segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Orquídea selvagem do Parque Florestal de Monsanto, Lisboa

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Rua da aldeia de Monsanto [A. Cabral]

JUMENTO DO DIA

Francisco Louçã

Desorientado por ter caído no ridículo com a promessa de apresentar uma moção de censura o líder do BE agarra-se às bandeiras mais populistas para tentar salvar a sua própria imagem, é o Francisco Louçã no seu melhor, um político sem ideias e sem escrúpulos que vive das oportunidades de ocasião.

«"O BE responde a Pedro Passos Coelho, sim, é preciso que haja regras, que haja contenção nos salários excessivos de alguns gestores públicos e que todos eles prestem contas e respondam perante o país, que tem problemas, e o maior de todos é a criação do emprego e uma economia decente", declarou Francisco Louçã, no Funchal. "Que possa haver um presidente da TAP que ganhe 600 mil euros quando, ao mesmo tempo, a TAP, por via de uma empresa sua participada, está a despedir 336 trabalhadores do aeroporto de Faro para depois os substituir por trabalhadores precários, isso diz exactamente o que se passa sobre aqueles que têm a faca e o queijo na mão", disse. "Preferem criar desemprego, precariedade e dificuldades para aquelas famílias daqueles trabalhadores quando têm todo o poder e quando são pagos de uma forma tão exorbitantemente acima do salário do Presidente da República", criticou.» [DN]

TRÊS DÚVIDAS SOBRE A REVOLTA ÁRABE

O que se está a passar no mundo árabe ainda me suscita muitas dúvidas, não tenho grande esperança no que vai resultar e não confundo as manifestações com as manifestações de liberdade do 25 de Abril português.

O que explicará o silêncio dos extremistas islâmicos? Parece-me evidente que os extremistas estão a usar a sua logística para estimular a revolta nos países onde há muito estão em conflito com os regimes.

Porque razão alguns países estão imunes a esta revolta? Nos países onde os governos têm fortes ligações aos extremistas islâmicos não ocorreram manifestações, é o caso do Sudão.

Só o regime líbio mata? Para além da grande confusão quanto ao número de vítimas na Líbia, sinal de que estão a ser usadas como propaganda está a passar a ideia de que todas foram provocadas por gente fiel ao regime. Quer isto dizer que a oposição ocupou várias cidades, apoderou-se de equipamento pesado e está às portas de Tripoli recorrendo a métodos pacíficos e sem ter feito um único morto.

Anda ppor aí muita ingenuidade e a real politik do passado dá lugar a uma nova real politik, apoiar todas as mnifestações de oposição a ditadores pouco importando que os futuros ditadores sejam piores do que os anteriores.

O REGRESSO DA ARDÓSIA PERDIDA

«O londrino The Times fez ontem um artigo à volta de uma fotomontagem. Descrevo-a: numa sala de aula, garotos de há meio século mostram as suas ardósias (para os leitores mais novos: uma pedra preta onde se escrevia com giz - escrevia-se e apagava-se, hoje chamar-se-ia um objecto sustentável). Mas há uma menina que em vez da lousa segura algo parecido: um iPad. A fotomontagem ilustrava este assunto: a Comissão de Terminologia e Neologismos, polícia francesa da língua, proíbe que os dez milhões de funcionários franceses chamem "iPad" àquela magia plana e fina, um computador do tamanho de uma ardósia, que permite navegar na Internet, ler livros e jornais (esta semana, o DN aderiu a essa maravilha). E o que propõe a tal comissão como nome para combater o termo anglófono? "Ardoise", ardósia. Não está mal lembrado. Primeiro, pela certeira evocação antiga. Segundo, porque sugere um sentimento de gratidão para com a Apple ("ardoise", em francês, também quer dizer dívida). Terceiro, porque a Apple chegou a pensar chamar iSlate ao seu invento ("slate", em inglês é ardósia). E, sobretudo, quarto, porque nenhuma língua deve deixar-se apagar. Para o que americanos chamam IT (Information Technology) os franceses inventaram a palavra "informatique" e conseguiram exportá-la: nós (e os americanos!) adoptámo-la. Às vezes, um pouco de teimosia vence batalhas dadas por perdidas.» [DN]

Autor:

Por Ferreira Fernandes.

NÃO HÁ NOVAS PROVAS NO CASO RUI PEDRO

«Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), disse este domingo que não há provas novas no processo do desaparecimento de Rui Pedro.

Recorde-se que, treze anos depois do desaparecimento de Rui Pedro, em Lousada, o Ministério Público encerrou o caso e acusou Afonso Dias - a última pessoa vista com o jovem em 1998 - do crime de rapto.» [i]

Autor:

Se não há novas provas isso significa que a acusação agora formulada poderia ter sido feita há quase treze anos, durante esse tempo um suspeito esperou mais de uma década por uma acusação a que agora terá e poderá responder. A justiça procurou provas mais consistentes para a acusação ou investigou outras pistas?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo triste da justiça portuguesa.»

SANDOR BERNATH