quinta-feira, junho 23, 2016

Banqueiros

Estes senhores usaram as poupanças e os créditos concedidos aos seus clientes de menores recursos para iludir os rácios e esconder os créditos duvidosos que estavam a conceder a amigos ou o financiamento dos seus grupos empresariais mal geridos.
  
Estes senhores usaram os recursos financeiros resultantes das poupanças do país e a sua capacidade financeira para financiar empresas menos competitivas e dedicadas a negócios oportunistas, penalizando os empresários mais competitivos, impedindo a renovação da classe empresarial.

Estes senhores promoveram o lado escuro da economia asfixiando financeiramente os projetos que poderiam tornar a economia competitiva, promoveram o lado escuroi da economia favorecendo os grupos empresariais menos competitivos e que se dedicavam aos negócios mais oportunistas.
  
Estes senhores usaram o poder que tinham para fazer favores a políticos, jornalistas e a todos os que lhe podiam ser úteis, financiaram-lhes a boa vida, deram-lhes dinheiro para as suas campanhas, viagens e igreja, empregaram-lhes a família, decidiram muitas nomeações no Estado e a escolha de muitos políticos, transformaram as instituições portuguesas em poderosas máquinas corruptas ao serviço dos seus interesses.

Estes senhores usaram os recursos financeiros que tiveram ao seu dispor para conseguir lucros fáceis, preferiram o consumo ao capital de risco, os amigos aos novos empresários, distorceram a economia e os seus mercados em seu benefício, transformaram uma economia que produzia numa economia que passou a consumir a crédito.

Na hora das dificuldades estes senhores recorreram a uma jornalista e a políticos amigos para que a troika os ajudasse a promover a maior trasfega de riqueza de que há memória em Portugal, em nome da competitividade e do ajustamento os recursos de quem trabalha foram desviados, sob a forma de cortes ou de impostos, para refinanciar a banca.
  
Estes senhores são os grandes responsáveis pelo drama que este país atravessa e deviam ser banidos da vida pública portuguesa e estão com muita sorte, noutras circunstâncias teriam respondido pelos seus crimes e, muito provavelmente, nem tão cedo veriam a luz do dia, nem eles, nem os e as jornalistas que estiveram ao seu serviço ou os políticos de que se serviram.