Foto Jumento
Intervalo na Feira da Ladra, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Soneca [A. Cabral]
A mentira do dia d'O Jumento: Novos cartazes do PC Chinês
Eufóricos por terem conquistado todos os recursos hidroeléctricos de um país membro e fundador da NATO e pela conquista da maior empresa de energias renováveis dos EUA o PC da República Popular da China decidiu comemorar o feito com uma série de cartazes de propaganda onde são apresentados alguns dos novos heróis que passaram a ter o estatuto de membros do CC do partido.
Jumento do dia
António Costa, empregado do maçon da Mozart
António Costa, director do Diário Económico, decidiu chamar a si o papel de porta-voz não oficial de Passos Coelho, cada vez que o líder do PSD tosse o empregado da Ongoing espirra. Mas parece que decidiu alargar as suas competências governamentais, agora além de porta-voz das manifestações gripais de Passos Coelho o assalariado do maçon da Mozart é também o bobo da corte, chamou a si o papel de fazer com que os portugueses consigam rir no meio de tantos sacanas:
«Os accionistas privados da EDP escolheram Eduardo Catroga e António Mexia para o novo mandato, o accionista de referência da PT quer a renovação do mandato de Henrique Granadeiro e Zeinal Bava. São duas notícias mais relevantes do que parecem.
Portugal habituou-se a ver os sucessivos governos a nomearam e ‘desnomearem' presidentes executivos e administrações, por interesses e não por competências, mesmo em empresas já privatizadas. Foi, também, este vício de comportamento, que dava a ministros e secretários de Estado um poder de intervenção muito para lá do desejável e aceitável, um dos factores que contribuiu para a estatização da economia.» [DE]
«Os accionistas privados da EDP escolheram Eduardo Catroga e António Mexia para o novo mandato, o accionista de referência da PT quer a renovação do mandato de Henrique Granadeiro e Zeinal Bava. São duas notícias mais relevantes do que parecem.
Portugal habituou-se a ver os sucessivos governos a nomearam e ‘desnomearem' presidentes executivos e administrações, por interesses e não por competências, mesmo em empresas já privatizadas. Foi, também, este vício de comportamento, que dava a ministros e secretários de Estado um poder de intervenção muito para lá do desejável e aceitável, um dos factores que contribuiu para a estatização da economia.» [DE]
A pergunta do dia
E o João Duque não tem direito a nada, só o Catroga? Até parece que há boys de primeira e boys de segunda.
Ou o João Duque abicha qualquer coisinha ou um dia destes ainda há uma manifestação de indignados a protestar pelo facto de João Duque ainda estar à rasca, desde que apoia o PSD já paga mais impostos e ainda perdeu os subsídios.
A democratização da EDP
Nunca um processo de nomeações para uma empresa privada foi tão democrático, respeita rigorosamente o peso dos dois partidos do governo!
Isto está a ficar divertido
Até os antigos neo-nazis do Liceu Camões que eram admiradores da Falange espanhola estão apaixonados pelo dinheiro chinês.
Embuste colossal
«Talvez por terem sido divulgados entre o Natal e a passagem de ano, ou por serem inconvenientes para a doutrina oficial (que alegou um “desvio colossal” supostamente ocorrido no 1º semestre), certo é que não foi dado o merecido destaque aos últimos dados publicados pelo INE sobre o défice em 2011.
Os novos dados, porém, são muito reveladores e não podem passar sem um comentário.
Segundo o INE, no final do 3º trimestre o défice (em contabilidade nacional) estava em 8.635 milhões de euros, correspondendo a 6,8% do PIB. A meta estabelecida com a troika para o final do ano é, recorde-se, de um défice de 10.068 milhões de euros, correspondente a 5,9% do PIB. Sendo assim, três conclusões ficam agora à vista de todos.
