O congresso do PSD uniu os militantes e o partido em torno
de Pedro Passos Coelho, o actual líder conseguiu o impossível, afirmar-se
social-democrata, juntar Marcelo a Luís Filipe Menezes, sentar Santa Lopes com
Marques Mendes e, cereja, em cima do bolo, fazer eleger Miguel Relvas como
líder do conselho nacional desta gente toda.
Como não era de esperar Marcelo Rebelo de Sousa apareceu para uns
momentos TVI, afirmando-se como candidato a presidente com um discurso digno de
uma associação excursionista. O gesto de Marcelo não tem nada de surpreendente,
quem foi nadar no meio dos cagalhões do Tejo para chegar a presidente da CML é
capaz de mergulhar em qualquer lado para chegar a Presidente da República.
Mas o grande acontecimento da semana e do congresso do PSD
não fooram as baboseiras do professor de direito, foi a ressurreição do
licenciado Relvas. Depois de tanto milagre feito pela Santinha da Horta Seca, o
santo milagreiro que Portas escolheu para a Economia, o PSD não quis ficar atrás
nestas quaresma política, daí que tenha feito ressuscitar o maltratado Relvas.
Aliás, o milagre da ressurreição deixou os militantes em estado de êxtase,
algo que foi evidente na forma como muitos se manifestaram com a voz embargada
quando questionados pelas televisões.
Se o congresso foi o momento milagreiro do PSD, a verdade é
que a semana foi muito complicada, até para os mais devotos na nossa Santinha
da Horta Seca. Os infiéis do FMI e até da Comissão Europeia viera armados em
advogados do diabo e disseram que não havia milagre nenhum, que as reformas
ainda não deram quaisquer resultados e que as exportações não eram nada de
fenomenal. A oposição divertiu_se, o governo roeu-se de raiva e ninguém se
lembrou de questionar os incompetentes da troika sobre o que andaram a fazer.
Afinal de contas o governo limitou-se a ser mais troikista do que a troika e o
FMI apoiou.
Em Viana do Castelo aconteceu outro milagre, depois de terem
liderado a revolução os operários da vanguarda do proletariado vindos de Viana
do Castelo decidiram reformar-se e até uma boa parte dos camaradas da
combativa comissão de trabalhadores dos estaleiros optou por se reformar para
alegria de Aguiar-Branco. Com a conta bancária mais animada e uma pensãozita
os trabalhadores já não questionam o destino do património público e muito
menos a defesa do interesse nacional.