líderes da direita que andaram tão empertigados calaram-se, parece que o próprio cardeal deverá ter percebido que não ia ganhar almas para o seu rebanho e fez-se silêncio, o próprio Marcelo parece ter optado por não mostrar o seu optimismo irritante. A luta terá passado para os bastidores, já que a arruaça estava a dar maus resultados há que negociar e conseguir o que se pode.

Para a história ficou um bom exemplo de como se faz política em Portugal, de como as grandes causas podem não valer nada se não renderem votos, de como a coerência e os valores dão facilmente lugar ao puro oportunismo político. Se a sondagem da Aximage tivesse dado um apoio a causa por parte de 50% dos eleitores a Cristas não teria calado, o Passos tudo faria para chamar a si a lidernça desta gloriosa luta e o cadeal já teria dedicado a homilia da cerimónia do casamento das noivas de Santo António ao tema, ainda que na sua diocese a questão nem se coloque.

Mas como a causa não rendem nem almas nem votos os colégios ficaram a falar sozinhos, os papás que paguem os colégios, as ovelhas tresmnalhadas que procurem o rebanho porque os nossos líderes politicos e religiosos têm mais do que fazer. Até porque em em nome da austeridade o melhor é deixar cair os colégios pois não se pode exigir qe se mantenham os cortes dos professores do ensino público para que o governo pague os ordenados dos professores dos colégios.

Enfim, são assim as causas destas direita da treta que se apoderou do CDS e do PSD.


domingo, junho 12, 2016

Semanada

Esta semana ficou marcada por mais um 10 de Junho, desta vez sem a presença do pessoal da Quinta da Coelha a dar ou a receber medalhas, foi uma comemoração sem discursos feito por um Cavaco armado em pensador, deixando o país a resolver as adivinhas saloias. Se não fosse o Passos Coelho o país nem se teria lembrado do passado recente, mas na ausência de Cavaco coube ao líder do PSD a representação da pequenez. Aproveitou o 10 de Junho para dizer que com ele na oposição não havia nada a comemorar.
  
Se o país tinha dúvidas quanto ao desejo secreto de que a Europa se vingue do país em nome da direita isso ficou claro, Passos Coelho deseja que sejam aplicadas penalizações, por isso não se cansa de pedir à Europa que as aplique argumentando com as mudanças políticas decididas pelo governo de António Costa. Passos Coelho quer dizer “estão a ver, a Europa não aceita este governo e as suas decisões”.

Quem não parece ter a mesma abordagem de Passos Coelho é Marcelo Rebelo de Sousa, que não perde uma oportunidade para marcar a sua diferença em relação à liderança do partido de que ele próprio foi presidente. Marcelo sabe que a Europa não vai aplicar sanções e vai querer aparecer como Presidente que deu uma preciosa ajuda para que a Europa não as decidisse.

Quem desapareceu foi a Assunção Cristas, ao que aprece o pessoal dos colégios aproveitou os feriados e esqueceram-se de fazer manifestações. >Enquanto Passos cedo se demarcou do movimento a líder do CDS ficou “agarrada” a um movimento político que a maioria dos portugueses não aceita. Pobre senhora, chegou à liderança do CDS e este partido já está a cair.
  
Razão tinha Portas que decidiu mudar de vida, optou por não andar armado em exilado, como fez Passos Coelho, e deixou a desgraça entregue a uma ambiciosa Cristas que já está a cair aos olhos dos eleitores.

sábado, junho 11, 2016

Miserável

O dia 10 de Junho foi comemorado com normalidade, sem aquela presença aberrante em que se tinha transformado Cavaco Silva, sem discursos dúbios cheios de raspanetes, avisos e ameaças, sem confusões com dias da raça, sem a condecoração de mais um rebanho cavaquista. Tudo teria corrido bem se não fosse a tacanhez do traste de Massamá.

Num país com tanto tempo e tanta história, com tanto para comemorar e para honrar, o traste de Massamá nada viu, para ele a história é ele próprio e aproveitou o 10 de Junho para mias um momento miserável. Se fosse inteligente ter-se-ia escondido, na semana em que Portas vai apoiar a Mota-Engil em mercados onde a competitividade se consegue coim corrupção, com a Maria Luís a pagar as despesas graças à ajuda de uma financeira londrina e com o Gaspar fugido em Washington, Pssos ficou só.
  
Aproveitou o 10 de Junho para dizer que era necessário uma solução política para projectar a sua pinochetada económica. O traste de Masssamá acha que uma maioria parlamentar que não partilha das sua ideias é um problema, dai que diga que é necessária uma solução. Sem essa solução disse ele que nada havia para comemorar a não ser os portugueses que se sacrificaram.
  