Em primeiro lugar, decorridos nove meses de execução orçamental (incluindo todo o famigerado 1º semestre, do Governo anterior), o défice está apenas 0,9% acima da meta acordada, isto é, o "desvio colossal" está reduzido a 9 décimas. E todos sabemos que a dívida escondida da Madeira contribuiu para isso com quase 5 décimas (mais de metade!), sendo que o restante não resulta de nenhum despesismo mas sim dos encargos financeiros não previstos que o País teve de assumir em consequência directa da rejeição do PEC IV (efeito da descida dos ‘ratings' sobre os empréstimos das empresas públicas e comissões pagas pelo pedido de ajuda externa). De qualquer modo, a tentativa de responsabilizar o Governo anterior por um "colossal" desvio na execução orçamental do 1º semestre, justificativo de duríssimas medidas de austeridade adicionais, está definitivamente reduzida a pó. Tudo não passou de um embuste do Governo. Um embuste colossal.
Em segundo lugar, os dados mostram que o Orçamento para 2011 impulsionou, desde o início do ano, uma dinâmica consistente de redução do défice, que se foi acentuando ao longo dos três trimestres. Assim, o que devemos esperar do Governo na execução do 4º trimestre é que esta dinâmica se mantenha e o défice continue a convergir com a meta fixada pela troika, aproximando-se mais dos 5,9%. Aliás, no último trimestre o défice até pode aumentar ainda mais 1.433 milhões de euros sem violar o tecto fixado (para termo de comparação, refira-se que no 3º trimestre o défice cresceu 1.615 milhões, pouco acima do que seria preciso conseguir no 4º trimestre). Trata-se, portanto, de uma tarefa que está longe de ser impossível - embora as desnecessárias medidas adicionais de austeridade tomadas pelo Governo só compliquem.
Em terceiro lugar, tudo isto põe gravemente em xeque a mais recente estimativa do ministro das Finanças, de que o desvio orçamental seria de 3.400 milhões de euros, correspondentes a 2 p.p. do PIB (Relatório OE 2012, pág. 27). Tendo em conta as metas referidas, isto significaria um défice de 13.468 milhões de euros no final do ano, equivalente a 7,9% do PIB. Ora, se o INE garante que no fim do 3º trimestre o défice está em 8.635 milhões de euros e 6,8 % do PIB, para que o ministro das Finanças tenha razão é preciso que no 4º trimestre o défice aumente 4.833 milhões de euros! Isto é, seria preciso que o défice do último trimestre fosse quase metade do previsto para o ano inteiro e três vezes superior ao verificado no 3º trimestre (de 1615 milhões de euros), rompendo com a trajectória de redução registada até aqui.
Em suma, das duas uma: ou o ministro das Finanças errou nas contas, como tudo indica, quantificando um desvio orçamental que os factos não confirmam e levando ao engano o País e o Governo, na imposição de graves medidas de austeridade completamente desnecessárias; ou o ministro das Finanças tem razão e o desvio de que fala aparece no final do ano - mas para isso será ele próprio a falhar no controlo da execução orçamental do 4º trimestre. De qualquer modo, já não haverá embuste que lhe permita disfarçar as suas próprias responsabilidades» [DE]
Os novos dados, porém, são muito reveladores e não podem passar sem um comentário.
Segundo o INE, no final do 3º trimestre o défice (em contabilidade nacional) estava em 8.635 milhões de euros, correspondendo a 6,8% do PIB. A meta estabelecida com a troika para o final do ano é, recorde-se, de um défice de 10.068 milhões de euros, correspondente a 5,9% do PIB. Sendo assim, três conclusões ficam agora à vista de todos.
Em primeiro lugar, decorridos nove meses de execução orçamental (incluindo todo o famigerado 1º semestre, do Governo anterior), o défice está apenas 0,9% acima da meta acordada, isto é, o "desvio colossal" está reduzido a 9 décimas. E todos sabemos que a dívida escondida da Madeira contribuiu para isso com quase 5 décimas (mais de metade!), sendo que o restante não resulta de nenhum despesismo mas sim dos encargos financeiros não previstos que o País teve de assumir em consequência directa da rejeição do PEC IV (efeito da descida dos ‘ratings' sobre os empréstimos das empresas públicas e comissões pagas pelo pedido de ajuda externa). De qualquer modo, a tentativa de responsabilizar o Governo anterior por um "colossal" desvio na execução orçamental do 1º semestre, justificativo de duríssimas medidas de austeridade adicionais, está definitivamente reduzida a pó. Tudo não passou de um embuste do Governo. Um embuste colossal.
