quarta-feira, junho 29, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Passos Coelho

Ao ouvir Passos Coelho, em Bruxelas, pedindo batatinhas para o Reino Unido no divórcio entre este país e a UE veio-me à memória como este traste tinha voz grossa em relação ao governo grego, nesse tempo o homem estava prenhe de bons princípios e assumia-se como graxista das posições mais
duras da Europa.

Ao ouvir Passos Coelho berrar contra eventuais sanções vieram-me à memórioa as suas primeiras posições sobre essa hipótese, nesse tempo o traste de Massamá não se indignava tanto com a aplicação de sanções, justificava-as com a política do actual governo, esperava que a Comissão Europeia as fundamentasse no programa da geringonça e, nesse caso, as sanções eram bem-vindas. Agora que já toda a .gente estabelece uma relação entre as sanções e os resultados do seu Governo este traste já se indigna.
 
Ainda no passo mês de Maio o traste de Massamá associava as sanções ao actual governo perguntando “Por que é que, no meio de tanto enleio, se fala então de sanções contra Portugal”? Aliás, num gesto de puro cinismo Passos e Maria Luís apelaram à não aplicação de sanções apenas para as associar ao actual governo.
 
O cinismo de Maria Luís ia ao ponto de não se incomodar muito com as sanções, desde que a culpa não lhe pudesse ser atribuída e dizia que  “é extremamente importante clarificar o que poderia ser a base da discussão sobre se deve ou não aplicar sanções a Portugal ao abrigo do Procedimento de Défices Excessivos. Se o racional é o resultado de 2015, já expliquei porque não deveriam ser consideradas”. O problema não eram as sanções, era a identificação da culpa. Na mesma carta que escrevia ao comissário Valdis Dombrovskis o cinismo desta senhora ia ainda mais longe e acrescentava que “é a expectativa de que os desvios [meta do défice e PIB] não serão corrigidos de 2016 para a frente, como patente na previsão da Primavera da Comissão Europeia, então não me caberá apresentar qualquer argumento”. No fundo a senhora dizia "apliquem as sanções, mas digam que a culpa é da geringonça".


 O silêncio do Estado Islâmico

Catarina Martins deve ter ficado muito desiludida. até ao momento nem a senhor Le Pen nem o ISIS veio apoiar a sua ideia de um referendo do Tugaxit.

 Obama e a integração europeia

Quando Obama diz que o processo de integração europeia está interrompido mostra que desconhece que o Reino Unido foi sempre um obstáculo dentro da UE à própria integração europeia. Desde a primeira hora que para o Reino Unido a sua presença na UE foi avaliada em função dos lucros que obtinha. Daqui a cinco anos a UE já esqueceu o Reino Unido, enquanto este vai lembrar-se do Brexit durante muitos anos e a prova é que já o estão a adiar o mais possível.

      
 Governante a caminho da demissão
   
«O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, admitiu, ontem ao DN, residir habitualmente em Cascais e não em Tavira, apesar de receber um subsídio de alojamento. O governante afirmou não pretender prescindir desta verba, que lhe foi concedido pelo primeiro-ministro, António Costa, até porque o valor líquido do mesmo, 360 euros, "corresponde ao valor aproximado" dos encargos que tem com o apartamento no Algarve, comprado semanas antes de ter tomado posse a 26 de novembro.

De acordo com a lei, os governantes têm direito a um subsídio de alojamento extra-ordenado, caso tenham residência permanente a mais de 150 quilómetros de Lisboa. Carlos Martins foi, segundo adiantou o semanário Expresso este fim de semana, um dos contemplados com subsídio de alojamento, num despacho de 1 de março de 2015 assinado pelo primeiro-ministro, António Costa.
Porém, o governante está, de facto, a residir na freguesia de Murches, em Cascais, e não em Tavira, morada que indicou para efeitos de atribuição do subsídio. Segundo dados recolhidos pelo semanário, trata-se de uma vivenda com 300 metros quadrados, no condomínio Vila Poente, em Murches, no concelho de Cascais.» [DN]
   
Parecer:

Viver numa vivenda de luxo e pedir aos contribuintes que lhe paguem mais 300 € por mês com base numa mentira é ridículo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o governante por não ter a noção do ridículo.»
  
 Mas que "grande" ansiedade
   
«Ao longo de três anos, Sara Moreira, de 19 anos, natural de Recarei, Paredes, deu entrada 11 vezes nas urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel. Segundo o Jornal de Notícias, de todas as vezes o diagnóstico foi o mesmo: estado de ansiedade. No entanto, Sara viria a morrer dois dias depois da última passagem pelo hospital, em 2013, e a autópsia revelou que tinha alojado na cabeça um tumor com 1,670 quilogramas. Nunca, nas suas idas ao hospital, foi submetida a uma TAC (tomografia axial computorizada) ou uma ressonância magnética, que poderiam ter sido fundamentais para um diagnóstico correto.» [DN]
   
Parecer:

É incrível como tantos médicos de um serviço de urgência despacharam um doente sem fazer qualquer exame, isto quando se tratava de alguém com fortes dores de cabeça e situações de perda de consciência. Estaremos perante negligência, desprezo ou incompetência?
 
Mas não deveria ser apenas o hospital a ser investigado, analisar em 2016 uma morte ocorrida em 2013 significa que algumas entidades andaram três anos a arrastar os pés e essas entidades também deveriam ser responsabilizadas por este atraso inadmissível e revelador de um grande desprezo pelos cidadãos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

 Mulheres simpáticas
   
«Entre cozinhar, passar a ferro e cuidar dos filhos, as mulheres portuguesas afectam todos os dias mais de 1h30m ao trabalho doméstico do que os homens. Isto, mesmo nos casais em que ambos trabalham fora de casa e partilham as despesas. As desigualdades na distribuição das tarefas tornam-se ainda mais vincadas quando consideramos as diferenças do tempo que homens e mulheres despendem no emprego pago: em média, eles trabalham apenas mais 27 minutos por dia.

“Enquanto as assimetrias ao nível do trabalho pago são cada vez menores, no trabalho não pago subsistem, mesmo entre os casais mais jovens, onde continuam a ser as mulheres a orquestrar a vida doméstica, enquanto eles ficam num papel de retaguarda”, aponta Heloísa Perista, coordenadora do estudo Os Usos do Tempo de Homens e de Mulheres em Portugal, desenvolvido, desde Outubro de 2014, pelo Centro de Estudos para a Intervenção Social, em parceria com a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, e que é apresentado nesta terça-feira, em Lisboa.

Feita a soma, e quando marido e mulher exercem uma actividade profissional fora de casa, as tarefas domésticas e com os filhos exigem em média às mulheres quatro horas e 17 minutos por dia, enquanto para os homens implicam apenas 2h37m. No grupo etário mais jovem (15-24 anos), a assimetria diminui ligeiramente, mas subsiste, com as jovens a registar mais 1h21m por dia do que os homens nas tarefas de casa e com os filhos.» [Público]
   
Parecer:

Enfim,. se assim o desejam...
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»