sábado, abril 09, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




FOTO JUMENTO


Baixa de Lisboa
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO


Homem invisível na Plaza Mayor, Madrid [A. Cabral]
JUMENTO DO DIA


Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa não deve saber fazer contas pois se o soubesse não andaria a falar de um governo de esquerda do PCP com o BE, a não ser que sonhe que os eleitores do PSD vão um dia votar numa ditadura do proletariado, agora mais moderna pois conta com a participação do BE.
  
«Uma reunião onde não se fez «qualquer soma aritmética», antes, a avaliação da «realidade social e particularmente a necessidade da convergência de todos aqueles patriotas e democratas, forças políticas e sociais que devem demonstrar que já basta de 35 anos de política de direita».

  
O encontro permitiu estabelecer as bases para «uma ampla convergência em relação à legislação social, à questão da ofensiva social que aí vem, a esta situação económica cada vez mais dependente do capital financeiro».
 
O PCP quer «encetar um processo de exigência de uma política patriótica e de esquerda e um governo capaz de a concretizar».» [Portugal Diário]

 UM GOVERNO ORIGINAL, SIM SENHOR
  
  
(via CC)
  
Pois, os governos anteriores quando tinha de reunir ou iam para a Caparica ou alugavam o Estádio Nacional.

 PIADAS POR EMAIL
  
Frases do dia:

 
- I'm feeling moody, standard and poor;
  
- Sócrates não é Fitch!

 

 CONTAS SEM CABEÇA

«Eis o célebre pedido de ajuda externa. E o coro (que inclui, incrível ou não, textos noticiosos) a certificar que "era inevitável", mais o coro das "partes" que se acusam mutuamente de calculismo político e irresponsabilidade. O PSD que diz que o Governo apresentou as medidas em Bruxelas sem as concertar com a oposição porque queria que fossem chumbadas e ter assim uma desculpa para se demitir e "safar-se" de pedir ajuda externa; o Governo que diz que o PSD arranjou uma desculpa para o forçar a demitir-se e desencadear a necessidade de um pedido de ajuda externa, de modo a capitalizar esse pedido duplamente, nas urnas e como álibi da austeridade e do seu verdadeiro programa político (aquele que está para surgir, num dia de nevoeiro - lá para depois das eleições).
  
Comecemos pelo pedido: inevitável ou não? Muito difícil responder. Porque o que o determina, a escalada imparável das taxas de juro impostas a Portugal, não parece ter nem uma relação directa e necessária com o estado da contas públicas (até porque, afiançam alguns decisores e observadores internacionais, o grande problema português é a dívida privada) nem com as medidas tomadas pelo Governo (e sempre, lembremos, aplaudidas pela UE e consideradas "suficientes"). Afinal, os juros subiram mesmo depois de vários pacotes de austeridade e da descida do défice e, mais relevante ainda, toda a gente sabe (enfim, quase toda) que as intervenções externas na Grécia e na Irlanda não lograram baixá-los. A coisa certa a dizer será pois que o pedido de ajuda era inevitável porque, aparentemente, nada do que fosse feito poderia evitá-lo (e uma crise política não tinha grandes hipóteses de ajudar).
  
O que nos leva aos "culpados". Há os que sustentavam a inevitabilidade do pedido, e das suas duríssimas medidas, e obstaculizaram medidas menos duras que visavam evitá-lo. Há os que contestaram sempre a inevitabilidade da ajuda e ao mesmo tempo da austeridade "interna" - a saída, dizem, é investir para estimular a economia e apoiar as vítimas da crise (estes têm toda a razão, mesmo, só se esquecem de explicar de onde viria o dinheiro, ou seja, a ajuda). E há o Governo, que se demitiu por não o deixarem tomar as medidas que, alega, evitariam o pedido e que, já demitido, disse não ter legitimidade (nem vontade) para o fazer.
  
