Passos Coelho nunca duvidou do sucesso a longo prazo da sua política, nunca receou que as políticas do governo de Costa invertessem o rumo de sucesso, sempre previu que o país seria prendado no primeiro trimestre com uma prenda dos Reis Magos. Esteve sempre tão certo disso que nunca fez outra coisa senão previr o crescimento económico e a criação de emprego que agora se regista.
Para que ninguém duvide de Passos Coelho aqui ficam algumas das suas muitas declarações que lhe dão o direito de agora reivindicar para si o sucesso da política económica que dizem ser de Centeno e Costa:
(Pedro Passos Coelho lança fortes críticas à atuação do governo, por querer )“devolver tudo num ano” (ao invés de o fazer com calma durante os próximos quatro anos. O ex-primeiro-ministro diz que) “os riscos são grandes” (mas garante que, caso a estratégia dê certo, passará) “a defender o voto no PS, no PCP e no BE”. (1/03/2016)
“Movido pelo lema de virar a página da austeridade, o novo Governo o que virou foi a página da credibilidade e atirou a confiança pela janela fora”, analisa o líder do PSD. As consequências foram a descida a pique do investimento e a queda das exportações, continua o antigo governante, antecipando “uma deterioração da balança externa”. Passos Coelho deixa avisos: “o adiamento de despesa, corrente e de investimento, tornarão o segundo semestre uma bomba ao retardador”. (4/07/2016)
"Mas quem é que põe dinheiro num país dirigido por comunistas e bloquistas? Quem é o investidor que acredita que o futuro estará seguro naqueles que têm senha, que não gostam, pelo contrário, que atacam aquilo que eles designam o capital, os capitalistas, os homens que no fundo investem o seu dinheiro, as suas poupanças, nas empresas, que criam emprego e rendimento para futuro" (28/08/2016)
"Tudo aponta para que o que temos à nossa frente seja, portanto, um caminho que já não é de voltar ao défice do ano anterior, é de poder até ficar além desse défice" (28/08/2016)
"Quando soubermos os números de agosto, vamos ver a que velocidade é que este Governo está a convergir para o défice do ano passado e vamos ver se não o ultrapassa, porque, o que temos daqui para a frente, por decisão do Governo, é um crescimento mais lento, que vai gerar menos receitas fiscais, e vamos ter mais despesa, que o Governo também já decidiu" (28/08/2016)
"Não podemos confundir a estabilidade -- que é uma coisa instrumental -, com a confiança, sem a qual o país não cresce. A verdade é que, apesar do foguetório que para aí vai, o país está a crescer menos do que o ano passado, há menos emprego a ser criado em 2015, o desemprego desce menos do que nos anos em que geri o Governo" (23/11/2016)
"O que precisamos agora é de enterrar as políticas de reversão, esperando que as que foram realizadas não nos venham a sair demasiado caro, e de colocar em cima da mesa uma agenda reformista que relance a ambição para ter um crescimento significativamente maior" (2/01/2017)
"Não é preciso que tudo caia no chão para que as pessoas percebam as diferenças [entre a governação do PSD e do PS]", (disse ainda, em jeito de apelo ao executivo de António Costa para parar com a reversão das medidas tomadas pelo governo anterior.) 87/01/2017)
“Na verdade continua a ser medíocre quando comparado com o passado, com aquele” (que o Governo de coligação PSD/CDS-PP deixou, e) “particularmente medíocre quando comparado com aquele que se vê em Espanha ou com o que se vê na Irlanda”. “Porque é que a Espanha cresce mais do dobro do que cresce Portugal, apesar de ter estado quase um ano sem governo? Porque é que a Irlanda cresce significativamente mais do que Portugal e mais até do que a Espanha?” (22/01/2017)
“Quando a economia cresce por via do consumo, isso significa que é a poupança que é sacrificada e, quando a poupança é sacrificada, como foi em 2016, o próprio investimento interno é penalizado”. “Para que o país possa crescer sustentadamente, tem de crescer com investimento, e foi justamente o que não funcionou durante o ano de 2016, em que o investimento afundou, a economia terá tido um desempenho pior do que o de 2015 e foi suportada pelo aumento do consumo” (14/02/2017)