sexta-feira, abril 01, 2011

Vou votar em Pedro Passos Coelho

Como dizem os jogadores de futebol “prontsh” rendo-me, vou votar Pedro Passos Coelho, até porque outra coisa não poderia fazer.

Quando leio o livro ”Mudar” escrito por Passos Coelho e nele vejo uma luz quase tão brilhante como a que sinto quando folheio a Bíblia ou quando Felícia Cabrita, a jornalista mais bem informada do país e com acessos aos segredos melhor protegidos, me garante que o líder do PSD é um “homem invulgar” que outra coisa poderei decidir senão votar em Pedro Passos Coelho?

Quando Manuel Maria Carrilho, esse político que é um exemplo de humildade, diz cobras e lagartos de José Sócrates, como poderia eu escapar à sedução da sua argumentação eloquente, ele que seduziu a Bárbara Guimarães, algo bem mais difícil do que o próprio Passos Coelho a convencer-me a votar nele, como poderia eu resistir a tão grande poder de engate?

Quando o senhor Soares dos Santos, um homem bem intencionado, que nunca tentou escapar-se às obrigações fiscais do seu grupo empresarial, que defende a vinda do FMI a bem da nação, que me poupou o último aumento do IVA nos bens alimentares ao decidir que o Pingo Doce ficava com o prejuízo, que cedeu um gestor para ajudar a eleger um patrício meu para presidente e que até usa os altifalantes das suas mercearias para alertar as velhinhas para o risco de ficarem sem reforma promovendo a venda de um livro promovido pelo insuspeito António Barreto, como poderia fazer outra coisa senão votar Passos Coelho?

Quando um homem tão desinteressado como Pinto Balsemão, tão desinteressado que nem sequer foi a pensar nele que Passos Coelho já prometeu arrasar a RTP, se dá ao sacrifício de contratar Manuela Moura Guedes, que já não é propriamente uma das “boas abertas” que dantes apresentavam a meteorologia na SIC, correndo um sério risco de um destes dias ter de lhe pagar uns milhões para a ver pelas costas, para que esta destrua as audiências da SIC para fazer campanha contra Sócrates como poderei eu vir em defesa do primeiro-ministro com o fraco poder deste pequeno blogue, ainda por cima quando tudo o que aqui escrevo é desmontado pela minha amiga Andreia?

Quando o próprio Cavaco Silva, um velho sabichão que quer ajudar o país apesar de se considerar um mísero professor que nada sabe dessas coisas das acções com nomes ingleses, cede aos encantos intelectuais do líder do PSD, como poderei eu continuar a duvidar do brilhantismo intelectual do líder do PSD?

Quando Mário Crespo, esse modelo de virtudes do jornalismo português, que se não fossem os dentes parecerem o teclado de um piano numa banda desenhada seria o sorriso mais sexy da televisão portuguesa e a sua voz estaria carregada de uma inebriante sensualidade, ele que em tempo indicava aos moçambicanos os caminhos da RENAMO, se até tu senhor dos 60 minutos o queres, como poderei eu rejeitar Pedro Passos Coelho?

Perante esta avalanche de luz invade o túnel ao ponto de ofuscar de reduzir a uma lamparina a luz da sua saída como poderia eu decidir outra coisa senão votar Passos Coelho? Peço desculpa ao Sócrates, digo ao Louçã que tenha paciência que não é desta, o Paulo Portas que tenha paciência porque não é desta que as suas feromonas me levam à certa, assim como também o Jerónimo de Sousa terá de ter paciência porque ainda não me decidi a ir comer o pudim Boca Doce ao seu colo, desta vez tenho mesmo de votar nesse homem invulgar, nesse gestor experiente, nesse professor que não adere a greves gerais, nesse líder que escreve livros e sobre o qual são escritos outros livros, desta vez voto Pedro Passos Coelho e ergo os dedos em “V”.