Enquanto a presidente que o PSD escolheu para substituir o Dr. Fernando Nobre à frente daquilo a que insistimos em designar por parlamento anda preocupada com o inconseguimento, aquele que é titular do cargo de Presidente da República, cargo que em tempos teve um grande prestígio, anda a elogiar o imprego, o governo dedica-se ao ingovernamento.
O governo não governa, não desgoverna, limita-se a ingovernar, se desgovernasse seria uma espécie de não governa nem sai de cima, mas não o governo não sai de cima mas trabalha que se desunha, mantém uma intensa actividade de ingovernamento. Veja-se o que sucede com o desemprego, cujos dados foram tão elogiados pelo condómino mais famoso da Coelha, o empenho do homem no apelo ao elogio nacional ao ingovernamento na política de emprego era tal que torcia-se quase tanto como se estivesse a comer bolo-rei. Pois o emprego é um bom exemplo de ingovernamento, o governo nem cria emprego nem manda ninguém para o desemprego agora que o temível Gaspar desapareceu, o governo tudo faz para que os trabalhadores desapareçam, só jovens foram mais de cem mil, e desta forma diminui a taxa de desemprego. Isto é , um dia destes Portugal não tem um português com emprego mas o INE é obrigado a declarar que estamos com pleno emprego.
Outro bom exemplo é o que sucede com o financiamento das bolsas de investigação científica emq eu se registou uma redução brutal. Mas podemos ficar descansados, finalmente Passos Coelho encontrou uma gordura onde cortar e com o seu ingovernamento conseguiu reduzir o financiamento a metade e ao mesmo tempo assegurar mais investigação e, como começou por defender inicialmente, investigação dirigida para a indústria nacional. Graças a este ingovernamento os nossos cientistas vão deixar-se de investigações inúteis como essa coisa dos ecrãs transparentes ou da cura do cancro, vão investigar qual deve ser a largura do buraco da agulha dos sapateiros que possa conduzir a mais produtividade e menos ferroadas nos dedos. E porque não transformar o país no maior produtor mundial de arame farpado cruzando os abundantes ouriços-cacheiros com as minhocas que encontramos em qualquer quintal?
Os exemplos de ingovernamento multiplicam-se e nas Finanças abundam, basta ver o que sucede com os orçamentos, durante o ano são aprovadas várias versões, todos eles com dados e previsões erradas, mas quando chegamos ao fim do ano o défice foi quase igual ao do ano anterior e é declarado de imediato o sucesso na consolidação das contas públicas.