Em segundo lugar, os dados mostram que o Orçamento para 2011 impulsionou, desde o início do ano, uma dinâmica consistente de redução do défice, que se foi acentuando ao longo dos três trimestres. Assim, o que devemos esperar do Governo na execução do 4º trimestre é que esta dinâmica se mantenha e o défice continue a convergir com a meta fixada pela troika, aproximando-se mais dos 5,9%. Aliás, no último trimestre o défice até pode aumentar ainda mais 1.433 milhões de euros sem violar o tecto fixado (para termo de comparação, refira-se que no 3º trimestre o défice cresceu 1.615 milhões, pouco acima do que seria preciso conseguir no 4º trimestre). Trata-se, portanto, de uma tarefa que está longe de ser impossível - embora as desnecessárias medidas adicionais de austeridade tomadas pelo Governo só compliquem.
Em terceiro lugar, tudo isto põe gravemente em xeque a mais recente estimativa do ministro das Finanças, de que o desvio orçamental seria de 3.400 milhões de euros, correspondentes a 2 p.p. do PIB (Relatório OE 2012, pág. 27). Tendo em conta as metas referidas, isto significaria um défice de 13.468 milhões de euros no final do ano, equivalente a 7,9% do PIB. Ora, se o INE garante que no fim do 3º trimestre o défice está em 8.635 milhões de euros e 6,8 % do PIB, para que o ministro das Finanças tenha razão é preciso que no 4º trimestre o défice aumente 4.833 milhões de euros! Isto é, seria preciso que o défice do último trimestre fosse quase metade do previsto para o ano inteiro e três vezes superior ao verificado no 3º trimestre (de 1615 milhões de euros), rompendo com a trajectória de redução registada até aqui.
Em suma, das duas uma: ou o ministro das Finanças errou nas contas, como tudo indica, quantificando um desvio orçamental que os factos não confirmam e levando ao engano o País e o Governo, na imposição de graves medidas de austeridade completamente desnecessárias; ou o ministro das Finanças tem razão e o desvio de que fala aparece no final do ano - mas para isso será ele próprio a falhar no controlo da execução orçamental do 4º trimestre. De qualquer modo, já não haverá embuste que lhe permita disfarçar as suas próprias responsabilidades» [DE]
Autor:
Pedro Silva Pereira.
Uma história anacrónica
«Há quatro anos (quase dia por dia, 4 de janeiro de 2008), escrevi aqui sobre Yoani Sánchez, então com 32 anos, opositora cubana que mantinha um blogue livre. Ela esteve refugiada na Suíça mas regressara a Havana: "A vida não está noutra parte, está em outra Cuba", disse ela, em frase admirável. Citei o seu jeito manso de se opor: "Se me dissessem: ou fechas o blogue ou vais para a prisão, fechava o blogue." A esse ser heroica sem alardear, classifiquei: "Provavelmente a mais difícil das coragens é essa, sem gritos." E contei como ela combatia: "No Natal, pôs no blogue a fotografia do irmão Adolfo (há cinco anos preso) e pôs a cadeira dele, vazia, no topo da mesa." Concluí: "O meio século de castrismo encontrou, enfim, o seu adversário - os resilientes. Contra Yoani, Fidel está irremediavelmente desarmado"... Quatro anos depois, Yoani continua resiliente, mas o castrismo também continua teimoso: ela foi convidada a ir ao Brasil, mas não lhe dão autorização para viajar. Quase todos os dias, Yoani entra-me em casa (a resiliência dela é inteligente) mas o castrismo não a deixa ir ao Brasil (a teimosia dele é burra). Ontem, o jornal inglês Guardian publicava um apelo de Yoani Sánchez à Presidente Dilma Rousseff: "No século XXI, não poder sair e entrar livremente no seu país..." De que serve encafuar uma pessoa pelas suas ideias e deixar as suas ideias a passear? Ditadura burra.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Beco sem saída
«Agora que entrámos num novo ano, com o país assustado, vale a pena recuar um pouco. O défice orçamental de 2011 aproximou-se dos 4% do PIB.
