Ainda está tudo a arder e os jornalistas já procuram por todos os meios conseguir o seu momento de glória, procurando algum culpado para o que sucedeu. Não importa os mortos e os feridos, os riscos que ainda se correm, o eu está a ser feito, é preciso fazer perguntas que levem à crucificação de alguém. É uma pena que não tenham sido apanhados no meio do incêndio, se tivessem escapado talvez estivessem em condições de fazer uma primeira página. Mas a última vez que vi um jornalista a relatar um incêndio perto das chamas foi em Monchique, mas quando o vento mudou e as fagulhas o atingiram o pobre diabo corria que nem um desalmado aos gritos de ai ai ai.
A última vez que as agências de notação se pronunciaram pela manutenção das apreciações negativas o PSD festejou, Maria Luís Albuquerque veio a público dizer que concordava com os argumentos para manter a notação em lixo sem qualquer alteração. Agora e depois de tudo ter feito para desvalorizar a evolução positiva da economia Passos apressou-se a desvalorizar, disse ele que em 2014 já tínhamos estado perto de deixar de ser lixo. Passo é uma personagem muito curiosa.
O que impressiona no eurodeputado Manuel dos Santos não é o seu racismo convicto, a forma como se dirigiu a uma colega do partido ou o facto de ter conseguido esconder tão bem os seus preconceitos ao longo da sua carreira política. O que mais impressiona é a falta de inteligência, qualquer pessoa com dois palmos de inteligência perceberia que aquela linha que escreveu no Twitter poria fim à sua longa carreira política. É a mesma falta de inteligência que o leva a pensa que associando o seu racismo a uma disputa norte-sul lhe vai trazer vozes solidárias.