sábado, janeiro 14, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento 


Igreja de Nossa Senhora da Penha de França, Lisboa   
Jumento do dia


Braga de Macedo

Pobe Braga de Macedo, agora que tudo lhe estava a correr tão bem.

«Ana Macedo, artista plástica, fez uma exposição em Maputo em Julho de 2011 que beneficiou do apoio do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), cujo conselho directivo é presidido pelo seu pai, Jorge Braga de Macedo. A história vem contada no Expresso online pelo comentador político e jornalista Daniel Oliveira.

O jornalista concluiu neste caso estar-se perante um "comportamento eticamente inaceitável". E deixou duas perguntas: "Com que critérios usou dinheiros do Estado (pouco ou quase nada, tanto faz) para apoiar a carreira da sua própria filha?Como explica o mais despudorado dos nepotismo na gestão da coisa pública?"» [DN]

 Há gente com sorte

Mesmo sem saber quem é o ou a assessora de imprensa do Álvaro há motivos para começar a felicitar a personagem. Quando se percebeu que o Álvaro estava a ser uma desgraça alguém se lembrou de promover a assessora a vogal do Instituto do Turismo de Portugal, agora que a desgraça se confirma começa a ser tempo de promover o ou a assessora de imprensa do Álvaro, talvez para um lugar de administração da EDP.

Se alguém imaginava que da cabecinha do homem acabaria por sair uma ideia para salvar a economia desenganou, ao ouvir o ministro falar como se o pastel de nata pudesse vir a ser a BMW de Portugal percebeu que estamos perante alguém que brevemente estará de volta às lides universitárias no Canadá. Tem sorte, é pouco provável que encontrasse emprego numa universidade portuguesa, a não ser, eventualmente, naquela coisa onde o Passos Coelho estudou.
    
 

 A filha de Braga de Macedo e o nosso dinheiro

«Sabemos que Braga de Macedo foi ministro das Finanças de Cavaco Silva e que é militante do PSD, pelo qual foi deputado. Sabemos que foi nomeado por Passos Coelho para definir a política externa económica deste governo, à qual Paulo Portas não ligou pevide. Sabemos que depois disso foi escolhido, com Eduardo Catroga, Celeste Cardona e Paulo Teixeira Pinto, todos do PSD e do CDS, para o Conselho de Supervisão da EDP. Sabemos que é Presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT). Não sabemos, nem em princípio teríamos nada que saber, que tem uma filha, Ana Macedo, que é artista plástica.

Ana Macedo fez, em Julho do ano passado (só agora tive acesso a essa informação) uma exposição em Maputo. "Caras e Citações: uma interpretação estética sobre Universidade, Cultura e Desenvolvimento". A exposição teve o apoio do Instituto Camões. E, coisa rara, não foi no seu centro cultural, mas na bonita estação de caminhos-de-ferro (que tive oportunidade de conhecer) . Teve o apoio do Instituto Camões. Continuo a não ter nada para dizer. É excelente que o Instituto Camões apoie e divulgue os artistas plásticos portugueses (deixo de fora deste texto qualquer consideração sobre a qualidade da exposição, que aqui não vem ao caso, até porque só vi as fotos da dita ). E o facto da artista ser filha de quem é não a deve prejudicar. Portugal é pequeno e a probabilidade de alguém ser filho de alguém com responsabilidades em alguma área não é pequena.

O problema vem depois. Além do Instituto Camões, outra instituição do Estado apoiou o acontecimento. Sim, já adivinharam: o Instituto de Investigação Científica Tropical. O mesmíssimo que o pai da artista plástica dirige. Garante um português que vive em Maputo há quinze anos e que conhece bem a vida cultural da cidade que nunca o IICT patrocinou algum acontecimento cultural em Maputo .

Alertado por este post, fui investigar a coisa. Bastaram uns telefonemas e umas buscas na Net. É tudo é feito às claras, como se se tratasse da coisa mais natural do mundo. O apoio do IICT a esta exposição e a esta artista já vem de Lisboa, com uma parceria entre a Faculdade de Letras (no âmbito do seu centenário) e este laboratório do Estado , através do seu projeto "Saber Continuar". Na altura, a artista agradeceu "por esta oportunidade de criar um projeto que se tem revelado propício à partilha de metas comuns de desenvolvimento cultural" . Mas mais ainda: outra exposição Ana Macedo, em Março de 2010, agora sobre Jorge Borges de Macedo (pai do presidente e avô da artista - fica tudo em família), contou com o apoio desta instituição pública, mais uma vez no âmbito do tal projeto "Saber Continuar". E parei aqui a investigação, com a certeza que iria encontrar muito mais nesta frutuosa relação familiar com dinheiros públicos.

