FOTO JUMENTO
Flor da Cidade Universitária, Lisboa
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO
Aldeia de Monsanto [A. Cabral]
JUMENTO DO DIA
Cavaco Silva
Finalmente Cavaco decidiu colocar os seus vastíssimos conhecimentos de economia ao serviço dos portugueses e explicou-lhes que devemos falar em fundo europeu e não em FMI, até porque a sigla dá mau agoiro e não quer que as pessoas fujam do seu Passos Coelho. O problema é que um pedido ao fundo equivale a um pedido ao FMI e como se isso não bastasse as taxas do fundo europeu aplicadas no resgate da Irlanda e da Grécia foram superiores às do FMI.
CRESPO GUN
Era impossível resistir a rapinar esta fotografia de Mário Crespo ao CC, já imagino o Cresco a atacar a residência oficial de São Bento para livrar-se do Sócrates, ainda que na farda branca se pareça mais a uma matrona do serviço de limpeza do porta-aviões do que um piloto de caça.
PONTO ÚNICO DO PROGRAMA ELEITORAL DO PSD
«Pedir ajuda internacional e transformar as exigências do FMI em programa de governo».
A HIPOCRISIA INTERNACIONAL
A ONU e a Nato justificaram a intervenção na Líbia com a necessidade de evitar que Kadhafi dispare sobre o seu próprio povo, mas a verdade é que para além dos supostos mercenários mortos pelos rebeldes e algumas notícias sobre um número muito reduzido de mortos nos combates não vimos imagens de grande mortandade. Aliás, a intervenção da NATO já provocou mais mortos entre a população civil do que os combates entre o regime e os rebeldes.
Mais a sul, o regime da Costa do Marfim mata pessoas às centenas e parece que as consciências internacionais estão tranquilas. É evidente que no Ocidente confunde-se petróleo com sangue.
«Pelo menos 800 pessoas foram mortas na terça-feira, em atos de violência intercomunitária em Duékoué, oeste da Costa do Marfim, adiantou hoje o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICR).
«Pelo menos 800 pessoas foram mortas em Duékoué na última terça-feira. As informações neste sentido foram recolhidas pelos delegados do CICR que estiveram no local entre 31 de março e 01 de abril" (quinta-feira e hoje), afirmou à France Presse uma porta-voz da organização em Genebra, Dorothea Krimitsas.
"Não há dúvida que se passou nesta cidade qualquer coisa de grandes dimensões e o CICR ainda está a recolher informações", acrescentou, adiantando que os delegados da Cruz Vermelha tinham "eles mesmo visto um grande número de corpos".
Os responsáveis que estiveram no terreno transportaram também 28 corpos para a morgue local. Esta operação deverá prolongar-se nos próximos dias, previne o CICR, em comunicado.» [DN]
UM ERRO COM TRÊS PROTAGONISTAS
«1. Já o afirmei na RTP e repito-o agora depois de o Presidente da República ter marcado eleições para o próximo dia 5 de Junho ao mesmo tempo que declarou o Governo como tendo todas as condições para praticar os "actos necessários na condução dos destinos do País, tanto no plano interno como no externo": se era tão dramática - e é! - a situação financeira do País, Cavaco Silva deveria ter tentado patrocinar um entendimento global sobre os objectivos quantitativos do chamado PEC IV, deixando claro que logo a seguir dissolveria o Parlamento e convocaria eleições para clarificar a situação política.
Portugal poderia teria ido para eleições na mesma, como tanto pareceram desejar PS e PSD, mas ter- -se-iam poupado estes desenvolvimentos que, apreciados pela comunidade dos credores, tornaram ainda mais gravosas as condições dos empréstimos com que vamos garantindo a nossa vida colectiva.
Cavaco Silva fez mal em não ter dado ouvidos aos apelos que os ex-presidentes Mário Soares, Jorge Sampaio e Ramalho Eanes lhe dirigiram no sentido de mediar uma intermediação (pelo menos entre Sócrates e Passos Coelho) que só ele tinha capacidade para promover.
