Foto Jumento
Cata-vento, Vila Viçosa
Jumento do dia
Paulo Portas
Poderia dizer-se que o coordenador da área económica do governo evitou perturbar o festivo congresso do PSD com dados relativos ao desemprego, ao contrário do que sucedeu à um mês, quando Paulo Portas, o Lambretas e a Santinha da Horta Seca iam esgotando os foguetes. Mas o congresso acabou, a presidente do parlamento já recuperou de tanta gargalhada, o cata-vento oficial do regime já regressou ao topo do telhado da TVI e aquelas três personagens responsáveis pelo pelouro do emprego (que em Portugal é antes desemprego) não foram vistas nesta segunda-feira, optaram por um desaparecimento estratégico.
Estás melhor do que em 2011?
O vento no congresso do PSD
Pelo que se ouviu no discurso de Marcelo o vento desta vez soprou da direita.
Paulo Portas
Poderia dizer-se que o coordenador da área económica do governo evitou perturbar o festivo congresso do PSD com dados relativos ao desemprego, ao contrário do que sucedeu à um mês, quando Paulo Portas, o Lambretas e a Santinha da Horta Seca iam esgotando os foguetes. Mas o congresso acabou, a presidente do parlamento já recuperou de tanta gargalhada, o cata-vento oficial do regime já regressou ao topo do telhado da TVI e aquelas três personagens responsáveis pelo pelouro do emprego (que em Portugal é antes desemprego) não foram vistas nesta segunda-feira, optaram por um desaparecimento estratégico.
Estás melhor do que em 2011?
O vento no congresso do PSD
Pelo que se ouviu no discurso de Marcelo o vento desta vez soprou da direita.
Há quem esteja melhor do que em 2011
Uma pergunta à nossa Santinha da Horta Seca
Viu os milagrosos resultados do desemprego que o o IEF divulgou a meio do fim-de-semana?
O Professor Caramba
«O PSD reuniu em congresso, e cumpriu-se a liturgia própria da maior parte dos congressos partidários. Deste ou de qualquer outro partido, o que tem transformado a política num assunto de crentes. Neste fim-de-semana, o líder do partido e primeiro-ministro, rodeado de párocos, frades e abades, de arcebispos, bispos e cardeais, que se desfizeram em aplausos, como quem acumula pontos para os trocar por lugares no partido e no Estado, anunciou, como na liturgia dos católicos romanos, a entrega e o sacrifício do PSD para a salvação dos homens e do país. Fica por saber se o que foi dito no espectáculo mediático, que rodeou o conclave, ultrapassou as paredes do convento das Portas de Santo Antão e chegou ou não ao rebanho.
Apesar dos rituais, os congressos do PSD, mais do que qualquer outro partido nacional, reservam-nos sempre uma surpresa. Ainda hoje se fala na aparição num congresso, no Casino da Figueira da Foz, em 1985, de um economista, que nada tinha a ver com política, na altura entretido a instalar a Universidade Católica, no Porto, que foi até ao Casino, fazer a rodagem do seu novo carro, meteu uma moeda na máquina e saiu-lhe a presidência do partido, mais dez anos de primeiro-ministro e outros tantos de Presidente da República. Desta vez, tudo correu mais comedido porque os tempos não estão para tanta sorte. A celebração do Coliseu traduziu-se numa imprevisibilidade, numa surpresa e, por fim, numa inevitabilidade já antes anunciada.
A imprevisibilidade. A proposta de Passos Coelho para que o esquecido Miguel Relvas, que foi corrido do governo por indecente e má figura, e equivalências a mais, encabeçasse a lista ao conselho nacional do partido. Trata-se de uma tentativa de ressurreição de um defunto político, que foi enterrado por nada abonar a favor da nobre arte da política. E, assim, estalou o verniz da almejada recuperação da "matriz fundadora social-democrata" do PSD, tão procurada, por motivos eleitorais, neste congresso. Até os próprios congressistas, gente devota, encarregados de pastorear o rebanho, se indignaram com tal ressurreição proposta pelo líder do partido. Só 179 dos mais de 1700 homens de fé presentes se renderam ao milagre.