Para ele há uns portugueses que se sacrificaram e o esbanjamento de dinheiro com os qe não se sacrificaram, esconde que este governo mais não faz do que cumprir acórdãos constitucionais, mais não faz do que acelerar medidas que ele próprio tinha no seu programa. Para ele os funcionários públicos e os pensionistas, os beneficiários do esbanjamento, não se sacrificaram nem merecem beneficiar do que quer que seja.

Portugal merecia um líder da oposição, menos aldrabão e com um discurso mais honesto, sem ódios em relação a pensionistas ou a funcionários públicos e com uma visão capaz de ultrapassar o seu próprio umbigo.

quinta-feira, junho 09, 2016

Gratidão

Como as opiniões mudam tão depressa neste país, o país onde o rico sem mão é deficiente enquanto o pobre é maneta, Sócrates era corrupto porque trabalhava para uma farmacêutica colaborando na sua internacionalização com negócios na América Latina. Paulo Portas vai para a Mota-Engil colaborar num suposto projecto de internacionalização e Portugal deve ficar-lhe eternamente grato, vai ajudar uma empresa portuguesa e com isso ajuda ao crescimento da economia. 

Até que enfim, depois de promover a recessão de ter para com os corruptos angolanos a condescendência que nunca teve para governos portugueses que não fossem de direita, chegou a hora de Portas ajudar a economia de forma desinteressada e sem olhar a quem está no governo. 
  
A Maria Luís foi ganhar uns milhares numa financeira inglesa e segundo Passos Coelho deveríamos achar que “ela pode sentir-se orgulhosa do seu valor ser reconhecido por uma empresa importante, que atua em mercados externo, e que, normalmente, só recruta gente com prestígio e valor”. Agora é a Assunção cristas que “É positivo que nós possamos ter no país alguém com a experiência de Paulo Portas a ajudar o nosso tecido empresarial e a ajudar a internacionalização da nossa economia”.

Apetece-me dizer “Porra, e o Carvalhão Dias não estava a ajudar a economia portuguesa exportando papel para a Rússia?” E quem roubar no supermercado não estará a promover o crescimento estimulando o consumo?
  
Para os jovens, para os professores esta gente sugeriu a emigração, que fossem em busca de zonas de conforto, os adversários que internacionalizam negócios são corruptos e marqueses, mas quando se trata do Relvas do Portas ou da Maria Luís não só enchem o bandulho, tirando a barriga de misérias, como ainda lhes devemos manifestar uma grande gratidão pela preciosa ajuda que nos dão.


Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia

    Maria Luís Albuquerque

Compreeende-se que Maria Luís Albuquerque queira aparecer o mais possível, agora que é evidente a estratégia de se transformar no passos Coelho de saias. Mas é preciso etr muita lata para fazer acusações a este governo no que se refere às sanções, quando se sabe que estas só podem ter como fundamento o défice pelo qual ela foi responsável.

«O atual Governo não fez o esforço necessário junto da Comissão Europeia para defender o resultado justificado [o défice] de 2015”, diz Maria Luís Albuquerque, num artigo de opinião, com o título “O défice de 2015 e as sanções a Portugal”, publicado no “Jornal de Negócios” esta quarta-feira.

A ex-ministra das Finanças do governo de Passos Coelho admite que a questão das sanções merece uma posição unânime do Parlamento perante Bruxelas, tal como já tinha dito ao Expresso, mas essa situação também “não deixa de evidenciar as profundas diferenças que nos [partidos políticos] separam”.» [Expresso]

 É uma pena que não tenham passado mais anos



      
 O veto às barrigas de aluguer
   
«Em concreto, o CNECV quer ver garantidos, desde logo, “os termos da revogação do consentimento, e as suas consequências”, “a previsão de disposições contratuais para o caso da ocorrência de malformações ou doenças fetais e de eventual interrupção da gravidez” e “a não imposição de restrições de comportamentos à gestante de substituição”.

Depois de sublinhar que a votação no Parlamento não correspondeu à divisão puramente partidária – o PSD, por exemplo, dividiu-se e viu 24 dos seus 89 deputados votarem ao lado do PS e do BE, incluindo o seu líder, Passos Coelho – Marcelo devolve o diploma sem promulgação. “Entendo dever a Assembleia da República ter a oportunidade de ponderar, uma vez mais, se quer acolher as condições preconizadas pelo Conselho Nacional de Ética e para as Ciências da Vida, agora não consagradas ou mesmo afastadas”, diz, citando mesmo a declaração de voto do PCP, que votou contra o diploma, no mesmo sentido.

