Seria ingenuidade pensar que o ministro das Finanças não sabe o que diz, Wolfgang Schäuble sabia muito bem o que queria dizer e nem a declaração inicial, nem a correcção foram discursos espontâneos, passou a mensagem que pretendia e depois fez a correcção da praxe. No ar ficou uma ameaça, a dúvida nos mercados e a ajuda à direita portuguesa por parte de um político que, como se sabe tem um ódio de morte a tudo o que cheire a esquerda.
É bom recordar que não é a primeira vez que esta estratégia é ensaiada, foi assim que a direita chegou ao poder e é assim que Wolfgang Schäuble tenta ajudar de novo a direita. Quanto mais subirem as taxas de juro maiores serão os custos da gestão da dívida e mais difícil será cumprir metas orçamentais. Wolfgang Schäuble não está preocupado com o défice, ates pelo contrário, quer que Portugal desrespeite os seus limites.
Esta é a direita europeia, uma direita que não está preocupada com atentados, com o Brexit ou com as vagas de refugiados, mais importante do que isso é devolver o traste de Massamá a São Bento.