2. Repare-se, ainda, que Pedro Passos Coelho afirmou ontem que o "PSD respeitará compromissos se Governo pedir ajuda". Ora se o líder da oposição está agora disponível para aceitar assinar um eventual cheque em branco ao FMI por maioria de razões, deveria ter estado disponível para tão-só negociar modificações no PEC IV cuja aprovação na Assembleia da República teria dado ao País outro crédito na última reunião do Conselho Europeu.
3. José Sócrates pode, como pretendem muitos atentos observadores da vida política portuguesa, ter imaginado o cenário em que sairia do Governo para não ter de fazer aquilo que sempre se recusou fazer (pedir ajuda externa), mas a verdade é que Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho não estiveram melhor no calculismo. PS e PSD pesaram mais os seus interesses particulares do que o do País. E o PR, provavelmente atingido pela antipatia pessoal que nutre pela figura do primeiro-ministro (problema que tem dois sentidos, como se percebe...), perdeu a frieza necessária depois da afronta institucional que recebeu ao não ser informado das novas medidas que o Governo aprovara depois de negociar com os técnicos da União Europeia.» [DN]
Autor:
João Marcelino.
TEMPOS DE FALAR POUCO E BEM
«Mais do que a distância assinalada pelo ACP - Lisboa a Londres: 2280 quilómetros -, há que sair do metropolitano em Piccadilly Circus e na Praça de Espanha para sabermos o que vai de aqui, ali. Ali, ouve-se: "Mind the gap." Aqui: "Atenção ao espaço entre a carruagem e o cais." Eles resolvem com dez caracteres o que nós só com 36. Adoramos palha vã: mesmo quando temos uma palavra curta (chamávamos, até 1995, "Palhavã" à estação) apressamo-nos a pô-la maior, "Praça de Espanha". Tirando o País de Gales (os galeses tinham uma estação de comboio chamada Gorsafwddcha'idraigodanheddogledd-ollônpenrhynareurdraethceredigion) não deve haver gente mais verborreica do que nós. Daí que talvez sejam promissoras, nestes dias de sucessivas más notícias, duas decisões políticas. Cavaco Silva: "Vou ser mais contido nos comentários." E dois partidos (por enquanto, dois) já disseram que não vão ter outdoors na campanha eleitoral. São dois movimentos na boa direcção de diminuir o verbo (embora, nos outdoors seja mais por falta de verba). Mas quero deixar um alerta. O óptimo não é o silêncio, é o uso criterioso da palavra. Eu não quero políticos calados. Quero-os a dizer: "Mind the gap". De forma tão clara que saibamos dar um passo em frente sem cair num buraco. » [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes
A HELENA ROSETA AGORA QUER IMPINGIR-NOS O ANTÓNIO COSTA
«Antiga deputada socialista diz que pode votar em branco nas eleições e que teria votado contra o PEC 4 se estivesse no Parlamento. Vereadora da Habitação da Câmara de Lisboa, defende que não há alternativa à esquerda.» [CM]
Parecer:
O que esta senhora quer é música.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se música à senhora e agradeça -se em nome do PSD mais este frete que fez à direita na sua pobre carreira política.»
VAI COMEÇAR O NERVOSISMO NO PSD
«O PSD de Passos Coelho teria 34,8% dos votos se as eleições legislativas se realizassem hoje. A sondagem de Abril do CM/Aximage revela também que o PS obtinha 28,4%, o CDS 10,8%, a CDU 8,5% e o BE 6,5%.
Em relação à sondagem de Março, verifica-se que os sociais-democratas descem 3,1%, os socialistas sobem 0,5%, os centristas aumentam a sua votação em 1,9%, os comunistas descem 2,2% e os bloquistas mantêm a votação.
A sondagem mostra ainda que, em matéria de confiança para exercer o cargo de primeiro-ministro, Passos Coelho e José Sócrates estão praticamente empatados, com os dois líderes a aumentarem as suas percentagens em relação ao estudo realizado há um mês. O líder do PSD obtém 36,3%, contra 35,8% em Março, e o secretário-geral do PS 35,2%, contra 34,5% no mês passado.» [CM]
Parecer:
Se atée o barómetro do CM faz o PSD descer imagine-se o que seria se fossem agora as eleições.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela grande sondagem.»