E Passos Coelho sorriu de orelha a orelha: foram 1,9 pontos abaixo dos 5,9% do PIB que a ‘troika' nos impusera como limite. É obra! Sucede que estes números escondem uma mentira: sem os 6.000 milhões de euros dos fundos de pensões da banca, o défice subiria para os 7,5% do PIB. Haverá razões para sorrir?
Vale a pena fazer as contas. Para um PIB estimado de 170.000 milhões de euros, aquele défice de 4% equivale a cerca de 6.800 milhões, o que parece um número excelente. Mas não se pense que existe aqui qualquer mérito. O que de facto devemos atribuir ao Governo é um défice de 12.800 milhões de euros, que correspondem a 7,5% do PIB, já depois dos cortes nos salários e do aumento dos impostos. É um dos piores desempenhos de que há memória em Portugal.
O recurso a fundos de pensões para cobrir os défices sempre foi uma tentação. Começou em MF Leite, passou por Bagão Félix e Teixeira dos Santos e acabou em Vítor Gaspar: 3 a 1 para o PSD. Mas não consta que alguém se tenha preocupado com o outro lado da equação, que é pagar as pensões àqueles que para isso contribuíram. Parafraseando um jovem deputado do PS, este Governo, como os anteriores, está-se "marimbando" para os pensionistas.
Como já tive oportunidade de referir, o PIB nominal de 2012 vai ser inferior ao de 2011, dado que a queda em volume excede o deflator do produto. E, sendo assim, se excluirmos a almofada dos impostos e dos subsídios que o Governo já acautelou, as receitas de 2012 serão inferiores e as despesas no mínimo iguais às de 2011, o que coloca o défice acima dos 7,5% do PIB. Como aquela almofada não chega, nem de longe, para o fazer regredir até aos 4,5%, percebe-se que a festa está estragada.
O cenário é complexo, porque sugere a ideia de que o Governo não nos tem dito a verdade. É um facto que se comprometeu com a ‘troika' a um défice não superior a 4,5% do PIB em 2012, sem recurso a medidas extraordinárias. E é óbvio que, sem medias extraordinárias, este objectivo não será exequível. Então, para o Governo, uma de três: ou falha o compromisso; ou recorre ao que não deve; ou ataca uma vez mais os contribuintes, à revelia do que sempre prometeu. Entrou num beco sem saída.
Como é que vai descalçar a bota?» [DE]
E Passos Coelho sorriu de orelha a orelha: foram 1,9 pontos abaixo dos 5,9% do PIB que a ‘troika' nos impusera como limite. É obra! Sucede que estes números escondem uma mentira: sem os 6.000 milhões de euros dos fundos de pensões da banca, o défice subiria para os 7,5% do PIB. Haverá razões para sorrir?
Vale a pena fazer as contas. Para um PIB estimado de 170.000 milhões de euros, aquele défice de 4% equivale a cerca de 6.800 milhões, o que parece um número excelente. Mas não se pense que existe aqui qualquer mérito. O que de facto devemos atribuir ao Governo é um défice de 12.800 milhões de euros, que correspondem a 7,5% do PIB, já depois dos cortes nos salários e do aumento dos impostos. É um dos piores desempenhos de que há memória em Portugal.
O recurso a fundos de pensões para cobrir os défices sempre foi uma tentação. Começou em MF Leite, passou por Bagão Félix e Teixeira dos Santos e acabou em Vítor Gaspar: 3 a 1 para o PSD. Mas não consta que alguém se tenha preocupado com o outro lado da equação, que é pagar as pensões àqueles que para isso contribuíram. Parafraseando um jovem deputado do PS, este Governo, como os anteriores, está-se "marimbando" para os pensionistas.
