Jumento do Dia
Assunção Cristas vai pareceu finalmente, talvez porque o seu colega Amaral achou que Marcelo estava a dar beijinhos no dói dói. Diz que vai fazer todas as perguntas, faz muito bem, pode começar por perguntar-se a si própria o que fez durante os 4 anos em que foi ministra da Agricultura e teve a responsabilidade pelas florestas.
«Para Assunção Cristas, este "é tempo de luto", em que o partido "partilha a dor" e está solidário com quem perdeu familiares e amigos e com quem está ainda a combater as chamas.
Depois, "a seu tempo", afirmou ainda, haverá um debate sobre o que se passou nestes últimos dias e também para evitar que situações deste tipo se repitam.
Assunção Cristas garantiu ainda que o CDS está a seguir uma estratégia já definida pelo partido logo após o início dos incêndios, evitando a questão de dizer se estaria a seguir o pedido do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que se evitasse outra "frente" de debate.» [DN]
José Miguel Júdice
Um político enciclopédico, quem o ouviu chega à conclusão de que o incêndio na sua dimensão e local era previsível. Para ele o governo devia ter bombeiros e equipamentos de prevenção à espera de uma trovoada seca, devia ter esclarecido os que tinham ido à praia fluvial e que estavam passando o fim de semana prolongado na zona de que não deveriam ir para a estrada 236 porque iria ficar em chamas.
O seu tema de antena combinado na TVI24 foi uma montagem, a Judite Sousa começou por dizer que ios incêndios seriam um tema central, de seguida foi o próprio Júdice que disse perante uma jornalista atrapalhada que isso foi o que a TVI lhe pediu. Isto é, a TVI24 pediu o espetáculo a Miguel Júdice e este fez o frete. Era necessário lançar a dúvida depois da entrevista de António Costa.
Enfim, há muitas formas subtis de ajudar a direita a conseguir uns votos miseráveis. Desta vez a encenação combinada entre a Judice Sousa e Júdice nada teve de subtil.
E agora
Extintos os fogos e enterradas as vítimas subsistirá uma questão, como recuperar o ambiente, ajudar os que viram a sua forma de vida destruída e ajudar os concelhos que já eram pobres e agora ficaram devastados? O mais certo é que quando os diretores de informação das televisões concluírem que o assunto já não atrai telespetadores vão ignorar o assunto. Se agora há uma grande avidez por informação de mistura com uma curiosidade mórbida, daqui a uns dias quem não sofreu com os incêndios fará o luto esquecendo e não querendo ser confrontado com o problema. A curiosidade dará lugar ao enjoo e os diretores de informação preocupar-se-ão com novos temas "de interesse".
Mas os que ficaram com as casas queimadas continuarão sem casa, os que viram os seu esposo, a sua esposa, os seus sogros, os seus filhos, os seus genros serem queimados continuarão a suportar a dor e para muitos além de terem partido os entes queridos terão de sofrer durante muitos anos as consequências económicas e ambientais do desastre. Mas serão esquecidos, as boas almas deixarão de fazer chamadas de valor acrescentado e ignorar os NIB de solidariedade, os jogos de futebol deixarão de ter minutos de silêncio e os jogadores deixarão de usar faixas de luto, tudo voltará à normalidade e ninguém quererá saber da desgraça alheia. Dentro em breve estaremos todos na praia desejando que nesses dias volte a sentir-se o calor que se sentiu em junho.
É fácil apagar incêndios mas devemos exigir a este governo, bem como aos próximos que não se esqueçam dos que ainda vivem nas aldeias devastadas de Pedrogão Grande, que não os deixem de apoiar na luta que terão de travar com os diretores oportunistas das companhias de seguros, que os ajudem a reconstruir as suas vidas, quer no plano social quer económico.
Mais importante do que o exorcismo das causas ou o debate político oportunista a que já se assiste é perguntar o que vai ser feito e não apenas nos próximos dias ou semanas, mas sim nos próximos anos. Pergunta que também é válida para as vítimas dos incêndios na Madeira. Enquanto os políticos e jornalista procuram obter lucros no rescaldo da catástrofe, nos concelhos atingidos pelos incêndios há pessoas sem comida e sem cozinha, animais domésticos abandonados, gado por alimentar, crianças para entreter. É um trabalho lono e pesado que não se esgota com os incêndios da comunicação social.
Extintos os fogos e enterradas as vítimas subsistirá uma questão, como recuperar o ambiente, ajudar os que viram a sua forma de vida destruída e ajudar os concelhos que já eram pobres e agora ficaram devastados? O mais certo é que quando os diretores de informação das televisões concluírem que o assunto já não atrai telespetadores vão ignorar o assunto. Se agora há uma grande avidez por informação de mistura com uma curiosidade mórbida, daqui a uns dias quem não sofreu com os incêndios fará o luto esquecendo e não querendo ser confrontado com o problema. A curiosidade dará lugar ao enjoo e os diretores de informação preocupar-se-ão com novos temas "de interesse".
