Jumento do Dia
Compreende-se que a líder de um partido religioso conservador esteja entre os mais devotos de Fátima, mas mandariam os bons valores religiosos que a devoção não tivesse motivações oportunistas, assim como os valores políticos mandariam separar política de religião, mesmo tratando-se de um partido fundamentalista cristão.
Coincidência das coincidências, no meio dos muitos milhares de peregrinos que estavam de manhã no Santuário de Fátima, a líder do partido religioso foi logo dar com as câmaras da SIC através das quais nos proporcionou uma longa homilia matinal.
Órgão de soberania da treta
«“Não queremos ir para a greve, mas não descartamos essa possibilidade”, declara a presidente da associação sindical, Manuela Paupério, recordando que não se trata de um protesto inédito entre estes magistrados: já sucedeu em 1988, 1993 e em 2005. A dirigente sindical explica que, apesar de serem titulares de órgãos de soberania, os juízes são uma classe profissional, razão pela qual têm direito à greve, embora exista quem ponha em causa essa prerrogativa.
O descontentamento dos magistrados judiciais radica no facto de estarem há seis anos à espera de verem ser revisto o estatuto, após sucessivas promessas nesse sentido. Mas a anterior ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, não o deixou pronto, apesar de ter nomeado um grupo de trabalho para o fazer.
Quando a substituiu, Francisca van Dunem formou um novo grupo de trabalho, liderado pelo ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, que entregou à governante em Janeiro uma proposta que levava em linha de conta várias das reivindicações da classe. Que passam não apenas por um aumento do suplemento salarial — que vale actualmente cerca de 620 euros e se destina a compensar o facto de não poderem exercer funções remuneradas em mais lado nenhum senão nos tribunais —, como também pelo reforço dos mecanismos que garantem a independência destes magistrados. A adaptação do estatuto profissional ao mapa judiciário em vigor desde 2014 é outra questão que a proposta do Governo terá de resolver (a associação quer, por exemplo, que as inspecções aos juízes sejam feitas por magistrados especializados na área de trabalho que estão a avaliar).» [Público]
Parecer:
Será que fazem greve para exigir o fim do subsídio de residência limpo de impostos?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Um bom motivo para ir a Fátima
«Rua Jacinta Marto, número 3. Num restaurante com toldos vermelhos e águias estampadas à porta, a seis minutos a pé do Santuário de Fátima, há uma promessa: se o Benfica se sagrar campeão nacional este sábado, 13 de maio, há bifanas e cervejas à borla para toda a gente oferecidas pelo O Benfiquista, diminutiva de Benfiquista Fanático. “Não há limites: põe-se a mangueira da cerveja cá fora e quem quer tira, quem não quiser não tira”, explica Rui La Féria ao Observador. É assim há vinte e quatro anos, quando o restaurante abriu portas e assumiu um contrato com a Estrella Damme, que assume os gastos. Este ano, no entanto, a vitória pode ser abençoada. E isso até está a complicar a festa.
Natural do Bairro Alto, Rui La Féria deixou Lisboa para trabalhar num restaurante da Nazaré. Às terças-feiras, quando tinha folgas, comprava um novo objeto para engrossar a coleção de peças do ‘Glorioso’. Mas não contava fazer do seu confesso fanatismo pelo Benfica um negócio quando saiu da terra das sete saias para se fixar em Fátima. Nem sequer consegue explicar como é que, de um momento para o outro, O Benfiquista se encheu de cachecóis vermelhos, loiça com águias e retratos de Eusébio a beijar botas. Lembra-se de por uma peça do Benfica algures na bancada do restaurante. Isso tornou-se assunto naquele espaço na vizinhança do Santuário: “Aqui as pessoas falavam de futebol, em vez de falarem da vida dos outros. A nossa vida já é tão grande, porque é que havemos de nos preocupar com a vida alheia? Eu gosto disso”, admite Rui ao Observador. Começou então a transformar o restaurante num santuário benfiquista: mandou fazer mesas e cadeiras com águias de madeira, pendurou quadros e fotografias antigas, colocou troféus em armários e colou um poema de memória a Fehér na janela. Estava oficializado: ali seria o restaurante Benfiquista Fanático.» [Observador]
Parecer:
É mais inteligente do que seria dar cereja até o SLB ser campeão.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
A rasteira da Chica Esperta
«Nas vésperas das eleições legislativas de 2009 (que acabaria por vencer, mas só conseguindo formar um Governo minoritário), José Sócrates apresentou um plano para expansão a rede de metropolitano de Lisboa e a construção de 28 novas estações. Mas esta ideia nunca andou para a frente e caiu no esquecimento, devido à situação económica do país, e ao próprio Governo ter caído passado dois anos.
Já esta semana, Assunção Cristas, líder do CDS e candidata à presidência da capital, surpreendeu todos: apresentou um plano de expansão da rede de Metro de Lisboa, apontando a necessidade de serem construídas 20 novas estações. Os planos de Sócrates e o de Assunção Cristas são muito semelhantes, sendo que as principais diferenças estão nas estações que a líder do CDS decidiu deixar de fora da sua proposta, conta o “Diário de Notícias” esta sexta-feira.
De acordo com a comparação do matutino, Cristas “usou” a ideia das estações no prolongamento da Reboleira (Atalaia, Amadora Centro e Hospital), outras três saindo de Odivelas para oeste (Odivelas Centro, Ramada e Bons Dias), outras duas também no prolongamento para norte da Linha Amarela (Codivel e Infantado) e ainda duas a sul, já perto do Tejo (Infante Santo e São Bento).» [Expresso]
Parecer:
Com a proposta Cristas esperava uma resposta negativa de Costa, estava preparada a rasteira onde Cristas esperava que o primeiro-ministro caísse. Saiu-lhe o tiro pela culatra.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «mandem-se os parabéns à peregrina.»