sábado, fevereiro 08, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Pobres mas lavadinhos, Vila Real de Santo António
  
 Jumento do dia
    
Barret"e" Xavier, um coisinho que é governante

Um dos traços comuns alguns governantes incompetentes e cobardolas deste governo é nunca terem fundamentos para as suas decisões, recorrendo sempre à desculpa de que foi decidido pelo anterior governo ou que estava no memorando. Ao fim de quase três anos é ridículo que alguém invoque qualquer decisão anterior quando poderia ter decido em contrário. Repugnante.

«No esclarecimento que o gabinete do secretário de Estado da Cultura fez chegar ao Parlamento, lê-se que a decisão de vender as obras de Joan Miró partiu do anterior governo, que este veio a confirmar. Canavilhas quer ver provas.

Gabriela Canavilhas entregou ontem um requerimento parlamentar em que solicita ao secretário de Estado da Cultura que apresente comprovativo daquilo que escreveu num esclarecimento à Assembleia da República acerca do chamado caso Miró. No documento enviado à Comissão de Educação, Ciência e Cultura, ao qual o DN teve acesso, Jorge Bareto Xavier alega que a decisão de vender as 85 obras do artistas catalão remonta ao anterior executivo e que este apenas veio "confirmar" a venda.

A ministra da Cultura no tempo do governo de José Sócrates alega que esta declaração é falsa e quer que Barreto Xavier apresente comprovativos daquilo que afirmou. "Se não o fizer é porque está a mentir ao Parlamento", diz a agora deputada socialista ao DN.» [DN]

 
 Um governo mais socrático do que o Governo de Sócrates

Ontem a louraça justificou decisões na Justiça com o memorando, hoje de manhã a ministra da Agricultura elogiou a sua acção com resultados de políticas anteriores à sua, o secretário de Estado da Cultura diz que não governa, o que faz já tinha sido decidido por Sócrates. Conclusão, nem mesmo um governo de José Sócrates seria mais socrático do que este.
 
 Os Dux

Quando vejo palermas auto designarem-se como Dux imitando o título de Mussolini até sinto vómitos. E ainda há quem designe estas praxes como uma forma de integração dos caloiros, brincadeiras violentas conduzidas por pequenos tarados fascistas.
 
      
 O Leopardo da praxe
   
«A praxe é hierárquica, é machista, é sexista. São características intrínsecas à praxe da Universidade de Coimbra e quando isso deixar de existir, deixa de ser a praxe da UC." Quem disse isto? Só pode ter sido um inimigo das praxes, dos que, como temos ouvido de quem as defende, "nunca as experimentou, portanto não sabe do que fala", não atingindo o quanto estas "tradicionais" práticas, que a história nos garante terem feito mortos e estropiados desde que delas há registo (foram proibidas no século xviii, devido a mortes), são necessárias para a "integração" dos "caloiros" que, asseguram-nos, a elas aderem voluntária e entusiasticamente.

Quem disse aquilo não pode, decerto, ter estado do lado dos "prós" na RTP, do qual só ouvimos que tudo o que cheire a hierarquia arbitrária, a machismo e a sexismo - portanto a humilhação e abuso -, a estar "de quatro", rebolar na lama e fezes, ser obrigado a simular atos sexuais, ser agredido fisicamente e insultado, "não é a verdadeira praxe". Como, já nos tinham dito, inclusive um ex-praxista secretário de Estado, "a verdadeira praxe" nada tem que ver "com o que se passou no Meco" - sendo então que há mais quem, para além do sobrevivente, a saber que raio.

Não: quem disse tais palavras apenas refere o que os "códigos" praxísticos estatuem. O mais antigo (1957), pai de todos os outros, é o de Coimbra. Nele se elencam, além da hierarquia dos universitários, em que os novatos são "animais", "bichos" ou "bestas" (noutros locais "vermes"), os castigos físicos a aplicar aos "faltosos" - "ir às unhas" (bater) com uma colher de pau ou um sapato e cortar o cabelo (nem sempre da cabeça; em 2007 um caloiro coimbrão foi parar ao hospital com o escroto rasgado por um "rapanço") - e se prevê que quando o sancionado não queira aceitar a sanção possa "jogar à pancada" com o chefe dos sancionadores ou ser "imobilizado" para o efeito.

