segunda-feira, janeiro 23, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Flor de árvore da Quinta das Conchas, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Pescadores, Casablanca [A. Cabral]
  
A mentira do dia d'O Jumento: tempos difíceis
 

Jumento do dia


Ana Drago deputada do BE

Gente fina é outra coisa.

«A deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago foi na passada segunda-feira a Guimarães num carro com motorista da Assembleia da República a uma iniciativa do ‘Parlamento dos Jovens’. O Correio da Manhã sabe que a deslocação de Ana Drago indignou alguns deputados da Comissão de Educação, uma vez que não há verbas previstas para este género de despesas e todos têm pago as suas viagens.» [CM]
 
 Passos Coelho está com bicos de papagaio? 
 


Na primeira imagem vemos Passos Coelho desejando Boas Festas a Cavaco Silva, o primeiro-ministro tem um sorriso normal, a coluna faz um ângulo de 90% em relação ao soalho do palácio, até a mão atrás das costas denuncia alguém sem sintomas de doença ou de cansaço.
 
Na segunda fotografia Passos Coelho aparece arqueado, quase parece uma daquelas velhinhas que já não suportam o peso da idade e metade da coluna está paralela ao chão, o seu rosto parece o de alguém com grandes does ou com uma enorme vontade de mijar, a mão esquerda está descontrolada, parece ter-se movimentado para o lado quando se baixou.
 
Mas fiquem descansados, Passos Coelho não está doente, na segunda fotografia está cumprimentando subservientemente os senhores da troika, um deles faz um sorriso amarelo, o que está atrás de Passos Coelho até faz uma careta de gozo. Desde o feudalismo que nunca que esta forma de alguém que se sente inferior cumprimentar um nobre já desapareceu, o último foi visto alguém a fazê-lo até foi recentemente mas não foi o primeiro-ministro de um país europeu, curiosamente foi o Mário Nogueira quando cumprimentou precisamente Passos Coelho.
 
Não temos nada contra os bicos de papagaio do primeiro-ministro, mas como portugueses temos vergonha que se dobre perante três funcionários intermédios de instituições estrangeiras. Já o vimos fazer isso com Merkel, já é quanto baste.
     
 Coisas de quando não se tem nem vergonha nem a noção do ridículo
 
  
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 Recordar o melhor da prosa do último boy de Passos Coelho

  
«Até vi um patético Silva Pereira, candidato a deputado e ainda ministro, perdido todo o respeito de si mesmo, pôr-se a verter abundantes lágrimas de crocodilo pelo afastamento de Passos Coelho. Nem nisso o PS se conteve, soube ter comedimento ou foi, sequer, capaz de bom gosto. Conseguiu a obscenidade ética e política de ir mais longe do que a própria distrital do PSD de Vila Real. Compreende-se: em Passos Coelho, o PS tinha tido um aliado objectivo que apostou tudo numa derrota de Manuela nas europeias e ajudou constantemente à missa do desgaste da imagem dela, enquanto criava umas aparências do seu próprio empenhamento solícito na prossecução dos interesses do partido. De resto, Passos Coelho, à saída do Conselho Nacional, teve mais uma deselegância de mau perdedor, ao insinuar que Manuela Ferreira Leite se comporta como "dona" do partido, ignorando tanto a votação maioritária realizada como o que Aguiar Branco explicou quanto aos critérios seguidos, e ainda a síntese pertinente que deles fez Alberto João Jardim: critérios de qualidade e lealdade. Estamos conversados.» [DN 12.08.2009]
 
«O povo português acaba de demonstrar a sua fatal propensão para viver num mundo às avessas. Não há nada a fazer senão respeitá-la. Mas nenhum respeito do quadro legal, institucional e político me impede de considerar absolutamente vergonhosa e delirante a opção que o eleitorado acaba de tomar e ainda menos me impede de falar dos resultados com o mais total desprezo.


Só o mais profundo analfabetismo político, de braço dado com a mais torpe cobardia, explica esta vitória do Partido Socialista.» [DN 30.9.2009]
 
«É tudo isto que torna ainda mais importante a eleição do novo presidente do PSD. Depois de amanhã, as bases do partido vão escolhê-lo. E seria altamente desejável que, ao exercerem o seu direito de voto, os sociais-democratas o fizessem na consciência e com o propósito de escolherem alguém que possa derrotar o PS o mais depressa e o mais eficazmente possível.


Esse critério supõe uma leitura desenganada do país e um juízo de valor quanto à terapia necessária. Mas supõe também uma operação mais delicada e complexa que é a de comparar a essa luz, não propriamente a idoneidade pessoal, mas os méritos dos candidatos em presença e a sua aptidão para se alcançarem esses fins.


Quem é que tem o carisma, a determinação, a inteligência, a energia e a capacidade, o programa de acção, o sentido da inovação táctica e estratégica, necessários e suficientes para derrubar o poder socialista?


Qual dos quatro candidatos reúne e optimiza essas condições e poderá dar ao PSD o suplemento de alma de que o partido precisa?


