FOTO JUMENTO
Borrelho-de-coleira-interrompida [Charadrius alexandrinus], Praia do Cabeço, Algarve
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO
Óbidos [A. Cabral]
JUMENTO DO DIA
Pedro Passos Coelho
Derrubar um governo e lançar um país numa das situações mais difíceis que este teve de enfrentar na sua história para dias depois sugerir ao governo que recorra à ajuda internacional garantindo que dará apoio às medidas que acordar com o FMI é de um cinismo atroz. Pedro Passos Coelho acha que chegar ao poder justifica tudo incluindo sacrificar os portugueses e o país e é tão idiota que nem esconde a sua estratégia.
Acontece que neste país não há só presidente e PSD, há uma Constituição e esta é clara sobre os limites impostos a um governo de gestão e nem Cavaco nem Passos Coelho estão autorizados a atribuir ao governo poderes que não tem. Resta-lhes assumir as consequências políticas das suas estratégias pessoais e responder por elas perante os portugueses.
Esta posição só mostra que Pedro Passos Coelho não teve capacidade para avaliar todas as consequências da sua estratégia e que em Belém parece que é a dona Maria que pensa, lembra-nos a famosa terça-feira de Carnaval.
«O presidente do PSD afirmou hoje que o seu partido respeitará os compromissos que o Governo tiver de assumir no exterior para um eventual pedido de ajuda financeira.
"Se o Governo achar que, por qualquer razão, é preciso contrair um empréstimo especial para evitar incumprimento de Portugal no exterior, o Governo tem todas as condições para o poder fazer, e não é o PSD que vai pôr isso em causa. O PSD apoiará isso", declarou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, durante uma visita a uma escola secundária no concelho de Vila Franca de Xira.» [DN]
Acontece que neste país não há só presidente e PSD, há uma Constituição e esta é clara sobre os limites impostos a um governo de gestão e nem Cavaco nem Passos Coelho estão autorizados a atribuir ao governo poderes que não tem. Resta-lhes assumir as consequências políticas das suas estratégias pessoais e responder por elas perante os portugueses.
Esta posição só mostra que Pedro Passos Coelho não teve capacidade para avaliar todas as consequências da sua estratégia e que em Belém parece que é a dona Maria que pensa, lembra-nos a famosa terça-feira de Carnaval.
«O presidente do PSD afirmou hoje que o seu partido respeitará os compromissos que o Governo tiver de assumir no exterior para um eventual pedido de ajuda financeira.
"Se o Governo achar que, por qualquer razão, é preciso contrair um empréstimo especial para evitar incumprimento de Portugal no exterior, o Governo tem todas as condições para o poder fazer, e não é o PSD que vai pôr isso em causa. O PSD apoiará isso", declarou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, durante uma visita a uma escola secundária no concelho de Vila Franca de Xira.» [DN]
APOSTA
aposto quem quiser em como nos próximos dias algumas personalidades do cavaquismo vão aparecer a defender uma coligação eleitoral da direita.UMA SUGESTÃO A CAVACO SILVA
Se Cavaco queria que um governo de gestão deveria pedir ajuda e considera que isso não viola os preceitos constitucionais porque razão não demitiu Sócrates e nomeou um primeiro-ministro cavaquisa? É para isso que servem os presidentes, para assumirem a responsabilidade quando acha que estão em causa os superiores interesses da nação.
HOJE SINTO-ME MAURICE DUVERGER
«Aquilo que faço aqui é cronicar, o que alguns confundem com o ofício de nome estrangeiro e tudo, opinion maker, mas Deus me livre. Aqui só caço episódios. Faço por trazer episódios que indiciem e destapem, mas meros episódios. Longo intróito para tão curta crónica porque hoje vou, aparentemente, falar de questões metendo leis: a demora a que somos obrigados até votar. Ontem, que foi 31 de Março, soubemos que iremos viver com semi-Governo, Governo trôpego ou de gestão, até 5 de Junho (um bocadinho mais, porque há que reunir o novo parlamento, etc., mas não quero complicar). Dois meses e uma semana semigovernados! E quem decidiu teve de o fazer porque a Lei Eleitoral assim manda: depois de o Presidente aceitar a demissão do Governo, há que respeitar um prazo mínimo de 55 dias para novas eleições. 55 dias foi quanto o Charlton Heston e a Ava Gardner aguentaram cercados em Pequim e deu direito a filme. Eu, como todas as almas simples, nunca tinha pensado no assunto mas faz-me impressão que os constitucionalistas não tenham previsto: vivendo com um meio Governo, não seria prudente encurtar os prazos para remediar o assunto? É que podemos estar cercados pela revolta dos Boxers (ou ansiados pela entrada do FMI) e o País de mãos atadas... Vou abrir um leilão: partido que prometa resolver essa questão óbvia (que até eu entendo), encurtando o prazo, ganha simpatia para o meu voto.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
ESPERAR, QUÊ, QUEM, E PORQUÊ?