FINALMENTE PASSOS ABRE O JOGO
«O presidente do PSD garantiu hoje que, sendo eleito primeiro-ministro, caso o país precise de ajuda externa não hesitará "um segundo", considerando que "não se deixa um país a correr riscos que são desnecessários".
À entrada para a conferência do movimento "Mais Sociedade", no Porto, questionado pelos jornalistas se eleito primeiro-ministro recorreria a ajuda externa, o líder social-democrata afirmou que "se o país precisar" não hesitará um segundo. » [DN]
Parecer:
Deve estar convencido do que o que vier a negociar não terá de ter aprovação parlamentar tal como sucedeu com o PEC IV.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se quais as medidas que vai adoptar para o evitar ou se o seu programa é pedir ajuda.»
ESTARÁ A GOZAR COMIGO?
«O Presidente da República apelou hoje à união dos portugueses, considerando que só em conjunto se consegue ultrapassar "os graves problemas" que o país tem pela frente.
"Este é um tempo em que nos precisamos de olhar o futuro com coesão de forma unida, afastar divisões, afastar querelas menores, para em conjunto conseguirmos ultrapassar os graves problemas que temos à nossa frente", disse Cavaco Silva na sessão solene que antecedeu a inauguração do Museu da comunidade concelhia da Batalha.» [DN]
Parecer:
Este Cavaco Silva sempre teve muita piada.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
PORTAS AFIRMA-SE COMO LÍDER DA DIREITA
«O presidente do CDS/PP disse hoje que os políticos "não devem entrar em afirmações especulativas sobre questões muito sensíveis".
Paulo Portas, que hoje almoçou na Feira das Tasquinhas em Rio Maior, reagia à manchete do semanário Expresso, segundo a qual o Presidente da República estaria a analisar, com o acordo de PSD e CDS/PP, a possibilidade de Portugal recorrer ao FMI sem pedir ajuda ao Fundo de Estabilização europeu.
"Nunca caí nessa querela relativamente ao FMI. Não faço parte dos que diabolizam o FMI, pela simples razão de que Portugal é membro e não é suposto dizermos mal das organizações a que pertencemos. Mas também nunca fiz parte dos que chamam o FMI, porque vejo Portugal como um Estado Nação e não como um protectorado", afirmou.» [DN]
Parecer:
Portas aposta tudo em crescer graças à menoridade política do líder do PSD, o que, aliás, começa a ser evidente nas sondagens.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
CAVACO RECEIA A SIGLA FMI
«O Presidente da República disse hoje, na Batalha, que é errado falar-se no Fundo Monetário Internacional (FMI), aconselhando os jornalistas a escrever Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).
Questionado se vinha aí uma nova batalha, numa alusão ao eventual pedido de ajuda ao FMI, Cavaco Silva respondeu: "Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Eu acho que os senhores deviam deixar de falar em FMI, porque isso não está certo, está errado. É FEEF".» [Expresso]
Parecer:
Cá por mim que o mísero professor sabe tanto de fundos como de acções, até porque as taxas praticadas pelo fundo europeu na Grécia e na Irlanda são superiores à praticadas pelo FMI.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Cavaco que guarde as lições do mísro professor para os seus netinhos, para o Fernando Lima e para a dona Maria.»
LEITE CAMPOS RESSUSCITOU?
«Diogo Leite Campos concedeu ao i uma entrevista programática. O PSD não vai aumentar impostos até ao final do ano e não tem intenções de despedir funcionários públicos, garante o vice-presidente do partido. O PSD, se vencer as próximas legislativas e for governo, quer pôr o Estado a ajudar as famílias com dificuldades no cumprimento dos seus empréstimos bancários e irá reencaminhar os fundos comunitários para projectos de proximidade. Até ao dia 31 de Dezembro - as contas já estão feitas - é preciso arranjar 5,5 mil milhões de euros para cumprir o défice de 4,6%.» [i]
Parecer:
Pensava que este "ilustre" professor já estava arrumado no mausoléu do PSD.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Leite Campos se fala em seu nome ou em nome do PSD.»