sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Sinal de trânsito, Évora
  
 Jumento do dia
    
Luís de Almeida Sampaio, novo encarregado de educação do país

O embaixador de Portugal na Alemanha devia ser transferido para o Haiti, ao armar-se em conselheiro do país dizendo aos partidos o que devia fazer este embaixador comporta-se mais como alguém que está Haiti do que como embaixador num país democrático.

«O embaixador de Portugal na Alemanha, Luís de Almeida Sampaio, considera que a coligação do governo de Angela Merkel deveria servir de exemplo para Portugal.

Almeida Sampaio discursava para uma plateia de dezenas de empresários portugueses do sector agrícola e agroindustrial, que durante três dias estão em Berlim a promover a exportação dos seus produtos no maior evento mundial do sector das frutas e legumes.

Numa alusão direta à falta de entendimento entre os partidos do governo e os da oposição, o diplomata disse ainda que está na altura de Portugal mostrar à Alemanha e também ao resto da Europa que vai ser um caso de sucesso e que vai conseguir superar a situação de crise económica e financeira em que se encontra mergulhado.» [Expresso]

 
 Coisa estranha

Já há uns dias que a Santinha da nossa devoção não faz nenhum milagre, terá metido férias, emigrou ou graças à coordenação económica do Paulinho dos submersíveis finalmente arranjou emprego como doméstica?
 
      
 O menino da lágrima
   
«Sou precário como tu, diz o pai cinquentão ao filho 25 anos mais novo - os dois mileuristas, 500 euros por mês cada um. Já têm sorte, têm emprego, duas gerações que se cruzam de repente a fazer contas à vida. Há 827 mil desempregados oficiais no País, mais uns milhares que vegetam por aí, outros tantos que já emigraram, outros que irão emigrar e outros ainda aceitam empregos quase-empregos abaixo do que valem. São sobrequalificados, viram hambúrgueres, fazem segurança em empresas, ocupam-se dos call centers multilingues e multitasking.
São licenciados, são os novos portugueses do Leste, estão a leste da nova economia. Fazem como os ucranianos - professores, investigadores, etc. - fizeram para sobreviver: tornaram-se pintores, operários e domésticas. Só que não precisam de emigrar, mudam de pele aqui onde nasceram. Educadíssimos, competentíssimos, exploradíssimos; e humildes, claro, isso é muito relevante, porque este é um movimento com futuro em Portugal. A desvalorização interna é surrealismo económico puro.

Joan Miró também era surrealista. A certa altura usava muito a sucata nas suas obras. Há qualquer coisa de simbólico nesta história. O Governo, a coleção Miró e os dispensáveis de Portugal, tudo desconchavado. É a obra--prima do endividamento socrático, banhada pela austeridade de lata passista. Portugal é o resultado destas trips políticas. Não é arte, é engenharia social que vira o país de cabeça para baixo.

A coleção Miró. O Governo quis vender tudo e anunciou-o no Parlamento há ano e meio. A oposição, como a raposa, fez-se distraída; e a pindérica Secretaria de Estado da Cultura, orgulhosa delegação do Ministério das Finanças, agiu em conformidade: venda-se por 35 milhões de euros para baixar o défice e pagar a saúde pública. A saúde sempre em primeiro lugar - já não se pode dizer os velhos em primeiro lugar. Não importa que 35 milhões sejam uma ninharia (0,017% da dívida pública; 0,8% do que o defunto BPN deve à Caixa). A aritmética e o rigor, neste caso, atrapalham. Só interessam os princípios.

Abram alas aos princípios, vendam-se os quadros, o Miró nem sequer é português, é espanhol, e só "uma certa intelectualidade" se arrebita com essas coisas da arte. A cultura não produz, logo não existe. E os turistas? Os turistas têm o fado, o golfe e as praias. E as empresas, as fundações, não haveria para aí um mecenas, um Joe qualquer, que pudesse ficar com a coleção ou parte dela? Isso são detalhes. No Portugal pós-troika o pai é precário, o filho é precário, o neto... neto não haverá tão cedo, e nenhum deles tem vagar para visitar museus. Deixem-se de lirismo: somos pobres, no máximo podemos contemplar o menino da lágrima.» [DN]
   
Autor:
 
André Macedo.
   
   
 Mais pedidos de inconstitucionalidade
   
«"O provedor de Justiça considera que a imposição da condição de residência por aquele período de tempo desrespeita os princípios constitucionais da universalidade e da igualdade, distinguindo cidadãos portugueses em razão do tempo de residência no país", lê-se no comunicado divulgado no site da provedoria.

José Faria da Costa pediu ainda aos juízes do Palácio Ratton que avaliem duas normas referentes ao Orçamento de Estado para 2014, reconhecendo a existência de outros pedidos de fiscalização e "restringindo-se à argumentação passível de contibuto válido e diferente para a valoração que incumbirá ao Tribunal Constitucional fazer".» [DN]
   
Parecer:

Parafraseando a presidente dessa coisa a que insistem chamar parlamento o governo sofre de inconseguimento constitucional agudo e permanente.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Extrema-direita madeirense impede celebração do 25 de Abril
   
«A maioria do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira rejeitou hoje uma proposta do PS que visava a criação de uma comissão regional mista para a celebração dos 40 anos do 25 de abril, apresentada com processo de urgência.
  
A proposta socialista foi apoiada por todos os partidos da oposição (CDS, PTP, PND, PCP, MPT e PAN) e tinha por objetivo a comemoração do 25 de abril no parlamento madeirense "num ato solene, de forma condigna e consensualizada" , declarou o deputado Maximiano Martins.

"Resta saber qual a forma e onde porque, com certeza não será nesta casa [Assembleia Legislativa da Madeira] porque o PSD tem medo", opinou.» [DN]
   
Parecer:

Canalhas? Comem na mão que lhes deu de comer.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se esses fascistas envergonhados á bardamerda.»
   
 Nem todos se vergam aos bárbaros
   
«A subdiretora-geral do Património Cultural Anabela Antunes Carvalho encontra-se demissionária desde a passada terça-feira, dia em que a Christie's suspendeu o leilão em Londres dos 85 quadros de Miró da coleção do BPN.

Contactada pelo Expresso, Anabela Carvalho confirmou ter pedido ao secretário de Estado da Cultura, para cessar as funções que desempenha desde janeiro de 2013. Barreto Xavier ainda não lhe deu qualquer resposta.

Anabela Carvalho considera não ter condições para permanecer no cargo, depois do pedido de afastamento da diretora-geral do Património Cultura, Isabel Cordeiro devido a "divergências profundas em relação às estratégias para o património".» [Expresso]
   
Parecer:

Mas há sempre candidatos a boys.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se o gesto»
     

   
   
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