Como já tive oportunidade de referir, o PIB nominal de 2012 vai ser inferior ao de 2011, dado que a queda em volume excede o deflator do produto. E, sendo assim, se excluirmos a almofada dos impostos e dos subsídios que o Governo já acautelou, as receitas de 2012 serão inferiores e as despesas no mínimo iguais às de 2011, o que coloca o défice acima dos 7,5% do PIB. Como aquela almofada não chega, nem de longe, para o fazer regredir até aos 4,5%, percebe-se que a festa está estragada.
O cenário é complexo, porque sugere a ideia de que o Governo não nos tem dito a verdade. É um facto que se comprometeu com a ‘troika' a um défice não superior a 4,5% do PIB em 2012, sem recurso a medidas extraordinárias. E é óbvio que, sem medias extraordinárias, este objectivo não será exequível. Então, para o Governo, uma de três: ou falha o compromisso; ou recorre ao que não deve; ou ataca uma vez mais os contribuintes, à revelia do que sempre prometeu. Entrou num beco sem saída.
Como é que vai descalçar a bota?» [DE]
Autor:
Daniel Amaral.
Comunistas
«Um comunista da Coreia do Norte é mau. Aliás, é péssimo. Não só professa uma ideologia contrária a todos os valores do Ocidente, os melhores e mais civilizados como se sabe, como ao longo dos anos ajudou a erguer uma dinastia em que se mistura o mais anacrónico culto da personalidade com o efeito aparição de Fátima. Não por acaso, a família Kim surge invariavelmente representada em grandes altares ou projetada nos céus, tendo aos pés milhões de submissos fiéis.
O conceito de alienação não está muito em voga, em parte porque a alienação é agora um estado "normal" (as pessoas acreditam em tudo que passa na televisão), mas o comunismo da Coreia do Norte pode ser descrito como alienado. Alienado enquanto comunismo, já que deixou de ter qualquer vontade de realizar uma sociedade mais justa e solidária, e alienado também porque promove ativamente a insanidade do povo. Se isto ainda é comunismo vou ali e já venho.[Jornal de Negócios]
Um comunista português não é bom nem mau, é irrelevante. Há três décadas que repete os mesmos chavões sem qualquer eficácia prática. Não conseguiu atingir um único objetivo a que se propôs; não conseguiu evitar lei, medida ou ação que disse serem as mais prejudiciais para o povo e os trabalhadores; não foi capaz de impedir nenhuma revisão constitucional, nem evitar a formação dos governos de direita, todos no seu entender. E, como se não bastasse, também nunca conseguiu convencer mais do que 10% dos cidadãos. O PC é um partido falhado.
Quanto a ideias verdadeiramente comunistas, também não vamos muito longe. O internacionalismo original foi transformado num nacionalismo não muito diferente daquele que advoga a extrema-direita. O progressismo resultou num regressismo que promove tudo o que é antiquado e anacrónico, a velha agricultura, a velha pesca, as velhas fabriquetas, e rejeita qualquer coisa que seja inovadora e tecnologicamente avançada. Os comunistas detestam a Internet, coisa que imaginam ser obra do grande capital americano.
Um comunista chinês já é outra coisa. Principalmente se tiver 2,7 mil milhões de euros no bolso, então não é mau, é excelente. Tão maravilhoso que a semana passada foi ver alguns dos principais representantes do nosso arruinado capitalismo a saltitar à sua volta. Muitos deles a magicar na melhor forma de lhe vender alguma coisa. Aliás, uma jornalista, prestável e ingénua, perguntou ao senhor Cao Guangjing se ele não queria comprar também o BCP. Ao que este respondeu que não comprava bancos mas empresas de energia, mas que tinha uns amigos do ramo que talvez queiram vir aos saldos.
Não sei se no fim do jantar oferecido em honra de tão excelente camarada se cantou a Internacional, mas se tal aconteceu foi em privado. Em público, este comunista pareceu-me igual a qualquer capitalista.