É natural que Braga de Macedo goste da sua filha e a tente ajudar na sua carreira. Assim fazem todos os pais. Não é natural que use os nossos recursos para o fazer. O IICT não lhe pertence nem é uma fundação ou empresa privada. É-me desconfortável falar da vida familiar de qualquer pessoa. Até porque odeio que falem da minha. Mas é quem usa o que é de todos para ajudar os seus que expõe a sua família ao escrutínio público. Faz mal duas vezes: a nós e a quem quer ajudar.

Caberá a Braga de Macedo explicar este comportamento eticamente inaceitável. Com que critérios usou dinheiros do Estado (pouco ou quase nada, tanto faz) para apoiar a carreira da sua própria filha? Como explica o mais despudorado dos nepotismo na gestão da coisa pública? E mais não digo, que começo a ficar cansado de tanto desplante. » [Expresso]

Autor:

Daniel Oliveira.
  
 Liberdade e responsabilidade

«O "caso" Maçonaria revela a existência em Portugal de muita gente que ainda não aderiu à democracia. Dos comentários na Internet ao Governo, passando por muitos políticos, jornalistas e comentadores, não tem faltado quem revele uma visão persecutória, salazarenta, que nada tem a ver com um Estado de Direito. Os mais trogloditas excedem-se no insulto e na sordidez; outros, que se pretendem civilizados, defendem posições tão radicais quanto totalitárias.

O princípio fundador da democracia é a liberdade. A liberdade de agir e pensar, de construir uma vida autónoma, de fazer escolhas. Esta liberdade tem como únicos limites os que são impostos pela convivência em sociedade e traduzidos em lei. Assim, pertencer à Maçonaria, a um clube, a uma seita, a um grupo de jantaristas, é do foro exclusivamente pessoal e a sociedade nada tem a ver com isso. Se alguém usar essa condição para cometer um crime, então a polícia e a justiça tratam do assunto. Em suma, liberdade e responsabilidade.

Esta banalidade de base devia, por esta altura, após 30 anos de democracia, ser ponto assente. Mas não é. Nestes últimos dias temos assistido a uma verdadeira caça às bruxas. Como se todos os males do país derivassem da Maçonaria.

As sociedades humanas organizam-se em grupos por afinidade, interesse e vontade de cooperação. É assim nos partidos, nas empresas, nos clubes ou nas igrejas. Sendo certo que a sociedade deve defender-se das formas organizadas de abuso de poder, para o que, por exemplo, existem reguladores na economia ou laicização do Estado no que diz respeito às religiões, o princípio da livre associação deve manter-se como preponderante.

Ouvir a ministra da Justiça, cuja missão suprema é garantir o Estado de Direito, defender a devassa pública da vida de cada cidadão, é não só um ultraje como uma falta grave que devia merecer um repúdio político exemplar. Não vejo sinceramente como esta ministra pode continuar em funções. E só a debilidade política do PS o impede de exigir a sua imediata demissão.

Do mesmo modo, o primarismo das posições dos dois partidos mais à esquerda demonstra o quanto, por estas bandas, se perdeu qualquer sentido civilizacional e progressivo e, cada vez mais, muitas das suas posições se confundem com a extrema-direita. Ainda para mais tratando-se de partidos que funcionam em regime de seita e patente discriminação de todos os que pensam de maneira diversa.

Mas é na direita que se assiste à maior contradição. Esta direita que se pretende liberal e anti-Estado revela afinal, em cada esquina, que é a corrente política mais estatista e, de facto, mais contrária à liberdade e à autonomia cidadã. Já é grave que se pretenda tornar pública a pertença dos indivíduos a qualquer organização. Muito mais grave é que se faça isso em nome do Estado, ou seja, advogando um verdadeiro totalitarismo não muito longe das ditaduras e uma perseguição típica dos estados policiais.

Mas, não há que ser ingénuo. O "caso" Maçonaria representa um desvio oportunista de algumas questões que, essas sim, deviam ser abordadas séria e profundamente. Refiro, entre outras, a total promiscuidade entre política e negócios. Membros do Governo que saltam para empresas privadas, tantas vezes da mesma área da sua ação governativa; ou das empresas para o Governo. O caso do ministro da Saúde, por exemplo. Alto quadro de um grupo privado da Saúde, tutela agora essa mesma área sem que se tenha considerado a evidente incompatibilidade. Isto sim é gravoso para um Estado de Direito. Já para não falar de se tratar de uma questão de decência, ou, no caso, falta dela.

Dos vários Catrogas, na energia, águas e afins, também estamos conversados.

É assim que em Portugal se perde com demasiada frequência o tempo a tratar de falsos problemas. Sobrando pouco ou nenhum para enfrentar aquilo que realmente mina e bloqueia a nossa sociedade.

Enfim, termino com uma referência para os mais curiosos. Não pertenço, nem nunca pertenci, à Maçonaria. Pertenço sim a uma sociedade muito mais secreta mas, "et pour cause", não digo qual é.» [Jornal de Negócios]

Autor:

Leonel Moura.
  