Mas os que ficaram com as casas queimadas continuarão sem casa, os que viram os seu esposo, a sua esposa, os seus sogros, os seus filhos, os seus genros serem queimados continuarão a suportar a dor e para muitos além de terem partido os entes queridos terão de sofrer durante muitos anos as consequências económicas e ambientais do desastre. Mas serão esquecidos, as boas almas deixarão de fazer chamadas de valor acrescentado e ignorar os NIB de solidariedade, os jogos de futebol deixarão de ter minutos de silêncio e os jogadores deixarão de usar faixas de luto, tudo voltará à normalidade e ninguém quererá saber da desgraça alheia. Dentro em breve estaremos todos na praia desejando que nesses dias volte a sentir-se o calor que se sentiu em junho.
É fácil apagar incêndios mas devemos exigir a este governo, bem como aos próximos que não se esqueçam dos que ainda vivem nas aldeias devastadas de Pedrogão Grande, que não os deixem de apoiar na luta que terão de travar com os diretores oportunistas das companhias de seguros, que os ajudem a reconstruir as suas vidas, quer no plano social quer económico.
Mais importante do que o exorcismo das causas ou o debate político oportunista a que já se assiste é perguntar o que vai ser feito e não apenas nos próximos dias ou semanas, mas sim nos próximos anos. Pergunta que também é válida para as vítimas dos incêndios na Madeira. Enquanto os políticos e jornalista procuram obter lucros no rescaldo da catástrofe, nos concelhos atingidos pelos incêndios há pessoas sem comida e sem cozinha, animais domésticos abandonados, gado por alimentar, crianças para entreter. É um trabalho lono e pesado que não se esgota com os incêndios da comunicação social.
A propósito do editorial do El Mundo
O editorialista do El Mundo, jornal de direita espanhol, está esquecido de quando os bombeiros portugueses foram importantes no combate a um dos maiores incêndios ocorrido em Espanha.
O editorialista do El Mundo, jornal de direita espanhol, está esquecido de quando os bombeiros portugueses foram importantes no combate a um dos maiores incêndios ocorrido em Espanha.
A vez de Mourinho
«O fisco espanhol apresentou uma denúncia contra o treinador português. José Mourinho é acusado de lesar o fisco em 3,3 milhões de euros, no período entre 2011 e 2012, quando era treinador do Real Madrid.
A notícia está a ser avançada pela imprensa espanhola. De acordo com o El País, dos 3.304.670 euros, 1.611.537 milhões de euros dizem respeito ao ano de 2011 e 1.693.133 milhões de euros ao ano de 2012.
Segundo as autoridades fiscais espanholas, o treinador português serviu-se de uma sociedade estruturada, cuja data de criação não se conseguiu apurar, com o “objetivo de tornar fisicamente opacos os benefícios dos seus direitos de imagem”. O contrato entre José Mourinho e o Real Madrid foi assinado a 31 de Março de 2010, cidade que passou a ser a sua residência permanente. Perante esta mudança, adquiriu o estatuto de residente fiscal em Espanha.» [Observador]
Parecer:
Veremos se com Mourinho também vamos ouvir as vozes indignadas que se fizeram ouviir no caso de Ronaldo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Prepare-se um grande exército para invadir Espanha.»
Empreendedorismo à portuguesa
«Numa curta nota à imprensa, a Segurança Social faz saber que “tem conhecimento de que existem situações de falsas visitas de indivíduos no terreno que se fazem passar por técnicos da Segurança Social”, "apesar do momento de infortúnio que se vive, causado pelos incêndios de Pedrógão Grande e Góis”.
“Assim sendo, o Instituto da Segurança Social alerta as populações que os técnicos da Segurança Social no terreno estão devidamente identificados”, garante o organismo.» [Expresso]
Parecer:
Há sempre alguém com sentido para o negócio.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
Temos candidata!
«A vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho, que falava aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política Nacional na sede do partido, anunciou que os sociais-democratas vão desafiar os outros partidos a juntar-se nesta proposta.
"Esperemos que todos os partidos se juntem a nós para obtermos respostas irrefutáveis", afirmou, acrescentando que se trataria de uma comissão de peritos e não parlamentar, que seria constituída apenas por técnicos e funcionaria de forma independente do Governo e da administração pública.» [DN]
Parecer:
Digamos que esta candidata cuja candidatura já era defunta renasceu das cinzas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à senhora se acha que vai ganhar com os incêndios.»