«O que se sabe do projecto de Pedro Passos Coelho para Portugal é pouco, é vago, é impreciso.
"Que Portugal e espera em Portugal?"
Jorge de Sena
Ideologicamente, segundo o presidente do PSD, «acabará com o paradigma estatizante.» Significa, em palavras simples, que vai deixar de haver Estado na Educação, na Saúde, na Segurança Social. Cada qual entregue a si próprio. O breviário neoliberal encontra, neste conceito, a dureza do seu propósito: o individualismo mais feroz, a opor-se à relação tradicional dos laços sociais.
Ensinam-nos os mestres que menos Estado menos democracia. Uma nação transformada num imenso condomínio, com aplicados gestores e zelosos vigilantes, eis o que nos espera. As conquistas sociais obtidas na Europa no imediato pós-guerra parecem estar condenadas. Irremediavelmente? O que se passa, nos grandes países europeus, configura uma farsa pesada (a Itália de Berlusconi), um vaudeville grotesco (a França de Sarkozi) ou o arbítrio ignorante (a Alemanha de Merkel).
Tudo isto resulta de uma falta de visão de conjunto e da ausência de conhecimento da História, como há meses, lucidamente escreveu Antonio Tabucchi. A soma destas aventuras desditosas é o retrato das convulsões sociais, das múltiplas misérias e da carência de ética, que nega e condena todas as formas de sonho e de progresso como de desdenháveis utopias se tratasse.
Pedro Passos Coelho, independentemente da simpatia pessoal que possa suscitar, é outro daqueles políticos do «sigamos o cherne» [Alexandre O'Neill], destinados ao desastre por inexistência de projecto nacional. A internacional neoliberal é que manda, dirige, pune e estimula. Não será preciso grande esforço intelectual para que vejamos o quadro. E o quadro é sinistro.
A União Europeia, não o esqueçamos, é dominada pelo Partido Popular Europeu, que reúne um conjunto de partidos de Direita e de Extrema-direita. Deles emanam as orientações repressivas a que temos vindo a ser submetidos. E o PSD pertence a essa agremiação política, configurada numa poderosa expressão de poder. A Europa não responde drasticamente, porque o não deseja, porque feria os seus interesses, ao manobrismo financeiros dos grandes grupos económicos. A imoralidade atinge índices nunca vistos.
Ignoro o modo e o estilo que Passos Coelho adoptará, dando o caso de ganhar as próximas legislativas. Mas não ignoro nem o modo nem o estilo de uma Esquerda incapaz de dar resposta à maior ofensiva de domínio unilateral de que há memória. Adicione-se-lhe a traição dos partidos socialistas, de que o nosso é penoso exemplo.
Sócrates ganha as eleições no seu partido com uma expressão tão impressionante que faz lembrar os índices obtidos pelo falecido Kim Il Sung, glorioso timoneiro. Lá dentro é o bem-amado; no exterior, é uma das criaturas políticas mais odiadas desde tempos imemoriais. Chegou-se ao ponto de fogosos teóricos (e não só de Direita) admitirem, como salvação da pátria, uma coligação PSD-PS-CDS, apenas com um ligeiro pormenor: sem a presença do engenheiro. As coisas estão na mesma porque as coisas são o que são. «O país é pequeno, e as pessoas que lá vivem maiores não são», disse Garrett, e acertou no alvo.
Esperemos. Mas esperemos, quê, quem e porquê?