 Os maus exemplos vêm de "cima"

«A dr.ª Manuela Ferreira Leite, eivada daquela caridade cristã que define o seu doce coração, disse, na SIC Notícias, num curioso programa dirigido por Ana Lourenço, que os doentes com mais de 70 anos, devem pagar hemodiálise. Infere-se, por oposição, o seguinte: quem não tiver dinheiro, que morra!, sobretudo a partir dos 70. Nessa altura, já cá não fazem falta nenhuma. Um pouco assustado, António Barreto confessou ter aquela idade fatal. E, mesmo sem o dizer, o dr. Balsemão tem mais de 70. Os celtas resolviam a questão com a presteza de quem não tem tempo a perder: atiravam os velhos dos penhascos.

Aqui, corta-se nos vencimentos dos reformados, aumentam-se as taxas moderadoras e até os enterros estão mais caros, devido aos impostos. A dr.ª Manuela tem dito coisas que bradam aos céus. Aquela declaração foi uma delas. Já antes, a fim de se pôr uma certa ordem no caos português sugerira a interrupção, por modestos seis meses, da democracia. A senhora esteve à beira de se tornar presidente do PSD e, por decorrência, acaso as bússolas da fortuna andassem avariadas, primeira-ministra. Que susto!, embora este, em que vivemos, não seja menor.

"Contra-Corrente" é o nome do programa em referência, no qual um luminoso conjunto de sábios discreteia sobre o nosso mundo e os nossos destinos. Devo dizer aos meus pios leitores que aguardei, arfante de curiosidade, a opinião dos preopinantes. Nada que as pessoas não soubessem. Com este tipo de programação, repetitiva e inócua, a Impresa não vai lá. Com excepção de Sobrinho Simões, que foi dizendo coisas válidas por acertadas, os outros debitaram mais do mesmo que todos dizem. Até António Barreto só disse banalidades. Vitorino, coitado!, é uma irrelevância.

O tropo que interessava seria a discussão sobre a promiscuidade entre política, negócios e partidarite. A ida em massa, para a administração da EDP, de militantes destacados do PSD e do CDS mereceu umas desatenções embargadas. Entretanto, soube-se que, para a empresa Águas de Portugal, vão dois militantes do PSD. As coisas são como são, mas não deveriam sê-lo, após as veementes declarações de princípio do dr. Passos Coelho, que se antagonizava com os "jobs" concedidos pelo PS aos seus "boys." Na realidade, estamos fartos desta vilanagem endémica. A política tornou-se a questão central do regime; mas, em vez de se abordar e analisar o problema, as minudências transformam-se em campanha de jornais, como o assunto da Maçonaria.

Pleitear-se a causa de que os detentores de cargos públicos terão de revelar as suas opções filosóficas pode abrir a caixa de Pandora, cujos resultados são imprevisíveis. Só a alusão a esta dissimulada caça à bruxas faz arrepiar. É claro que este fogacho não passa de isso mesmo: um fogacho (como o espaço atribuído a Paco Bandeira, um caso doméstico, com a importância menor que a sua própria natureza merece) para remover das cabeças das pessoas os tormentos que as apoquentam. O jornalismo português entrou numa fase degenerativa perturbadora. A impreparação demonstrada pelos seus empregados é de fugir. Não se trata de jornalistas, embora, certamente, todos agitem como credencial os níveis das graduações. Seria impensável, perante as situações políticas vigentes, as afirmações insanas de altos dirigentes partidários e a pouca-vergonha a que se assiste, no regabofe das nomeações - que uma Imprensa responsável e decente estivesse calada. Mas está.

Pergunto-me e os meus velhos amigos e camaradas perguntam-se: que ensinam, nos cursos de jornalismo, a estes jovens? Tornou-se moda, nas televisões, sem excepção, tratar as pessoas pelo primeiro nome, modo abusivo de se forçar uma intimidade tão absurda, como irrespeitosa, por despropositada. Assim como esta falsa familiaridade está longe de corresponder à teia reticular de afecto, necessária entre receptor e mensageiro, a preguiça no estudo, o desleixo pelo idioma, a ignorância impante fornecem um retrato muito poço lisonjeiro do jornalismo que se pratica.

Os exemplos provindos "de cima" são de molde a fugirmos deles a sete pés. A cultura do facilitismo, do dinheiro e do mais feroz individualismo parece ter adquirido carta de alforria. Quando se fazem exigências atrozes aos sectores mais débeis da sociedade portuguesa, e se tornam públicos os vencimentos faraónicos de alguns sujeitos, procedentes dos partidos "de poder", tudo é permitido. Como se diz nos "Irmãos Karamazov", de Dostoievski. W» [Jornal de Negócios]

Autor:

Baptista Bastos.
  

