terça-feira, julho 05, 2016

Se eu fosse ministra não haviam sanções

Maria Luís Albuquerque não poderia ter sido tão clara, na sua opinião a eventual aplicação de sanções tem mais que ver com a cor política do governo português do que com a aplicação de normas de um Tratado Orçamental de que o governo anterior foi um dos mais empenhados apoiantes. Aliás, as declarações de Passos Coelho, dizendo que Portugal perdeu influência na Europa, vão nesse sentido.
  
Não se percebe bem ao que se refere Passos Coelho quando fala de influência, talvez esteja a sugerir que o comissário europeu que ele fez nomear está mais ao serviço do líder do PSD do que do país ou mesmo dos interesses europeus, como mandam os bons princípios. Mas, é mais provável que esteja a defender que nos tempos em que Portugal ladrava aos gregos por conta de outros, ou quando Gaspar ronronava junto ao ministro das finanças alemão éramos tratados com respeito e dignidade.

Uma coia é certa, as críticas feitas pelas instituições internacionais ao governo português no ano passado foram mais do que suficientes para esperar esta ameaça de sanções. A verdade é que quando Maria Luís foi ministra falharam todas as previsões orçamentais, as contas públicas foram marteladas para inventar falsos sucessos fiscais e promoveu-se o aumento das gorduras do Estado para compensar de forma disfarçada a tão defendida austeridade.