Este é o critério que deveria sobrepor-se aos restantes, uma vez que eles são todos militantes do mesmo partido e portanto arrancam de uma tradição histórica e política comum e de uma matriz ideológica também comum. O facto de eu ter declarado o meu apoio à candidatura de Paulo Rangel, não me leva a fazer recomendação diferente ou ostensivamente orientada. » [DN 24.3.2010]
    
 

 Uma maioria, um governo, um pensionista
  
«Há seis anos, dia após dia, Cavaco Silva foi eleito Presidente da República pela primeira vez. Pela primeira vez, um civil oriundo do centro-direita ocupava o Palácio de Belém, sucedendo a dois socialistas, Mário Soares e Jorge Sampaio. Terminado o primeiro mandato (em 2011) e cumprindo-se também agora (no dia 23) o primeiro aniversário da reeleição, podemos dizer que Cavaco Silva foi um Presidente muito diferente dos seus antecessores? Numas coisas sim, noutras não. No que diz respeito à leitura dos limites dos poderes presidenciais, as diferenças serão de pormenor. Cavaco nunca ameaçou os equilíbrios institucionais do regime e fez sempre a leitura correcta dos seus poderes, ao contrário do que os seus adversários de esquerda sempre disseram em campanha. Quanto ao estilo, as diferenças são de fundo. Traduzem diferenças ideológicas e de formação. O Presidente introduziu um cunho conservador no papel de reserva moral do país que o Presidente representa e que durante duas décadas fora um apanágio da esquerda. A um outro nível, o Presidente economista, que antecipa o futuro lendo relatórios económicos em vez de fazer citações literárias, tem sido sempre muito mais interventivo em matérias que são do foro governativo do que os seus antecessores. Isto apesar de os métodos serem os mesmos, quer falemos da influência exercida discretamente nos bastidores. Ou mesmo no recurso à bomba atómica da dissolução do Parlamento. Em contextos diferentes, cada um dos três Presidentes eleitos após a revisão constitucional de 1982 usaram-na uma vez. Mas o que vai diferenciar decisivamente Cavaco de Soares e Sampaio é a forma como a crise vai marcar este este segundo mandato do actual inquilino de Belém. Enquanto primeiro-ministro, Cavaco é o símbolo, para o melhor e para o pior, do que mudou em Portugal com a integração europeia. Enquanto Presidente, Cavaco não quererá presidir à destruição desse país que ajudou a criar: é o seu lugar na história que ele joga até 2016. E, dada a volatilidade da crise europeia, há muito que não depende dele. No imediato, Cavaco teve a inteligência de não ser o Presidente de Passos Coelho e tem sido importante o seu esforço para contrariar alguma soberba do Governo maioritário, nomeadamente na forma como vem amparando o PS. Mas nestes tempos conturbados, um deslize pode ter o peso de uma catástrofe. E Cavaco não mediu certamente o efeito que iriam ter as declarações que fez sobre a sua reforma, inaceitáveis no Presidente de crise que Cavaco quer ser. Cavaco já devia ter dito há muito que não aceitava os subsídios de Natal e de férias enquanto pensionista do Banco de Portugal. Em vez de ficar à espera que o banco decidisse sobre se os seus pensionistas teriam direito a esses subsídios, tinha dado um sinal político ao banco e ao país. Não o fez e fez mal. E em vez de uma maioria, um Governo e um Presidente, o país pergunta se não teremos uma maioria, um Governo e um pensionista. O Presidente não pode perder de vista o estado das almas. Uma palavra a mais chega para estragar tudo. Sem que seja preciso a Grécia sair do euro.» [Público]

Autor:

Editorial.
  
 Então e a verdade?

«O homem que inúmeras vezes apareceu perante os portugueses exigindo que se falasse verdade não falou verdade. O homem que afirmou solenemente que quem o acusava de condutas menos próprias na condução de alguns negócios particulares teria de nascer dez vezes para ser mais sério do que ele não foi sério. Deliberadamente, escondeu uma parte do que ganha. E não foi sério quando disse que não sabia quanto seria o valor total das suas pensões.

O homem frontal, que faz gala de que a sua vida seja um livro aberto, omitiu. Omitiu ou disse uma meia-verdade, que como toda a gente sabe é sempre uma redonda mentira, quando, sem um pingo de vergonha, fingiu ter de livre e espontânea vontade prescindido do seu salário como Presidente da República. Todos nós sabemos que lhe estava vedado por lei acumular as suas pensões com esse salário. Decidiu omitir que a escolha que fez foi entre receber cerca de dez mil euros mensais das reformas ou aproximadamente sete mil de salário.

Mas estou disposto a, pelo menos, negar parte do que acabo de escrever e admitir que, de facto, além de tudo isso, Cavaco Silva não consegue pagar as suas despesas, que dez mil euros não chegam para cobrir os seus gastos. Nesse caso tinha-nos enganado quando nos fez crer que era um homem austero e prudente nos seus investimentos, avesso a gastos desnecessários, que utilizava mantinhas em sua casa para não desperdiçar dinheiro em aquecimento central e que tinha um padrão de vida pautado pela contenção e sobriedade. É que, convenhamos, ganhar os tais dez mil euros somados aos oitocentos da sua mulher (será?), não pagar refeições, gasolina, telefones e demais despesas correntes, como é direito de um presidente da República, e, mesmo assim, não lhe sobrar dinheiro, é próprio de um verdadeiro estroina que anda para aí a deitar dinheiro à rua. Temo pelos seus seiscentos e cinquenta e um mil euros que até agora poupou e ainda conserva em vários bancos. Bom, não é que já não tivéssemos indícios de alguma negligência na condição das suas finanças. Como todos nos recordamos, Cavaco Silva comprou e vendeu acções da SLN, mas não sabia como o negócio tinha sido feito nem do que teria auferido em mais-valias.