O braço-de-ferro acabou. A dois meses de eleições, o Governo tem de negociar a ajuda em termos que comprometem o próximo - ninguém sabe bem como - e os partidos que impediram as medidas de austeridade do PEC vão agora aceitar, com ou sem ranger de dentes, outras decerto muito piores. Resta esperar que o que aqui nos conduziu tenham sido mesmo cálculos estritamente venais. Supor que alguém, e alguém com responsabilidades, pode ter querido e provocado isto pelo que julga ser o bem de Portugal é demasiado deprimente. » [DN]

Autor:

Fernanda Câncio.
  
 SUPRESAS

«Nas duas últimas semanas, os acontecimentos sucederam-se de tal forma vertiginosa que se tornou difícil sequer acompanhar a lógica da sua evolução.
  
Mas uma coisa é certa: ninguém pode invocar surpresa na verificação do facto simples de que adicionar uma crise política à difícil situação económica e financeira do País acabaria por se traduzir numa rápida degradação das condições de financiamento quer do Estado quer dos bancos portugueses.
  
Como várias vezes escrevi nesta coluna, uma crise política não é o epicentro das nossas dificuldades, mas o efeito catalisador do desencadear de uma crise política seria imparável. Como se viu sem surpresa!
  
As instituições europeias, as organizações financeiras internacionais e os mercados não olham para Portugal em função das nossas querelas políticas internas mas sim como um Estado, com o qual se relacionam e a quem pedem responsabilidades.
  
É por isso fútil tentar explicar a degradação das condições de financiamento da nossa economia verificada após a rejeição do PEC IV e da demissão do primeiro--ministro por uma alegada falta de confiança no Governo em funções. Só que, além de fútil, é perigoso.
  
Com efeito, seria pura estultícia criar a convicção nos portugueses de que o "passe de mágica" da substituição do Governo seria condição para alterar as condições de acesso aos mercados financeiros internacionais por parte dos nossos agentes económicos e do próprio Estado. Basta meditar na dolorosa experiência irlandesa para o perceber sem dificuldade.
  
De igual modo, o agravamento das condições de financiamento potenciado pela crise política vai trazer no bojo duas consequências que também não poderão ser tidas como surpresas.
  
Por um lado, não terão viabilidade soluções "transitórias" ou "intercalares" que dissociem o acesso ao financiamento disponibilizado pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) da adopção de um programa de ajustamento da economia portuguesa que, com toda a probabilidade, irá além do que se continha no PEC IV, rejeitado no Parlamento. Como se verá quando o compararmos com o "PEC de tipo novo" que nos será revelado dentro de semanas.
  
Por outro lado, as condições políticas presentes em Portugal fragilizam a posição negocial do Estado português na definição desse inevitável programa de ajustamento associado ao acesso ao FEEF. Neste capítulo, o que seria uma surpresa seria que, em plena campanha eleitoral, se gerasse um consenso alargado sobre esse programa sabendo, como se sabe, que foi a rejeição do PEC IV que constituiu precisamente o pretexto para o desencadear da crise política que desembocará nas eleições de 5 de Junho...
  
Tal como seria uma surpresa que quem, até ao momento, pecou por omissão no desenrolar da crise acabasse por romper o seu silêncio distante e calculista e assumisse, por uma vez, a responsabilidade e o risco de criar as condições institucionais para a saída da complexa situação em que vivemos e para a qual também contribuiu a sua própria inércia. » [DN]

Autor:

António Vitorino

 A (IN)JUSTIÇA DA CRISE

«A crise económica e financeira, que obrigou Portugal a submeter-se à humilhação de pedir ajuda internacional, tem vários culpados.
  
Os políticos são o alvo mais fácil e têm, de facto, muitas responsabilidades pelas decisões económicas erradas que conduziram o País até à bancarrota. Mas há mais. Os bancos nacionais tiveram um papel especial, tal como os grandes bancos internacionais tiveram comportamentos irresponsáveis que motivaram a crise económica mundial, nascida com o subprime.
  
Depois da entrada no euro, que provocou uma descida dos juros, os bancos não lidaram bem com a nova realidade do dinheiro barato. Com políticas comerciais agressivas - que passaram por reguladores permissivos -, promoveram o endividamento das famílias, das empresas e do Estado. O crédito parecia um rio sem fim, fácil de navegar.
  
