terça-feira, junho 20, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do Dia

   
Hélder Amaral, deputado do CDS

É lamentável ver este deputado que ainda há pouco tempo foi dar beijinhos no "cu" do Eduardo dos Santos referir-se desta forma a MArcelo Rebelo de Sousa. A raiva, o ressabiamento e o oportunismo deviam ter limites.

«Haverá ilações políticas a tirar da tragédia de Pedrógão Grande – mas os partidos políticos, da esquerda à direita, decidiram, durante o fim de semana, adiar o apuramento de responsabilidades.

Contudo, há quem dentro dos partidos não queira que a culpa “morra solteira” e já peça consequências. Helder Amaral, deputado do CDS, utilizou o Facebook para expressar a sua solidariedade com as “gentes de Pedrógão Grande”, mas também lembrar que “não basta um Presidente da República dar beijinhos no dói-dói, e dizer que não há nada a fazer.”» [Expresso]

 A hora dos oportunistas

Pobre Rui Ramos, depois de andar mais de um ano a pregar no deserto aproveita-se dos incêndios para conseguir ganhos políticos. Enfim, de ideólogo da direita a peixinho limpa fundos que come a caca no fundo do aquário:

«O fogo de Pedrógão-Grande pode ter tido as origens mais extraordinárias, mas ocorreu numa região, numa época do ano e num contexto meteorológico em que os incêndios florestais não são extraordinários. É difícil, por isso, não admitir a hipótese de ter havido uma falha da protecção civil. Não se previu o risco de incêndio florestal, não se pôs a população em alerta para a possibilidade do fogo, não se prepararam meios para uma eventualidade, e quando o incêndio rebentou, não se tomaram todas as providências, como, por exemplo, controlar a circulação automóvel. Ao contrário do que disse o Presidente da República, não parece ter-se feito tudo o que se pôde.

Mas neste país, só há responsáveis para as boas notícias. Para a saída do défice excessivo, não faltaram pais, mães e até avós. Ninguém invocou a conjuntura externa favorável, nem o ajustamento de 2011-2014. Mas para uma tragédia como a de Pedrógão-Grande, os tomadores de responsabilidades são escassos. Nestes casos, prefere falar-se da natureza, da temperatura, do vento, da conjugação misteriosa de todo o tipo de fatalidades.» [Observador]

Vale a pena recordar Rui Ramos sobre a forma como o ministro do seu amado governo reagiu a uma situação de calamidade:



      
 Bola e autarquia
   
«Hermínio Loureiro, ex-presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, é um dos sete detidos pela PJ do Porto por suspeita de crimes de corrupção, prevaricação, peculato e tráfico de influência, avança o Jornal de Notícias esta segunda-feira. Com ele, foi também detido o actual presidente da câmara, Isidro Figueiredo, acrescenta a agência Lusa

Em comunicado, a Polícia Judiciária confirma que deteve sete pessoas, com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos, "sendo um autarca, um ex-autarca, um funcionário camarário e os restantes empresários de profissão e serão presentes a primeiro interrogatório judicial à competente autoridade judiciária para aplicação das medidas de coacção tidas por adequadas". O comunicado da PJ não refere nomes.

A Operação Ajuste Secreto realizou 31 buscas, "incluindo cinco camarárias e cinco em clubes locais de futebol". Nas operações participaram magistrados do Ministério Público e cerca de 90 elementos da PJ, esclarecem as autoridades no mesmo comunicado.» [Público]
   
Parecer:

Esta mistura entre autarquias e futebol é muito explosiva.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se sem mais comentários.»
  
 Pobre Judite...
   
«“No comments!” Foram estas as únicas palavras que a jornalista, diretora-adjunta de Informação da TVI, proferiu hoje à N-TV, quando confrontada com as críticas que muitos internautas, entre os quais figuras da televisão, têm feito desde domingo.

Em Pedrógão Grande desde domingo, onde apresentou o “Jornal da Uma” ao lado de Pedro Pinto, no cenário do incêndio que matou, até ao momento, 62 pessoas, Judite Sousa fez uma reportagem junto de um corpo carbonizado, embora tapado, dando voz à indignação dos familiares das vítimas pelo facto de as autoridades não terem, até então, autorizado a remoção dos cadáveres.» [N-TV]
   
Parecer:

Esta senhora às vezes é um bocadinho contraditória e faz aos outros o que não gosta que lhe façam a ela.

O que deve fazer um jornalista perante o sofrimento de um cidadão cujo familiar faleceu carbonizado e cujo corpo aguarda que as autoridades autorizem a sua remoção? A respotsa de Judite Sousa foi muito clara, deve exibir-se o corpo num total desrespeito por quem morreu e dar voz à indignação misturada com sofrimento dos familiares da vítima.

Judite Sousa sabia que a situação era de excepção e foi por isso que se deslocou ao local. Sabe que há normas legais quando ao reconhecimento dos óbitos e à identificação dos cadáver, o que obriga a perícia para que no futuro não sejam suscitadas dúvidas quanto à causa de morte ou à identidade. Sabe mas omitiu, preferiu dar voz à indignação motivada pelo sofrimento que tolda a lucidez.

Judite Sousa fez jornalismo? Não, o que fez foi promover a nova imagem da TVI24 que tenta disputar o mercado da CMTV.

Como era de esperar Judite Sousa foi criticada nas redes sociais, mas a jornalista não pediu desculpa, limitou-se a responder "no comments".
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»