Isto não vai lá com coligações que se entendem. Vai, isso sim, com políticas que vaticinem o futuro, com políticos que possuam o estofo de estadistas e com uma alteração de mentalidades tão grande que seria precisa uma barrela de dimensões inauditas. » [Jornal de Negócios]
Autor:
Baptista-Bastos.
ACONTECE
«A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) alertou esta quinta-feira, durante um protesto em frente ao ministério da Educação, para a possibilidade de milhares de professores ficarem desempregados em Setembro, com a eliminação de horários de trabalho e a criação dos mega-agrupamentos. » [CM]
Parecer:
Porque será que Mário Nogueira acha que há portugueses que são mais do que os outros e por isso o governo deve assegurar-lhes emprego? Porque razão o Estado não fica obrigado a empregar todos os arquitectos, engenheiros, economistas e outros licenciados, mas apenas os professores?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Mário Nogueira»
DÍVIDA PORTUGUESA É QUASE LIXO
«O 'rating' de Portugal passou de de A- para BBB-.
"A severidade do corte do 'rating' em três níveis reflecte sobretudo a preocupação da Fitch de que um pedido de ajuda externo atempado é muito menos provável no curto prazo, na sequência do anúncio de eleições legislativas antecipadas para 5 de Junho", escreve Douglas Renwick, diretor de 'ratings' soberanos numa nota da agência.
"A Fitch já considerava que apoio externo atempado era um mecanismo-chave para o rating quando baixou Portugal para 'A-' a 24 de Março. A agência encara a ajuda externa como necessária para aumentar a credibilidade da consolidação fiscal de Portugal e o esforço de reforma económica, bem como para assegurar a sua posição financeira", acrescenta a mesma nota.» [DN]
Parecer:temos de agradecer aos senhores que o conseguiram.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Agradeça-se a Pedro Passos Coelho, a Cavaco Silva e à dona Maria.»
ORA LÁ APARECEU UM NACIONALISTA CORAJOSO!
«O ex-líder do PSD Luís Filipe Menezes afirmou hoje que "parece que é a senhora Merkel quem manda em Portugal", defendendo que, apesar de ser necessário "cumprir regras internacionais", a chanceler alemã deve "mandar na terra dela".
"Parece que é a senhora Merkel quem manda em Portugal. O engenheiro Sócrates já não manda, é a senhora Merkel que o chama lá de três em três meses. É uma espécie de governador de uma colónia e aplica o programa da senhora Merkel", criticou Menezes, à margem da viagem inaugural do teleférico de Gaia.» [DN]
Parecer:
Parecia que ninguém teria coragem de dizer o que lhes vai na alma, já que Cavaco não o fez veio Mezenes, presidente por presidente falou o de Gaia. Faz sentido, com a direita liderada por gaiatos o homem de Gaia ganha protagonismo.
BASÍLIO HORTA SENTE-SE HUMILHADO
«"A vinda do FMI já não é o problema mais complicado que temos, mas a imagem que estamos a dar, de um país inconsistente, sem Parlamento, sem Governo, com declarações contraditórias. Um país que não se governa nem deixa governar, como alguém disse", apontou Basílio Horta. O presidente da AICEP admite que "esta imagem prejudica-nos muito" na hora de "vender" o país aos investidores estrangeiros
E leva o descontentamento ainda mais longe: "Para pessoas da minha geração há um aspecto mais sensível que é a dignidade nacional. Senti-me um bocado humilhado quando vi uma líder de um pais estrangeiro [Angela Merkel], por muito respeito que se tenha pela pessoa, a dizer 'entendam-se lá, digam que PEC querem apresentar' ".». [DN]
Parecer:
Ele e a maioria dos portugueses.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
A ANEDOTA DE FREITAS DO AMARAL
«Em declarações à Antena 1, Freitas do Amaral defende que a oposição é “corresponsável pela tomada de decisões importantes”, que sejam necessárias implementar, uma vez que o Governo se encontra numa situação em que não tem plenitude de poderes.
Contudo, “a competência é, juridicamente, do Governo”, sublinha o ex-ministro de Sócrates.