A China representa hoje um comunismo que é também um capitalismo, realizando o oximoro. E fica a questão. Será que este capitalismo chinês é um meio para se atingir o comunismo, ou este comunismo é o meio ideal para se chegar a um capitalismo de tipo totalitário?
Enfim, quem hoje queira encontrar um verdadeiro comunista tem de ser mais persistente do que Diógenes. É claramente uma espécie em vias de extinção. Dir-se-á que se trata de uma ideologia obsoleta e sinistra. Que inevitavelmente resulta em sociedades bárbaras, persecutórias e totalitárias, ainda mais injustas do que as capitalistas. Tudo verdade, comprovada pelos factos históricos. O comunismo teórico, de Marx e Engels, é interessante e até evolutivo, mas o comunismo prático, a partir de Lenine, foi sempre um desastre que desbaratou por completo algumas boas ideias da origem.
Há alguns anos, a NASA encomendou um estudo ao MIT para saber como deveria ser a organização social nas colónias do espaço. Depois de analisar as várias hipóteses, para grande surpresa, chegou-se à conclusão que só podia ser de tipo comunista, ou seja, sem propriedade privada, já que esta promove conflitos que poderiam tornar-se devastadores num meio tão delicado. Imagine-se os colonos a tiros dentro de uma cúpula de vidro. Enfim, tudo leva a crer que a existir verdadeiro comunismo, só mesmo em Marte. »
O conceito de alienação não está muito em voga, em parte porque a alienação é agora um estado "normal" (as pessoas acreditam em tudo que passa na televisão), mas o comunismo da Coreia do Norte pode ser descrito como alienado. Alienado enquanto comunismo, já que deixou de ter qualquer vontade de realizar uma sociedade mais justa e solidária, e alienado também porque promove ativamente a insanidade do povo. Se isto ainda é comunismo vou ali e já venho.[Jornal de Negócios]
Um comunista português não é bom nem mau, é irrelevante. Há três décadas que repete os mesmos chavões sem qualquer eficácia prática. Não conseguiu atingir um único objetivo a que se propôs; não conseguiu evitar lei, medida ou ação que disse serem as mais prejudiciais para o povo e os trabalhadores; não foi capaz de impedir nenhuma revisão constitucional, nem evitar a formação dos governos de direita, todos no seu entender. E, como se não bastasse, também nunca conseguiu convencer mais do que 10% dos cidadãos. O PC é um partido falhado.
Quanto a ideias verdadeiramente comunistas, também não vamos muito longe. O internacionalismo original foi transformado num nacionalismo não muito diferente daquele que advoga a extrema-direita. O progressismo resultou num regressismo que promove tudo o que é antiquado e anacrónico, a velha agricultura, a velha pesca, as velhas fabriquetas, e rejeita qualquer coisa que seja inovadora e tecnologicamente avançada. Os comunistas detestam a Internet, coisa que imaginam ser obra do grande capital americano.
Um comunista chinês já é outra coisa. Principalmente se tiver 2,7 mil milhões de euros no bolso, então não é mau, é excelente. Tão maravilhoso que a semana passada foi ver alguns dos principais representantes do nosso arruinado capitalismo a saltitar à sua volta. Muitos deles a magicar na melhor forma de lhe vender alguma coisa. Aliás, uma jornalista, prestável e ingénua, perguntou ao senhor Cao Guangjing se ele não queria comprar também o BCP. Ao que este respondeu que não comprava bancos mas empresas de energia, mas que tinha uns amigos do ramo que talvez queiram vir aos saldos.
Não sei se no fim do jantar oferecido em honra de tão excelente camarada se cantou a Internacional, mas se tal aconteceu foi em privado. Em público, este comunista pareceu-me igual a qualquer capitalista.
A China representa hoje um comunismo que é também um capitalismo, realizando o oximoro. E fica a questão. Será que este capitalismo chinês é um meio para se atingir o comunismo, ou este comunismo é o meio ideal para se chegar a um capitalismo de tipo totalitário?
