terça-feira, fevereiro 04, 2014

Houve um tempo em que as dívidas eram para pagar

Ainda sou do tempo em que Pedro Passos Coelho se assumia como o devedor cumpridor, afirmando que as dívidas são para pagar, contra os que defendiam que as dívidas soberanas não eram para pagar, ma sim para suportar os custos da sua gestão. Pois o nosso Passos Coelho, o tal que era tão bom pagador levou a dívida portuguesa, que estava um pouco acima da Alemã a um nível digno da Grécia, o tal país sem vergonha a quem não queriam assemelhar-se.
  
Depois de quase três de austeridade brutal, de cortes de rendimento e de um aumento de IRS correspondente a mais de um vencimento, quanto é que Passos Coelho pagou aos credores? Zero, nem um tostão. 
  
Agora que a dívida soberana está quase nos 130% do PIB já começa a haver dinheiro, já se fala em prosseguir as obras públicas que forram interrompidas e mais dia, menos dia ainda vão encontrar um bom argumento para apostarem no TGV, quanto mais não seja será uma boa solução para que o Paulo Portas vá frequentemente a Madrid armar-se em líder de uma nova Falange ibérica.
  
Aos poucos Passos Coelho vai comer à mão de José Sócrates, vai engolir tudo o que disse e fez e vai retomar os projectos e argumentos do ex-primeiro-ministro, vai dizer que deve menos mas paga menos em juros graças a um programa cautelar e como Sócrates é um nome maldito servir-se-á de Horta Osório para argumentar que o importante não é pagar a dívida, mas sim recuperar a credibilidade.
  
Já se fala em retomar algumas obras, o Paulo Portas está farto de vender o Magalhães e quando dizia que ia reformar o Estado até elogiava o Simplex, um dia destes irão aparecer as Novas Oportunidades depois de devidamente recalibradas, até a energia renovável voltará a ser uma prioridade.
  
Aos poucos Passos Coelho vai reconhecendo a sua incompetência e à medida que se aproximam as eleições começa a apresentar-se como o maior os socráticos. O problema é que lhe falta competência e inteligência para ser um Sócrates melhor do que o outro Sócrates.