O Governo “deve actuar em maior concertação com o Chefe de Estado e com os partidos da oposição, do que se fosse um governo em plenitude de funções”, isto porque neste contexto, “a responsabilidade dos partidos da oposição aumenta. Tornam-se corresponsáveis pela tomada de decisões importantes que sejam necessárias.” » [Jornal de Negócios]
Parecer:Digamos que agora temos um parlamento informal.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Freitas do Amaral se foi Cavaco que lhe encomendou os parecer.»
MERCADO COMPRA DÍVIDA PORTUGUESA
«Isto “apesar do difícil contexto político e económico que o País atravessa”, diz o Ministério em nota enviada ao Negócios.
“O leilão de dívida pública (...) apresentou resultados positivos, uma procura superior à oferta em 1,4 vezes” e uma taxa média que representa “um ‘spread’ em relação ao mercado secundário de 67 pontos base”, pode ler-se no comunicado.
O Governo “compromete-se, deste modo, a continuar a realizar os esforços necessários junto dos mercados financeiros, com o objectivo de continuar a assegurar a colocação de dívida pública e a garantir a liquidez do Estado Português”.» [Jornal de Negócios]
Parecer:Isto significa que o país pode sobreviver até que um novo governo proponha um novo PEC.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Cavaco, Passos Coelho e à dona Maria que tenham calma.»
PORTUGAL NÃO MENTIU
«As revisões efectuadas aos défices orçamentais de Portugal nos últimos anos não representam qualquer engano ou mentira, esclareceu hoje o porta-voz da Comissão Europeia.
“Não, Portugal não mentiu nas suas estatísticas”, afirmou o porta-voz, quando questionado pelos jornalistas em Bruxelas sobre a revisão dos valores dos défices orçamentais de Portugal nos últimos anos.
Citado pela agência Dow Jones, a mesma fonte esclareceu que “o instituto de estatística de Portugal está simplesmente a implementar os métodos contabilísticos europeus”.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Lá se vai a estratégia de Pedro Passos Coelho de não dizer o que propõe porque não se conhecia a situação real das contas públicas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Pedro Passos Coelho de que já pode divulgar as medidas que defende, ao contrário do último governo do seu partido este não aldrabou as contas.»
COMISSÃO "ATACA" AGÊNCIAS DE RATING
«“A CE não está aqui para banir as agências de notação financeira”, declarou hoje um porta-voz do Executivo comunitário, Amadeu Altafaj, citado pela Bloomberg.
Segundo este responsável, a Comissão Europeia está em vias de reformar o sector do “rating” e há mais desenvolvimentos a caminho.
Esta declaração surge depois de ontem as três principais agências de notação financeira terem demonstrado que não gostaram da ideia de Bruxelas as responsabilizar juridicamente por erros de avaliação, tendo aludido à possibilidade de deixarem de atribuir notações aos países de risco.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Afinal a Comissão Europeia não concorda com a aceitação incondicional por parte de Cavaco Silva em relação aos ditames das agências de rating.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Cavaco SIlva e a dona Maria.»
E CAVACO JÁ CRITICA AGÊNCIAS DE RATING
«O Presidente da República considerou esta sexta-feira que o corte de notação financeira da dívida portuguesa pela Fitch é «injustificado».
Cavaco Silva, que falava em Cascais, numa visita a uma unidade hoteleira, considerou que as circunstâncias «não justificam de forma nenhuma» o corte de três níveis anunciado pela agência Fitch, de A- para BBB-, que deixa a dívida portuguesa no último degrau antes da categoria de «lixo». » [Portugal Diário]
Parecer:
Pois, agora que já demitiu o governo até já critica as agências de rating que tanto tinha defendido.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Até tu Cavaco?»
O PAÍS NÃO ESTÁ PARA TER FILHOS
«Ao contrário do que aconteceu na maior parte dos países da União Europeia (UE), a fecundidade diminuiu em Portugal, entre 2003 e 2009. Portugal está mesmo entre os três países da UE com as menores taxas de fecundidade (1,32), valor semelhante ao da Hungria e só ultrapassado pela Letónia (1,31), nesse ano.» [Público]
Parecer:
Já nem a procriar somos bons.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Será que o FMI tem pastilhas de viagra para países.»
WWF