A surpresa. Marcelo Rebelo de Sousa, preterido por Passos Coelho, na sua moção ao congresso, como candidato do partido às próximas presidenciais, apareceu no Coliseu. De improviso. Decidiu-se durante uma viagem de avião - disse. Ele que tão grande contributo deu à fundação do PSD sentiu--se comovido pela celebração dos 40 anos do seu partido. Não podia deixar de estar presente. Mesmo que, na sua cabeça, tudo estivesse preparado há semanas, fez uma intervenção que marcou o congresso. Apesar do estilo coloquial, pretensamente emotivo e afectivo, mas muito estudado e estruturado, amesquinhou ou reduziu à mediocridade todas as intervenções anteriores. Nalguns casos, demonstrou que muitos cardeais são patetas. E, por isso, saiu em ombros do congresso, depois de uma volta à praça. O que diz duas coisas sobre esta celebração litúrgica: Passos Coelho só lidera o PSD porque é primeiro-ministro e que o comentador político mais popular do país só não é candidato às presidenciais se não quiser. Mesmo contra a vontade do líder do seu partido.
A inevitabilidade. Passos Coelho fez deste congresso o arranque oficial de uma prolongada campanha eleitoral. Está a jogar para linha, nas próximas europeias, mas a pensar em fazer bingo nas legislativas de 2015. Como em equipa que ganha não se mexe, vai repetir a fraude da última campanha eleitoral. Tal como disse a uma miúda de 15 anos que nunca retiraria o subsídio de Natal aos pais, vai agora falar do "milagre económico" e do "país de sucesso" que resultou, passados três anos, das suas políticas de austeridade. Vai falar da balança de pagamentos, das exportações ou do desemprego com a mesma desenvoltura com que disse que só iria cortar nas "gorduras do Estado". A narrativa política está construída e foi dita neste congresso: " A vida dos portugueses não está melhor, mas o país está".
PS - A oposição - as oposições - têm de fazer mais do que têm feito para desmontar mais estas falácias.» [i]
Tomás Vasques.
Marcelo arromba Belém de Chaimite
«No sábado, Marcelo Rebelo de Sousa, o malhador, entrou no Coliseu. O malhado, Passos Coelho, começou por o ouvir com cara de "deixe-me o seu contacto que logo lhe telefono". Marcelo abriu assim: "Porque é que eu estou aqui?" Por causa do espetáculo da Ana Moura não seria, só se produz para o mês que vem. Não, o espetáculo iria ser uma rábula de Marcelo, o distraído. As prometidas negas a lá ir, afinal, eram só por não se ter dado conta da data redonda do partido: "Caramba, 40 anos! Comecei a ficar comovido." Quando fica comovido, sabe-se, Marcelo desdiz-se. Não comovido, também, mas não me estraguem o raciocínio. Então, ele marchou para o Coliseu, tão discreto como há 40 anos quando arrombou de Chaimite, contou, a porta da primeira sede do PPD. Tinha, então, 20 anos e picos. Hoje, ele diz-se "velho" (leia-se: tem mais de 35 anos, com todas as implicações constitucionais para o que pode ser eleito). Fora ali, apesar dos avisos de amigos: "Vão pensar que estás a fazer-te ao piso para qualquer coisa..." Pausa. Marcelo é delicioso a fazer pausas, as pausas dele querem dizer que ele disse mesmo aquilo que quis dizer. "Vim aqui por uma razão afetiva." Em clubes, o afeto dele vai para o Braga; em sonhos, para o Belenenses. Meia hora de discurso e, no último minuto, uma hesitação: "Eu ia dizer "eleição do Presidente da República", mas isso prestava-se a más interpretações..." Com Marcelo, as más interpretações são sempre as boas.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Mais 14.000 sortudos que estão ainda melhor do que em 2011
«O número de desempregados inscritos nos centro de emprego, aumentou no final de janeiro, pela primeira vez, desde o verão passado. Em relação a Dezembro, o aumento foi de quase 15 mil desempregados, o maior aumento desde janeiro de 2013.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego portugueses em janeiro era de 705.327, mais 14.792 pessoas do que no mês anterior, segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
De acordo com a informação mensal publicada pelo instituto na sua página na Internet, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego do continente e das ilhas representava 75,6% do total de pedidos de emprego (933.352).» [TSF]
Parecer:
Será que os foguetes ficaram molhados com a chuva ou com as lágrimas de tanto rir que a presidente do parlamento largou no congresso do PSD. Enfim, ainda bem que as gargalhadas não precisam de recurso a mecenas como os festejos do 25 de Abril.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»