quarta-feira, junho 15, 2016

CGD (1)

Há qualquer coisa de errado nisto do crédito malparado na CGD.

Se alguém rouba um papo-seco no supermercado tem o MP e uma catrefa de juízes e advogados à perna. Nem vale a pena falar da agora famosa carteirista Quina, de Ermesinde, que mal sai à rua é apanhada com as mãos na massa e condenada a prisão com pena suspensa.
  
Mas todos sabemos de alguns grandes credores da CGD, todos sabemos que há muitos outros beneficiários de créditos generosos do banco público e todos sabemos que uma boa parte desse dinheiro não será cobrado, a esta hora e por conta do bolso dos portugueses já o banco constituíu provisões, faz-se a recapitalização da Caixa, vendem-se os créditos à Arrows e o problema fica esquecido.

O dinheiro da Caixa é dinheiro dos contribuintes e o mesmo sucede com o dinheiro dos impostos, aliás, é com o dinheiro dos impostos que será financiada a Caixa para que os seus directores de credito possam voltar a financiar agentes económicos duvidosos. Se o dinheiro da Caixa e dos contribuintes porque motivo é cobrada de forma tão simpática.
  
A AT cobra cada tostão que um pobre contribuintes fique a dever, chegando quase ao ponto de lhe penhorar a alma. Não se compreende que em relação ao dinheiro dos credores que vigarizaram a CGD, muito provavelmente com a ajuda de gestores e funcionários do banco, haja tanta amabilidade. Pior ainda, são os gestores e funcionários generosos que deram os créditos em questão que estão incumbidos de proceder à cobrança. Quem nos garante que não vão ser tão generosos como o foram no momento em que fecharam os olhos à inexistências de garantias para os créditos que concederam?

Se a AT cobra desde as portagens às multas de quem é apanhado com um gato sem licença, porque não cobra as dívidas à CGD? Não haverá uma fora de atribuir a essas dívidas um estatuto equivalente a dívidas fiscais atribuindo à AT a responsabilidade pela sua cobrança?

Amanhã voltarei ao tema da CGD para vos dar a conhecer um caso que conheço e que mostra como não só os grandes tubarões que beneficiam da generosidade dos responsáveis da CGD. Há nos seus balcões gestores que são muito generosos a dar crédito sem garantias.