Depois de anos tentando condicionar as opções eleitorais dos portugueses alguns jornais e jornalistas decidiram intervir (ainda) mais activamente na política, agora promovem abaixo-assinados e petições. É o caso do CM com a petição contra o enriquecimento (supostamente) ilícito e, mais recentemente, o Expresso com “Um Compromisso Nacional”.
Enquanto os portugueses reflectem sobre que políticas querem e sobre quem deve governar uns quantos senhores, que se julgam mais capazes e esclarecidos do que os outros portugueses, acharam por bem apelar a um governo de salvação nacional. Dizem mais ou menos isto aos portugueses: votem nas medidas que quiserem e nos políticos que entenderem, mas nós é que sabemos do que Portugal precisa e depois de votarem esqueçam as vossas opções, o país deve ser governado por uma salada política superiormente conduzida por Cavaco Silva.
A coisa vai funcionar mais ou menos assim: quando Sócrates for primeiro-ministro e Passos e Portas vices (como no tempo dos ministros sem pasta da revolução) e estiverem discutindo se deve ou não haver SCUT na Via do Infante e não se entenderem, interrompem o conselho de ministros e telefonam a Cavaco Silva para que este decida. A coisa até poder ser mais sofisticada e os conselhos de ministros poderão contar com um daqueles assessores anónimos de Belém, que durante cinco anos fizeram intriga e até mesmo falsas escutas a Belém, a quem caberá em cada momento dizer sos governantes qual o pensamento de Cavaco Silva ou, se este não tiver opinião sobre o assunto, da dona Maria ou ainda, se o casal presidencial estiver de férias em local incerto por terem dado uma escapadinha, ao Luís Montez, porque aquilo em Belém parece mais uma família real do que a presidência de uma república.
E porque razão este compromisso é necessário? Parece ter nascido quando se tornou evidente que a direita não contará com a maioria absoluta e Cavaco Silva será confrontado com as consequências políticas das suas estratégias, dos seus discursos e das suas decisões, enquanto as sondagens davam quase 50% ao PSD ninguém se lembrou de o propr. Alguns dos membros desse grupo de anciãos andaram anos tentando influenciar a opinião pública no sentido de votar no PSD ou no CDS e, de repente, diria mesmo muito de repente, são grande defensores de um governo alargado, como a direita parece caminhar para a derrota até já defendem que mesmo que o PSD tenha a maioria absoluta deve integrar o PS e o CDS, andam andam e ainda vão propor que o tal governo integre o Louçã e o Manuel Monteiro.
Todas estas iniciativas de salvação nacional cheiram-me mal, cheiram-me a golpes, a defesa de interesses, porque se toda esta gente estão tão empenhada no bem do país teriam durante anos apoiado as boas soluções e criticado as más e não foi isso a que assisti, cada um defendeu os seus interesses e as suas opções partidárias, criticaram boas soluções só porque não os governos não eram da sua cor e defenderam o que mais lhes interessava ou que era defendido pelo partido da sua preferência. Agora resolveram ser generosos e eu sou um pobre que pensa de forma muito pragmática, quando a esmola é grande até o pobre desconfia.
Estes senhores acham que os portugueses vão votar para o boneco, só para preencher as vagas do parlamento, depois o governo deve incluir os partidos que eles entendem e seguir as políticas cozinhadas por Cavaco Silva e pela dona Maria de mistura com os carapaus alimados. Isto é, andámos a brincar às eleições e às políticos, discutimos as soluções apresentadas pelos diversos partidos só para nos entretermos, e escolhemos os consideramos que melhor nos representam como se o país fosse um imenso infantário e os sábios do Compromisso Portugal fossem as nossas educadoras de infância. No fim são elas que decidem que os meninos Jerónimo e Louçã são traquinas e ficam de castigo, o menino Sócrates deve ir para casa porque está com sarampo e em vez dele
Enquanto os portugueses reflectem sobre que políticas querem e sobre quem deve governar uns quantos senhores, que se julgam mais capazes e esclarecidos do que os outros portugueses, acharam por bem apelar a um governo de salvação nacional. Dizem mais ou menos isto aos portugueses: votem nas medidas que quiserem e nos políticos que entenderem, mas nós é que sabemos do que Portugal precisa e depois de votarem esqueçam as vossas opções, o país deve ser governado por uma salada política superiormente conduzida por Cavaco Silva.
A coisa vai funcionar mais ou menos assim: quando Sócrates for primeiro-ministro e Passos e Portas vices (como no tempo dos ministros sem pasta da revolução) e estiverem discutindo se deve ou não haver SCUT na Via do Infante e não se entenderem, interrompem o conselho de ministros e telefonam a Cavaco Silva para que este decida. A coisa até poder ser mais sofisticada e os conselhos de ministros poderão contar com um daqueles assessores anónimos de Belém, que durante cinco anos fizeram intriga e até mesmo falsas escutas a Belém, a quem caberá em cada momento dizer sos governantes qual o pensamento de Cavaco Silva ou, se este não tiver opinião sobre o assunto, da dona Maria ou ainda, se o casal presidencial estiver de férias em local incerto por terem dado uma escapadinha, ao Luís Montez, porque aquilo em Belém parece mais uma família real do que a presidência de uma república.
E porque razão este compromisso é necessário? Parece ter nascido quando se tornou evidente que a direita não contará com a maioria absoluta e Cavaco Silva será confrontado com as consequências políticas das suas estratégias, dos seus discursos e das suas decisões, enquanto as sondagens davam quase 50% ao PSD ninguém se lembrou de o propr. Alguns dos membros desse grupo de anciãos andaram anos tentando influenciar a opinião pública no sentido de votar no PSD ou no CDS e, de repente, diria mesmo muito de repente, são grande defensores de um governo alargado, como a direita parece caminhar para a derrota até já defendem que mesmo que o PSD tenha a maioria absoluta deve integrar o PS e o CDS, andam andam e ainda vão propor que o tal governo integre o Louçã e o Manuel Monteiro.
Todas estas iniciativas de salvação nacional cheiram-me mal, cheiram-me a golpes, a defesa de interesses, porque se toda esta gente estão tão empenhada no bem do país teriam durante anos apoiado as boas soluções e criticado as más e não foi isso a que assisti, cada um defendeu os seus interesses e as suas opções partidárias, criticaram boas soluções só porque não os governos não eram da sua cor e defenderam o que mais lhes interessava ou que era defendido pelo partido da sua preferência. Agora resolveram ser generosos e eu sou um pobre que pensa de forma muito pragmática, quando a esmola é grande até o pobre desconfia.
Estes senhores acham que os portugueses vão votar para o boneco, só para preencher as vagas do parlamento, depois o governo deve incluir os partidos que eles entendem e seguir as políticas cozinhadas por Cavaco Silva e pela dona Maria de mistura com os carapaus alimados. Isto é, andámos a brincar às eleições e às políticos, discutimos as soluções apresentadas pelos diversos partidos só para nos entretermos, e escolhemos os consideramos que melhor nos representam como se o país fosse um imenso infantário e os sábios do Compromisso Portugal fossem as nossas educadoras de infância. No fim são elas que decidem que os meninos Jerónimo e Louçã são traquinas e ficam de castigo, o menino Sócrates deve ir para casa porque está com sarampo e em vez dele