Enfim, quem hoje queira encontrar um verdadeiro comunista tem de ser mais persistente do que Diógenes. É claramente uma espécie em vias de extinção. Dir-se-á que se trata de uma ideologia obsoleta e sinistra. Que inevitavelmente resulta em sociedades bárbaras, persecutórias e totalitárias, ainda mais injustas do que as capitalistas. Tudo verdade, comprovada pelos factos históricos. O comunismo teórico, de Marx e Engels, é interessante e até evolutivo, mas o comunismo prático, a partir de Lenine, foi sempre um desastre que desbaratou por completo algumas boas ideias da origem.
Há alguns anos, a NASA encomendou um estudo ao MIT para saber como deveria ser a organização social nas colónias do espaço. Depois de analisar as várias hipóteses, para grande surpresa, chegou-se à conclusão que só podia ser de tipo comunista, ou seja, sem propriedade privada, já que esta promove conflitos que poderiam tornar-se devastadores num meio tão delicado. Imagine-se os colonos a tiros dentro de uma cúpula de vidro. Enfim, tudo leva a crer que a existir verdadeiro comunismo, só mesmo em Marte. »
Autor:
Leonel Moura.
Um Mi(ni)stério Público
«Parece que o Ministério Público abriu, após queixa de um "grupo de cidadãos", um inquérito às declarações de Otelo, que, em entrevista à Lusa, terá dito: "Para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o Governo".
Não disse contudo que os "limites" tenham sido ultrapassados neste momento mas, sim, em 1974: "Esse limite foi ultrapassado em 1974 e culminou com a "Revolução dos Cravos".
Otelo é, como se sabe, um criminoso. Cometeu um imperdoável crime na madrugada de 25 de Abril de 1974, que hoje seria punido com 5 a 15 anos de prisão. O MP não abriu, porém, qualquer inquérito. Talvez, que sei eu?, porque não tenha sabido ou nenhum "grupo de cidadãos", dos muitos que não gostaram da coisa, se tenha queixado.
Agora, que os tempos vão de feição, já apareceu quem se queixasse. Tudo indica que dando as declarações de Otelo como "instigação pública a um crime", punida pelo artº 297º do Código Penal, se não pelo 326º. Estranho é que o MP, vinculado pelo seu Estatuto, "a critérios de legalidade e objectividade" e não de conveniência política, não tenha também aberto um inquérito às declarações de Belmiro de Azevedo segundo as quais "quando o povo tem fome, tem o direito de roubar", puníveis, com muito menos boa (ou má) vontade, pelo mesmo artº 297º e em que a acção penal não depende sequer de queixa. Mistérios públicos do Ministério Público...» [JN]
Não disse contudo que os "limites" tenham sido ultrapassados neste momento mas, sim, em 1974: "Esse limite foi ultrapassado em 1974 e culminou com a "Revolução dos Cravos".
Otelo é, como se sabe, um criminoso. Cometeu um imperdoável crime na madrugada de 25 de Abril de 1974, que hoje seria punido com 5 a 15 anos de prisão. O MP não abriu, porém, qualquer inquérito. Talvez, que sei eu?, porque não tenha sabido ou nenhum "grupo de cidadãos", dos muitos que não gostaram da coisa, se tenha queixado.
Agora, que os tempos vão de feição, já apareceu quem se queixasse. Tudo indica que dando as declarações de Otelo como "instigação pública a um crime", punida pelo artº 297º do Código Penal, se não pelo 326º. Estranho é que o MP, vinculado pelo seu Estatuto, "a critérios de legalidade e objectividade" e não de conveniência política, não tenha também aberto um inquérito às declarações de Belmiro de Azevedo segundo as quais "quando o povo tem fome, tem o direito de roubar", puníveis, com muito menos boa (ou má) vontade, pelo mesmo artº 297º e em que a acção penal não depende sequer de queixa. Mistérios públicos do Ministério Público...» [JN]
Autor:
Manuel António Pina.
Mais uma democrata EDPiana
«A ex-ministra da Justiça Celeste Cardona será um dos nomes indicados para o futuro conselho geral de supervisão da EDP. Segundo apurou o Dinheiro Vivo, a lista de nomes será apresentada hoje ao mercado e incluirá, além de Cardona, os novos membros nomeados pela China Three Gorges.
