quinta-feira, fevereiro 27, 2014

A guerra dos drones

É cada vez mais difícil enviar um cidadão de um país desenvolvido para uma guerra, os EUA ainda o vão conseguindo mas já na Europa o conformo está de mistura com alguma cobardia e muito oportunismo.  Com a guerra do Vietname os governos americanos aprenderam que a maior frente de batalha não estava na Ásia, estava nos próprios EUA, travava-se na comunicação social.  Daí que as armas sejam cada vez mais sofisticadas para garantir o envolvimento de menos soldados e a sua protecção. Mesmo assim os americanos pagaram caro a invasão do Iraque.
  
Na Europa os alemães descobriram que o dinheiro é mais poderoso do que os antigos panzers e aprenderam a lição do Vietname bem melhor do que os s próprios americanos. Se a guerra pode ser ganha com recurso à comunicação social então temos uma nova versão da velhinha bomba de neutrões, é possível destruir todo um país sem pôr em risco a vida de um único soldado. A prova está aí, se no passado os alemães tiveram que ir à Ucrânia agora e sem gastar um tostão é a Ucrânia que vai à Alemanha prestar-lhe vassalagem.
  
A Europa cobarde descobriu uma nova bomba de neutrões, as manifestações. Já a usou com sucesso na bacia do Mediterrâneo, agora foi mais longe e lançou-a nas fronteiras da Rússia. Com o argumento de derrubar Kadafi e instalar a democracia na Líbia a Europa atirou todo um país para a anarquia e entregou vastos arsenais ao extremismo islâmico que agora leva a sua influência a uma boa parte da África. Por pouco fazia o mesmo na Egipto e depois decidiu destruir a Síria, com o argumento da democracia entregaram a maior potencia do mundo árabe à Irmandade Muçulmana e destruíram a Síria entregando uma boa parte dela à Al Qaeda.
  
Uma boa parte da guerra fria era feita com o argumento da liberdade ao mesmo tempo que as rádios e televisões prometiam hamburgers e jeans aos cidadãos dos países do Leste. Agora acena-se com mais democracia para derrubar democracias e mandam-se membros de governos ocidentais participar em manifestações e incentivar à guerra civil.
  
Para fazerem ao Iraque ou ao Afeganistão o mesmo que fizeram à Síria os países ocidentais perderam milhares de soldados e gastaram milhões, para destruir a Síria, desorganizar a Líbia, lançar a confusão no Egipto e atirar a Ucrânia para a guerra civil os EUA e a Europa não gastaram um tostão e não perderam um único soldado. Usaram um drone chamado manifestações e usaram a democracia ou o que restava de democracia para promoverem ditaduras, para destruírem países ou para lançarem povos na guerra civil.
  
O cinismo do Ocidente nunca foi tão longe e aquilo que já se tinha visto na Jugoslávia estendeu-se a uma boa parte do mundo, a Europa já não envia tropas, não tem nem dinheiro nem coragem, agora manda jornalistas, televisões e discursos falsamente democráticos. A Alemanha já não constrói o seu terceiro Reich com invasões militares, agora acena com ajudas financeiras para promover guerras civis e derrubar os regimes que se opõem à sua expansão, já perdeu o medo da União Soviética e com a nova estratégia leva a guerra às fronteiras da Rússia.
  
Esta estratégia cínica que consiste em usar a democracia como campo de batalha usando as promessas de dinheiro e a comunicação social como drones já destruiu países, está atirando a África para a confusão e agora promove guerras civis nas fronteiras da Rússia, estimulando o ódio aos russos, usando o medo em relação a estes como se fez no passado em relação aos judeus. A Europa está no mau caminho e isto só pode acabar muito mal.