 Beleza defende corte nos subsídios no Banco de Portugal

«O antigo governador do Banco de Portugal está contra a decisão anunciada pela instituição liderada por Carlos Costa de poupar os funcionários aos cortes nos de subsídios de férias e Natal naquela instituição. Miguel Beleza acredita mesmo que Carlos Costa vai voltar atrás e aplicar os referidos cortes.» [DEhttp://economico.sapo.pt/noticias/nomeacoes-foram-tiros-nos-pes-do-governo_135830.html]

Parecer:

Mais uma evidência.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 O Álvaro está "morto" e esquecera-se de o enterrar

«Os patrões estão determinados a reduzir os custos de laborais das empresas. Entre as medidas que apresentaram para substituir o aumento de 30 minutos do horário de trabalho diário, estará uma redução até 20% do tempo de trabalho e um corte de salário proporcional, bem como uma alteração do regime de compensação de faltas.

A meia hora está morta. A proposta de aumento do tempo de trabalho não agrada a sindicatos, nem a patrões, e o Governo parece estar disposto a desistir dela. No entanto, essa medida – que tinha como objetivo reforçar a competitividade da economia durante o período de ajustamento – terá de ser compensada por um aprofundamento das reformas de legislação laboral. Segundo apurou o DN/Dinheiro Vivo, uma das alternativas apresentadas pelas confederações patronais passa pela possibilidade de as empresas avançarem com reduções de horário de trabalho, que incluem cortes salariais proporcionais, que poderão atingir, no máximo, 20%. » [Dinheiro Vivo]

Parecer:

Espectáculo deprimente.
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao dsgraçado que se insceva nas Novas Oportunidades, tire um curso de pasteleiro e vá vender pastéis de nata.»
  
 BdP já pagou subsídio de férias

«A notícia está a ser avançada pela Rádio Renascença, que apurou que o pagamento foi feito no início deste mês, sem quaisquer cortes, tal como a instituição definiu.

De acordo com a mesma fonte, o banco central, por norma, paga sempre este subsídio em Janeiro. O que fez de novo este ano, apesar das pressões para aplicar os mesmos cortes do que na Função Pública.

Entre partidos políticos e antigos responsáveis da instituição crescem os apelos para que o Banco de Portugal recue na decisão de manter os subsídios de férias e de Natal aos seus funcionários e reformados.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Ala que se faz tarde.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»
  
 Temos um novo ministro da informação do Iraque

«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, recusou, esta sexta-feira, a ideia de um recuo na proposta do Governo sobre o aumento da meia hora diária de trabalho, sublinhando estar "disponível para encontrar possíveis alternativas".

Questionado sobre as recentes declarações de patrões e sindicatos sobre o tema, à margem da apresentação dos resultados do programa de promoção da cortiça InterCork, em Santa Maria da Feira, o ministro respondeu: "Não há recuo nenhum. Nós sempre dissemos que, na questão do aumento excepcional do horário de trabalho, estávamos disponíveis para encontrar possíveis alternativas, portanto não há recuo nenhum".» [JN]

Parecer:

Patético.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o homem para pasteleiro dos pastelinhos de Belém.»
  
 A vez da França

«Em declarações ao canal France 2, o ministro confirmou as notícias de que a França iria perder o seu rating máximo na S&P. A agência deverá hoje comunicar mais cortes a outros países da zona euro, depois de, em Dezembro, ter colocado sob vigilância negativa 15 Estados da moeda única, entre os quais Portugal.» [Público]

Parecer:

É o que dá terem deixado o Sócrates estudar em Paris.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se por novos cortes.»
 

 The 2012 Dakar Rally [The Atlantic]
 
A biker competes in the 11th stage of the Dakar Rally 2012 from Arica to Arequipa, Peru, on January 12, 2012. (Reuters/Philippe Desmazes)
Argentina's Marcos Patronelli races his Yamaha quad as a helicopter flies over during the seventh stage of the 2012 Dakar Rally through Copiapo, Chile, on January 7, 2012. (AP Photo/Martin Mejia)
The burning Polaris of Jose Antonio Blangino of Argentina sits in the sand dunes during stage one of the 2012 Dakar Rally on January 1, 2012 in Santa Rosa de la Pampa, Argentina. (Bryn Lennon/Getty Images)
Spain's Joan Barreda Bort rides his Huqsvarna in the tenth stage of the Dakar Rally from Iquique to Arica, on January 11, 2012. (Reuters/Jerome Prevot)
Kamaz driver Andrey Karginov and co-driver Andrey Mokeev, both from Russia, compete in the truck category in the third stage of the 2012 Dakar Rally between San Rafael and San Juan, Argentina, on January 3, 2012. (AP Photo/Frederic Le Floch)


   






TÍTULO 52

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