Pois a festa do consumismo não podia durar para sempre. A factura chegou e para todos. Os bancos também estão a sofrer com a falência do País. Só têm liquidez vinda do Banco Central Europeu (BCE) e, como recomendou ontem o regulador, devem aumentar os rácios de capital para reforçarem a solidez do sistema financeiro. E, entretanto, vão enfrentar mais ‘stress tests'.
  
Perante este cenário complexo, os banqueiros mudaram de posição. Ameaçaram fechar o crédito ao Estado e abandonaram José Sócrates na resistência à intervenção externa. E, com discursos combinados, apareceram a pedir a ajuda do estrangeiro com máxima urgência. Aparentemente, foram as dificuldades da banca que motivaram a rendição de Sócrates.
   
Os bancos contribuíram para a falência financeira do País e agora estão preocupados em salvar a sua pele. Parece injusto mas é a vida. Nenhuma economia moderna funciona sem um bom sistema financeiro. Portanto, esta ajuda a Portugal tem de prever uma área de intervenção para os bancos. A liquidez tem de ser recuperada porque, caso contrário, o sistema financeiro vai sofrer mas toda a economia também. Além disto, os banqueiros portugueses já provaram a sua competência. A banca não revelou até hoje problemas de solidez, ao contrário por exemplo da Islândia e Irlanda. Houve no passado casos criminais que devem ser julgados na justiça.
  
Há uma grande lição a tirar desta bancarrota: quem está altamente endividado, não é independente. Portugal está a perder soberania nacional. Mas os bancos portugueses também estão a aprender esta lição à força. Muitos estão a vender os anéis e outros, no final desta crise, vão ter nome português mas donos estrangeiros. Afinal, a crise chega a todos.» [DE]

Autor:

Bruno Proença.



 A ESTRATÉGIA DA INOCÊNCIA

«Em declarações à agência Lusa, a porta-voz da presidência da Comissão Europeia afirmou ser "falso" que, quando o primeiro-ministro José Sócrates apresentou em Bruxelas o chamado PEC IV, "tenha ficado também estabelecido que a esse acordo se seguiu um pedido de ajuda externa de 80 mil milhões de euros".
  
O semanário Sol noticiou hoje que José Sócrates teria estabelecido com Bruxelas, quando assinou o acordo com as medidas do chamado PEC IV a 11 de Março, que se seguiria um pedido de ajuda externa no valor de 80 mil milhões de euros.» [DN]

Parecer:

É evidente que a direita tenta agora dizer que nada fez pela crise financeira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se por mais tentativas e pela procissão dos comentadores a rezar o mesmo.»

 JÁ HÁ TEMA PARA A CAMPANHA ELEITORAL

«"O nosso objectivo é concluirmos [aprovar a ajuda] no Ecofin de meados de Maio [dias 16 e 17]", disse Olli Rehn, acrescentando que o auxílio financeiro deverá chegar 10 dias depois. Para este responsável europeu "este calendário é suficiente para cobrir as necessidades financeiras de Portugal".
  
O programa de ajuda a Portugal atingirá provavelmente os 80 mil milhões de euros e poderá abranger um período de três anos, estimou ainda, em Godollo, Hungria, o comissário europeu dos Assuntos Económicos. Ressalvando repetidamente que, "nesta fase, são estimativas muito, muito provisórias", o comissário europeu arriscou também, no entanto, apontar um prazo para a extensão do programa: "Estamos a falar de um programa multianual, muito provavelmente um programa de três anos", declarou.» [DN]

Parecer:

É a primeira vez que um acordo com o FMI é discutido e avaliado numa campanha eleitoral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»

 NARCISO MIRANDA EM BUSCA DO SEU MOMENTO DE GLÓRIA

«O socialista Narciso Miranda desafiou hoje José Sócrates a renunciar à recandidatura ao cargo de primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, uma vez que este disse, há cerca de 15 dias, que não estaria disponível para governar com o FMI.
 