Tudo coisas giras e sem mal, pelo que é comum ser perguntado aos caloiros "se têm algum problema físico ou psicológico", não vá algum ficar-se nas prazerosas atividades. Tudo coisas rigorosamente voluntárias, daí vários códigos especificarem que o estatuto de objetor tem de ser requerido à "comissão de praxe" que pode ou não concedê-lo - no da Universidade do Minho (2011) impõe-se ainda que ao não praxado ficará vedada "qualquer festividade académica" e a sua foto "será afixada" em vários locais do campus.

Ameaças, coação, perseguição, violência, arbitrariedade, sexismo, machismo: é isso a praxe. Dizem os "códigos" e o autor das palavras citadas, João Jesus, há 24 anos matriculado na UC e dux (chefe praxista) lá do sítio. Ou dizia-o em 2012 ao jornal universitário de Coimbra: esta semana, na RTP, saiu-lhe "a praxe tem de evoluir para subsistir." Cinismo, sim (a TV não é A Cabra), mas sabedoria, também. Há pelo menos 24 anos que sabe que estas indignações vêm e vão, e tudo fica na mesma.» [DN]
   
Autor:
 
Fernanda Câncio.
      
 De quem era a mala?
   
«Denunciada que foi a monumental trapalhada da expedição ilegal para Londres da colecção de Joan Miró, o Governo dedicou-se à sua especialidade do costume: passar culpas.

Desta vez, a fava saiu à Christie's, uma das mais prestigiadas empresas do mundo em leilões de obras de arte. O que se viu não é bonito. Nem verdadeiro.

A tentativa desesperada de passar culpas começou logo na intervenção insólita do secretário de Estado da Cultura - que aliás revelou em todo este processo a sua total irrelevância e o grau zero a que chegou a política cultural. Depois de incrivelmente tentar responsabilizar o governo do Partido Socialista pelo "buraco do BPN" (só lhe faltou dizer que o BPN era um banco socialista...), o secretário de Estado esforçou-se por imputar ainda ao anterior governo o início do processo de venda da colecção Miró - mesmo sabendo que isso é totalmente falso.

Na verdade, basta consultar o Relatório e Contas de 2012 da sociedade detentora da maior parte das obras, a Parvalorem (assinado já pelo seu actual presidente, o insuspeito Francisco Nogueira Leite, ex-administrador da Tecnoforma), para se perceber que o processo de alienação da colecção Miró apenas teve início a partir do final desse ano. Para que não restem dúvidas e não se insista na mentira, passo a transcrever: "O processo de inventariação e determinação de propriedade e localização das Obras, revelou-se bastante complicado pela sua dispersão física e documental, pelo que só no final do ano 2012, foi possível apresentar um Plano de Atuação relativo ao portfólio (...). Relativamente à coleção Miró, a tomada de posse efetiva da totalidade do portfólio ocorreu apenas no passado mês de Dezembro, pelo que se prevê a curto prazo o INÍCIO do processo de alienação" (cfr. pág. 25, sublinhado nosso).

Mas se o Governo não pode fugir à responsabilidade pela decisão - que é exclusivamente sua - de vender a colecção Miró, também não é aceitável que, com tanta ligeireza, pretenda transferir para a leiloeira Christie's todas as responsabilidades pela expedição "manifestamente ilegal" daquelas obras de arte. É certo, o Governo apressou-se a desmentir a notícia do Expresso segundo a qual a colecção de Miró teria sido expedida para Londres através de "mala diplomática". Tomámos boa nota dessa informação. Subsiste, porém, uma perguntinha maçadora: afinal, de quem era a mala?

Entendamo-nos: quando se refere uma "expedição manifestamente ilegal da colecção Miró" do que estamos a falar é do trânsito pela fronteira, de Lisboa até Londres, de uma vastíssima colecção de nada menos de 85 (!) obras de arte, algumas delas de enormes dimensões, no valor total de várias dezenas de milhões de euros e que terão viajado, ao que parece, desacompanhadas das necessárias autorizações e respectivas guias de transporte. A ideia de que a experiente e prestigiada leiloeira Christie's, conhecedora como é dos procedimentos legais, aceitou, por sua própria conta, prestar um tal serviço e concretizou, sem qualquer cooperação das entidades públicas, uma operação tão flagrantemente irregular, é tudo menos convincente. O Governo precisa de fazer muito mais para apresentar uma história mais bem contada.