Também sobre o alargamento das técnicas de Procriação Medicamente Assistida a todas as mulheres, Marcelo recorre ao parecer (positivo) da CNECV, agora para sustentar a sua promulgação. Mas também aqui deixa claras as suas dúvidas sobre “a protecção dos direitos da criança”, em concreto sobre a proibição de a criança gerada por esta via vir a conhecer o pai.» [Público]
   
Parecer:

Algumas das dúvidas colocadas fazem  sentido e é certo que a ausência de respostas na lei não im pede que os problemas surjam no futuro. A questão está em saber se deverão ser os tribunais a resolver os problemas com base na lei comum, levando a que os processos se arrastem durante anos, com todos os custos que isso representa, principalmente para as crianças, ou se deve ser o legislador a clarificar as respostas na lei. Tal como está parece que se fazem primeiro os filhos e depois logo se vê como se resolvem os problemas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
  
 O espião que passa recibos
   
«O advogado do espião português, do Serviço de Informações de Segurança (SIS), detido pela Polícia Judiciária em final de Maio por suspeitas de estar a vender segredos da NATO, admite que o cliente recebeu um pagamento do cidadão russo com quem se encontrou em Roma, mas insiste que nada tem a ver com espionagem e garante mesmo que o agente português passou recibo.

Ao fim da tarde desta terça-feira, o espião foi presente ao juiz Ivo Rosa, do Tribunal Central de Instrução Criminal, mas o interrogatório durou menos de duas horas. A assessora de imprensa da Procuradoria-Geral da República, Sandra Duarte, confirmou ao PÚBLICO que o arguido foi ouvido e adiantou que as medidas de coacção só serão conhecidas esta quarta-feira.» [Público]
   
Parecer:

Esperemos que os investigadores não tenham tido mais olhos do que barriga porque isto de panhar um espião ao serviço dos russos é um grande espectáculo internacional que toda a gente gostaria de dar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um grande esforço para se confiar na justiça.»

 O Brasil
   
«A crise política no Brasil agravou-se ainda mais esta terça-feira, com um pedido inédito do procurador-geral para a detenção do antigo Presidente da República José Sarney, do actual líder do Senado e de um senador e ex-ministro, todos do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, do Presidente interino Michel Temer.

Em causa estão gravações feitas pelo ex-presidente da empresa Transpetro (uma transportadora de petróleo subsidiária da Petrobras), Sérgio Machado, em que os três foram apanhados a tentar atrapalhar as investigações sobre o mega-esquema de corrupção na Petrobras, conhecido como Lava Jato.

O jornal O Globo avança que o pedido de detenção do ex-Presidente José Sarney, do líder do Senado, Renan Calheiros, e do senador Romero Jucá foi feito "há pelo menos uma semana" pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal — a notícia só foi conhecida esta terça-feira e o processo está a ser analisado pelo juiz Teori Zavascki.» [Público]
   
Parecer:

Quando a suspensão da Dilma terminar é bem provável que nem o presidente interino, nem nenhum dos seus apoiantes e membros do governo vão estar cá fora para rir.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 O "Patino", partido do Tino?
   
«O candidato das últimas eleições presidenciais Vitorino Silva, conhecido por “Tino de Rans”, vai formar um partido político e referendar o seu nome numa viagem de 24 horas pelo país no próximo dia 10 de junho.

A sigla do partido será sempre PA, relativa a “Povo Acordado” ou a “Partido Ânimo”, uma escolha que o antigo candidato à presidência da República vai deixar a quem deposite um voto numa urna que vai levar – num carrinho de mão – do Algarve a Trás-os-Montes em pleno Dia de Portugal e das Comunidades.

“Vou percorrer 18 distritos num só dia”, garantiu Vitorino Silva à agência Lusa, lamentando que se resumam a Portugal continental, mas ressalvando que a votação poderá ser feita também na internet.» [Observador]
   
Parecer:

O rapaz faz render a "fama".
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Comissão Europeia mete-se onde não é chamada
   
«O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, considerou esta quarta-feira que será "extremamente difícil" para a União Europeia "trabalhar com uma administração Trump", se o provável candidato republicano às presidenciais norte-americanas ganhar as eleições em novembro.

"A Comissão Europeia não tomou posição" em relação à candidata à nomeação democrata Hillary Clinton e a Donald Trump, disse Moscovici, numa entrevista a meios de comunicação social franceses.

Mas questionado sobre se Bruxelas têm preferência por algum dos dois, o comissário europeu respondeu: "Sim, porque quando vejo Donald Trump, vejo a figura de um populista, vejo declarações que são criticadas por membros do Partido Republicano - e não pouco importantes, creio que o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, disse que ele tinha feito declarações racistas ao falar de um juiz de origem mexicana -, vejo propostas que são antieuropeias, vejo propostas protecionistas".» [DN]
   
Parecer:

Goste-se ou não de Trump esta posição da Comissão é inaceitável e revela que na Europa Há gente que ainda não sabe o que é a democracia. O comissário ideiota parece não perceber que as eleições americanas não são o referendo na Escócia ou o Brexit e que não há um único americano que preste atenção às suas patacoadas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o senhor comissário ter tento na língua.»