A eléctrica chinesa fechou na semana passada o acordo de privatização com o Estado português e terá direito a nomear até quatro representantes. Depois da passagem pelo governo de Durão Barroso entre 2002 e 2004, Celeste Cardona foi nomeada administradora da Caixa Geral de Depósitos, acumulando como deputada. » [Dinheiro Vivo]
A eléctrica chinesa fechou na semana passada o acordo de privatização com o Estado português e terá direito a nomear até quatro representantes. Depois da passagem pelo governo de Durão Barroso entre 2002 e 2004, Celeste Cardona foi nomeada administradora da Caixa Geral de Depósitos, acumulando como deputada. » [Dinheiro Vivo]
Parecer:
Porca miséria.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
Passos Coelho porta-voz do merceeiro
«O primeiro-ministro negou hoje que o Governo tenha sido informado da operação do grupo Jerónimo Martins e disse que as informações que recolheu indicam que a empresa "vai continuar a pagar os seus impostos em Portugal", nomeadamente o IRC. » [DN]
Parecer:
Nunca um primeiro-ministro desceu ao ponto de fazer de porta-voz de um empresário.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
2012 é um obstáculo que vamos ultrapassar
« [Expresso]
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje que o Governo encara 2012 como "um obstáculo" que vai ser ultrapassado e manifestou-se convicto de que Portugal sairá mais forte "deste ano difícil".»
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje que o Governo encara 2012 como "um obstáculo" que vai ser ultrapassado e manifestou-se convicto de que Portugal sairá mais forte "deste ano difícil".»
Parecer:
Pois, são 365 dias e depois são mais 365 de 2013.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Passos Coelho que se deixe de dizer patacoadas.»
Coitada da Ongoing
«"O Grupo Ongoing está, de novo, a ser alvo de ataques, cuja única motivação visa afetar negativamente a sua reputação", refere o conselho de administração do grupo num comunicado distribuído hoje ao fim da tarde. » [Expresso]
Parecer:
O que é a Ongoing?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
O Paulo Teixeira Pinto também vai para a EDP
«Entre os 23 membros, encontram-se Celeste Cardona, ex-ministra da Justiça do Governo liderado por Durão Barroso e ex-administradora da CGD e Paulo Teixeira Pinto, ex-presidente do BCP, de acordo com a proposta que enviada pela EDP para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) - ver proposta abaixo.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Que grande democratização da EDP!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se é para pagar o projecto de revisão constitucional.»
LAdrões devolveram quadro que não conseguiram vender
«Esta não é mais uma história de uma obra roubada e depois recuperada. Esta é a história de uma obra roubada e depois devolvida.
Os ladrões da obra de René Magritte, “Olympia”, avaliada entre 3 e 4 milhões de euros, foi roubada no museu de Jette há dois anos.
De acordo com o “El Mundo”, que cita meios de comunicação belgas, o especialista de arte Janpiet Callens foi contactado há duas semanas, de forma anónima, com o objectivo de lhe ser dada a obra, para posterior devolução. Callens terá ficado com o quadro e devolveu-o às autoridades do país.
O facto de a obra ser bastante reconhecida a nível internacional terá dificultado a venda no mercado negro, segundo especialistas com quem falou a AFP. » [Jornal de Negócios]
Os ladrões da obra de René Magritte, “Olympia”, avaliada entre 3 e 4 milhões de euros, foi roubada no museu de Jette há dois anos.
De acordo com o “El Mundo”, que cita meios de comunicação belgas, o especialista de arte Janpiet Callens foi contactado há duas semanas, de forma anónima, com o objectivo de lhe ser dada a obra, para posterior devolução. Callens terá ficado com o quadro e devolveu-o às autoridades do país.
O facto de a obra ser bastante reconhecida a nível internacional terá dificultado a venda no mercado negro, segundo especialistas com quem falou a AFP. » [Jornal de Negócios]