Depois do anúncio de quinta-feira por parte do primeiro-ministro de que Portugal iria pedir ajuda externa, Narciso Miranda recordou à Agência Lusa algumas declarações de José Sócrates.» [DN]

Parecer:

Em Portugal está a tornar-se uma moda, quem não tem grande valor ganha protagonismo falando mal de Sócrates.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso de pena e recorde-se ao antigo autarca do norte as circunstâncias em que faleceu o prof. Sousa Franco.»

 TEIXEIRA DOS SANTOS NUNCA MAIS É DEMITIDO?

«O ministro das Finanças sublinhou hoje à chegada à reunião do Eurogrupo em Budapeste que a assistência financeira que Portugal pretende não será “um auxílio de meia dúzia de meses” e a oposição terá de ser "envolvida".
  
“O país precisa de facto de um auxílio que não é um auxílio só de meia dúzia de meses, é por um período mais alargado”, disse Fernando Teixeira dos Santos, acrescentando que o país também “precisa de um programa com um horizonte mais alargado”.» [i]

Parecer:

Bastaria uma comparação destas declarações com as que fez num passado recente para que Teixeira dos Santos fosse demitido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se.»

 QUEM LHES PDEIU PARA CONVIDAREM O PS

«Bloco de Esquerda e PCP decidiram hoje prosseguir com o diálogo para encontrar posições convergentes e afirmam-se abertos a “um envolvimento amplo” para além dos dois partidos, mas ambos afastam a possibilidade de futuros entendimentos com o PS.
  
As direções dos dois partidos reuniram-se hoje na Assembleia da República, a convite do Bloco, naquele que terá sido o primeiro de vários encontros que BE e PCP deverão manter nos próximos meses, mesmo após as eleições, às quais concorrem em separado.» [i]

Parecer:

Não me recordo de alguém ter metido uma cunha a Jerónimo ou a Louçã para convidarem o PS.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 ESPANHA: POLÍCIA VAI IDENTIFICAR OS CÃES QUE FIZERAM O "SERVIÇO"

«Na cidade basca de Hernâni, o problema das fezes de cães nos passeios vai ficar de uma vez por todas resolvido. Uma nova legislação obriga a que se efectue testes de ADN a todos os cães. Depois, caberá à polícia recolher as fezes nos passeios e enviá-las para identificação genética, para assim identificar o dono do animal. As multas vão ser pesadas.
 
Já lhe chamam, com ironia, a nova "CSI Canina". A nova lei é "pesada" para os donos dos cães. Foi publicada, recentemente, no Boletim Oficial de Gipuzkoa. no País Basco. Os proprietários de cães passam a ser obrigados a realizar os testes de ADN aos seus animais na Universidade do País Basco, pelos quais pagarão valores entre os 35 e 75 euros. » [JN]

 ECONOMISTAS PARESENTAM QUIXA CONTRA AGÊNCIAS DE RATING

«Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s são as agências visadas pela acção, que dará entrada na Procuradoria-Geral da República durante a próxima semana.
  
O documento é subscrito pelos docentes da Universidade de Coimbra José Reis (professor de Economia) e José Manuel Pureza (de Relações Internacionais e também líder parlamentar do Bloco de Esquerda) e Manuel Brandão e Maria Manuela Silva, economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
  
José Reis realça que as agências que “intervêm no mercado português”, as três referidas na denúncia, “dominam mais de 90 por cento do mercado” internacional, pelo que “é preciso saber se as leis da concorrência são respeitadas”.
  
Duas dessas agências – Moody’s e Standard & Poor’s – têm inclusive um “mesmo fundo de investimento como proprietário”, adverte o economista, e as decisões que as entidades tomam, “que influenciam as taxa de juro”, têm um impacto significativo no endividamento dos países, “podendo afectar a sua estabilidade” financeira e económica.
  
No documento a entregar na segunda-feira na Procuradoria-Geral da República é dito que “quanto maior for o risco inerente a uma emissão de dívida, maior será o retorno exigido pelos investidores, ou seja, maiores serão os juros” impostos pelos mesmos. » [Público]

Parecer:

Seria interessante uma investigação à escala europeia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»



 MEXICO'S DRUG WAR [Boston.com]


















 naFNAF