O homem que se reclama do povo, que veio do povo, que sente que o povo está a escutar a sua mensagem, não tem pejo em dizer que só à custa das suas poupanças consegue sobreviver. Pois, não sei a que povo se está a referir. O povo que eu conheço não se indignará com os rendimentos dele, são fruto do seu trabalho e com certeza fez por os merecer. Não gostará é, estou certo, de que brinquem com ele. Não apreciará que um homem rico, e Cavaco Silva pelos padrões portugueses é um homem rico, insinue que está a fazer os mesmos sacrifícios que o povo a que diz pertencer.

É que esse povo é constituído por mais de seiscentos mil desempregados, por um milhão e meio de pessoas que trazem para casa quinhentos euros por mês, por trabalhadores por conta de outrem que ganham em média oitocentos euros mensais. Ninguém pediria ao Presidente da República que vivesse com oitocentos euros. Pedir-se-ia sim que compreendesse os sacrifícios, as terríveis condições de vida, a angústia dos que vivem desesperados por não verem perspectivas para os seus filhos e que se pusesse ao lado deles, que os guiasse para uma vida mais digna. Mas não, Cavaco Silva preferiu muito simplesmente gozar com o seu povo.

Pode ser, no entanto, pior. Às tantas, o político profissional com mais anos de carreira não conhece a real situação dos portugueses. O homem que foi eleito primeiro--ministro três vezes e Presidente da República duas, ignora como os cidadãos vivem. Nesse caso, o problema, infelizmente, não é dele, é nosso, pois temos votado num indivíduo que se está borrifando para nós e para a nossa vida.

Anteontem tive vergonha de ter votado algumas vezes neste senhor.» [DN]

Autor:

Pedro Marques Lopes.
     

 Publicidade enganosa

«No seu depoimento perante o juiz, o comandante Francesco Schettino revelou que a manobra perigosa de se aproximar da ilha de Giglio, que causou o naufrágio do Costa Concordia, “não foi um movimento inesperado” mas sim “uma forma de publicidade” do local.» [CM]
     
 PassosCoelho assegura que ninguém fica de fora dos sacrifícios

 
«O chefe de Governo fez questão de frisar que "todas as pessoas, independentemente da posição que ocupam, fazem sacrifícios importantes. Sejam aqueles que têm reformas maiores sejam os que têm mais pequenas. Os sacrifícios têm que ser repartidos por todos. Não há ninguém que fique de fora".» [CM]

Parecer:

A quem quer enganar Passos Coelho? Ainda há poucos dias um estudo da UE provava que Portugal é o país em crise que mais atira a austeridade para os pobres.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o primeiro-ministro pentear macacos.»
  
 É perigoso andar de carro

«As multas do Código de Estrada renderam ao Estado 233,7 mil euros por dia no ano passado, um aumento quase 80 por cento face a 2010, revela a síntese de execução orçamental.» [DN]

Parecer:

Parece que o governo decidiu transformar a GNR em ladrões de estrada.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»
  
 UGT/CGTP: quem fala verdade?

«O secretário-geral da UGT, João Proença, reafirmou que foi incentivado por dirigentes da CGTP a negociar o acordo de concertação com Governo e patrões, numa entrevista conjunta Diário de Notícias/TSF hoje divulgada.
 
"Disse que recebi incentivos para negociar um acordo, para dizer que a CGTP não estava em condições de continuar o processo negocial ou de celebrar qualquer tipo de acordo, e que era fundamental que a UGT, com essa negociação, preservasse o movimento sindical, colocado em causa pelos termos do acordo com a troika e depois agravado pelo atual Governo", disse João Proença, em declarações ao programa TSF "Gente que conta".» [Expresso]

Parecer:

Basta ler um acordo de uma empresa com um sindicato para se perceber que os sindicatos têm em Portugal um estatuto de previlégio, estatuto a que os acordos atribuem uma boa parte do seu articulado. É evidente que os sindicatos podem perder muito, como já pederam nos últimos anos, só na educação quase mil "sindicalistas" tiveram que voltar a trabalhar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se aos sindicalistas que falem verdade.»

 CATROGA RECONHECE A INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO E DO ÁLVARO
  
«Para o antigo governante, esta segunda troika deve ser composta pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), pelo Banco Mundial e por um conjunto de "gurus" nacionais e internacionais "que ajudem a definir um programa bem estruturado" que Portugal possa promover junto dos seus parceiros. » [CM]

Autor:

Agora que já tem o tacho já pode reconhecer a incompetência do seu governo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Catroga se gosta de pasteis de nata.»