E não se pense que o cumprimento da lei é, como se pretende fazer crer, uma mera formalidade burocrática. Cumprir a lei, neste caso, é um meio essencial para garantir a salvaguarda do património cultural. De facto, é em nome desse património cultural que se exigem todos os pareceres, todas as autorizações, toda a transparência e toda a responsabilidade. Quando 85 obras de arte, no valor de dezenas de milhões de euros, saem ilegalmente do País, a primeira pergunta que exige resposta é esta: quem era, afinal, o dono da mala?» [DE]
   
Autor:

Pedro Silva Pereira.
   
   
 O pós troika quando nasce não é para todos
   
«O Presidente da República afirmou esta sexta-feira serem legítimas as expetativas das Forças Armadas de que "as reformas necessárias" e em curso "não sejam percebidas apenas como um exercício de rigor orçamental".

Cavaco Silva, que discursava na tomada de posse do novo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Pina Monteiro, frisou também que "o envolvimento dos chefes [militares] no estudo, desenvolvimento e execução das reformas é uma prática que assegura que a especificidade da instituição é tida em devida conta no processo de tomada de decisão".» [DN]
   
Parecer:

Aquele que acha serem constitucionais cortes abusivos nas pensões e vencimentos, que quer amarrar a oposição a falsos consensos e que defende a continuação da presença da troika através de um plano cautelar já anda a pedir o fim do ajustamento para os seus.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se de dó.»
  
 E nem era necessário
   
«Muito crítico em relação à forma como a troika actuou nos países europeus ajudados, o eurodeputado socialista afirma que as medidas impostas não foram decididas em nenhuma estrutura democrática, mas impostas pelos tecnocratas. Aponta o dedo à Comissão Europeia, presidida por Durão Barroso, por não ter sido "garante do direito comunitário". E afirma que, em Portugal, o Governo aplicou medidas de austeridade mais duras e com "coisas bastante opacas", como a privatização da EDP. O relatório de que é co-autor vai ser discutido em Março no Parlamento Europeu.» [Público]
   
Parecer:

O eurodeputado não tem relação ao governo português, foi este que agarrou o cano da pistola e meteu-o junto à cabeça.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 O Silva Carvalho é burro
   
«A defesa de Jorge Silva Carvalho, o ex-director do Departamento de Informações Estratégicas e Defesa (SIED) acusado de violação de segredo de Estado, abuso de poder e corrupção passiva no caso das secretas, argumentou hoje, ao início da tarde, perante a juíza de instrução que, se todas as testemunhas disseram que o ex-espião era um "homem inteligente", "só o Ministério Público não tem essa opinião de Silva Carvalho".

Porque caso tivesse, defendeu o advogado João Medeiros, o MP não diria que "Silva Carvalho e Nuno Vasconcellos se concertaram e que Vasconcellos lhe pagava apenas para usar os contactos que tinha nos serviços".

"A primeira interrogação que se coloca é: por que é que Silva Carvalho se deu ao trabalho de sair dos serviços? Porque não se manteve no cargo de director do SIED? Manter-se-ia a coberto desse cargo, passaria a informação que quereria ao Nuno Vasconcellos e receberia uma contrapartida qualquer através de uma sociedade veículo", sugeriu a defesa do ex-espião, que começou por dizer que o factor tempo era fundamental para Silva Carvalho já que "não obstante o badalado lugar na PCM continua em casa e sem remuneração, continuando exclusivamente a viver do ordenado da mulher".» [i]
   
Parecer:

O homem paga a advogados para defenderem que não é burro!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
   
 Mais um importante passo em frente
   
«A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, considerou hoje que a privatização da Caixa Seguros é mais um "importante passo" no processo de ajustamento da economia portuguesa, que está cada vez "mais aberta".

"Esta operação representa mais um passo importante no processo de ajustamento", afirmou Maria Luís Albuquerque, durante a cerimónia de assinatura do contrato de venda das seguradoras da Caixa Geral de Depósitos (CGD) à companhia chinesa Fosun International, no Ministério das Finanças, em Lisboa.

Segundo a responsável, a "economia portuguesa está mais aberta" e preparada para competir num mundo cada vez mais globalizado.» [i]
   
Parecer:

Só alguém que estudou numa Lusíada viria chamar um grande passo no sentido da abertura do mercado à venda dos seguros da CGD a um país comunista. Esta rapaziada da Lusíada até tem a sua graça.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mais uma gargalhada.»
     

   
   
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