Ontem escrevia aqui que haviam três Cavacos e um Silva, o Cavaco dos artigos escritos há sete anos, o Cavaco do site oficial da Presidência, o Cavaco do Facebook e o Silva presidente. Afinal há mais um Cavaco, como há muitos portugueses que nunca leram o Expresso, que não têm Facebook e não se dão ao trabalho de ir ao site da Presidência foi criado uma versão animada do Cavaco, uma versão de feira do Facebook, é o Eduardo Catroga. Desde reapareceu na política portuguesa quando Cavaco precisou de tutelar Passos Coelho e o designou para negociar o OE de 2011, desde em tão tomou conta do PSD e vão definindo estratégias para cada momento.
Cavaco tinha apoiado a manifestação dos jovens supostamente à rasca, agora é o seu facebbok vivo que apela aos mesmos jovens que processem Sócrates, sendo de esperar que na próxima semana a JSD se disfarce de juventude à rasca e invada os tribunais. Percebemos agora o que pretendia Cavaco com a unidade e as campanhas limpas, unidade é tentar destruir a liderança do partido adversário, campanha limpa é dar continuidade aos ataques pessoais. Passos Coelho retomou as insinuações ao exibir a família, Catroga acha que deve esfolar e apelou a que os tribunais sejam invadidos por falsos processos.
O mínimo que se pode dizer de Eduardo Catroga é que evidenciou ser um negociador de baixo nível, pouco credível e que faz da negociação uma sequência de golpes baixos, depois das cartas da treta vem agora com mais um golpe baixo. Com este gesto apenas está a dizer que é um responsável, quando a troika e todo o país está preocupado com a morosidade da justiça Eduardo Catroga decide usar os tribunais para brincar, como os magistrados têm pouco que fazer, ainda vão ter de gastar o seu tempo e o dinheiro dos contribuintes a analisar processos idiotas promovidos pelo príncipe regente do PSD designado por Cavaco Silva. Já não bastavam as providências cautelares do Mário Nogueira contra a avaliação dos professores ou as dos autarcas contra as portagens ou a co-incineração, agora os tribunais vão ser atafulhados de processos sugeridos por Catroga para usar a justiça para denegrir um adversário político. O cavaquismo chegou a tal ponto de irresponsabilidade que agora promove apagões na justiça, bloqueando-a com processos inúteis.
E porque não processar Cavaco e Eduardo Catroga?
Os jovens enrascados foram educados em escolas onde Cavaco não investiu um tostão dos fundos comunitários, não receberam formação profissional porque os dinheiros do FSE foram investidos no enriquecimento dos amigos do regime de então, andaram em escolas onde os inspectores pedagógicos eram enviados para perseguir os professores que eram mais rigorosos na avaliação, andaram em falsas universidades que se multiplicaram como cogumelos da democracia de sucesso. Muito do dinheiro que devia ter sido e ser investido no seu futuro tem de ser usado para pagar as pensões do Banco de Portugal, dos que se aposentaram com cinquenta anos graças às regras do tempo em Portugal era o oásis económico da Europa.
E porque não processar Eduardo Catroga por destruir a imagem das universidades portuguesas ao fazer-se nomear professor catedrático a tempo parcial 0% quando nunca teve uma carreira de professor brilhante e já há anos que é pensionista? Algum jovem deste país tem entrada numa universidade estrangeira se esta souber que um dos catedráticos das cadeiras que este aluno estudou foi um catedrático a tempo parcial 0% nomeado seis meses depois de já o ser? É evidente que não só não terá entrada numa universidade estrangeira, como ainda se arrisca a ser ridicularizado por sonoras gargalhadas. Além disso, estes jovens ainda poderiam pedir uma investigação à gestão e privatização do BPA conduzida na ocasião pelo ministro das Finanças Eduardo Catroga.
E não devem ser apenas os jovens a processar os políticos irresponsáveis como Eduardo Catroga, as empresas e cidadãos cujos processo sejam atrasados para que os tribunais se possam pronunciar as queixas oportunistas por ele motivadas devem processá-lo pelas perdas económicas e morais daí resultante. Aliás, qualquer português pode e deve processar Eduardo Catroga por um triplo crime contra Portugal, pelos prejuízos provocados ao país pelo aumento da ineficácia da justiça, pelo desprestígio da justiça junto dos portugueses e dos investidores estrangeiros e pela utilização abusiva e ilegítima da justiça e do dinheiro que os contribuintes gastam nela em manobras políticas oportunistas.